Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Em pleno Natal, grito de guerra do MST

Do blog de D. Bertrand de Orleans e Bragança - Paz no Campo

Uma antiga tradição, observada até nos campos de batalha, nos mostra que no Natal cessa toda beligerância, e os corações se voltam para a Gruta de Belém, na qual nasceu o nosso Salvador, em atitude de oração e ação de graças. As mensagens desse dia são, pois, de paz e esperança.

Contudo, outra é a mentalidade que preside ao MST, aliás coerente com sua doutrina e com os atos ilícitos que ele pratica, acobertado por setores do governo e pela CPT, órgão da CNBB. Basta ver a mensagem que por ocasião do Natal ele dirigiu a seus cúmplices, prometendo para 2008, ao campo e ao agronegócio, não a paz ansiada por todos, mas guerra sem trégua nem quartel!

Curiosamente, a redação original parece ter sido feita por alguém de origem espanhola – quiçá um cubano, ou algum agente das FARCs –, haja vista a utilização do verbo seguir em lugar de continuar.

Os destaques em negrito e os sublinhados são nossos, bem como os comentários entre parêntesis e em itálico.


* * *Mensagem de Natal do MST aos seus militantes


Para o ano que se inicia fica a certeza da continuidade da luta e de que colheremos os frutos das sementes plantadas


21/12/2007

Estimado amigo e amiga do MST, O ano de 2007 vai chegando ao fim e por isso gostaríamos de socializar com você um balanço político da nossa luta. Queremos prestar contas do que fizemos na nossa trincheira, que é a luta pela Reforma Agrária. Queremos compartilhar com nossos companheiros e companheiras, que militam em outras trincheiras, o que fizemos nesse período, e ao mesmo tempo, reafirmar nosso compromisso na luta pela transformação desta sociedade.

(veja o que diz o MST em seu Documento Básico do MST - aprovado pelo VI Encontro Nacional: 'As ocupações e outras formas massivas de luta pela terra, vão educando as massas para a necessidade da tomada do poder e da implantação de um novo sistema econômico: o socialismo!').

Acreditamos que o ano de 2007 foi importante para a organização da nossa militância, na luta pela Reforma Agrária e também pelas lutas gerais que travamos em alianças com diversos outros movimentos do campo e da cidade. O ano também foi importante para que pudéssemos amadurecer nosso entendimento de que não é possível fazer Reforma Agrária se não derrotarmos o agronegócio. A realização de nosso 5° Congresso Nacional, com mais de 17 mil delegados de todo país, foi fundamental para construirmos a unidade na análise da realidade agrária e na construção de uma nova proposta de Reforma Agrária Popular.

Nos últimos anos houve uma ofensiva das transnacionais sobre a agricultura para controlar terra, sementes, água, solo, enfim, nosso território e nossos recursos naturais. Essa ofensiva ainda é fruto do avanço do neoliberalismo que se instalou no país no início da década de 1990. A correlação de forças mudou. Nossos inimigos ficaram mais fortes. Antes nós estávamos acostumados a brigar contra o latifúndio. Agora nossos inimigos são os latifúndios improdutivos, as empresas transnacionais que querem dominar a agricultura e o agronegócio. Essa avaliação nos levou a compreender que a Reforma Agrária só irá avançar se derrotarmos o neoliberalismo.

(Perfeitamente de acordo com o que diz D.Tomás Balduíno, um dos grandes apoiadores do MST : Pedimos para Deus ajudar o Lula a acabar com as maldições dos transgênicos, do latifúndio, do agronegócio e do trabalho escravo”. Cfr Folha de São Paulo, “Stédile elogia presidente e provoca Palocci 22 de novembro de 2003)

Nossas Lutas

Começamos o ano com uma grande mobilização que marcou o 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Em vários estados mulheres trabalhadoras rurais se organizaram em luta por Soberania Alimentar e Contra o Agronegócio. Em São Paulo, as mulheres da Via Campesina ocuparam a Usina Cevasa, agora controlada pela estadunidense Cargill, e em outros estados foram ocupadas áreas da Aracruz Celulose, da Stora Enso e da Boise.

Em abril, realizamos uma grande Jornada de Luta pela Reforma Agrária. Foram feitas marchas, ocupações de latifúndios improdutivos, protestos em prédios públicos, fechamento de praças de pedágios e de estradas em 24 estados, onde estamos organizados. A jornada também cobrou punição aos assassinos dos 19 Sem Terra executados em abril de 1996, em Eldorado dos Carajás (PA). E seguimos em mobilização no mês de maio, quando nos reunimos aos movimentos populares urbanos e centrais sindicais para realizar a jornada unificada do dia 23. 'Nenhum Direito a Menos', contra as reformas neoliberais, a retirada de direitos dos trabalhadores e a política econômica do governo Lula.

No segundo semestre também realizamos atos e ocupações no Dia do Trabalhador Rural, celebrado no dia 25 de julho, quando ocupamos a fazenda Boa Vista, em Alagoas, de propriedade da família Calheiros. Fizemos a Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública (realizada em agosto), junto com os estudantes para cobrar acesso às universidades, e participamos da Campanha 'A VALE é Nossa', que teve como ponto alto a realização do plebiscito popular, em setembro. Foram 3.729.538 de brasileiros que participaram, dos quais 94,5% votaram que a VALE não deveria continuar nas mãos do capital privado.

