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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Leituras de férias

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Percival Puggina em 12 de maio de 2008

Resumo: Desde os anarquistas da Rússia dos tzares todos os movimentos terroristas nasceram em mentes confortavelmente estabelecidas, de modo especial entre intelectuais de classe média.
© 2008 MidiaSemMascara.org

Confesso que gosto do gênero. Livros de espionagem, intriga internacional, os chamados thrillers, enfim, constituem minha leitura predileta para as raras ocasiões em que consigo me afastar das rotinas cotidianas. Tenho pilhas desses livros em casa, comprados já no lançamento em forma de pocket book pelas editoras norte-americanas. Quem quiser me desqualificar por esse gosto, sinta-se a gosto, mas foi precisamente esse tipo de livro que escolhi para ler nestas últimas três semanas, levando na bagagem alguns robustos volumes dos meus preferidos - Robert Ludlum e Frederick Forsyth.

Nas duas últimas décadas, com o fim do conflito Leste-Oeste, que durante os anos da guerra-fria se constituiu na grande vertente dos thrillers, seus escritores foram buscar inspiração no combate ao terrorismo. Esse é, então, o tema de Avenger, livro de Forsyth que levei comigo. Dois fatos se cruzam ao longo da narrativa: uma sinuosa operação para localizar Bin Laden e uma investigação particular sobre a morte de um jovem norte-americano que prestava serviço voluntário em assistência às vítimas dos conflitos desencadeados em 1995 na antiga Iugoslávia. É um trecho dessa obra, sobre as causas do terrorismo, que proponho à reflexão dos leitores.

O autor discorre sobre movimentos e organizações desse tipo atuantes ao longo do século passado, destacando Irgun, Stern Gang, EOKA, Baader Meinhoff, Action Directe, Brigate Rosse, IRA, ETA (ao ler a lista, lembrei-me de alguns nascidos aqui na nossa volta, como o peruano Sendero Luminoso, o MIR chileno e as FARC). E afirma ser conversa fiada a tese “politicamente correta” de que o terrorismo nasce da pobreza (exatamente o que ensina o pastor Jeremiah Wright, preceptor de Barack Obama, e o que afirmou Lula em setembro de 2001).

Desde os anarquistas da Rússia dos tzares, escreve Forsyth, todos os movimentos terroristas nasceram em mentes confortavelmente estabelecidas, de modo especial entre intelectuais de classe média. Seus criadores eram pessoas dotadas de imensa vaidade pessoal e auto-indulgência. Da mesma forma, aqueles que de algum modo lhes dão suporte, na mídia e no mundo acadêmico, não têm o hábito de perder refeições. O ódio é o grande traço de união que os congrega, quer sejam magnatas financiadores ou comunicadores que tudo justificam, quer sejam professores ocidentais que racionalizam a violência ou orientadores que preparam militância nas madrassas do fundamentalismo islâmico. É sempre o ódio, a imensa capacidade de odiar. Primeiro, inclusive, sugere o autor, vem o ódio. Só depois aparece o objeto do ódio. Quanta sabedoria e justo discernimento num livrinho desprovido de pretensões analíticas! A breve aula contida nesse capítulo de Avenger se conclui com outra observação interessante a respeito do ressentimento que os grupos políticos esquerdistas de certos países mantêm em relação às nações mais desenvolvidas. A afirmação, de fato, é magistral: “Se eles forem indulgentes com os bem sucedidos, terão que acusar a si mesmos”. De fato, tudo que ensinam leva ao insucesso.


O autor é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. puggina.org

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".