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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Baltasar Garzón no fio da navalha

HEITOR DE PAOLA

Eduardo Mackenzie

O juiz Baltasar Garzón, que alguns querem ver instalado como assessor jurídico do Presidente Juan Manuel Santos, não consegue se livrar de problemas com a justiça espanhola. Pelo contrário, ele está, agora mais do que nunca, no fio da navalha. Até o ponto em que dias atrás declarou à imprensa de Barcelona que estava vivendo um verdadeiro “calvário”.

Não há porque exagerar. Entretanto, é certo que a investigação que corre contra ele no Tribunal Supremo por prováveis suborno e prevaricação, pela forma como financiou sua série de cursos e conferências nos Estados Unidos, entre 2005 e 2006, está desembocando em novas curiosidades.

Segundo Manuel Marchena, o magistrado instrutor da causa penal de Garzón, é provável que outras empresas e fundações espanholas tenham sido objeto de curioso “esquema arrecadatório” do juiz Garzón. As empresas e bancos que financiaram a aventura intelectual de Garzón em Nova York são o Banco Santander, BBVA, Caixa Catalunya, Telefônica, ENDESA e CEPSA.

Marchena revelou que no orçamento que a Universidade de Nova York enviou ao Banco Santander para um dos seminários de Garzón, e sob a epígrafe “benfeitores principais”, figuravam oito novas entidades: Altadis, Caja Madri, Coca-Cola Espanha, Iberdrola, La Caixa, Telefônica, Fundação Ramón Areces e Fundação Carrol and Milton Petrie.

A dúvida que assiste aos investigadores é se tal financiamento é o resultado de favores feitos pelo juiz a essas empresas. Por isso, o magistrado reclamou às firmas patrocinadoras dos cursos de Garzón que identifiquem “todos os processos penais tramitados pelo juiz que houvessem afetado essas entidades”.

Garzón se queixa de que é vítima de uma “caça às bruxas” pois, segundo ele, houve ampliação da investigação “para fatos distintos aos que originaram a querela” inicial. Marchena responde que isso não é exato, pois ele limitou-se a investigar “aquelas entidades às quais o próprio querelado dirigiu-se solicitando uma contribuição econômica” para suas conferências.

Porém há mais. Ouçamos o que diz Manuel Morales do Val, um agudo comentarista espanhol: “Em 4 de maio de 2006 o juiz Fernando Grande-Marlaska, substituto de [Baltasar] Garzón enquanto este estava nos Estados Unidos, ordenou fazer uma batida no bar Elosua [em Irún, Guipúzcoa], para deter os cobradores do ETA e estrangular as receitas do bando. Porém, desde o interior do ministério [do socialista] Alfredo López Rubalacaba avisou-se ao Faisán de que iam se produzir detenções, o que desbaratou a operação anti-terrorista. Grande-Marlaska ordenou investigar esse delito que podia-se considerar de colaboração com o bando armado. Na ocasião, deve-se lembrar, José Luís Rodríguez Zapatero tratava de conseguir um acordo com o ETA e passar para a história como o Grande Pacificador. Quando Garzón voltou, ficou com o caso. O trabalho de Grande-Marlaska foi abandonado e esquecido. [...] Passaram-se dois anos até que Garzón foi afastado da Audiência Nacional por prováveis delitos relacionados com suas atividades pessoais, o que permitiu que outro juiz, Pablo Ruz, reabra o caso”.

Agora a justiça espanhola quer saber por quê Garzón congelou durante dois anos essa investigação sobre o ETA e que laços existem entre Garzón e o ministro Rubalcaba e seu patrão Zapatero. Garzón, por outro lado, está sendo processado por vulnerar o direito à defesa de alguns acusados, ao ter ordenado que gravassem suas conversações com seus advogados no cárcere.

Nessas condições, o que os cidadãos colombianos podem esperar do juiz Baltasar Garzón se chegar a ser nomeado assessor do presidente Santos? Uma zeladoria equilibrada, racional, não motivada ideologicamente? O que Garzón pode dizer sobre os famosos “grampos do DAS” quando ele os ordenava alegremente na Espanha?

Garzón demonstrou ser incapaz de respeitar certos equilíbrios e ser o principal agente da politização da justiça na Europa. Como ele poderia contribuir com a serenidade e a ponderação que o poder judiciário colombiano tanto necessita nestes momentos de grande crise e agitação, de “choque de trens” e de outras desgraças, como os processos iníquos do Palácio da Justiça, os excarceramentos escandalosos de horríveis delinqüentes, o auge das Bacrim e das FARC, e as ameaças apenas veladas de futuros processos infames contra o ex-presidente Álvaro Uribe, contra alguns ex-ministros e altos comandos militares?

É evidente que o polêmico juiz espanhol aspira a utilizar a Colômbia como trampolim para se dar um banho de renome internacional. Ele quer levar ao pelourinho dois ex-presidentes colombianos, Belisario Betancur e Álvaro Uribe, como a imprensa bogotana acredita saber, para obter um revanche sobre as humilhações sofridas por conta da judicatura espanhola? Tudo é possível. Em todo caso, Baltasar Garzón está com problemas e em férias na Colômbia, e mesmo que seja como assessor de Santos, não mudará as coisas.

Como ficaria o presidente Juan Manuel Santos se seu reluzente assessor chegar a ser chamado a Madri?

Quem pode acreditar que, nessas condições, trazer o juiz Garzón, concessão evidente à claque que hoje dirige a CSJ, fará com que esta renuncie às suas “conquistas” e planos, e às suas febris aspirações de consolidar um governo de juízes?


Tradução: Graça Salgueiro

Um comentário:

FOX P2 disse...

Atenção!Você que procura a verdade:
Ficamos sabendo que o terceiro segredo de Fátima foi deturpado; aliás, todas as aparições famosas de Nossa Senhora foram sorrateiramente manipuladas pelo poder eclesiástico, e nós leigos, temos o dever de saber a verdade, porque o papa Bento XVI mostrou a Raymundo lopes os escritos originais da pastora Lúcia.
Favor acessar o site http://www.espacomissionario.com.br e tire suas próprias conclusões a respeito daquilo que Nossa Senhora verdadeiramente pretende com Suas aparições Mundo afora. Ela deixou bem claro, que Seu único intúito é de nos avisar da maior boa nova da história, o retorno de Jesus, que segundo Ela está muito próximo, iminente, e que este aviso seja feito pela igreja até 2012, caso contrário virão as dores anunciadas. Não faça como os fariseus, não pense que isto não lhe diz respeito , não faça ouvidos moucos, porque os prejudicados seremos nós mesmos. Isto é muito importante, é muito grave, é muito comprometedor…

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".