Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Thomas Sowell em 07 de maio de 2008
Resumo: A proteção a criminosos, o ataque a empresários, o aumento de despesas governamentais, a promoção da inveja e descontentamento, o aumentar impostos para os que são produtivos e o subsídio para os que não são – tudo isso é uma reprise dos anos 1960, representada por Barack Obama.
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Muitos anos atrás, o grande rebatedor Paul Waner estava se aproximando do fim de sua longa carreira. Ele começou uma partida com 2999 rebatidas – há uma rebatida da marca histórica de 3000 que muitos rebatedores gostariam de atingir, mas que muito poucos realmente conseguem.
Waner atingiu uma bola que o fielder[1] não conseguiu interceptar inteiramente, e o juiz considerou isso uma rebatida, perfazendo a sua 3000ª. Paul Waner então mandou dizer ao juiz que ele não queria que aquela rebatida questionável fosse a que o colocaria numa posição de destaque.
O juiz reverteu a decisão e assumiu o erro. Mais tarde, Paul Waner conseguiu uma rebatida limpa para ser a 3000ª.
Isso me vem à mente quando vejo o grande fervor que muitos parecem sentir a respeito da possibilidade de ter o primeiro negro como presidente dos EUA.
Sem dúvida, é uma questão de tempo para que haja um presidente negro, tal qual era apenas uma questão de tempo para que Paul Waner atingisse a marca de 3000 rebatidas. A questão é se queremos atingir tanto essa marca histórica que estamos dispostos a desconsiderar o quão questionável são os meios de atingi-la.
Paul Waner teve muito orgulho de aceitar a rebatida suada e inquestionável. Escolher um presidente dos EUA é muito mais momentoso que bater um recorde do beisebol. Precisamos como eleitores ter muito mais preocupação sobre quem colocamos para decidir o destino de uma nação e de gerações ainda por vir.
Não há razão para que alguém tão arrogante, idiotamente inteligente e em última análise perigoso quanto Barack Obama se torne presidente – especialmente não em um momento em que a ameaça de terroristas internacionais com armas nucleares espreita os mais de 300 milhões de americanos.
Muitos parecem considerar eleições como ocasiões para descarregar emoções, tal como torcer para seu time ou escolher a Rainha da Escola.[2]
Os três candidatos estão sendo discutidos em termos demográficos – raça, sexo e idade – como se isso fosse o mais importante para o cargo.
Um dos mais dolorosos aspectos do estudo de grandes catástrofes do passado é descobrir como muitas pessoas estavam preocupadas com trivialidades quando se encontravam à beira do abismo. A demografia da presidência é muito menos importante do que o momentoso peso da responsabilidade inerente ao cargo.
Apenas o poder de nomear juízes federais para as cortes de julgamento e apelação em todo o país, incluindo a Suprema Corte, pode ter um enorme impacto por décadas no futuro. Não há sentido em se sentir indignado por coisas decididas por juízes federais se você vota, na base da emoção, naquele que os nomeia.
Barack Obama já deu indicações de que quer juízes que façam política social em vez de simplesmente aplicarem a lei. Ele já tentou evitar que jovens criminosos fossem julgados como adultos.
Apesar de o senador Obama se apresentar como um candidato das coisas novas – usando o mantra “mudança” indefinidamente – a verdade pura e simples é que virtualmente tudo o que ele diz sobre política doméstica vem diretamente dos anos 1960 e virtualmente tudo o que ele diz sobre política externa vem diretamente dos anos 1930.
A proteção a criminosos, o ataque a empresários, o aumento de despesas governamentais, a promoção do sentimento de inveja e descontentamento, o aumento de impostos para aqueles que são produtivos e o subsídio para os que não são – tudo isso é uma reprise dos anos 1960.
Pagamos um preço altíssimo por tais noções daquela década nos anos que se seguiram, na forma de taxas de criminalidade rapidamente ascendentes, inflação e desemprego de dois dígitos. Durante os anos 1960, os guetos em todo o país foram sacudidos por distúrbios dos quais muitos ainda não se recobraram.[3]
A violência e destruição foram concentradas não onde havia a maior pobreza ou injustiça, mas onde havia os políticos mais esquerdistas, que promoviam o descontentamento e paralisavam a polícia. (C.T. - sentiram a semelhança com o Brasil de já algumas décadas?)
Internacionalmente, o que o senador Obama propõe – inclusive os encontros midiáticos de chefes de estado – foi tentado durante os anos 1930. Isso, em nome da paz, foi o que levou à mais catastrófica guerra da história humana.[4]
Tudo parece novo àqueles muito jovens para lembrar o passado e muito ignorantes em história para ter ouvido falar a seu respeito.
Thomas Sowell é doutor em Economia pela Universidade de Chicago e autor de mais de uma dezena de livros e inúmeros artigos, abordando tópicos como teoria econômica clássica e ativismo judicial. Atualmente é colaborador do Hoover Institute.
Publicado por Townhall.com
Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo
[1] O fielder é uma espécie de defensor no jogo de beisebol, que no caso tenta agarrar a bola com a luva antes que ela toque o chão ou saia do campo.
[2] Tradição americana de escolher uma estudante para ser coroada a rainha da escola ao final do curso secundário ou universitário. (N. do T.)
[3] Ver, de Sowell, Conseqüências dos anos 1960. (N. do T.)
[4] Ver, de Sowell, Moralmente paralisado. (N. do T.)
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