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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Bola de Cristal – 2008

Do blog MÍDIA SEM MÁSCARA
por Ipojuca Pontes em 07 de janeiro de 2008

Resumo: Previsões para o cenário político nacional neste ano de 2008 devem levar em conta um fator básico: o socialismo é irreversível no cotidiano nacional.

© 2008 MidiaSemMascara.org

“Em certas circunstâncias, no mundo das previsões o difícil não é acertar, mas errar prognósticos”

Baba Vanga, vidente búlgara.


Por solicitação de alguns leitores que me vêem por vezes como vidente, capaz de vislumbrar acontecimentos que apenas estão no limbo, retiro do fundo do baú minha Bola de Cristal e, humildemente, com a ajuda dos astros, antecipo o que ocorrerá neste promissor ano eleitoral de 2008. Bafejado por uma atmosfera de semi-obscuridade, iluminada apenas pela luz diáfana da própria bola mágica (abençoada por Baba Vanga, a centenária vidente búlgara, fundadora do Instituto de Sugestiologia e Parapsicologia de Sofia - que profetizou, um ano antes, a morte de Joseph Stalin, sendo por isso trancafiada numa jaula), antevejo o seguinte quadro:

NO CAMPO ECONÔMICO - A instabilidade dos preços dos alimentos, que gerou nesta área em 2007 uma inflação na ordem de 10,6%, atingirá, por baixo, em 2008, o índice nada desprezível de 20,10% - em boa parte devido às consideráveis altas de produtos como leite, carne, ovos, pão, feijão, arroz, farinha, frutas, verduras e legumes. Em outra escala de aferimento inflacionário, os consumidores comerão o pão que o diabo amassou com os substanciais aumentos nos preços dos combustíveis, transportes, aluguéis, tarifas de energia elétrica, telefone, gás, água, serviços bancários e outros que tais. Pelo que demonstra a luminosa Bola de Cristal, a inflação brasileira, mesmo camuflada, ultrapassará mole o índice de 10% (contra 4,61%, em 2007).

NO CAMPO DIPLOMATICO - No ar, sempre repleto de aspones, vejo o AeroLula decolando rumo a países da África, Ásia, Europa e América do Sul – em viagens cada vez mais dispendiosas com pagamentos (em dólares) de diárias, gratificações, gastos com presentes e verbas de representação. Na América do Sul, em particular, o AeroLula descerá repetidas vezes no aeroporto de Caracas (“Simon Bolívar”), para visitas de Inácio da Silva ao “líder” venezuelano Hugo Chávez, tramadas em solo pátrio pelo Itamaraty Vermelho, com o objetivo de abreviar a chegada do “socialismo do século XXI” no subcontinente - uma velha aspiração totalitária do Foro de São Paulo, orientado pelo caquético Fidel Castro e o próprio Inácio da Silva.

(Coisa curiosa: quem aparece desembarcando no aeroporto de Carrasco – em Montevidéu, Uruguai – para orientar mais um encontro do Foro de São Paulo destinado ao fomento de “políticas revolucionárias” na América Latina não é o atual ocupante do Palácio do Planalto. Quem preenche o espaço luminoso é o chanceler Sargento Garcia, homem celebrizado pelo pornográfico “top top” e, no momento, agente de inteira confiança dos companheiros Fidel e Chávez).

CARGA TRIBUTÁRIA - Como a execução das tarefas revolucionárias apontadas pelo Foro de São Paulo exige muito dinheiro dos cofres da Viúva, antecipo aos leitores que a equipe econômica do governo, para manter em quantidade e qualidade o processo transformador em andamento, aumentará ainda mais a carga tributária em vigência. Seu objetivo será atingir 50% do Produto Interno Bruto (BIP), meta desgastante, capaz de levantar protestos da Fiesp e da população trabalhadora, mas absolutamente necessária em face da irreversível ampliação do Estado socialista. Tidos como principais aliados do projeto do governo, os banqueiros e as ONGs, cada vez mais empanzinados com a grana pública, regurgitarão de alegria e de lucros – embora a coisa arrole o escândalo.

ELEÇÕES MUNICIPAIS - Falar em escândalo... Vejo aqui na minha Bola de Cristal que as eleições municipais, previstas para outubro, farão recrudescer como nunca o espetáculo da corrupção. De muito pouco servirão as medidas tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o clamor da oposição, no sentido de coibir a distribuição de bens e benefícios oficiais ou a ampliação de programas sociais tipo Bolsa Família ou Cheque Cidadão. A ambição política totalitária de ampliar os alicerces do terceiro mandado e a manutenção do poder a todo custo, despertarão nos políticos uma capacidade de inventar métodos para a compra de votos capaz de fazer inveja ao consagrado Thomas Alva Edison e o fabuloso Houdini, juntos.

POLÍTICA SOCIAL - No campo das promessas de um porvir venturoso, nossa especialidade, o país atingirá o nirvana: tal como previsto, já com a “casa arrumada”, teremos afinal uma educação perfeita, a saúde funcionando a todo vapor e a segurança pública mais que estruturada... tudo, no entanto, conforme nos mostra a Bola de Cristal, só no papel e nos discursos proclamados em Brasília, visto que chegaremos em 2008 à casa dos 35 milhões de iletrados, analfabetos e analfabetos funcionais; cerca de 40 milhões de pessoas sem assistência hospitalar e, o mais trágico, alguma coisa em torno de 70 mil mortos por motivos de violência explicita - o duplo do ocorrido no Iraque, em 2007.

(Detalhe: a Bola de Cristal abençoada pela centenária Baba Vanga não esclarece, por mais que implorasse, se vai aumentar ou não o número de vítimas em desastres aéreos, trânsito, mortes por suicídio, etc., nem falou da sobrevivência dos loucos, mendigos, alcoólatras, drogados e miseráveis em geral, no presente ultrapassando a casa dos 60 milhões de infelizes).

CULTURA E MANIPUILAÇÃO IDEOLÓGICA – O governo continuará ampliando os gastos públicos com o pessoal do show business, mormente na área do cinema de denúncia social, teatro engajado, música empenhada e a literatura participante. Nas universidades públicas, diz a Bola, a política de inclusão cotista, considerada por muitos como neo-racista, ganhará alento. Em resumo, as políticas nas áreas da educação e cultura continuarão no firme propósito de consolidar um senso comum revolucionário, capaz de acirrar a luta de classe e detonar a derrocada final do “velho mundo burguês” – vale dizer, a digna civilização ocidental e cristã.

E dinheiro não é problema: as estatais estão de cofres empanturrados.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".