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domingo, 6 de abril de 2008

Foro de São Paulo: A Internacional do Socialismo Petista

Do portal MOVIMENTO ENDIREITAR
Escrito por Wellington Moraes em
06 de maio de 2007

“O Socialismo Petista é parte da resolução aprovada no 7º Encontro Nacional, ocorrido entre 31 de maio e 3 junho de 1990, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, e reafirmado no 2º Congresso, realizado em Belo Horizonte, entre 24 e 28 de novembro de 1999”
(Epígrafe do documento O Socialismo Petista)

"Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política". (Luiz Inácio Lula da Silva, Foro de São Paulo, 2005)


ImageA Internacional do Socialismo Petista se constituiu em julho de 1990. No momento em que desmoronou o socialismo soviético, o Partido dos Trabalhadores, PT, do Brasil, convocou em São Paulo o I Encontro. Nele se fizeram presentes os representantes de 48 partidos, organizações latino-americanas e do Caribe das mais diversas correntes do pensamento esquerdista. Socialistas, comunistas, marxistas, marxista-leninistas, nacional-socialistas stalinistas e maoístas encontraram uma tábua de salvação: o Foro de São Paulo (FSP). A proposta principal foi discutir uma "alternativa popular e democrática” (leia-se socialismo) ao neoliberalismo.

Naquele primeiro encontro a crise do modelo socialista soviético foi avaliada. As estratégias revolucionárias da esquerda latino-americana e do Caribe foram revistas. Além da luta pela renovação do pensamento esquerdista e do socialismo, também foram lançadas as bases para o avanço das propostas de uma unidade de ação das organizações antineoliberais na “luta antiimperialista e popular” por uma “sociedade justa”, “livre” e “soberana”, a exemplo de Cuba, da “República Popular” da China e da “República Popular Democrática” da Coréia do Norte.

No FSP foram definidas as bases de um novo conceito da unidade e da Integração Latino-Americana e do Caribe. Também se firmou o compromisso de solidariedade ativa, entre outros, com a Revolução Socialista Cubana.

No México, durante II o Encontro, o nome do Foro de São Paulo foi ratificado; estendeu-se a participação de organizações e partidos políticos do Canadá, dos Estados Unidos e da Europa. “Proletários de todos os países, uni-vos!”.

Em 1992, no III Encontro, em Manágua, capital Nicarágua, foi confirmada a abertura de “novas formas de luta contra o neoliberalismo”. Nesta ocasião o debate se concentrou em torno do "projeto alternativo" da esquerda latino-americana e das novas formas de integração dos povos da região. Concluiu-se que o capitalismo neoliberal havia agravado a situação da América Latina e que sua "perversidade estrutural" era a causa única de todas as dificuldades enfrentadas para consolidar as instituições políticas. O Totalitarismo Socialista gerado pela Revolução Cubana é um exemplo a ser seguido; já o “capitalismo neoliberal” precisa ser exterminado a qualquer custo, sob pena de um “fortalecimento do autoritarismo”.

ImageNo IV Encontro, Havana (1993), o FSP reafirmou a condenação do “bloqueio” (embargo) contra Cuba. Ratificou também o compromisso para continuar com a luta pela integração total e incondicional da Comunidade Latino-americana e do Caribe de Nações para o estabelecimento da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL). Da mesma maneira que ficou constatada a ascensão da “mobilização social dos povos”, ficou ressaltada a necessidade de reconhecer e incorporar no pensamento programático a pluralidade étnica e cultural dos países, e a importância de lutar pela igualdade de gênero.

O V Encontro, realizado em Montevidéu (1995), registrou o aumento, a diversificação e o desenvolvimento das “lutas populares”, expressado através de greves, protestos, manifestações e bloqueio de estradas. Foi analisada, de maneira especial, a rebelião em Chiapas (sob direção do Exército Zapatista de Liberação Nacional, marxista-leninista, integrante do FSP) e caracterizada como uma “nova forma de expressão da luta pela democracia e o poder popular”.

Nesse mesmo sentido, para demonstrar sua solidariedade à Marcha do EZLN a Cidade do México (24/02/2001), o Grupo de Trabalho (GT) do FSP - contando com a "solidariedade ativa" da União Revolucionária Nacional Guerrilheira (URNG) da Guatemala, da Frente Sandinista de Liberação Nacional (FSLN) e da Frente Farabundo Martí para a Liberação Nacional (FMLN) - emitiu uma declaração para que o governo de Vicente Fox desse as garantias necessárias à marcha do EZLN; O Partido Comunista de Cuba e o Partido dos Trabalhadores de Brasil manifestaram a importância de que se aprove a lei de direitos indígenas no México.

O “capitalismo neoliberal” foi condenado novamente pelo tribunal revolucionário do FSP em El Salvador (1996), no VI Encontro. Desta vez restou comprovado que ele havia aumentado: “as contradições e conflitos entre o desenvolvimento econômico e a conservação do meio-ambiente”, “a concentração da riqueza” e “a desigualdade no desenvolvimento técnico-científico na humanidade”.

