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quinta-feira, 10 de abril de 2008

Táticas dos comunistas

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Carlos I.S. Azambuja em 05 de abril de 2008


Resumo: O inimigo principal dos comunistas não é a reação, e sim os reformistas .

© 2008 MidiaSemMascara.org

Os comunistas, que sempre estão em minoria, trabalham para propagar sua influência além de seu número, formando coalizão com ouros grupos, entidades civis ou partidos, em nome de alguma causa comum, para depois irem, gradativamente, ocupando os espaços e os cargos dirigentes de todo o movimento.

Objetivam, com isso, insinuar sua linha política na consciência dos demais, de forma que, instintivamente, todos comecem a falar o idioma comunista, exigindo medidas definidas como de seu programa mínimo.[*]

Recorde-se que seu carro-chefe nos anos 80, após a anistia de 1979, no Brasil, foi o fortalecimento da sociedade civil.

Através da infiltração sistemática, a rede de instituições que conforma a sociedade civil é levada, sutilmente, a conjugar suas reivindicações específicas com as palavras-de-ordem definidas pelo partido como capazes de mobilizar as forças contrárias ao regime em uma ampla frente.

Essa expressão – sociedade civil –, foi hoje incorporada de tal forma ao uso corrente que passou a fazer parte dos discursos e pronunciamentos de parlamentares e demais autoridades. Alguns sem mesmo conhecer o seu real e abrangente significado, citando-a na presunção de que exista uma sociedade militar, e não para estabelecer um parâmetro entre ela, a sociedade civil, e a sociedade política.

Eles, os comunistas, procedem baseados em um planejamento calculado e concebido para influenciar os não-comunistas, enquanto que estes últimos atuam como indivíduos, isoladamente, que querem realizar uma obra e sabem que os problemas a resolver são complexos. Os comunistas estão isolados de qualquer influência recíproca por sua ideologia, por seu desprezo aos liberais burgueses e pelo sentido de superioridade que lhes proporciona o saber que são eles quem, de fato, manejam a situação.

Outra finalidade da atuação em frente ampla, frente única, frente popular, pacto comum ou qualquer que seja a denominação que, de acordo com as circunstâncias, se lhes dê, é converter o maior número possível de pessoas em grupos de influência submetidos ao seu comando.

O partido dá, também, muito valor a abaixo-assinados onde constem as assinaturas de conhecidos liberais não-comunistas, que não viram motivos para dizer não aos companheiros de luta. Igualmente às concentrações de massas e atos públicos, nos quais esses mesmos liberais aparecem como comissão de frente.

Embora na maioria dos casos não consigam influir na política governamental, os comunistas sempre são vitoriosos, porque criam uma situação na qual um grupo de liberais não-comunistas compartilha de seu fracasso.

Na medida em que esses companheiros de fracasso, por suas posições, vão sendo jogados para a oposição ao governo, tenderão a dizer desse governo e de seus dirigentes o mesmo que os comunistas.

Ademais, a experiência compartilhada do fracasso abranda, quase sempre, a atitude para com o partido, fazendo essas pessoas mais receptíveis às suas interpretações sobre os problemas nacionais e a forma de solucioná-los.

Os comunistas colocam a reforma em um extremo da escala e a revolução em outro extremo, com a reação entre ambas. Encaram os reformadores e os reacionários como preservadores do status-quo.

O inimigo principal dos comunistas, porém, não é a reação, que por sua própria resistência às mudanças contribui para a criação de uma situação revolucionária, e sim os reformistas que, ao melhorarem as condições de vida do povo, contribuem para a redução das tensões das lutas de classes, dificultando, assim, o triunfo dos comunistas.

Entretanto, o partido não pode opor-se abertamente à reforma da mesma maneira que, com efeito propagandístico, se opõe à reação, pois fazê-lo equivaleria a perder o apoio das massas que, corrompidas pela democracia burguesa e carecendo de consciência de classe, preferem apenas uma pequena melhoria a uma melhoria total, que dependerá de um vasto descalabro revolucionário.

Em conseqüência, desempenham os comunistas a estranha tarefa dual de aparentar aliança com os reformadores para, ao mesmo tempo, tratar de desacreditá-los e impedir que resolvam os problemas o suficiente para aliviar as tensões. Para essa tarefa, a frente, o pacto, a aliança, ou seja lá o nome que receba, oferece um campo de manobra ideal, pois legitima a presença dos comunistas junto aos reformadores e aproveitam ao máximo toda ocasião de assumir uma tarefa de vanguarda contra as forças da reação.

Isso permite aos comunistas realizar o que Marx recomendou em seu discurso à Liga Comunista: andar adiante dos reformadores, sendo menos tímidos e mais generosos nas demandas que formulam em nome dos necessitados e descontentes. Gozam também da mesma vantagem de que gozou Lenin quando se propôs derrubar o governo de Kerenski: a de ser irresponsável, ao contrário dos reformadores responsáveis que consideram viável a nossa sociedade e contribuem para que ela funcione, propondo soluções que sejam praticáveis.

Diz um dos princípios básicos do marxismo-leninismo que o governo de qualquer país é um governo de classe e nenhum Estado jamais defende os direitos e promove o bem-estar de mais de uma classe. Em conseqüência, os partidos comunistas dos países não comunistas consideram-se atuando sob um governo inimigo, o qual deve ser destruído.

[*] Nota Redação MSM: sobre o assunto recomeda-se a leitura dos artigos disponíveis nas Editorias MSM Gramscismo e Desinformação.

Carlos I. S. Azambuja é historiador.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".