por Ipojuca Pontes em 18 de fevereiro de 2008
Resumo: Se a CIA dedicasse o mínimo de atenção aos encontros periódicos em que o Foro de São Paulo trama a implantação do comunismo no Cone Sul, veria que Chávez não passa de artefato nas mãos de Lula e Fidel Castro para desempenhar o papel de “aríete da revolução socialista”.
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Em recente pesquisa conduzida pelo instituto Zogby Interactive (Utica - New York), a Venezuela foi considerada o país mais influente da América Latina. Mesmo não tendo a América Latina como fonte maior de preocupação, ou pelo menos não tanto quando o Oriente Médio, cerca de 7 mil norte-americanos consultados acreditam hoje que a ação virulenta do coronel Hugo Chávez tornou a Venezuela um país a merecer maiores atenções. O Brasil de Luiz Inácio vem em segundo lugar e, bem lá atrás, em penúltimo lugar, aparece a Cuba de Fidel Castro, na fila de menor influência com apenas 2% - contra 29% da Venezuela e 23% do Brasil.
Sempre desligados do que realmente ocorre na América Latina, os norte-americanos, pelo menos em parte, não deixam de ter razão: a Venezuela de Chávez inspira realmente cuidados especiais: o histriônico coronel tornou-se nos últimos anos uma crescente ameaça à estabilidade democrática (já escassa) do continente – um vendaval de poeira tóxica que convém a todo custo neutralizar.
Com a força bilionária dos petrodólares, mas transtornado pelo narcisismo revolucionário, Chávez interfere na vida política dos países vizinhos, apóia o terrorismo narcotraficante das FARC, insulta os líderes políticos que não rezam pela sua cartilha, abastece com dólares e petróleo a ditadura de Fidel Castro, invade fronteiras, contrabandeia armas e, o mais perigoso, acelera a corrida armamentista na região.
No ano passado, só com a compra de jatos (Sukhoi SU-30), helicópteros de combate (MI-35), cem mil fuzis de assalto (AK-104), mísseis antiaéreos (M-1 Tor) e navios de guerra, Chávez transferiu cerca de US$ 3 bilhões para os abastados cofres de Putin, na Rússia. E seu projeto é gastar mais US$ 25 bilhões na compra de mísseis pesados, tanques, submarinos moldados para invasões anfíbias e a instalação de uma fábrica de fuzis Kalashnicov nos arredores de Caracas. Sua meta final no campo militar é criar no continente um exército de 1 milhão de soldados para a “conquista redentora da América Latina". Cliquem aqui para ver o vídeo com o sociopata venezuelano que incluiu-nos nesta sandice.
No Brasil, o coronel Chávez tem planos especiais e investe grosso na infiltração ideológica para a implantação do “Socialismo do Século XXI” (ou o que ele chama, burlescamente, de “Socialismo bolivariano”). Há mais de ano Chávez (e sua troupe comunista) vem instalando em todo território nacional o que chama de “Círculos Bolivarianos”, uma “frente antiimperialista” constituída por várias facções da esquerda cujo objetivo é, numa etapa final, estabelecer a “Federação Socialista Latino-americana”. Isto é: reeditar na América Latina o que representou para o mundo a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas até a sua dissolução em dezembro de 1991.
Como organização política para fins revolucionários os “Círculos Bolivarianos” pretendem, segundo documento distribuído pelo ativista Maximilian Arvelaiz - um adido da inteligência venezuelana -, mobilizar a urgente “formação de mulheres e homens dispostos a assumir a responsabilidade de conduzir a pátria brasileira e latino-americana até a definitiva independência”.
No Rio de Janeiro, uma dessas unidades, o “Circulo Bolivariano Leonel Brizola”, que congrega militantes do PT, PSOL, PDT, CUT e MST, se define nos seus estatutos como uma “organização política que fundamenta na teoria marxista sua visão crítica e revolucionária, contra o capitalismo”. Daí, numa arrancada para o combate ideológico frontal, o movimento se propõe “utilizar todas as formas de luta tendentes à resolução de lutas de classes que tem como objetivo a tomada do poder”. O alvo é estabelecer “uma sociedade socialista que prepare as condições para uma sociedade sem classes e sem estado: a sociedade comunista”.
De acordo com a proposta revolucionaria bolivariana, que se torna nacional, “o trabalhador brasileiro deve se organizar e lutar para construir o poder popular através da conquista do Estado e o controle dos meios de produção”. Para tanto, se faz necessário a implementação “de uma educação política que garanta a unidade da teoria à pratica local concreta”. Nesta prática, atuando no campo da educação política, comunicação e propaganda, finanças e no “coletivo das relações internacionais”, os “Círculos Bolivarianos” pretendem agrupar novos militantes nas fábricas, associações de bairros, sindicatos, entidades de classe, áreas culturais e, sobretudo, nas escolas e universidades.
