Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A estupidez cansativa dos intelectuais modernos

PERSPECTIVAS
Sexta-feira, 14 Outubro 2011

“A origem da História é a consciência humana (…) a História é constituída pela consciência” — Eric Voegelin, “A Consciência do Fundamento”


Este conceito de “História” consta de um opúsculo precioso de Eric Voegelin, o “filósofo maldito” que muita pouca gente estuda — se bem que eu duvido que muitos licenciados em filosofia tenham a capacidade necessária para entender Eric Voegelin; não estudar Eric Voegelin é desculpar insuficiências próprias. Penso até que Eric Voegelin se tornou ininteligível: o conceito de Fundamento deixou de ter um sentido na experiência humana objectiva: o Fundamento sobrevive, recalcado, sob a crusta do embotamento espiritual do Homem ocidental.

Os “intelectuais” ocidentais têm muita culpa no cartório. Gente cega; e o pior cego é aquele que não quer ver. E são esses “intelectuais” os principais responsáveis por situações como esta: 
as redes sociais em geral censuram a ética cristã
.


No tempo de Plutarco, não ter consciência do Fundamento era ser considerado irracional; hoje, dá-se um fenómeno inverso, e absurdo ad Nauseam: se, por um lado, a subjectividade é hoje elevada a um valor supremo através da sacralização dos direitos subjectivos, por outro lado as experiências humanas — subjectivas portanto — em relação ao Fundamento são consideradas absurdas ou idiossincráticas, obrigando o sujeito a remeter a sua expressão para o âmbito exclusivamente privado.

Para onde quer ir esta gente? Eu não os consigo entender. Quando leio, por exemplo, Edgar Morin (um dos “intelectuais” mais badalados depois da queda do muro de Berlim), deparo-me com um “metafísico anti-metafísico”, a contradição e ambiguidade personificadas, um ateu que já não é ateu mas que procura um “novo ateísmo”.

E qual é o Fundamento dessa “nova religião” ateísta de Morin? Simplesmente não tem fundamento nenhum: a nova religião de Morin é um castelo de cartas desprovido de uma fundação metafísica firme, experiencial e lógica. Morin procura a resposta em Montesquieu e nos mentores ideológicos do jacobinismo que diziam que a religião ideal seria o “Cristianismo sem Cristo”. Estes modernos intelectualóides de urinol não conseguem perceber uma ideia tão simples como esta: a História não é a mera reificação do tempo e do espaço humanos: “a História é constituída pela consciência”

Não conseguem compreender que a nossa ideia acerca do Fundamento sofreu, ao longo de milénios, uma acumulação e sobreposição de novos conceitos, mas sem que a ideia original e mitológica de Fundamento possa desaparecer sem se sacrificar a coerência de uma qualquer nova religiosidade (imanente, que seja), e até colocar em perigo o futuro do Homem.

Essa ideia original de Fundamento mantém-se presente na “consciência humana” que é “a origem da História”. Erradicar as noções axiológicas primordiais de Fundamento, ligadas à cosmogonia e ao nosso lugar no universo, é separar o Homem de si mesmo em um exercício colectivo de dissociação existencial; é condenar o Homem à não-existência subjectiva; é matá-lo por dentro.

A política não pode ignorar esta dimensão da realidade humana.

O que os “intelectuais” e ideólogos (como Morin, Slavoj Žižek, e quejandos) estão a fazer é colaborar em um crime contra a espiritualidade humana. Ao mesmo tempo que o Cristianismo e a sua ética são perseguidos pelos intelectuais de merda, vemos nos jornais situações como esta: 

“Uganda: el negocio del sacrificio ritual de niños”

. E como é que Morin protestaria contra esta barbaridade? Defendendo um Cristianismo sem Cristo, ao mesmo tempo que diz que Karl Marx não teve nada a ver com o estalinismo?

Como é possível ao intelectual moderno ser tão estúpido?

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".