Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 5 de março de 2008

O QUE SIGNIFICA SER CONSERVADOR NO BRASIL?

Do portal FAROL DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
Luis Afonso Assumpção, fundador e representante do FDR para a Comunidade Européia e editor do blog "Nadando contra a Maré... Vermelha"

Criei o meu blogue ao final de 2002. Estávamos em plena campanha presidencial e parecia que a vitória de Lula da Silva já configurava-se irreversível no horizonte. O título " nadando contra a maré .. vermelha" (ou a sua adaptação em inglês " swimming against the red tide") tinha a ver com o que estávamos prestes a enfrentar.

Não que a "maré" tenha começado com a eleição de Lula, mas este fato traria um componente catalisador à mistura – a esta altura em ponto de fusão – do esquerdismo cultural que empapuçava a cultura brasileira. O assalto cultural à esquerda já fazia-se sentir desde os anos 60, quando a ditadura militar preferiu combater somente a esquerda revolucionária armada, deixando os revolucionários de papel agir livremente no meio universitário. Os resultados tardaram mas apareceram. Ao final da ditadura, em 1985, o termo "acabar com o ´entulho´ autoritário" era a senha para a "vingança" da esquerda. Não havia projeto " democrático" algum já naquela época. Era a simples reedição (em DVD de luxo) da "luta" abortada pelo movimento de 1964.

Os ataques, a princípio saudados como a "volta à normalidade democrática" (inclusive eu, pois achava que o feitos do regime militar resumiam-se à inflação e à censura moralizadora dos meios de comunicação), foram revelando aos poucos a sua verdadeira face, o "Retrato de Dorian Gray" em toda a sua fealdade revelou-se, afinal. Mas não a todos. A maior parte da nação continuou imersa no mantra politicamente correto da "inclusão" contra a cultura tradicional "excludente".

Estes poucos, ao revoltar-se contra o "status quo" vigente, começaram a fazer suas vozes ouvidas, ou melhor, lidas, pois este movimento emergiu principalmente pela internet. A inspiração veio do movimento conservador norte-americano. Mas havia uma grande diferença: enquanto os conservadores do norte sabem exatamente (ou nem tanto, visto o processo eleitoral deste ano nos EUA), os conservadores brasileiros não tem o que "conservar", pois no Brasil há tudo ainda por fazer.

Este é o ponto: O quê os conservadores brasileiros defendem?

Recuperando uma recente entrevista do filósofo brasileiro - e também "patrono" não-oficial do despertar conservador no país- Olavo de Carvalho para a revista portuguesa " Atlântico", na qual ele distancia-se de duas vertentes opostas: a do " progressismo", que tenta fazer a sociedade "avançar" a um destino só uns poucos iluminados conhecem (o tal "socialismo real") ou do conservadorismo radical, que tenta fazer a sociedade congelar em valores previamente estabelecidos. Para o filósofo, ambas as visões são revolucionárias à seu modo, pois tentam submeter a sociedade aos seus valores.

O verdadeiro conservadorismo é aquele que tenta auscultar a dinâmica natural daquela sociedade e definir os seus valores a partir disso. O conservadorismo tenta defender a sociedade da dominação por grupos intelectualóides que tentam conduzí-la.

A avaliação é válida. Mas tem as suas dificuldades num ambiente como o brasileiro, onde a dualidade dever-prazer nunca foi resolvida como deveria. Tudo ficou para depois.

Só num país como o Brasil pode acontecer coisas como, durante o carnaval, ser permitido às mulheres andarem nuas enquanto que se alguma tenta praticar topless em Copacabana (Rio de Janeiro), por exemplo, ser detida por "atentado ao pudor".

A maior parte dos brasileiros acha a nudez carnavalesca "natural", enquanto a outra, uma "pouca vergonha".

Em resumo, os conservadores brasileiros têm a seguinte receita ideológica:

a) Defendem o sistema democrático, mas também sabem que a "ditadura" serviu para brecar um processo revolucionário radical nos anos 60.

b) Defendem o liberalismo econômico clássico, de Smith a Mises & Hayek.

c) Politicamente, têm seus ídolos no conservadorismo americano e inglês, com Reagan e Thatcher.

d) Culturamente, defendem as "tradições", traduzindo-se por isso a defesa das religiões que são a base desta tradição: o cristianismo e o judaísmo.

