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segunda-feira, 9 de março de 2009

A grande ilusão

MOVIMENTO ENDIREITAR
Escrito por Ludwig von Mises | Qua, 04 de Março de 2009

O texto a seguir é um capítulo do livro "Intervencionismo" de Ludwig Von Mises. O livro foi escrito em 1940 e a versão eletrônica completa está disponível para download em nossa Biblioteca Online ou clicando aqui.


É inegável que, nos dias de hoje, ditadura, intervencionismo e socialismo são extremamente populares. Nenhum argumento lógico consegue enfraquecer essa popularidade. O fanatismo impede que os ensinamentos da teoria econômica sejam escutados, a teimosia impossibilita qualquer mudança de opinião e a experiência não serve de base a nada.


Para compreender as raízes dessa rigidez devemos nos lembrar que as pessoas sofrem porque as coisas nem sempre se passam da maneira que elas gostariam. O homem nasce como um ser egoísta, não sociável, e só com a vida aprende que sua vontade não é a única nesse mundo e que existem outras pessoas que também têm suas vontades. A vida e a experiência irão ensinar-lhe que para realizar os seus planos terá que encontrar o seu lugar na sociedade, terá que aceitar as vontades e os desejos de outras pessoas como um fato e que terá que se ajustar a esses fatos, se quiser chegar a algum lugar. A sociedade não é o que o indivíduo gostaria que fosse. Qualquer indivíduo tem sobre seus conterrâneos uma opinião menos favorável do que a que tem sabre si mesmo. Julga-se com direito a ter um lugar na sociedade melhor do que o que efetivamente tem. A cada dia o presunçoso — e quem está inteiramente livre da presunção? — tem novos desapontamentos. Cada dia lhe ensina que existem outras vontades além da sua.

O neurótico tenta se proteger desses desapontamentos sonhando acordado. Sonha com um mundo no qual a sua vontade seja decisiva. Só o que tiver a sua aprovação pode acontecer. Só ele pode dar ordens; os outros obedecem. Na sua fantasia, é um ditador.

Na sua secreta fantasia pensa ser um ditador como César, Genghis Khan ou Napoleão. Na vida real. quando fala com os seus conterrâneos, tem que ser mais modesto. Contenta-se em apoiar a ditadura de alguma outra pessoa. Mas, na sua imaginação o ditador está ali para cumprir a sua (do neurótico) vontade. Um homem que, não tendo percebido os seus limites, proclamasse que ele deveria ser o ditador seria considerado insano pelos seus conterrâneos. Os psiquiatras o qualificariam como um megalomaníaco.

Quem apóia uma ditadura, o faz por achar que o ditador está fazendo o que, na sua opinião, precisa ser feito. Quem é favorável a ditaduras tem sempre em mente a necessidade de dominar todas as vontades, inclusive a sua própria vontade.

Examinemos, por exemplo, o slogan "economia planejada", que particularmente nos dias de hoje é um pseudônimo de socialismo. Qualquer coisa que as pessoas façam tem que ser primeiramente concebida e nesse sentido planejada. Mas aqueles que, como Marx, rejeitam a "produção anárquica" e pretendem substituí-la pelo "planejamento" não consideram a vontade e os planos das outras pessoas. Só uma vontade deve prevalecer, só um plano deve ser implementado, qual seja, aquele que tem a aprovação do neurótico, o plano que ele considera correto, o único plano. Qualquer resistência deve ser subjugada, nada que impeça o pobre neurótico de tentar ordenar o mundo segundo seus planos deve ser permitido, todos os meios que façam prevalecer a suprema sabedoria do sonhador devem ser usados. (Cf. SOCIALISMO VS. ECONOMIA DE MERCADO)


Essa é a mentalidade das pessoas que, numa exposição das pinturas de Manet(1) em Paris, exclamavam: a polícia não devia permitir isso! Essa é a mentalidade das pessoas que constantemente clamam: devia haver uma lei contra isso! E, quer eles admitam ou não, essa é a mentalidade de todos os intervencionistas, socialistas e defensores das ditaduras. A única coisa que eles odeiam mais do que o capitalismo é o intervencionismo, socialismo ou ditadura que não corresponda à sua vontade. Com que entusiasmo os nazistas e os comunistas lutam entre si! Com que determinação os partidários de Trotsky(2) combatem os de Stalin ou os seguidores de Strasser(3) os de Hitler.


Notas:

(1) Edouard Manet, pintor impressionista francês. (N. do E.)
(2) Leon Trotsky, comunista russo que se opôs a Stalin e foi exilado. Foi assassinado no México em agosto de 1940. (N. do E.)
(3) Gregor Strasser - um partidário de Hitler que mais tarde discordou dele e foi assassinado. (N. do E.)


"Quem diz: 'deveria haver uma lei sobre isto', está dizendo que homens armados pelo governo deveriam forçar as pessoas a fazer o que não querem, ou a não fazer o que gostariam de fazer... E aquele que diz: 'esta lei deveria ser melhor cumprida', está querendo dizer que a polícia deveria forçar as pessoas a obedecê-la. Aquele que fala em estado, fala em coerção e compulsão. .. Aquele que afirma que o estado é Deus, está endeuzando as armas e as prisões ... pois o culto do estado é o culto da força." (Anônimo)

Numa nota do livro Ludwig von Mises lembra que "Hegel chamava o Estado de 'o Absoluto'. Ferdinand Lasalle dizia "o Estado é Deus'. O professor Werner Sombart, no seu livro German Socialism (Socialismo Alemão), que era bestseller na Alemanha Nazista e que foi traduzido para o inglês e o francês, declara que o Führer recebe suas ordens diretamente de Deus."

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".