Ocupações e marchas seguiram pelos meses de setembro e outubro, em quase todos os estados, para denunciar o abandono em que se encontra a agricultura familiar e a Reforma Agrária. No Rio Grande do Sul, três colunas de trabalhadores e trabalhadoras marcharam por 62 dias rumo ao grande latifúndio – Fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul, para cobrar a desapropriação da área para a Reforma Agrária. E fechamos o ano com as ocupações das sedes da empresa suíça Syngenta Seeds, em vários estados, e com a ocupação da Estrada de Ferro Carajás, da VALE, no estado do Pará.

Não podemos nos calar ao lembrarmos com saudade os companheiros e companheiras que pagaram com a própria vida o direito de lutar. É o caso de Valmir Mota de Oliveira (Keno), executado a sangue frio no dia 21 de outubro, por uma milícia armada contratada pela transnacional Syngenta, em Santa Teresa do Oeste, no Paraná. Perdemos também outros companheiros e companheiras como Maria Salete Ribeiro Moreno (MA), Cirilo de Oliveira Neto (RN), Dênis Santana de Souza (PE), para citar alguns.

(Uma longa lista de crimes, confessados publicamente e apresentados como atos virtuosos que demonstram uma absoluta falta de senso moral ou de justiça. Mostram também que os movimentos ditos sociais são movimentos políticos, que querem a luta de classes e a implantação de um regime socialista em nosso País. Progride e aumenta a união tática desses movimentos que vão minando as instituições nacionais. Pior: vão aproximando os movimentos políticos cada dia mais do que previa Lênin –“ A palavra de ordem da repartição da terra, difusa na massa, serve a nós comunistas para tornar mais próximo o comunismo: quando a vitória da revolução se completar, substituiremos aquela palavra de ordem por outra da ditadura comunista”)

Prioridade na Educação

Em 2007 seguimos investindo em educação e formação. Nossa Campanha Nacional de Solidariedade às Bibliotecas do MST arrecadou mais de 220 mil exemplares de livros! Estamos orgulhosos pelo apoio recebido de muitos parceiros, intelectuais e amigos, que se dispuseram não só a doar os livros, mas também a divulgar nossas idéias. Também temos orgulho dos nossos 2.500 jovens camponeses que estão fazendo graduação em universidades e dos nossos 240 jovens que foram estudar medicina na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), em Cuba. Também nos orgulhamos do crescimento da Escola Nacional Florestan Fernandes, como um patrimônio, não só para a formação do MST, mas como local de formação de toda a classe trabalhadora.

(Vejamos o que a Revista Época publicou sobre a educação no MST: Há 20 anos eles eram crianças colocadas pelos pais na linha de frente das invasões, para constranger a polícia e suas baionetas. Hoje eles são o comando de ocupações, marchas e saques pelo Brasil afora. A nova geração do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a primeira nascida nos acampamentos e formada nas escolas da organização, chegou ao poder.” Eis o que pregam alguns desses alunos:

? “Quando boa parte do povo estiver pronta para pegar na enxada, a gente faz uma revolução socialista no Brasil”.

? “Meus pais só queriam um pedaço de terra. Agora queremos mudar a sociedade, mesmo que não seja pela via institucional”.

? “A gente precisa ir para a luta, acampar e viver o desconforto para destruir o capitalista que vive dentro de nós.”

? “Quando 169 milhões de pessoas no País quiserem o socialismo, não vai ter jeito. Nem que seja pela força”.

? “Queremos a socialização dos meios de produção. Vamos adaptar as experiências cubana e soviética ao Brasil”.

Eles querem a revolução! E pela educação vão formar revolucionários para incendiar o campo.e as cidades.”

O ano foi de lutas e se encerra com nosso apoio ao ato do Frei Dom Luiz Cappio, que durante 24 dias permaneceu em greve de fome contra o projeto de transposição do rio São Francisco. Precisamos fortalecer a trincheira da luta contra a transformação de nossos recursos naturais e de nossos bens mais valiosos, como a água, em mercadoria. Apesar da intransigência do governo em abrir o diálogo, concordamos com frei Cappio quando ele diz que 'uma de nossas grandes alegrias neste período foi ter visto o povo se levantando e reacendendo em seu coração a consciência da força da união'.

Sabemos que o próximo ano não será fácil, assim como 2007 não foi. Sabemos que a disputa entre os dois projetos de agricultura vai se acirrar ainda mais. Porque no modelo do agronegócio e das transnacionais não há lugar para os camponeses nem para o povo brasileiro. Eles querem uma agricultura sem agricultores! Por isso seguimos nossa luta contra o agronegócio, pela ampliação da desapropriação de terras para a Reforma Agrária, contra as sementes transgênicas, contra o domínio do capital estrangeiro sobre a agroenergia, contra a expansão da cana e do eucalipto. Lutaremos para impedir o avanço da propriedade estrangeira, que vem dominando nosso território. Em todas essas lutas esperamos encontrar você que sempre nos apoiou.

Um ótimo ano de 2008 para todos (as) nós com muita luta e muitas vitórias! Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!

Secretaria Nacional do MST

Em 2008 Seguiremos Lutando e Fazendo Nascer o Impossível!

O que diria nosso Presidente Lula a respeito de tudo isso? Ele já o disse: "não pensem que eu não acordo de madrugada pensando numa reforma agrária radical..." (cfr. O Estado de São Paulo, 'Apelo por unidade e ameaça de expulsão' 30 de abril de 2003).

Faça sua doação para ajudar nossa luta, clique aqui!

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".