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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Os riscos reais são outros

Do blog ALERTA TOTAL
Por Adriana Vandoni em terça-feira, Abril 22, 2008

Uma das formas de se conhecer a estatura de um homem é quando ele reconhece seu erro, e corrige-o, mas no tempo apropriado. Lula já declarou que errou em algumas de suas convicções, e reconheceu o erro, mas fez isso tarde, apenas após assumir o poder. Mostrou o nível da sua estatura.

Na semana passada o senador Artur Virgílio criticou a fala do General Augusto Heleno quando este declarou que a política indigenista do governo federal está equivocada. O senador declarou que “embora tenha razão, não acho que devesse ter falado, porque não é papel dele falar. Lutei muito por democracia no país e não considero justo que voltemos ao tempo dos pronunciamentos militares de caráter político.”

Há alguns equívocos nesse pensamento. Primeiro, se o tema da exposição era a situação da reserva indígena Raposa do Sol em Roraima e os conflitos lá instalados, e a platéia era de militares, o general não fez pronunciamento político algum, como afirmou o senador. Imaginar que um palestrante realize sua exposição sem emitir opinião é ir contra a lógica.

Outro equívoco foi quando expôs uma preocupação com os riscos de um retorno à ditadura. Risco de retorno à ditadura em função da opinião do general? Ora, os fatores e atores que hoje representam risco à democracia estão bem longe dos quartéis. Vejo ameaças à democracia brasileira nos movimentos ditos sociais que, bancados por recursos públicos, desmoralizam e tripudiam sobre os pilares da democracia brasileira. Vejo ameaça nas falas e desfalas do executivo quando reduz o papel e desautoriza o legislativo, ou quando manda o judiciário calar a boca. Vejo ameaça à democracia quando parlamentares se submetem aos desejos do executivo em troca de ‘apoios’, ou nas constantes ameaças de mudanças na Constituição Federal para possibilitar um terceiro mandato. Uma ameaça real à democracia é a atual política externa do Estado brasileiro, que, em detrimento da nação, segue princípios ideológicos de facções do PT.

A fala do general, que inesperadamente foi gravada e reproduzida como algo estarrecedor, foi uma das atitudes mais democráticas dos últimos anos neste país tão enlameado por corrupção, por ruptura da soberania nacional, por atitudes despóticas de um governo com um claro viés autoritário, que usa descaradamente a máquina pública em comícios diários para lançamento de obras, muitas delas imaginárias, ao arrepio da Lei. Democracia pressupõe direitos iguais, e isto sim, são atitudes que vão contra o estado democrático.

Os tempos são outros e as Forças Armadas hoje talvez até signifiquem e se comportem como um dos pilares da democracia. Não podemos desprezar o seu papel nas fronteiras brasileiras tendo organizações como as Farc à espreitar, e ainda sendo reconhecida pelo atual governo como uma organização política. Como estaria a situação das fronteiras brasileiras caso essa organização criminosa se sentisse segura para invadir e pregar sua ideologia narco-trafi-comunista? Foram também os militares os primeiros a perceber o perfil e risco das atitudes belicistas de Hugo Chaves, o que hoje já é compartilhado por membros do governo.

É um equívoco confundir a defesa da soberania territorial com riscos à democracia. As palavras do senador talvez tenham seqüelas por ter participado da geração que viveu o regime militar, por isso compreensível, embora já tenha se passado mais de vinte anos do fim da ditadura militar.

Cabe ao senador, na representatividade e capacidade que possui, desfazer-se dos equívocos criados pelo período militar que parecem ainda o atormentar, e direcionar suas criticas sobre as novas e reais formas de destruir os valores democráticos, exigindo ações do Estado contra as quebras dos direitos individuais e de propriedade, aos quais já nos acostumamos a ver infringidos em tantas e tantas ações fascistas de vândalos ideológicos.

Adriana Vandoni é economista, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ. Professora universitária e articulista do Jornal Circuito Mato Grosso. Site: www.adrianavandoni.com.br

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".