Mas, ironicamente, enquanto investe alto no avanço do “Socialismo do Século XX” em boa parte da América Latina, cresce na Venezuela uma insatisfação generalizada da população contra a violência exacerbada das ruas, a ação criminosa do narcotráfico, a epidemia da dengue e a permanente escassez de alimentos básicos. Com efeito, os venezuelanos sofrem com a falta diária de carne, leite, arroz, café, trigo, óleo vegetal, etc., em decorrência da ação nefasta do governo. Entrevistada por “La Nacion”, jornal argentino, a enfermeira Mirna Campos, que vive no sórdido bairro de Los Teques, Caracas, foi contundente: “O que se consegue nas lojas é uísque em quantidade... para o consumo da ‘burguesia bolivariana’”.
No plano econômico a situação da Venezuela, em que pese o ingresso bilionário de petrodólares, não é das melhores. Com uma inflação que já passa dos 3% ao mês, o chamado “bolívar forte”, uma alquimia dos economistas oficiais, é vendido no cambio negro muito abaixo do valor estipulado pelo governo – o que, por sua vez, estimula a fuga em massa do capital produtivo. “É a miséria do petróleo” – asseguram os críticos ortodoxos da economia venezuelana.
No início do artigo mencionei a visão distorcida que os norte-americanos têm do que ocorre na América Latina. É um fato. Se a CIA, por exemplo, dedicasse o mínimo de atenção aos encontros periódicos em que o Foro de São Paulo trama a implantação do comunismo no Cone Sul, veria que Chávez não passa de artefato nas mãos de Lula e Fidel Castro para desempenhar o papel de “aríete da revolução socialista”.
Como organização política para fins revolucionários os “Círculos Bolivarianos” pretendem, segundo documento distribuído pelo ativista Maximilian Arvelaiz - um adido da inteligência venezuelana -, mobilizar a urgente “formação de mulheres e homens dispostos a assumir a responsabilidade de conduzir a pátria brasileira e latino-americana até a definitiva independência”.
No Rio de Janeiro, uma dessas unidades, o “Circulo Bolivariano Leonel Brizola”, que congrega militantes do PT, PSOL, PDT, CUT e MST, se define nos seus estatutos como uma “organização política que fundamenta na teoria marxista sua visão crítica e revolucionária, contra o capitalismo”. Daí, numa arrancada para o combate ideológico frontal, o movimento se propõe “utilizar todas as formas de luta tendentes à resolução de lutas de classes que tem como objetivo a tomada do poder”. O alvo é estabelecer “uma sociedade socialista que prepare as condições para uma sociedade sem classes e sem estado: a sociedade comunista”.
De acordo com a proposta revolucionaria bolivariana, que se torna nacional, “o trabalhador brasileiro deve se organizar e lutar para construir o poder popular através da conquista do Estado e o controle dos meios de produção”. Para tanto, se faz necessário a implementação “de uma educação política que garanta a unidade da teoria à pratica local concreta”. Nesta prática, atuando no campo da educação política, comunicação e propaganda, finanças e no “coletivo das relações internacionais”, os “Círculos Bolivarianos” pretendem agrupar novos militantes nas fábricas, associações de bairros, sindicatos, entidades de classe, áreas culturais e, sobretudo, nas escolas e universidades.
Mas, ironicamente, enquanto investe alto no avanço do “Socialismo do Século XX” em boa parte da América Latina, cresce na Venezuela uma insatisfação generalizada da população contra a violência exacerbada das ruas, a ação criminosa do narcotráfico, a epidemia da dengue e a permanente escassez de alimentos básicos. Com efeito, os venezuelanos sofrem com a falta diária de carne, leite, arroz, café, trigo, óleo vegetal, etc., em decorrência da ação nefasta do governo. Entrevistada por “La Nacion”, jornal argentino, a enfermeira Mirna Campos, que vive no sórdido bairro de Los Teques, Caracas, foi contundente: “O que se consegue nas lojas é uísque em quantidade... para o consumo da ‘burguesia bolivariana’”.
No plano econômico a situação da Venezuela, em que pese o ingresso bilionário de petrodólares, não é das melhores. Com uma inflação que já passa dos 3% ao mês, o chamado “bolívar forte”, uma alquimia dos economistas oficiais, é vendido no cambio negro muito abaixo do valor estipulado pelo governo – o que, por sua vez, estimula a fuga em massa do capital produtivo. “É a miséria do petróleo” – asseguram os críticos ortodoxos da economia venezuelana.
No início do artigo mencionei a visão distorcida que os norte-americanos têm do que ocorre na América Latina. É um fato. Se a CIA, por exemplo, dedicasse o mínimo de atenção aos encontros periódicos em que o Foro de São Paulo trama a implantação do comunismo no Cone Sul, veria que Chávez não passa de artefato nas mãos de Lula e Fidel Castro para desempenhar o papel de “aríete da revolução socialista”.
O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.
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