Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cuba: o preso político e o pastor-carcereiro

MÍDIA SEM MÁSCARA

Quando há alguns meses um grupo de presos políticos partiu para a Espanha, agências de notícias atribuíram o "milagre" ao cardeal de Havana, mas os presos políticos, chegando à Espanha, mostraram que tudo não passava de um esforço da ditadura para desarticular e decapitar a oposição cubana.

Na quinta-feira 20 de janeiro pp., na prisão de segurança máxima de Canaleta, cidade de Ciego de Ávila, viveu-se um acontecimento inédito. O preso político Pedro Arguelles Morán, um jornalista independente condenado a 20 anos de cárcere, foi levado ao gabinete do chefe da prisão onde este o aguardava junto com o "re-educador" ideológico e um psicólogo.

Os três tentaram convencer Arguelles para que se fosse de Cuba o quanto antes e que, para isso, as portas da prisão estavam abertas de par em par. O preso político, com a voz, o rosto e com o físico debilitado por sete anos de cárcere mas com uma vontade de ferro, respondeu que pelo fato de ser inocente e de ter sido condenado injustamente, sem dúvida tinha o direito de sair da prisão. Porém, que também por ser cubano, tinha o direito de ficar em sua própria Pátria para lutar pacificamente pela liberdade.

Os carcereiros, inquietos, entravam e saíam do gabinete do chefe da prisão e faziam chamadas telefônicas. De repente, um deles entrou e disse que o cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino, arcebispo de Havana, queria falar com ele por telefone. A resposta do preso político foi breve e clara: "Digam ao cardeal que se ele não me telefona para dizer-me que vou livre para minha casa, que não o faça".

Como entender esse repentino e paradoxal interesse dos próprios carcereiros, até agora encarregados de manter as prisões abarrotadas de presos políticos, de esvaziá-las o mais rápido possível, com a única condição de que se vão embora de Cuba?

A deterioração social de Cuba chegou a tal ponto, que o regime teme que se possa produzir uma explosão da população nas ruas, uma espécie de "cairização" de Havana e outras cidades de Cuba.

Invariável e solícito colaborador do regime, o cardeal Ortega ofereceu seus serviços ao ditador Raúl Castro, para articular com o governo socialista espanhol a saída ao desterro dos presos políticos considerados mais emblemáticos e "perigosos" para o regime, abrindo dessa maneira algumas válvulas da panela de pressão social.

Foi assim que um grupo de presos políticos partiu para a Espanha. Importantes agências de notícias atribuíram o "milagre" ao cardeal de Havana. Porém, os presos políticos, chegando à Espanha, mostraram que tudo não passava de um esforço da ditadura para desarticular e decapitar a oposição cubana.

E foi sem dúvida uma vergonha para o cardeal. Seu papel nesta manobra, colaborando dessa maneira com os carcereiros castristas o transforma, a ele mesmo, em um Pastor-carcereiro, e assim ele poderá passara para a História.

No começo de 1995, entregou-se na Secretaria de Estado do Vaticano uma súplica de personalidades representativas do desterro cubano, intitulada: "Os cubanos desterrados apelam a João Paulo II - Santidade, protege-nos da atuação do Cardeal Ortega!".

Essa carta dramática foi publicada em 24 de outubro de 1995, festa de Santo Antonio María Claret, antigo arcebispo de Santiago de Cuba, no "Diario Las Américas", de Miami. E não podia ser mais atual: ela descreve a paradoxal situação de um Pastor-carcereiro que, ao invés de dar a vida por suas ovelhas, faz todo o possível para ajudar os lobos a asfixiar o rebanho.


Armando Valladares, escritos, pintor e poeta. Passou 22 anos nos cárceres políticos de Cuba. É autor do best-seller "Contra toda esperança", onde narra o horror das prisões castristas. Foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU sob as administrações Reagan e Bush. Recebeu a Medalha Presidencial do Cidadão e o Superior Award do Departamento de Estado.


Tradução: Graça Salgueiro

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".