Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

FHC, vendido à CIA?

FHC, vendido à CIA?
http://www.olavodecarvalho.org/semana/090916dc.html

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 16 de setembro de 2009


O livro da Sra. Frances Stonor Saunders, Quem Pagou a Conta? A CIA na Guerra Fria da Cultura (Record, 2008), que já mencionei, meses atrás (aqui), é um estudo com ares de seriedade acadêmica, onde os fatos vêm tão bem documentados quanto meticulosamente isolados dos dados comparativos necessários à sua avaliação racional. Deveria ser auto-evidente que o relato de um conflito bélico ou político, como de uma partida de futebol, só faz sentido se as ações de um dos contendores aparecerem articuladas às do seu adversário. Suprimida metade do enredo, a outra metade pode adquirir as proporções e o significado que a imaginação de cada um bem entenda. A imaginação da Sra. Saunders empenha-se em deformar a história da Guerra Fria com uma constância obstinada e uma coerência metódica que excluem, desde logo, a hipótese da mera incompetência. Por isso mesmo ela se tornou uma autora tão querida da mídia brasileira, que na obra da pesquisadora inglesa se compraz voluptuosamente em enxergar, refletida e adorável, a imagem da sua própria mendacidade.

Se o livro todo já é uma tentativa de dar ares de escândalo a presumidas revelações históricas que antes dele qualquer leitor poderia ler tranqüilamente no próprio site oficial da CIA e nas memórias de inúmeros personagens envolvidos nos acontecimentos, não é de espantar que os jornalistas brasileiros encontrem nele um de seus alimentos espirituais prediletos: a denúncia de uma conspiração direitista milionária destinada a colocar o Brasil sob o domínio do imperialismo ianque, com a ajuda de políticos locais bem subsidiados pelo dinheiro daquela agência americana, entre os quais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.


A prova da trama, que vem circulando com grande frisson entre os círculos "nacionalistas" da internet desde que alardeada pela inteligência glútea do jornalista Sebastião Nery, é a verba de 800 mil dólares, ou talvez um milhão, concedida em 1969 pela Fundação Ford para que Fernando Henrique e outros professores demitidos da USP criassem o Cebrap, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. A Fundação, afirma a dupla Saunders-Nery, era um braço da CIA, e a operação toda era um lance da guerra cultural anticomunista. FHC teria sido comprado pela direita, traindo seus ideais esquerdistas de juventude.


O que a Sra. Saunders não conta - e Sebastião Nery ignora ou finge ignorar por completo - é que a Fundação Ford, se alguma posição tomou na guerra cultural, foi contra os EUA. Na década de 50 ela já foi denunciada por uma comissão parlamentar de inquérito por sua persistente colaboração com a propaganda soviética (v. René Wormser, Foundations, Their Power and Influence, New York, Devin-Adair, 1958, e Phil Kent, Foundations of Betrayal. How the Super-Rich Undermine America, Johnson City, TN, Zoe Publications, 2007); e hoje em dia os programas que ela continua subsidiando - cotas raciais, feminismo, gayzismo, abortismo - constituem o ideário cultural inteiro da esquerda no mundo. Se isso é "imperialismo ianque", eu sou o Sebastião Nery em pessoa.


A Fundação Ford trabalha, sim, para um projeto imperialista, mas não americano. Trabalha para o internacionalismo socialista, de inspiração fabiana, empenhado em demolir a soberania dos EUA para substitui-la progressivamente por uma Nova Ordem Mundial altamente centralizada, estatista e controladora, da qual o governo Barack Obama é um dos instrumentos mais ativos hoje em dia.


Tanto a Fundação quanto FHC podem ser acusados de tudo, menos de terem feito algum mal à esquerda. E não deixa de ser uma prova da debilidade da direita - americana, brasileira ou mundial - o fato de que ela raramente ofereça uma reação à altura quando acusada dos pecados de seus próprios inimigos. Ao contrário: quantos, entre os direitistas brasileiros, especialmente militares, ansiosos por mostrar que são mais anti-americanos do que direitistas, não são os primeiros a fazer coro a mentirosos compulsivos como Saunders e Nery?

domingo, 28 de setembro de 2008

FHC - A Luta de PT e PSDB é Política (disputa de cargos), não Ideológica (orientação política). Portanto, o projeto é o mesmo: COMUNISMO!!!

Do portal FALA BRASIL
Escrito por Cristovam Buarque*, Monday, 06 December 2004

Cavaleiro do Templo: notem pelos trechos em vermelho que PT e PSDB são a mesma imundíce e, portanto, não são de forma alguma oposição um do outro, diferindo apenas nos seus nomes. Um é PT, outro é PSDB. A afirmação é de FHC.


Apesar das farpas de um lado e do outro, PT e PSDB marcharão juntos na política brasileira, Cristovam Buarque e Fernando Henrique Cardoso.

Foi uma longa conversa para reinterpretar o passado, analisar o presente e pensar o futuro. Com um gravador em punho, o senador petista Cristovam Buarque (DF), ex-ministro da Educação, resolveu registrar a troca de impressões com o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, quando eles se reuniram, um mês atrás, em Providence, nos Estados Unidos.

O diálogo, cedido ao Globo por Cristovam, somou 50 páginas impressas, das quais foram extraídos alguns trechos.

Entrevistador e entrevistado revelam identidades. Ambos defendem um choque social e acreditam que, um dia, apesar das farpas de um lado e do outro, PT e PSDB marcharão juntos na política brasileira.

CRISTOVAM BUARQUE: A sua eleição e a do Lula não são fatos inesperados? A esquerda chegar ao poder?

