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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Cadeia para ele

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
4 de setembro de 2008

Comentário do Cavaleiro: antes do artigo, leia isto:


Emocionante:

A vida amorosa de Carlos Lopes

Uma súbita ardência no orifício ano-retal, provocada pela leitura do meu artigo “Cadeia para ele”, tocou fundo a alma e o ser inteiro do sr. Carlos Lopes, editor da “Hora do Povo”. Enternecido, dengoso, todo derretido, ele passou a me chamar carinhosamente de Olavinho e a gabar-se de que sou um colaborador secreto do seu jornal. Como diria aquela famosa dupla caipira: “É o amooooor!”

O. de C.

Richmond, VA, 6 set. 08


Cadeia para ele


Entre lágrimas de ódio cívico que deixarão insensível a cruel humanidade mas devem comover tremendamente a ele próprio, o editor da “Hora do Povo”, Carlos Lopes, acusa o senador Álvaro Dias de uma calúnia inominável: atribuir um crime de assassinato em massa ao inocentíssimo Josef Stálin.

Segundo Lopes, o extermínio deliberado de seis a nove milhões de ucranianos pela “arma da fome”, em 1932-33, jamais aconteceu. Foi uma balela criada pelo ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, depois perfidamente alardeada ao mundo por William Randolph Hearst, empresário de mídia pró-nazista, e pelo livro Harvest of Sorrow, de Robert Conquest, que a cândida opinião acadêmica do Ocidente acha um grande historiador mas que na verdade fez esse serviço sujo como agente de desinformação a soldo de dois órgãos da espionagem britânica, o MI-5 e o IRD (Information Research Department), tal como denunciou em 1978 o respeitável jornal The Guardian.

Nenhum assassinato em massa pode ter occorrido na Ucrânia naqueles anos – prossegue Lopes –, pois, “como registram os censos” (sic), a população do país aumentou “em 3.339.000 pessoas entre 1926 e 1939”.

Não me espantei, é claro, de ler essas coisas na “Hora do Povo”, jornal pertencente a um grupo de terroristas mais ou menos aposentados que, entre uma indenização e outra do governo brasileiro, embolsaram uma considerável propina de Saddam Hussein. Entre outros feitos notáveis, a publicação celebrou Stálin como “o maior democrata da humanidade”, e incitou seus leitores, se algum existe, a matar o colunista Diogo Mainardi.

Mas, como até os comunistas mais psicóticos podem dizer alguma verdade de vez em quando, concedi ao sr. Lopes o benefício da dúvida e fui verificar suas fontes. Comecei pela matéria do Guardian (27 jan. 1978). Ela não diz nada de Robert Conquest ter trabalhado no MI-5, apenas no IRD – e o IRD não era um órgão da “espionagem britânica” e sim do Foreign Office (Ministério das Relações Exteriores). Conquest largou o emprego em 1956 e só publicou Harvest of Sorrow em 1986. Poderíamos forçar a imaginação até além da dose de demência usual no jornalismo esquerdista, e admitir a hipótese de que o IRD pagasse pelo serviço entregue com um pequeno atraso de trinta anos. Mas nem toda a loucura do mundo tornaria isso possível, pois o IRD foi extinto em 1978.

A denúncia do extermínio em massa não foi obra nem de Goebbels nem de Hearst. Foi publicada em maio de 1933 – meses antes de que Goebbels se tornasse ministro da propaganda, um ano antes de que a notícia saísse nos jornais de Hearst – e, por ironia, foi escrita pelo correspondente do próprio Guardian em Moscou, Malcolm Muggeridge, que estava no local dos acontecimentos e viu tudo.

Por fim, “os censos”. Lopes menciona-os no plural, mas não cita nenhum. Nem poderia. O Livro Negro do Comunismo cita-os todos, diretamente das fontes soviéticas abertas após o fim da URSS, e são justamente esses dados demográficos que provam a liquidação sistemática da população ucraniana (confiram na p. 185 da edição Robert Laffont). O sr. Lopes teve boas razões para permanecer vago e esquivo ao falar de “os censos”.

Com exceção do Holocausto judeu, não há caso de homicídio em massa mais claramente documentado e provado do que a fome ucraniana. E nenhum historiador sério jamais pôs em dúvida que se tratasse de operação deliberada. Mesmo a Assembléia Nacional Russa, ao protestar em abril deste ano contra o uso do termo “genocídio” a respeito, não teve a ousadia de negar os fatos nem o plano macabro que os gerou. Só o que conseguiu alegar foi que o crime não teve caráter “étnico”, e sim político, de guerra de classes. Mesmo que admitíssemos a validade dessa alegação, ela não tornaria o episódio menos monstruoso, nem menos criminosa a tentativa de encobri-lo retroativamente mediante mentirinhas tolas. A lei que puniu o editor Siegfried Ellwanger por negar o Holocausto judeu aplica-se com precisão milimétrica ao sr. Lopes.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".