QUARTA-FEIRA, ABRIL 01, 2009
Os leitores tradicionais dos sites de índole liberal e/ou conservadora em geral já possuem um conhecimento minimamente esclarecido sobre a “novilíngua” (Cavaleiro do Templo: leia também o artigo anterior logo abaixo. Autor: ROBERTO CAMPOS), isto é, sobre o glossário de termos e expressões utilizados por militantes de esquerda para sintetizarem em fórmulas básicas suas concepções nonsense de mundo, visando com isto o domínio da pauta sobre os debates cujas bandeiras fazem parte de sua agenda.
Para os mais novatos, a novilíngua constitui-se em um truque de retórica, cujo método é operar uma ocultação do verdadeiro objeto de uma discussão e ao mesmo tempo ressaltar as reivindicações do seu postulante. Desta forma, o interlocutor desavisado passa a expor suas razões segundo o padrão de conceitos já predeterminado por seu oponente. Por exemplo, ao utilizar-se da expressão “distribuição de renda”, o militante socialista já estipula, e de uma só vez, todo o caminho que seguirá o debate de modo que, qualquer que seja o resultado, sempre a vitória há de lhe sorrir.
Ao debatedor mais tarimbado, todavia, esta armadilha é desarmada quando indaga do porquê da necesidade de haver uma distribuição de renda já que, em uma sociedade livre, não há que se falar de um ato de produção de riqueza e outro, separado, de sua distribuição, mas sim de uma única operação, na qual o contratante e o contratado já saem respectivamente com as suas cotas de riquezas na própria concretização do ato celebrado previa e voluntariamente.
Desta vez trazemos um alerta sobre um termo recorrente entre esta gente, sendo praticamente o “mantra” dos ongueiros em geral: “conscientização”! Caso o leitor jamais tenha antes percebido como se opera esta palavrinha mágica, comece a prestar atenção aos noticiários e reportagens, especialmente aquelas sobre “cidadania” e “ecologia” para entender como tais pessoas mal-intencionadas pretendem processar uma verdadeira lavagem cerebral nas cabeças inocentes.
Ninguém conscientiza ninguém: a consciência é uma realização personalíssima! Somente eu posso adquirir a minha consciência, assim como só você pode conquistar a sua. Todas as informações que nos chegam pelos sentidos podem muito bem servir de subsídio para que delas tomemos conhecimento; todavia, a consciência, propriamente, é algo que formamos unicamente em nosso imo, por meio do nosso solitário esforço. Quem quiser entender melhor sobre o assunto, recomendo ir direto com o filósofo Olavo de Carvalho: antes dele, jamais li de alguém lições tão esclarecedoras.
Note como pessoas sensatas e honestas jamais se utilizam deste termo, mesmo que ignorantes ou distraídas quanto ao seu significado. Isto ocorre porque, na prática, não pensam em “formar a consciência” de ninguém, mas apenas “informar”, “esclarecer”, “explicar”; enfim, o que pretendem é demonstrar as suas razões e expor os fatos; elas não fazem chantagem intelectual ou emocional, mas “sugerem”, “propõem”, em um ambiente de respeito a quem se dirigem. Quanto ao leitor, a ele próprio é quem restará a tarefa de reunir dentro de sua mente os elementos oferecidos e sobre eles formar um juízo, diga-se, a sua consciência.
Repare como o termo “conscientizar” sempre é utilizado no imperativo, mais ou menos segundo este esquema: “- os cidadãos DEVEM ser conscientizados quanto à necessidade de...” ou “as pessoas TÊM de se conscientizar de que...”, ou ainda “nós PRECISAMOS conscientizá-los, SIM, que...”. Esta é a característica básica que nos permite flagrar os impostores: quem postula tais expressões não tem outra coisa em mente que não inocular a sua peculiar visão de mundo na cabeça do seu público-alvo, com a injeção de um “vírus” linguístico, cuja função será programar as pessoas para aceitarem as idéias dele como fazendo parte do que acreditam ser a sua própria “consciência”.
O teor psicologicamente coercitivo, por sua vez, já vem embutido na acepção consagrada do termo, agindo tal como um vírus HIV, evitando desta forma que as mentes atingidas ousem iniciar a ativação das defesas cerebrais contra o elemento intruso, isto é, contra aquilo que sentem intuitivamente ter alguma coisa de errado, embora não saibam exatamente o quê; afinal, quem não concorda com a idéia do postulante, é porque não tem consciência! E ninguém quer ficar sem a tal da “consciência”, não é?
A “novilíngua” só tem uma vacina: demonstrar como é operada e divulgar suas artimanhas ao máximo. Só assim desmascararemos estes prestidigitadores.
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