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domingo, 25 de maio de 2008

Uma lição inglesa para Roraima

Do portal ALERTA EM REDE
Por Nilder Costa on 03 Dezembro, 2007 21:44:38

image28/nov/07 (AER) – Em sua edição do dia 24 passado, uma reportagem do jornal britânico The Independent revelou que Bharrat Jagdeo, presidente da Guiana, em visita à Grã-Bretanha, teria proposto que este país seja responsável pela ‘manutenção da floresta’ da Guiana em troca de um pacote de financiamentos para o ‘desenvolvimento sustentável’ e assistência técnica para tornar a indústria guianense mais viável ambientalmente. [1]

O presidente Jagdeo refuta que a proposta coloque em risco a soberania do país, mas o fato é que o modelo utilizado foi a reserva ambiental de Iwokrama, criada no início de 2000 sob os auspícios do WWF e administrada pela Comunidade Britânica. A reserva, com 400 mil hectares, situa-se na região do rio Rupunini, próximo à fronteira de Roraima, e foi inaugurada pelo príncipe Charles em pessoa. [2]

charles_iwokrama
Príncipe Charles na Guiana para a inauguração do parque Iwokrama

 

A proposta guianense foi objeto de um artigo do jornalista Elio Gaspari que, corretamente, classificou-a como uma recaída colonial para a Guiana – ex-Guiana Britânica - que se transformaria, assim, em um ‘protetorado ambiental’ da Inglaterra. Mesmo deixando implícito que tal medida, se implementada, traria sérias implicações geopolíticas para o Brasil na Amazônia por via do ‘fator ambiental’, Gaspari deixou de fora outro vetor tão ou mais importante que ameaça a nossa soberania na região: o ‘fator indígena’ e, mais especificamente, a homologação em curso da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Ocorre que a área da reserva Raposa-Serra do Sol faz parte do território reclamado pela Inglaterra em meados do século 19, especificamente, a área delimitada pelo rio Cotingo, desde sua nascente, até sua confluência com o rio Tacutu, como mostrado na parte hachurada horizontalmente no mapa histórico abaixo reproduzido:

pirara
Mapa elaborado em 1904 pelo Ministério da Guerra mostrando território contestados pela Grã-Bretanha

O território “contestado” pela Inglaterra media 54.687 km2, sendo posteriormente (1891) reduzido para 25.187 km2, dos quais o Brasil renunciou a 15.087 km2 ao aceitar, em 1904, o laudo do rei Vittorio Emanuele I, da Itália, escolhido como árbitro da disputa.

É de fundamental importância recordar que a Inglaterra invocou o ‘fator indígena’ para justificar o seu pleito territorial ao argumentar que as terras a leste do Forte de São Joaquim eram habitados por “tribos independentes que clamam pela proteção britânica”. Em 20 de fevereiro de 1841, o encarregado de negócios de S.M. Britânica no Rio de Janeiro comunicava ao ministro de Negócios Estrangeiros, Aureliano Coutinho, que o Governo britânico enviara instruções ao Governo da Colônia (ex-Guiana Inglesa) “para se opor a toda usurpação sobre o Pirara ou sobre o território ocupado até agora por tribos independentes” (cf. Obras do Barão do Rio Branco, vol. II - Questões de Limites - Guiana Britânica, Ministério das Relações Exteriores, 1945).

Além disso, não é segredo que, há mais de um século, a Venezuela reclama o
território do Essequibo, perdido para a então Guiana Britânica em um contestado pleito decidido por arbitragem internacional, em 1899.

É nessa região historicamente conflagrada que deve ocorrer uma verdadeira operação de guerra, ordenada pelo presidente Lula, para poder ‘expulsar’ os arrozeiros que se recusam a sair da área delimitada para a reserva Raposa Serra do Sol.

A ‘batalha de Roraima’, que já causou a mais séria crise militar no período Lula e ganhou o repúdio generalizado de parlamentares e da maioria da população roraimense, inclusive a indígena, ainda tem potencial suficiente para criar grandes dissabores ao presidente Lula.

Por outro lado, a proposta guianense de se auto-transformar em ‘protetorado verde’, seja ela aceita ou não, encerra um alto valor pedagógico para o governo brasileiro, a que o ‘fator indígena’ e o ‘fator ambiental’, promovidos por uma constelação de ONGs que atuam abertamente no país como agentes de influência de potências estrangeiras, já foram longe demais.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".