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segunda-feira, 28 de abril de 2008

A doutrina da mentira

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Claudio Téllez em 14 de junho de 2004

Resumo: A perda de referenciais de moralidade através da propagação de uma idéia confusa de bem e de mal e o abandono do senso crítico por parte das sociedades embotadas com a propaganda esquerdista, constituem o terreno fértil no qual a desinformação se desenvolve.

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Após a leitura de livros como (SHULTZ; GODSON, 1987), (BITTMAN, 1987) ou (GOLYTSIN, 1983), podemos ser levados a pensar que o uso da desinformação como elemento estratégico em política internacional é um fenômeno pontual que ocorreu em determinadas épocas e lugares, motivado por fatores extrínsecos ou pelo reconhecimento de conveniências e oportunidades. Entretanto, a motivação para o uso da desinformação reside em fatores intrínsecos à doutrina marxista.

Para Karl Marx, a compreensão da realidade tem que levar à sua superação, já que as realidades históricas não passam de construções humanas que visam perpetuar uma relação de dominação de uma classe (burguesia) sobre a outra (proletariado). Partindo do pressuposto de que tudo é construção e nada é natural, a teoria marxista ataca criticamente a realidade ao mesmo tempo em que se coloca numa confortável posição de imunidade às críticas que possam ser formuladas a respeito dela (OLIVA, 2001).

Já o Marxismo-Leninismo, ou Marxismo Soviético, baseou-se nos trabalhos filosóficos de Marx. Entretanto, enfatizava o caráter revolucionário e transformador do Marxismo e abordava de outro modo o movimento comunista, por exemplo através da análise do imperialismo (LENIN, 1985), da possibilidade de termos revoluções em países não-industrializados, da participação dos camponeses nas ações revolucionárias e da organização do Partido Comunista como vanguarda da classe proletária.

Lênin foi o fundador do Partido Comunista da União Soviética. Ele estudou o Marxismo e o incorporou ao seu momento histórico, mantendo-se sempre fiel ao pressuposto de que as realidades históricas não passam de construções para manter a dominação de uma classe sobre a outra.

Para Lênin, a desinformação era mais do que uma tática militar de informação falseada, era um verdadeiro instrumento para a eficácia da engenharia social e política. Ele defendia que os comunistas deviam estar preparados para utilizarem as “armas envenenadas” da mentira e da calúnia. A difamação sistemática dos adversários políticos e o recurso a estratégias e ardis para a ocultação da verdade eram não somente válidos, mas essenciais para o sucesso revolucionário (LENIN, 1975).

Vários pensadores ocidentais entraram em desacordo com o materialismo histórico determinista e constituíram o que conhecemos por Marxismo Ocidental (MERQUIOR, 1987). Trata-se de um corpo de idéias, intervenções teóricas e análises históricas que denotam o pensamento marxista não-soviético. O Marxismo Ocidental abarca autores como Lukács, Althusser, Walter Benjamin, Jean-Paul Sartre, Antonio Gramsci, os representantes da Escola de Frankfurt e outros. Esses autores trabalham com a cultura e com as idéias, acreditando que a revolução está fadada ao fracasso se os aspectos culturais das sociedades não forem levados em consideração.

Dentre os marxistas ocidentais, podemos destacar Antonio Gramsci (1891 - 1937). Ele percebeu que a revolução feita de “cima para baixo” não conseguiria alcançar a superestrutura das sociedades, portanto a ênfase não deveria ser na violência revolucionária, mas na penetração ideológica, na manipulação das mentalidades através dos meios informativos e nas expressões artísticas e culturais. A difusão bem sucedida da ideologia socialista deveria partir da conquista do cultural.

Atualmente, constatamos um forte tendencionismo de cunho marxista nos meios informativos e um verdadeiro imperialismo ideológico de esquerda nos centros acadêmicos, onde verifica-se um intenso patrulhamento contra aqueles que não rezam a cartilha da hegemonia intelectual do “politicamente correto”.

A perda de referenciais de moralidade através da propagação de uma idéia confusa de bem e de mal e o abandono do senso crítico por parte das sociedades embotadas com a propaganda esquerdista (baseada em um arcabouço teórico que nega toda a possibilidade de conhecermos a realidade) constituem o terreno fértil no qual a desinformação se desenvolve e se reproduz com quase total liberdade de ação. É assim que a doutrina da mentira é engolida pelas multidões, que aplaudem satisfeitas enquanto chafurdam no engano socialista.

Desde as origens com Marx, passando pelo Marxismo-Leninismo revolucionário e culminando com os marxistas ocidentais e teóricos críticos do século XX, as técnicas de propaganda velada, de manipulação de idéias e de influência da opinião pública têm estado presentes nas diretrizes socialistas. Sabemos que a desinformação foi utilizada sistematicamente pelos soviéticos durante o período da Guerra Fria (1945 – 1989), mas essa prática tem um embasamento doutrinário substancial que não podemos ignorar.

Referências:

BITTMAN, Ladislav. El KGB y la desinformación soviética: panorámica desde el interior. Barcelona: Juventud, 1987. 332 p.

GOLITSYN, Anatoliy. New lies for old: the communist strategy of deception and disinformation. New York: Dood, Mead & Co., 1983. 412 p.

LENIN, Vladimir Ilyich. Que fazer? Problemas candentes do nosso movimento. Lisboa: Estampa, 1975. 261 p. (Biblioteca do Socialismo Científico)

LENIN, Vladimir Ilyich. O imperialismo: fase superior do capitalismo. 3a. ed. São Paulo: Global, 1985. 127 p. (Coleção Bases, 23)

MERQUIOR, José Guilherme. O marxismo ocidental. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. 323 p.

OLIVA, Alberto. À espera da ciência: um mundo de fatos pré-interpretados. Episteme, Porto Alegre, n. 13, p. 17 – 43, jul./dez. 2001.

SHULTZ, Richard; GODSON, Roy. Desinformação: medidas ativas na estratégia soviética. Rio de Janeiro: Nordica, 1987. 188 p.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".