Isto os leva enfrentar uma série de "brigas" :

À esquerda, com os defensores a "democracia popular" que os definem como "nazistas", "fascistas" ou os dois, dependendo do caso, em função de seu desapego às mentiras de que os revolucionários dos anos 60 lutavam para restabelecer uma " democracia" no país.

Ao centro, com o libertários nacionais que defendem o livre-mercado, mas também uma coisa indefinida chamada " Estado Laico", na verdade um bogus criado pela esquerda para dar a sensação de que a sociedade é "dominada" por radicais religiosos (mesmo que a definição de radicalismo seja a simples visão de um crucifixo).

No campo religioso, com a plêiade de religiões cristãs que combatem umas às outras (e todas contra os judeus) no frenesi de "provar" que uma é mais "verdadeira" que a outra.

Os conservadores brasileiros têm uma dificílima tarefa à frente. E não pode ser deixada para "depois".

Pois o "depois" é agora.

(Originalmente produzido para a edição bi-semanal do Cubanology, de José Reyes)

2 comentários:

Anônimo disse...

voces sao uma noticia ruim, nao sabia q ainda existia gente assim

Cavaleiro do Templo disse...

Aquilo que você pensa, sr. anônimo, não podem ter nenhum valor e vou provar.

As idéias, aquilo que pensamos, sentimos e acreditamos quando são escritas ganham uma forma e um significado que as pessoas podem apreender.

Sei que você já não estaria entendendo nada do que escrevi devido à pouca capacidade intelectual e moral que demonstrou em seu comentário. Mas mesmo assim vou continuar e provar que suas opiniões pouco valem analisando seu comentário.

Primeiro, não tem uma acentuação. "Você", "são" e "notícia" são escritos desta forma. Segundo, toda frase ou período começa com LETRAS MAIÚSCULAS. Terceiro, no final dos mesmos é necessário uma marcação que pode ser o ponto final (.), um ponto de exclamação (!) ou de interrogação (?), por exemplo. Nada disto existe no seu infeliz "comentário".

Como disse no início, a escrita revela o que pensamos, o que sentimos, o que acreditamos. Os melhores textos do Universo são escritos pelos mais capacitados e estes textos sim são cheios de conteúdo. Podemos ou não concordar com eles mas um texto de um semi-alfabetizado não expressa nada e isto acontece não devido aos erros de escrita. Acontece porque na ânsia que um imbecil tem de se expressar, ele escreve apenas palavras soltas, vazias, sem sentido nem conteúdo. Em resumo, um texto não pode fazer mágica e expressar por si só uma IDÉIA, UM CONCEITO OU UMA OPINIÃO. O autor tem que antes ter isto dentro da sua cabeça para depois escrever. Se não sabe nem mesmo escrever, coisa que se aprende ANTES de se aprender a ter idéias, então, meu "amigo" não se pode ter idéias. E é por isto que o que você escreveu não serve para nada. É apenas vômito de um animalzinho gemendo de dor por ter se deparado com algo INFINITAMENTE ALÉM DE SUA COMPREENSÃO E CAPACIDADE. Você "leu" o artigo e isto machucou, doeu. Ao invés de, como qualquer pessoa de bem, trabalhar para tentar entender, você, uma pessoa-bicho, late.

Você visitou um blog que revela as diversas faces do lado negro da alma humana e vai "pra galera" gabar-se de seu ato grandioso, qual seja ter postado a sua revolta juvenil em um texto que te reprovaria em qualquer escola de um país honesto. Te desafio a voltar a escrever aqui, te prometo que sempre vai "ouvir" pois é isto que acontece quando um moleque se mete a ser gente grande no meio de gente grande.

Nenhum comentário inteligente de quem se opõe ao meu publico alvo surgiu até hoje. O seu não foi exceção, evidentemente.

Cavaleiro do Templo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".