Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 3 de junho de 2008

O Homem Resignado

Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO
Acostumei-me com o conceito de que o brasileiro é um povo pacato, passivo. Acostumei-me a acreditar que a reação do brasileiro dependia de uma massiva provocação da mídia, caso contrário, se não fosse instigado a reagir, o brasileiro aceitaria qualquer coisa, qualquer desatino dos governos, afinal, ele é um desprovido de impetuosidade. Pensava assim, aliás, passivamente por anos acomodei-me com esta visão.

Mas chegou Lula e seu discurso tosco e grotesco arrebanhava multidões de fiéis como um beato qualquer que prega ser o novo Jesus Cristo. A explicação da passividade passou a não me satisfazer. Queria entender porque o brasileiro aceita um presidente que admite ter mentido, que zomba dos que querem ser honestos e dignos. Um presidente que ao caminhar deixa um enorme rastro, com companheiros suspeitos de crimes e até de assassinatos? Precisava entender. Sabia apenas que, segundo pesquisas eleitorais, a camada populacional responsável pelas eleições de Lula é a com menor grau de escolaridade.

Foi quando, numa conversa informal, soube de um grupo de médicos de uma universidade paulista que estudava a forma de raciocínio e o comportamento do cérebro em relação ao grau de escolaridade. Humm, aquilo me interessava! Conversei com os pesquisadores e, num resumo superficial, um dos médicos me explicou que, segundo o estudo, quanto menor o grau de escolaridade, mais concreto é o pensamento. Não existe o pensamento subjetivo nem de longo prazo. Há apenas o imediato, o necessário, o essencial. O pensamento de um indivíduo sem escolaridade vai do acordar ao tomar banho. Do comer ao fechar uma porta. São pensamentos concretos de ações ou tarefas a serem realizadas e necessidades fisiológicas a serem saciadas. Os projetos se limitam à refeição do dia seguinte.

Apesar desse estudo nada ter a ver com a política, concluí que o eleitor de Lula é fisiológico e como suas aspirações e necessidades são imediatas e concretas, garantir a esses indivíduos a refeição do dia seguinte era o suficiente. Não pensa no médio e longo prazo.

Bem, por esse estudo o brasileiro não é pacato, é ignorante. Chocante, mas era a explicação encontrada pelos pesquisadores, e ia além do simplesmente “pacato pela própria natureza”.

O tempo passou e essa teoria que parecia tão bem se encaixar aos eleitores de Lula, não era suficiente para explicar a aceitação de tantas aberrações cometidas por políticos que roubam dinheiro público e são absolvidos pela própria população roubada.

Incomoda-me não ouvir uma única voz de indignação. Mas peraí!, o silêncio não vem dos eleitores de Lula, daquele indivíduo sem escolaridade. Não é desse indivíduo que se espera uma reação, afinal, os crimes financeiros e improbidades administrativas são complexos demais para a compreensão desse cidadão.

Elaborei algumas teorias, mas era preciso confirmá-las. Foi ai que conheci Garibaldi, um motorista de táxi de Fortaleza que me trouxe a informação para confirmar a minha suspeita.

Comentei com Garibaldi sobre o “vôo da sogra”, do governador do Ceará, que viajou para a Europa em jatinho particular pago com dinheiro público. Garibaldi disse: “coitado do governador, a oposição pegou no seu pé!”.

Para Garibaldi é normal Cid Gomes ter se encantado com o poder, é razoável que ele queira viajar em um jato fretado. É certo ele ter comprado um luxuosíssimo carro apenas para lhe atender quando está em Brasília. Garibaldi não é um cabo eleitoral de Cid Gomes, tem estudo, casa própria, seus filhos estudam e é uma pessoa bem informada que lê jornais. Essa sua postura vai além de Cid Gomes. Garibaldi elogiou e defendeu outros políticos da região, que são de grupos antagônicos ao do governador e tão ímprobos quanto.

Resolveu desviar por um caminho para me mostrar as mansões desses políticos como se fossem estrelas de cinema. Para ele pouco importava se a fortuna havia sido construída com dinheiro roubado. Eram semi deuses, merecedores de toda a honra e toda a glória.

Garibaldi tem ambições e pensa no futuro, mas não questiona a sua posição na nossa sociedade, nem a forma como aqueles tinham conseguido construir aquelas mansões. Garibaldi é o retrato de um homem resignado. O homem que eu procurava. É esse o indivíduo que suporta qualquer mal sem se revoltar, sem esboçar reação. Esse indivíduo não questiona os atos, pois para ele os detentores do poder possuem licença até para roubar, se assim desejarem.

Ele nunca se perguntou se pode ou não um dia chegar a outro patamar social, ele apenas segue a vida. Resignado. Esse é o homem brasileiro. Resignado.

Adriana Vandoni é economista, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ. Professora universitária e articulista do Jornal Circuito Mato Grosso.

Site: http://www.adrianavandoni.com.br/

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".