Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Propriedade Privada e Pena de Morte

Do BLOG DO ANGUETH
Sábado, 16 de fevereiro de 2008

Como sabemos, o nível de conhecimento dos católicos em geral sobre a doutrina da Igreja Católica está diminuindo numa rapidez incrível. Isso não chega a ser uma surpresa para quem acompanha a grande crise da Igreja, sobretudo depois do Concílio Vaticano II. O que era, no século XIX e no início do século XX uma preocupação dos papas, se torna hoje uma realidade inquestionável.

Só para citar um exemplo, o Papa São Pio X, na encíclica SACRORUM ANTISTITUM (1 de setembro de 1910), diz dos sermões e homilias dos padres modernistas de então: “Procuram lisonjear os ouvintes ‘que são movidos pelo prurido de novidade’, contanto que mantenham as igrejas cheias, embora as almas não sejam curadas por permanecerem vazias. Por isso não falam nunca do pecado, nunca dos novíssimos, nunca de outras verdades gravíssimas que poderiam abalar a salvação, mas falam somente ‘com palavras de bajulação’; e isso o fazem também com eloqüência mais de tribunal do que de apóstolos, mais profana do que sagrada, atraindo para eles aplausos; esses já haviam sido condenados por São Jerônimo, quando escreveu: ‘Quando tu ensinas em assembléia, seja suscitado não o aplauso do povo, mas o arrependimento; teu louvor sejam as lágrimas dos ouvintes’.” [ênfases minhas]

Lembremos de um dito popular antigo: “Padre santo, povo piedoso. Padre piedoso, povo bom. Padre bom, povo aceitável. Padre aceitável, povo tíbio. Padre tíbio, povo ruim. Padre ruim, povo corrupto. Padre corrupto, povo péssimo”.

Vocês podem escolher em qual desses níveis acima nos encontramos. Daí, o povo católico estar à mercê de todo tipo de confusão.

Há duas discussões recentes no blog do Reinaldo de Azevedo, que são questões a respeito das quais a Doutrina Católica tem uma posição muito clara. Elas ilustram a situação de desconhecimento em que nos encontramos.

Uma delas se refere ao quinto mandamento (Não matar) e a outra ao sétimo mandamento da Lei de Deus (Não roubar).

Em resumo, a questão sobre o quinto mandamento surgiu quando Reinaldo Azevedo saúda a morte de um terrorista árabe sanguinário e seus críticos logo lembram que ele, como católico, não devia saudar a morte de ninguém. Ele explica sua posição assim (cito de memória): “A morte de só homem nos diminui a todos. A morte de um sanguinário nos eleva a todos. Isso não nos desobriga de rezar pela alma dele.”

Ele está certo! Dentre as situações em que não há violação do quinto mandamento há a legítima defesa e a pena de morte (também a guerra santa). Sim, irmãos católicos, a Igreja apóia a pena de morte. Leiam o Catecismo em vigor, itens 2265 e 2267. A pena de morte deve ser aplicada exatamente em criminosos sanguinários, “se essa for a única via praticável para defender eficazmente a vida humana contra o agressor injusto”, com diz o catecismo.

Só para lembrar aos esquecidos católicos, houve uma época em que parte da cristandade, sob influência herética, condenou, contra as afirmações da Igreja, a guerra e a pena de morte como coisas más em si. Estávamos então em pleno renascimento (o verdadeiro) medieval, nos séculos XII e XIII. Quem defendia essas idéias eram os cátaros, seita herética que quase destruiu toda a humanidade, não fosse a reação armada articulada pela Igreja. Isso nos deixa uma lição muito importante: idéias têm conseqüências.[1] Atenção: os verdadeiros ancestrais dos pacifistas modernos são os cátaros. Não tenham dúvidas disso.

A outra questão surgiu quando Reinaldo Azevedo comenta sobre o padre que está estimulando a invasão de terras pelo MST. Ele comenta que a CNBB não apoiou o tal padre e que reafirmou que a Igreja defende o direito de propriedade. Sim, irmãos católicos, a Igreja determina o respeito à propriedade privada, por mais que os padres comunistas modernos nos afirmem o contrário. Leiam os comentários ao sétimo mandamento do Catecismo em vigor, itens 2408 e 2409.

É claro que apenas ouvindo as homilias dos padres modernos, ou mesmo, lendo os comentários bíblicos nas edições modernas das Sagradas Escrituras[2], teremos a certeza de que todos os profetas do Antigo Testamento, Jesus Cristo e os apóstolos foram todos comunistas e pacifistas desde criancinha.

[1] A propósito, há um livro extraordinário de Richard Weaver com este título. Eu (Antônio Emílio Angueth de Araújo) traduzi a introdução desse livro e o postei aqui no blog. (C.T. - o link é do CAVALEIRO DO TEMPLO pois já postei esta tradução aqui).
[2] Ver, Exegese de uma exegese bíblica.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".