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terça-feira, 30 de outubro de 2007

No Brasil, o crime está nascendo dentro do Estado

Do blog MOVIMENTO DE ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO - http://movimentodaordemevigilia.blogspot.com
Postado domingo, 28 de outubro de 2007

PESQUISADOR MOSTRA LIGAÇÃO ENTRE CRIMINOSOS E SETOR PÚBLICO

Autor de "Tiros na democracia" e vice-coordenador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas da Universidade Federal de Pernambuco, o professor Adriano Oliveira acaba de lançar o livro "Tráfico de drogas e crime organizado, peças e mecanismos", no qual faz uma análise profunda e científica do assunto. E chega a uma conclusão inquietante: o crime no Brasil tem origem no Estado.

O livro partiu de tese defendida na UFPE, aprovada com nota máxima e indicada pelo doutorado em ciência política da UFPE para concorrer ao título de melhor tese do ano da Capes. Oliveira entrevistou traficantes ricos e pobres, ouviu policiais, analisou inquéritos e processos.

Por Letícia Lins – O Globo - Por que o senhor diz que o Brasil é um campo fértil para se fazer análise de ações do crime organizado?

ADRIANO OLIVEIRA: Temos no país um grande quantitativo de organizações criminosas. Se formos computar o número de informações publicadas na imprensa, observamos que, a partir do instante em que há servidores públicos envolvidos com o crime, isso evidencia uma certa organização. A análise das ações da Polícia Federal nos últimos oito anos também evidencia a grande participação de servidores. E não podemos desprezar o avanço do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, problema que vem se acentuando desde o início da década de 80. Diante desses três indicadores, só podemos pensar que o país é fértil para o nascimento do crime organizado. Contudo, mais do que isso, quando mergulhamos nesse submundo descobrimos o quanto o Estado está envolvido. Portanto, onde está o Estado observamos o crime organizado.

O Globo - O fato de o crime organizado estar dentro do Estado diferencia o Brasil de outros países, como a Itália e a sua Máfia?

OLIVEIRA: Na Itália, o crime organizado é o que chamo de exógeno: nasce à margem do Estado e depois procura atores no Estado, para criar laços cooperativos. Já o crime organizado endógeno é aquele que nasce dentro do Estado, quando juízes se unem para vender sentenças, quando policiais atrapalham ou impedem a investigação, quando promotores se reúnem para não denunciar determinadas pessoas. Ou quando mais freqüentemente observamos que prefeitos cometem atos de corrupção em conluio com empresas privadas para fraudar licitações. Considero todos esses atos como crime organizado endógeno.

O Globo - Podemos dizer que o Estado é parcialmente bandido?

OLIVEIRA: Claro. No momento em que temos a presença do crime endógeno, principal diferencial do crime no Brasil para o resto do mundo, e em que observamos o envolvimento de atores públicos cooperando, facilitando as atividades das organizações criminosas, não temos como deixar de dizer que o Estado tem o seu lado bandido. Por causa da grande corrupção inerente a ele e das organizações criminosas que se formam dentro dele, o Estado não consegue funcionar adequadamente para combater o crime.

O Globo - Então o conceito do crime no Brasil é muito mais amplo do que em outros lugares?

OLIVEIRA: Esse é um grande problema da academia brasileira e da imprensa. Não podemos reconhecer o crime organizado só nos morros. Infelizmente, no Brasil o crime está associado ao Estado - como no desvio de recursos públicos - ou nascendo dentro do Estado, como na venda de sentenças.

O Globo - No caso do tráfico de drogas, que também é abordado no seu livro, até onde o Estado está presente? O seu livro analisa o caso de um traficante, Leonardo Mendonça, cuja influência chegava até o Superior Tribunal de Justiça. Como o tráfico só faz crescer, até que ponto o Estado colabora com isso?

OLIVEIRA: Depois de entrevista com traficante, análise de inquérito na Polícia Federal, denúncia no Ministério Público e análise de processo, evidencio que sua influência foi desde o juiz do estado de Mato Grosso e chegou até a decisão de juiz no STJ. Ele teve, também, um deputado federal como facilitador de suas atividades e envolvimento de delegados da própria PF. Isso mostra o quanto o Estado está comprometido. Se pensarmos que o envolvimento com tráfico de drogas só se dá com a viatura da Polícia Militar, estamos totalmente enganados. Algumas organizações conseguem até influenciar decisões da Justiça.

O Globo - No livro foram analisados 13 casos, entre eles nove operações da PF e quatro CPIs. Em seis, a origem do crime é estatal. Isso é muito, pouco, ou o que já se espera do Brasil?

OLIVEIRA: Não esperava isso tudo. A partir do momento que descobri a grande quantidade de funcionários públicos participando de atividades ilícitas, me vi obrigado a criar o conceito de crime organizado endógeno. Já nas operações da PF, em quase todas encontramos facilitadores dentro do próprio Estado.

Jornal O GLOBO

Fonte: blog MOVIMENTO DE ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO - http://movimentodaordemevigilia.blogspot.com

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".