No VII Encontro realizado em 1997, Porto Alegre, Brasil, confirmaram a tendência de ascensão das lutas sociais. Neste encontro o FSP resolveu estabelecer mecanismos de coordenação e da discussão permanente com o propósito de contribuir com a esquerda latino-americana e caribenha liderando as “soluções políticas, econômicas e sociais alternativas" ao neoliberalismo (logicamente, o socialismo) e a globalização liberal. Reforçou a solidariedade à integração em “benefício dos povos” e no desenvolvimento com “justiça social e harmonia com a natureza”.

O Encontro seguinte, o VIII, realizado no México, em 1998, refletiu o “crescente apoio dos povos das esquerdas e dos progressistas”, a causa da “crise do modelo neoliberal” iniciado na Ásia, nos países chamados os “dragões do Pacífico”, crise que “golpeou parte do mundo europeu e da América Latina, em particular o México, o Brasil e a Argentina”.

Para os integrantes do FSP ficou mais evidente que a “crise neoliberal”, que “apenas começava a sair à superfície”, propiciava a busca de “saídas alternativas” (socialistas) que poderiam ser implementadas pela esquerda. Considerou-se que “não há nenhuma democracia sem política, sem partidos, sem sindicatos e movimentos sociais organizados”.

Durante IX Encontro, em 2000, novamente em Manágua, o décimo aniversário do FSP foi comemorado e reafirmou-se a "colaboração na luta dos povos latino-americanos e do Caribe”.

Em dezembro de 2001, novamente em Havana, logo após os ataques terroristas às Torres Gêmeas, aconteceu o X Encontro do FSP. A nova política militar dos Estados Unidos de “guerra preventiva” foi considerada “intolerante”, “racista”, “xenofóbica”, “criminosa” e “genocida”. O banimento do partido nacional-socialista Baath e a derrubada do regime totalitário iraquiano não foram vistos com bons olhos pelos membros FSP.

O XI Encontro feito Antigua, na Guatemala (2002), caracterizou a ordem internacional como injusta e de alto risco, já que o governo dos Estados Unidos com sua “unipolaridade militar” - embora a mídia tenha noticiado sobre a coalizão de 45 países que apoiavam a ação militar contra o Iraque - havia "colocado o mundo em guerra".

Debateram também as novas perspectivas abertas e o momento histórico favorável para a integração latino-americana e do Caribe e a implantação de “um modelo alternativo” (como não poderia deixar de ser... o socialismo). Com a eleição de Lula, presidente de honra e membro fundador do FSP, a expectativa do “acesso” (aparelhamento) ao Estado Brasileiro definiu a luta pela “democracia” e a "unidade do povo como um projeto estratégico do FSP".

ImageO XII Encontro foi realizado em São Paulo (2005), a 15 anos de sua fundação. Os balanços políticos, ano após ano, mostraram a crescente influência dos partidos do Foro de São Paulo na América Latina. Conclusão: as lutas deram frutos e ocorreu uma reconstrução política e social na América Latina e no Caribe, debilitando grandemente as “forças de direita”.

O documento base do XIII Encontro foi esboçado por uma comissão designada pelo GT do Foro de São Paulo. As seguintes organizações integraram esta comissão: o Partido dos Trabalhadores (Brasil), o Movimiento V República (Venezuela), a Frente Farabundo Martí (El Salvador) e o Partido da Revolucão Democrática (México).

Neste encontro, realizado em San Salvador, janeiro de 2007, a análise histórica da evolução do FSP concluiu que estamos presenciando “um novo período histórico”. Na nova realidade política regional as forças esquerdistas e socialistas devem atuar na ofensiva para aprofundar a “luta democrática”. Foi feito um balanço dos grandes avanços dos FSP na região e um dos pontos do debate analisou se estes avanços poderão lançar as bases para a construção do Socialismo do Século XXI.

Ficou evidente que o FSP deve contribuir para: 1 - impedir que as forças da direita e do “imperialismo” recuperem o controle político quase que totalmente perdido na região; 2 - defender os processos de “democracia revolucionária” em marcha; 3 - empregar toda sua força internacionalista e solidária com Cuba, os governos “democráticos” da esquerda e a “luta dos povos”.

No final do XIII Encontro foram emitidas 19 (dezenove) resoluções. Os seguintes países foram objetos de resoluções: El Salvador, Cuba, Porto Rico, Colômbia, Chile, Iraque, China, Guatemala e México. A sexta resolução pediu a desativação das bases militares dos EUA em todo o mundo e a dissolução da OTAN.

Leia a íntegra dos documentos do XIII Encontro do FSP:

http://forosaopaulo.fmln.org.sv/docs.htm

Revista MUNDOREAL: Leitura indispensável para a compreensão do Foro de São Paulo:

http://www.dcomercio.com.br/especiais/mundo_real/indice.htm

Referências:

http://forosaopaulo.fmln.org.sv
http://www.farcep.org
http://www.ezln.org
http://www.forosaopaulo.org
http://www.pt.org.br

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".