Tuesday, September 16, 2008
O Notalatina volta a falar sobre a rebelião da Bolívia, produzida artificialmente pelo presidente cocalero Evo Morales, que é um marionete comandado por Chávez e pelas designações do Foro de São Paulo. Assisti há pouco pela CNN em Espanhol duas entrevistas interessantes: uma com o governador de Tarija, Mario Cossío, e outra com Thomas Shannon, Secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, dos Estados Unidos, em que ambos coincidem com a avaliação que fiz na edição de ontem, onde acuso Evo Morales de ser o principal causador do caos e mortes resultantes deste conflito que não se sabe aonde vai dar nem quando vai acabar.
Segundo informações de Cossío, dadas por telefone, a situação tornou-se insustentável desde o início dos conflitos porque isto foi uma “estratégia planejada por Morales” e que já vinham sendo implementadas há bastante tempo. Lembro que, quando houve os referendos nos estados da “Meia Lua”, Morales não quis reconhecer o resultado que lhes dava – legalmente - a autonomia, alegando que os opositores eram “separatistas” e que queriam ser “países” autônomos. Não apenas sandice mas desinformação, que foi imediatamente absorvida e apoiada pelos países-membros do Foro de São Paulo, dentre os quais o ParTido-Estado do Sr. Lula da Silva.
Ontem os governadores dos estados atingidos pela desordem ingenuamente aceitaram um diálogo com o Governo e elaboraram um documento que seria entregue a Morales. Como era de se esperar, pois já ocorreu isto mesmo em outras ocasiões, enquanto Mario Cossío entrava no Palácio do Governo com o documento, Morales decretava estado de sitio, ameaçando a população de Pando com tropas de choque das Forças Armadas, além de tomar o aeroporto de Cobija, capital do estado. Hoje, Morales mandou prender o governador de Pando, Leopoldo Fernández, sob a acusação de genocídio, e o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorente, já sentenciou (bem ao estilo dos tribunais revolucionários) que Fernández será processado e “receberá 30 anos de prisão sem direito a indulto”. Desde o início da tarde Fernández está detido em Cochabamba, o que causou revolta na população não só de Pando mas também de Santa Cruz, Tarija e Beni, os estados autônomos.
Na versão do Governo, quem começou o massacre de 11 de setembro foram os funcionários do governo estadual que “emboscaram os camponeses com maquinaria pesada”, deixando um saldo de 15 mortos, 37 feridos e 106 desaparecidos (fugiram). Ainda segundo a versão do Governo, os funcionários do estado utilizavam metralhadoras contra pobres camponeses armados apenas de “facões e escopetas” que utilizam para a “caça doméstica”. Não já ouvimos coisa semelhante por aqui, quando se trata de ataques dos marginais do MST e índios?
Entretanto, segundo o dirigente cívico Edberto Mayne, tudo começou quando gente paga pelo Governo Morales interceptou funcionários do governo estadual de Caminos e os “matou a bala” e que esse mesmo grupo atuou em Porvenir. O senador Róger Pinto acrescenta que os camponeses mataram a sangue frio o engenheiro Pedro Oshiro que se encontrava no ponto de bloqueio da governadoria e que outro foi morte a golpes de facão. O governador Fernández disse ainda que os malfeitores tinham cintos coloridos para serem identificados entre si, o que confirma que isto foi uma atitude planejada. Vejam aqui neste vídeo como os cocaleros armados por Morales ameaçam em Santa Cruz. E a propósito disto, vale a pena rever o vídeo “O massacre de 11 de abril foi planejado”, produzido por Fuerza Solidaria, pois foi exatamente o que ocorreu na Venezuela em 2002, quando Chávez planejou um massacre contra a população indefesa e depois colocou a culpa na oposição. Até nisso este delinqüente mete suas patas imundas e repete na Bolívia seus malditos planos criminosos!
E ontem após reunião da UNASUL (União das Nações Sul-Americas), redigiu-se um documento intitulado “Declaração de La Moneda” (por ter sido no Palácio La Moneda do Chile, onde a presidenta Michele Bachelet é a presidente pro tempore do grupo), em total a absoluto apoio a Morales. Como era de se esperar, está repleto de palavrório bonito mas falso e hipócrita porque eles mesmos não cumprem o que pregam, como pode-se observar logo no segundo parágrafo que diz: “Considerando que o tratado constitutivo firmado em Brasília em 23 de maio de 2008 consagra os princípios do irrestrito respeito à soberania, à não ingerência nos assuntos internos, à integridade e inviolabilidade territorial, à democracia e suas instituições e ao irrestrito respeito aos direitos humanos”.
Quer dizer, se isto fosse observado e cumprido como manda o tal tratado, Chávez seria no mínimo admoestado pelos outros países-membros, caso esta organização não fosse mais um desdobramento do Foro de São Paulo e todos se locupletassem entre si. A propósito da ingerência de Chávez nos assuntos internos da Bolívia, vale muito a pena ver este vídeo do discurso inflamado que este psicopata fez, ao declarar a expulsão do embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, que eu citei na edição do dia 12. É uma vergonha superlativa alguém ter um psicopata em surto como este dirigindo seu país e, vergonha maior ainda, daqueles que o apóiam e aplaudem feito micos de circo.
E para concluir esta edição de hoje, reproduzo (traduzido) o esclarecedor artigo de Alejandro Peña Esclusa sobre esta mega-farsa promovida pela UNASUL.
Traduções, comentários e nota: G. Salgueiro
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