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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cortinas de fumaça

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Heitor De Paola em 23 de fevereiro de 2008

Resumo: Se ficarmos lutando contra o acessório e não contra o fundamental, quando nos dermos conta só poderemos dizer como o bardo: agora é tarde, Inês é morta!

© 2008 MidiaSemMascara.org

Mensalões e mensalinhos; farta distribuição de cargos para notórios corruptos; e agora, os cartões corporativos. Denúncias e mais denúncias constantemente. A população é mantida sob contínuo stress denuncista, a mídia fazendo sua parte. O que tudo isto significa?

Os prestidigitadores hábeis sabem como atrair a atenção da platéia para um ponto qualquer que não interessa, enquanto fazem seus truques. Os partidos de esquerda que tomaram o poder em nosso País em 1994 são exímios prestidigitadores: criam constantemente celeumas e polêmicas que interessam à platéia de néscios que é o povo, enquanto praticam seus crimes mais graves e hediondos na surdina. Aliás, nem tanto, as pessoas que desejam se informar olham para o lugar certo. Embora alguns olhem e finjam que não vêem nada! Para não sairmos da área dos espetáculos artísticos, o que se faz é armar um grande circo para desviar a atenção do público dos autênticos problemas que afligem a Nação.
 
Durante oito anos o circo foi constantemente armado pelo PT. Desde 2002, obedecendo rigorosamente ao rodízio acordado em Princeton, cabe ao PSDB fazê-lo - e com mais habilidade ainda! O PMDB não é um partido: é um bando de caçadores de cargos públicos e de estatais. O DEM, embora tenha quadros importantes e sérios, parece um amontoado de baratas tontas que tende a se tornar um partideco sem importância, controlado pelos Maias – com o devido perdão de Eça de Queiroz.
 
A triste novidade da atual crise (atual enquanto escrevo, em meados de fevereiro; quando sair o artigo pode ter outras mais) é o envolvimento de um General do Exército Brasileiro – mesmo que da Reserva - invocando o sigilo dos cartões da Presidência em nome da segurança nacional. Será que vão comprar tanques modernos – me refiro aos de guerra, não aos de lavar roupa - com American Express? Mirages com Visa? Ou submarinos nucleares com MasterCard? Antes fosse, mas sabemos todos que não é, pois para estas coisas de que o Brasil necessita urgentemente é necessário aprovação de várias Comissões e do plenário do Congresso, transparência total, crédito consignado no Orçamento e todos os óbices que são dispensados para as despesas de cabeleireiro das Primeiras Damas, muito mais importantes para a Segurança Nacional, obviamente!
 
As constantes “descobertas” de focos de corrupção e a criação dos espetáculos circenses das CPI’s de mentirinha – já ficou combinado que as despesas familiares dos Presidentes não serão divulgadas - servem para impedir a população de enxergar os verdadeiros crimes cometidos pelos partidos hegemônicos. Pura balela, pois quando as CPI’s descobrem alguma coisa a Justiça resolve e absolve. Ninguém, ninguém mesmo lá em Brasília, quer diminuir a corrupção – acabar é quimera -, pois todos se locupletam, direta ou indiretamente. A corrupção está ligada diretamente ao gigantismo do Estado onipotente que, aqui no Brasil, foi fundado há 200 anos pela corte fujona de João VI (razão pela qual não vejo nenhuma razão para comemorar, sim para lamentar que não tivessem ido para Goa). O símbolo máximo foi a criação da primeira estatal brasileira, o Banco do Brasil.
 
Se quisessem de verdade, bastava reduzir o Estado a uns 30% do tamanho atual e desestatizar totalmente a economia. Atenção: desestatizar não é privatizar! Privatizar é o que o FHC fez: privatiza os lucros, mas mantém o controle do Estado via Agências Reguladoras, créditos do BNDES que se torna sócio, e dos fundos de pensão das Estatais. Desestatizar é o que se fez na Alemanha Oriental quando da reunificação: vender o que for vendável, doar o que não tiver compradores e extinguir o que ninguém quiser. Principalmente acabar com o regime de “concessões” dando plenos direitos aos proprietários. Mas isto ninguém quer: e os cabides de empreguismo fácil?
 
