Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

VELHOS GUERRILHEIROS

Do portal do NIVALDO CORDEIRO
21/08/2008

Eu vi: na última terça feira, no Canal Brasil, da TVA, por volta das 23:00 horas eu rodava os canais quando parei para ouvir os últimos depoimentos da mesa-redonda que tinha vários ex-guerrilheiros, entre eles Franklin Martins, rememorando o passado revolucionário. Um clima de confraternização e de comemoração de quem se sabe no comando das coisas políticas no Brasil. Esses homens são o poder agora. Um dos feitos relembrados foi o seqüestro do embaixador norte-americano, idealizado pelo próprio Franklin Martins (tamanha importância que é dada ao fato está no destaque observado na home page do jornalista) . Riram-se felizes, o riso dos vitoriosos.



O dramático da narrativa foi a absurda justificativa para a ação criminosa, que seria fazer contrapropaganda às comemorações do Dia da Pátria, como se as comemorações do Dia da Pátria fossem meras propagandas governamentais e não algo que tem profundo significado na alma dos brasileiros. Segundo os seqüestradores ali presentes, o ato se justificava porque eles entendiam as referidas comemorações como propaganda em prol da ditadura.



Quero aqui, meu caro leitor, sublinhar o tamanho da imoralidade cometida. Em primeiro lugar, depois de tantos anos não se abateu sobre os autores nenhuma dúvida do seu gesto, que afetou a vida de pessoas inocentes e custou graves seqüelas ao então embaixador Charles Elbrick. A maldade levianamente encomendada não trouxe remorso algum.



Em segundo lugar, aquele diálogo é a prova de que essa gente construiu uma segunda realidade, uma falsificação do real, e nela se manteve até hoje. O surpreendente não é que tenha sido assim, essa perene imersão no sonho maligno, mas que esse sonho tenha seduzido a coletividade brasileira a ponto de tornar essa gente a casta governante. A loucura de um grupo de alucinados tomou conta de todos no Brasil.



Em terceiro lugar, vi a manifestação do Mal Lógico de maneira a mais horripilante. A narrativa de como nasceu a idéia, como se deu o planejamento, o consórcio das forças subversivas para sua execução, tudo explicado no horário nobre da TV pelos seus autores, em meio a risos e gritos de triunfo, foi de um cinismo atroz. Um bando de homens já velhos, sem qualquer sinal de se dar conta da barbaridade do que fizeram. A lógica do Mal esmiuçada deveria chocar. Mas não, vemos nas imagens o seu oposto. A prática do Mal tornou-se motivo de regozijo.



Por fim, impressiona-me que depoimentos desse naipe não sirvam para que lideranças genuínas apareçam para fazer frente a essa gente. O poder político no Brasil foi tomado de assalto por gente moralmente desqualificada e não se vislumbra nenhum tipo de resistência. Não há liderança, sequer há oposição. O processo eleitoral é inútil, troca-se seis por meia dúzia.



O meio empresarial, que deveria gestar essas lideranças, está imerso no sonho de que basta o respeito a algumas regras básicas de mercado para estar tudo bem. Ora, a carga tributária se aproxima célere dos 40% do PIB, a estatização voltou à agenda, inclusive com a recente criação do canal estatal de TV (mais um!) e com a manifesta intenção de se criar mais uma estatal vinculada ao setor de petróleo. E a persistente e recorrente regulação de todos os setores, que pode beneficiar alguns que são amigos dos revolucionários no poder, mas que é a própria negação do livre mercado, o interesse geral da gente brasileira, nada disso serve de aviso.



O empresariado se comporta como se nada estivesse ocorrendo e não tem ouvidos para ouvir a voz da razão. É um espanto. Os grandes empresários, quais cães amestrados, são os mais destacados cabos eleitorais de Lula e do PT. É a rebelião das massas de que nos falou Ortega y Gasset, sem tirar nem pôr. O triunfo dos mais perfeitos “senhoritos satisfeitos”, gente de alma hermética e incapaz de enxergar o real.



O que esperar? O pior, sem dúvidas. O que é pior, só a história irá nos contar. A angústia de Ortega começou quando estourou a Primeira Guerra mundial. Ele anteviu Hitler, a Guerra Civil espanhola e todo o resto. Exilado por causa de suas idéias, Ortega acabou por conversar com as estátuas de Paris, pois não tinha ouvidos para ouvir o que dizia. Acho que vou começar a fazer discursos para as estátuas de São Paulo, quem sabe meu sentimento de isolamento e solidão se dissipe. E minha angústia também.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".