Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sábado, 6 de dezembro de 2008

As reprimendas de quarta-feira

GENERACION Y - direto de CUBA
3 de dezembro de 2008

Nove da manhã e um oficial olha com aborrecimento a citação que mostramos na porta da estação de 21 e C (delegacia de polícia). Nos deixa esperando nuns bancos, por volta de quarenta minutos, enquanto Reinaldo e eu aproveitamos para falar desses temas que a vertigem da vida cotidiana sempre nos impede de tocar. Nove e quarenta e cinco e levam meu marido, perguntando-lhe antes se tem um telefone celular. Dez minutos depois o trazem de volta e me levam até o segundo piso.


O encontro é breve e o tom enérgico. Somos três no escritório e o que tem a voz suave se apresentou como o agente Roque. Ao meu lado, outro mais jovem,me observa e diz que se chama Camilo. Ambos me informam que pertencem ao Ministério do Interior. Não estão interessados em escutar, há um roteiro escrito sobre a mesa e nada que eu faça os distrairá. São profissionais da intimidação.


O tema me esperava: estamos perto da data para o encontro de blogueiros que, sem sigilos nem publicidade, estamos organizando desde metade do ano e eles me avisam que temos que suspende-lo. Meia hora depois, quando já estávamos longe dos uniformes e das fotos de líderes nas paredes, reconstruimos aproximadamente suas palavras:
 

Queremos  advertir-lhe que voce transgrediu todos os limites de tolerância com sua aproximação e contato com elementos da contrarrevolução. Isso a desqualifica totalmente para dialogar com as autoridades cubanas.


A atividade prevista para os próximos dias não pode ser realizada.


Nós, por nossa parte, tomaremos todas as medidas e faremos as denúncias pertinentes e as ações necessárias. Esta atividade, nos momentos e que vive a nação, de recuperação dos furacões, não será permitida.
 
Roque termina de falar-me - quase a gritos - e eu aproveito para perguntar-lhe se pode me dar tudo isso por escrito. Isto de ser uma blogueira que põe seu nome e seu rosto me fez crer que todos estão dispostos a colocar sua identidade acompanhando o que dizem. O homem perde o ritmo do roteiro - não esperava essas minhas manias de bibliotecária que guarda papéis -. Deixa de ler o que estava escrito e grita mais forte que “eles não estão obrigados a dar-me nada”.


Antes de que me tirem do lugar com um “retire-se cidadã” chego a dizer-lhes que não podem assinar o que me disseram, porque não tem o valor para fazê-lo. A palavra “covardes” disse quase em uma gargalhada. Desço a escada e ouço o ruído das cadeiras que se acomodam em seu lugar. A quarta-feira terminou cedo.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".