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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Cocaína faz o Sendero renascer

ESTADÃO DE HOJE
Domingo, 07 de Dezembro de 2008

Guerrilha maoísta ressuscita graças ao lucro do narcotráfico e espalha uma nova onda de violência pelo Peru

As atividades do narcotráfico em áreas cocaleiras do Peru trazem de volta a lembrança dos violentos episódios que abalaram o país durante o auge dos ataques do Sendero Luminoso, nos anos 80. Fortalecidos pelo lucro da produção de cocaína, grupos remanescentes da guerrilha maoísta dão início a um novo capítulo na luta do governo peruano contra os rebeldes. Desta vez, porém, os objetivos econômicos do Sendero parecem se sobrepor aos políticos.

"O novo Sendero não é uma organização que busca poder político - os militantes lutam agora pelo controle das rotas de escoamento da droga", afirmou ao Estado, por telefone, Jaime Antezana, pesquisador peruano especializado em narcotráfico. "O movimento impulsionado por esse grupo é tão diferente da guerrilha dos anos 80 que é mais apropriado denominá-lo ?narco-senderismo?. Eles não são como os revolucionários de antigamente."

VIOLÊNCIA

Depois de passar mais de uma década na obscuridade, os ataques da guerrilha têm-se tornado cada vez mais freqüentes. Em menos de dois meses, mais de 20 militares foram mortos, segundo dados do governo. Na semana passada, o presidente Alan García afirmou que os recentes atentados são perpetrados por "traficantes disfarçados de terroristas políticos".

O Peru é, juntamente com Colômbia e Bolívia, um dos principais produtores mundiais de coca. Segundo Héctor Luis Saint-Pierre, coordenador da área de paz, defesa e segurança internacional do programa San Tiago Dantas (que reúne pesquisadores da Unesp, PUC-SP e Unicamp), o Sendero aproximou-se dos traficantes depois que teve contato com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), há dois anos. 

"O vínculo com o tráfico ajudou o Sendero a melhorar seu estoque de armas", disse Saint-Pierre. "Todo o financiamento que eles recebem hoje vem das drogas e seus objetivos também se concentram nesse campo - não há mais nenhuma reivindicação política."

As autoridades peruanas estimam em 300 o número de combatentes ativos do Sendero. Combatê-los se transformou em um grande desafio para García, que tem o índice mais baixo de popularidade desde que assumiu, em 2006 - apenas 19% aprovam seu governo. 

"A fragilidade do sistema político peruano sempre deixou aberta a possibilidade de a guerrilha recuperar força", afirmou o historiador Eduardo Toche, do Centro de Estudos e Promoção do Desenvolvimento, em Lima. "No entanto, o Sendero não é ameaça para o governo."

Entre 1980 e 2000, a guerra entre o Estado peruano e a guerrilha deixou cerca de 70 mil mortos. Para Antezana, o ressurgimento do Sendero renova o conflito, que agora tem novas metas. "Apesar de as facções remanescentes terem retomado o discurso ideológico, a reinvenção da guerrilha tem apenas um fim: ocultar o que eles realmente são - um braço armado do narcotráfico." 

OFENSIVA GUERRILHEIRA

18/5/1980:
 Sendero Luminoso declara guerra ao Estado peruano, abrindo campanha de violência que deixaria cerca de 70 mil mortos no país

16/7/1992: Carro-bomba explode na Rua Tarata, em Lima, matando 23 e ferindo 100

21/3/2002: Atentado com carga de 50 quilos de dinamite deixa dez mortos e 30 feridos nas proximidades da Embaixada dos EUA, em Lima

9/6/2003: Cerca de 200 guerrilheiros seqüestram 60 pessoas - entre eles policiais e estrangeiros - perto de La Mar, 350 quilômetros ao sul de Lima

9/10/2008: Ataque a comboio militar mata 14 pessoas

26/11/2008: Guerrilha ataca militares e mata quatro pessoas. Já são mais 20 o número de de policiais mortos nos últimos dois meses pelo grupo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".