Dizer que os governantes estão interessados pura e simplesmente em roubar é dar armas ao inimigo: é dizer que o maldito dinheiro é a causa de todos os males e que, portanto, o mal está no famigerado regime capitalista. Com isto encobre-se o acelerado avanço do socialismo em nosso País. Chamar nossos governantes de ladrões é, pois, contraproducente, é atirar dentro da própria trincheira! Os países que realmente adotam a economia liberal – apelidada por Marx de capitalismo - são os menos sujeitos à corrupção, a qual quando ocorre não fica impune como entre nós. O sentimento de posse do dinheiro público é apanágio dos socialistas, herdeiros diretos das monarquias, que se sentem perfeitamente justificados em fazê-lo, pois estão “construindo um futuro melhor e mais brilhante para todos os povos”. Durante a cúpula Ibero-Americana de 2006 eu estava em Montevideo, no hotel Balmoral, o mesmo em que estavam hospedados os agentes da DGI, a segurança da delegação cubana. Seus carros eram todos BMW zero km, certamente alugados com cartões corporativos. Ao final do conclave, retirados os ternos e já em gozo de férias, eles chegavam com imensas bolsas contendo toda a sorte de gadgets produzidos pelas decadentes indústrias capitalistas. Um deles estava com mais de 200 celulares! Eu vi, porque ele abriu a bolsa mostrando todo orgulhoso para seus coleguinhas. Suspeito que a forma de pagamento tenha sido também cartões corporativos!
Reafirmo que o alvo da luta de uma verdadeira oposição deve ser o avanço socialista que vem sendo escondido pela cortina de fumaça dos escândalos de Brasília, denunciando:
 
1 - o Foro de São Paulo, de onde emanam todas as decisões de Brasília, como uma organização comunista criminosa (desculpem o pleonasmo!) fundada pelo atual Presidente e por Fidel Castro;
 
2 – o criminoso desmantelamento de nossas Forças Armadas e o aviltamento dos soldos militares, planejados pelo Diálogo Interamericano e pela Comissão Trilateral, dos quais faz parte FHC, para as transformarem em meras milícias regionais;

3 – a ameaça à soberania nacional na entrega da Amazônia a ONG’s principalmente européias;

4 - o PT, por associação ilícita e formação de quadrilha com os narcotraficantes das FARC, companheiros no Foro de São Paulo, que são os responsáveis pela morte por drogas de milhares de jovens brasileiros, além de estarem dando instrução militar aos bandidos das favelas cariocas;

5 - a verdadeira razão de nosso ensino ter caído tão baixo na escala mundial: o método criminoso de Paulo Freire. Se nas avaliações houvesse questões sobre comunismo nossos estudantes seriam imbatíveis, idem se fosse sobre “educação sexual”, principalmente no quesito das aberrações;

6 - o MST e organizações urbanas afins, os “povos indígenas organizados” e os quilombolas como organizações guerrilheiras e terroristas que visam extirpar a propriedade privada de nosso País e representam ameaça à nossa soberania;

7 - a participação dos dois últimos governos (FHC e Lula) no adestramento destas mesmas forças irregulares, piores do que as Ligas Camponesas;

8 - conquistar as ruas, única propriedade privada que será mantida: a do PT, aprendendo com o bravo povo venezuelano como é que se faz oposição de verdade.

Se ficarmos lutando contra o acessório e não contra o fundamental, quando nos dermos conta só poderemos dizer como o bardo: agora é tarde, Inês é morta!

Artigo originalmente escrito para o Jornal Inconfidência, de Belo Horizonte http://www.grupoinconfidencia.com.br/
 
O autor é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e ex-Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, Membro do Board of Directors da Drug Watch International, e Diretor Cultural do Farol da Democracia Representativa (www.faroldademocracia.org) . Possui trabalhos nas áreas de psicanálise e comentários políticos publicados no Brasil e exterior. E é ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP).

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".