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: Totalmente.

CRISTOVAM: E não é uma surpresa que tenhamos chegado ao poder sem uma proposta nova para o povo? Chegamos rebocados pela direita.

FERNANDO HENRIQUE: Surpresa não é chegar, é chegar pelas duas vias... (risos)

CRISTOVAM: Nossas brigas (PT e PSDB) não podem impossibilitar um trabalho?

FERNANDO HENRIQUE: Não discutimos nem disputamos ideologia. É poder, é quem comanda. Minha idéia para o Brasil é a seguinte: você tem uma massa atrasada no país, e partidos que representam esse atraso, clientelismo. Os dois partidos que têm capacidade de liderança para mudar isso são o PT e o PSDB. Em aliança com outros partidos. No fundo, disputamos quem é que comanda o atraso. O risco é quando o atraso se comanda. É um pouco o negócio do pacto com o diabo, do Fausto, não é? Você pode perder a sua alma nesse processo, porque o atraso pode te comandar. O risco neste momento é de vocês, do PT. De comandar um pouco o atraso e imprimir os outros nessa direção.

CRISTOVAM: Ainda é possível uma aliança PT-PSDB?

FERNANDO HENRIQUE: Acho que sim. Porque a luta é política, não é ideológica.

CRISTOVAM: Nós, do PT, fomos cooptados, ficamos lúcidos, amedrontados ou oportunistas? A nossa mudança veio de qual destes fatos?

FERNANDO HENRIQUE: Veio de tudo isso. Na campanha, é natural um certo oportunismo. Com jogada de marketing, você cria um mito, conta uma história. O meu mito era fácil, era o real, moeda, estabilidade. O Lula era ele próprio, a vida dele. Eu não estava mentindo, realmente tinha feito o real. O Lula também não, representa a ascensão de uma camada. Mas uma coisa é campanha e outra é governo. No governo, não basta paz e amor.

CRISTOVAM: Não está na hora de a gente dar um choque social no Brasil?

FERNANDO HENRIQUE: Se não fizermos alguma coisa rápido, haverá danos à democracia. Se o resultado vai muito devagar, é uma tragédia. Se não anda, pior ainda. Andar para trás é inaceitável. Eu resumiria dizendo: mais investimento em infra-estrutura e um choque social.

CRISTOVAM: Com uma carga fiscal de mais de 30% do PIB já dá para fazer...

FERNANDO HENRIQUE: Aumentou muito a arrecadação. Não entendi porque houve um aumento do superávit primário. Sou doutor nisso. Desde 1999 estou lutando com o FMI. A idéia do Fundo é sempre um pouco mais alto. Porque com o superávit atual, de 4,5%, você não paga nem os juros. Mas se for de 5%, também não vai pagar. Não precisa exagerar no superávit primário. Eu até posso dizer isso. O Lula é que não pode porque é o presidente. Os mercados caem no dia seguinte, é verdade.

CRISTOVAM: Mas para dar esse choque, não é preciso ter um compromisso (a palavra pacto não é boa)?

FERNANDO HENRIQUE: Não devemos falar de pacto porque dá má sorte. Digamos uma convergência. Tem de ser uma coisa suprapartidária. A sociedade tem de comprar a idéia. E tem que pegar gente influente na mídia, porque hoje não existe nada sem mídia. Na política atual, parafraseando Descartes (“Penso, logo existo”), é “estou na TV, logo existo”. Se você não é virtual, você não existe.

CRISTOVAM: A imprensa a gente até traz, agora a Justiça é que difícil trazer...

FERNANDO HENRIQUE: As classes dirigentes, dominantes, e mais do que as classes, as mentalidades dominantes e as culturas tradicionais estão encasteladas na Justiça.

CRISTOVAM: Em novembro de 1998, acompanhei o Lula para visitá-lo. Quando o senhor abriu a porta do apartamento residencial no Alvorada, disse: “Lula, venha conhecer a casa onde você um dia vai morar”. Foi generosidade ou previsão?

FERNANDO HENRIQUE: 
Não creio que tenha sido uma previsão, mas sempre achei uma possibilidade. E também um gesto de simpatia. Eu disse ao Lula naquele dia: “Temos uma relação de amizade há tantos anos, não tem cabimento que o chefe do governo não possa falar com o chefe da oposição”. Era uma época muito difícil para o Brasil.

Eu disse lá, não sei se você se lembra: “Algum dia nós podemos ter de estar juntos”. Eu pensava numa crise.

E disse ao Lula: “Não quero nada de você. Só conversar. É para você ter realmente essa noção de que num país, você não pode alienar uma força”. Lula conversou comigo no dia da posse. E foi bonita aquela posse... Na hora de ir embora, o Lula levou a mim e a Ruth até o elevador. E aí ele grudou o rosto em mim, chorando. E disse: “Você deixa aqui um amigo”. Foi sincero, não é?

CRISTOVAM: Você é adversário dele?

FERNANDO HENRIQUE: Eleitoralmente, sim. Mas tem que estar perto. Tem que saber o que o outro pensa.

* Cristovam Buarque é Ph.D. em Economia, ex- governador (DF) (1995-1998), em 2002 elegeu-se senador pelo PT com a maior votação dada a um político no Distrito Federal. Foi Ministro da Educação (2003-2004). É membro do Instituto de Educação da Unesco. Autor do livro "Admirável Mundo Atual", e nosso colunista. Você pode visitar sua homepage - http://www.cristovam.com.br e escrever-lhe em mensagem@cristovam.com.br.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".