AGÊNCIA ESTADO
03.06.2012, 01:27:15
BRASÍLIA - AGÊNCIA CONGRESSO - A anúncio do ex-governador Paulo Hartung de que não vai concorrer à prefeitura de Vitória gerou uma série de especulações a respeito dos reais motivos que o levaram a tomar esta decisão.
Na bancada capixaba corre a informação de que foi a mesma razão que o levou a desistir de disputar vaga ao Senado.
Ele ficou no Senado e criou um exército de amigos. Se as denúncias vazassem, mesmo com mandato ele iria para o sacríficio. E a repercussão seria ainda maior.
Mesmo com a chance de vencer com tranquilidade a eleição na capital, PH mais uma vez retirou o seu nome da disputa sem dar explicações convincentes aos eleitores.
O mesmo aconteceu em 2010, quando desistiu de concorrer ao Senado, embora as pesquisas lhe dessem a Vitória.
Até hoje Hartung não explicou as razões da renúncia. Adversários políticos atribuem à "interesses inconfessáveis".
Parece que mais uma vez a história se repete. O ex-governador saiu da cena eleitoral capixaba num momento em que seu nome é citado pelo TJES em suposto envolvimento com casos de corrupção no estado.
De acordo com denúncia, o ex-governador estaria envolvido em operação irregular de compra e venda de terrenos - com seu ex-secretário José Teófilo - na construção de presídios com suspeita de superfaturamento, criação de uma fila de empresários para burlar licitações e concessão ilegal de incentivos fiscais.
Veja aqui ( e em breve em VEJA) algumas denúncias de corrupção que marcaram o governo Hartung:
Fila de empreiteiras:
A operação "Lee Oswald" da Polícia Federal aponta um esquema de corrupção para burlar licitações de grandes obras de engenharia civil no ES. "Já tínhamos em nossos arquivos informes que davam conta da existência de uma fila das grandes empreiteiras para organizar as fraudes envolvendo as grandes obras públicas de engenharia civil no estado do ES, de forma que todas se beneficiassem exatamente da não-concorrência, pois assim praticariam altos preços neste contratos\", destacou o delegado no inquérito.
Lavagem de dinheiro:
A PF aponta o envolvimento do ex-governador do ES, Paulo Hartung em esquema de lavagem de dinheiro e compra de terrenos no município de Presidente Kennedy, concessão de benefícios fiscais às empresas Ferrous Resources do Brasil S/A, ZMM Empreendimentos e Participações LTDA e BK Investimentos e Participações Ltda.
Licitações dirigidas:
Documento aponta esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos na construção de 23 presídios no ES durante governo de Hartung. Cada um custou R$ 22 milhões.
De acordo com a denúncia "o estado fez um contrato obscuro com o Inap (Instituto Nacional de Administração Prisional), empresa paranaense, pioneira na terceirização de presídios.
O homem forte desse esquema é o coronel José Nivaldo Campos Vieira, sócio do também coronel Pedro Delfino da SEI - Segurança e Inteligência, que oferece consultoria ao Inap."
"Outro personagem é o coronel do Exército, José Otávio Gonçalves, que foi Subsecretário da Assuntos do Sistema Penal até maio de 2010, saiu e foi ser consultor da Reviver, que ganhou licitação para a Penitenciária de São Mateus.
A reviver tem processo de tortura e maus tratos a presos. O Inap inaugurou a modalidade de terceirização dos presídios em 2005, com dispensa de licitação. (Informações extraídas da denúncia do TJES).
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