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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Foro de São Paulo é um perigo para o hemisfério

Escrito por Diario Las Américas em 06 de novembro de 2007

O engenheiro venezuelano Alejandro Peña Esclusa qualifica o Foro de São Paulo (FSP), de política internacional, como um perigo para o hemisfério e o descreve como um projeto continental com vistas a uma expansão coletivista mundial.

Em entrevista ao Diario Las Américas, Peña Esclusa, opositor há pelo menos oito anos do presidente de seu país, Hugo Chávez (um dos cabeças do FSP), referiu-se precisamente aos acordos de Chávez com o Irã que abriu as portas a Ahmadinejad, não só as da Venezuela como do resto da América. Por esta razão o terrorismo está mais perto dos Estados Unidos e quer utilizar a América Latina como plataforma para poder atuar, contando com o respaldo do FSP.

Peña Esclusa é um expert em América Latina e especialmente no FSP, organização à qual deu seguimento desde que foi fundada em 1990 por Fidel Castro com o apoio do Partido dos Trabalhadores, do Brasil, “com a finalidade de reagrupar todas as forças de esquerda da região, desmanteladas pelo colapso do socialismo real”.

Peña Esclusa tem viajado por toda a América advertindo sobre o perigo que esse FSP representa para a segurança hemisférica, e assegura que o tempo lhe deu razão porque agora a maioria dos presidentes da América Latina formam parte do FSP, quer seja da ala radical, quer da suposta ala moderada.

Na ala radical estariam Evo Morales, Daniel Ortega, Hugo Chávez e Fidel Castro e na ala moderada estariam Tabaré Vázquez, Michelle Bachelet, Néstor Kirchner, Lula da Silva e Omar Torrijos, de modo que têm o controle da maioria da América Latina. E nos que não têm o controle, como México, Peru, Colômbia e El Salvador, têm respecivamente um López Obrador, Ollanta Humala, as FARC e o ELN, e o FMLN, tratando de desestabilizá-los.

Peña Esclusa considera que a situação por ele anunciada converteu-se em uma ameaça clara e real à segurança hemisférica, tanto pela quantidade de membros do FSP que são atualmente governos, quanto pelos acordos de Chávez com os Estados terroristas.

Para Peña Esclusa a suposta divisão entre as esquerdas da América não existe mas são apenas diferentes estilos de governos, radicais e moderados, que convivem dentro do FSP e se apóiam mutuamente, e cita em apoio à sua tese o documento aprovado no último Encontro do Foro de São Paulo efetuado em El Salvador, de 12 a 14 de janeiro, no qual deixaram bem claro que não existem duas esquerdas, que são estilos e estratégias diferentes, que dependem das circunstâncias de luta de cada país. E, embora seja certo que Chávez, Evo Morales e Fidel Castro têm um estilo diferente dos de Lula, Tabaré Vázquez, Kirchner e Bachelet, cada vez que Chávez está com problemas Lula e seus companheiros “moderados” saem a apoiá-lo, tendo votado nele para o assento do Conselho de Segurança da ONU. Lula esteve participando do Foro Econômico Mundial que acaba de se realizar em Davos, Suíça, defendendo Chávez e Evo Morales; Kirchner foi à Espanha para falar bem de Chávez e Evo Morales. “E não só falam bem deles, como não denunciam o que Chávez faz. Lula não diz nada do fechamento dos canais de televisão, da perseguição aos presos políticos, das fraudes eleitorais, não renega as FARC e o ELN, bandos terroristas que se financiam com o dinheiro do narcotráfico e, do mesmo modo que as FARC e o ELN, continua pertencendo ao FSP”. E arremata dizendo que “são estilos diferentes de uma mesma esquerda que tem um mesmo projeto castro-comunista para a América”.

O Foro de São Paulo começou como uma estrutura informal. Quando foi fundado só um membro era governo: Cuba. Agora têm o controle de vários governos e utilizam as chancelarias e demais estruturas de governo para promover as mesmas idéias. “Com o passar do tempo converteu-se em uma internacional política e agora estão se expandindo internacionalmente, através do Fórum Social Mundial, estabelecendo contatos com o Irã, com a Coréia do Norte, de governo para governo. Quer dizer, o FSP foi a crisálida onde nasceu uma estrutura que agora já governa nações inteiras”.

O entrevistado expressa que um dos pontos que esteve enfatizando neste giro que está realizando pelo continente, da qual é parte a conferência que está dando nesta segunda-feira no Instituto de Estudos Cubanos e Cubano-Americanos da Universidade de Miami é que cada país, no nível nacional, está se enfrentando com o gerente local do FSP internacional que não respeita soberanias nem fronteiras, que considera a América Latina como um só território e tomam decisões globais para cada país. “Dito de outra forma, as FARC não são uma estrutura colombiana, senão a representação colombiana da estrutura internacional do FSP. Do mesmo modo, o FMLN não é um partido nacional, pois recebe instruções e atua conforme os planos do FSP e assim sucessivamente; são delegações regionais de uma estrutura internacional”.

O Foro de São Paulo sofreu uma mudança de fase quando Chávez chegou à presidência e quando Lula alcançou o poder no Brasil. Aí começou a expansão em grande escala.

Peña Esclusa insistiu finalmente na necessidade da divulgação destas realidades que está denunciando, porém considera fundamentalmente que o que faz falta é a coordenação de uma frente para produzir uma batalha internacional, contra um inimigo que é internacional.

Fonte: http://www.diariolasamericas.com/news.php?nid=21830&pag=2
Tradução: Graça Salgueiro
Publicado originalmente no site MidiaSemMascara.org

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".