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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A influência de Chávez

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Ipojuca Pontes em 18 de fevereiro de 2008

Resumo: Se a CIA dedicasse o mínimo de atenção aos encontros periódicos em que o Foro de São Paulo trama a implantação do comunismo no Cone Sul, veria que Chávez não passa de artefato nas mãos de Lula e Fidel Castro para desempenhar o papel de “aríete da revolução socialista”.

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Em recente pesquisa conduzida pelo instituto Zogby Interactive (Utica - New York), a Venezuela foi considerada o país mais influente da América Latina. Mesmo não tendo a América Latina como fonte maior de preocupação, ou pelo menos não tanto quando o Oriente Médio, cerca de 7 mil norte-americanos consultados acreditam hoje que a ação virulenta do coronel Hugo Chávez tornou a Venezuela um país a merecer maiores atenções. O Brasil de Luiz Inácio vem em segundo lugar e, bem lá atrás, em penúltimo lugar, aparece a Cuba de Fidel Castro, na fila de menor influência com apenas 2% - contra 29% da Venezuela e 23% do Brasil.

Sempre desligados do que realmente ocorre na América Latina, os norte-americanos, pelo menos em parte, não deixam de ter razão: a Venezuela de Chávez inspira realmente cuidados especiais: o histriônico coronel tornou-se nos últimos anos uma crescente ameaça à estabilidade democrática (já escassa) do continente – um vendaval de poeira tóxica que convém a todo custo neutralizar.

Com a força bilionária dos petrodólares, mas transtornado pelo narcisismo revolucionário, Chávez interfere na vida política dos países vizinhos, apóia o terrorismo narcotraficante das FARC, insulta os líderes políticos que não rezam pela sua cartilha, abastece com dólares e petróleo a ditadura de Fidel Castro, invade fronteiras, contrabandeia armas e, o mais perigoso, acelera a corrida armamentista na região.

No ano passado, só com a compra de jatos (Sukhoi SU-30), helicópteros de combate (MI-35), cem mil fuzis de assalto (AK-104), mísseis antiaéreos (M-1 Tor) e navios de guerra, Chávez transferiu cerca de US$ 3 bilhões para os abastados cofres de Putin, na Rússia. E seu projeto é gastar mais US$ 25 bilhões na compra de mísseis pesados, tanques, submarinos moldados para invasões anfíbias e a instalação de uma fábrica de fuzis Kalashnicov nos arredores de Caracas. Sua meta final no campo militar é criar no continente um exército de 1 milhão de soldados para a “conquista redentora da América Latina". Cliquem aqui para ver o vídeo com o sociopata venezuelano que incluiu-nos nesta sandice.

No Brasil, o coronel Chávez tem planos especiais e investe grosso na infiltração ideológica para a implantação do “Socialismo do Século XXI” (ou o que ele chama, burlescamente, de “Socialismo bolivariano”). Há mais de ano Chávez (e sua troupe comunista) vem instalando em todo território nacional o que chama de “Círculos Bolivarianos”, uma “frente antiimperialista” constituída por várias facções da esquerda cujo objetivo é, numa etapa final, estabelecer a “Federação Socialista Latino-americana”. Isto é: reeditar na América Latina o que representou para o mundo a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas até a sua dissolução em dezembro de 1991.

Como organização política para fins revolucionários os “Círculos Bolivarianos” pretendem, segundo documento distribuído pelo ativista Maximilian Arvelaiz - um adido da inteligência venezuelana -, mobilizar a urgente “formação de mulheres e homens dispostos a assumir a responsabilidade de conduzir a pátria brasileira e latino-americana até a definitiva independência”.

No Rio de Janeiro, uma dessas unidades, o “Circulo Bolivariano Leonel Brizola”, que congrega militantes do PT, PSOL, PDT, CUT e MST, se define nos seus estatutos como uma “organização política que fundamenta na teoria marxista sua visão crítica e revolucionária, contra o capitalismo”. Daí, numa arrancada para o combate ideológico frontal, o movimento se propõe “utilizar todas as formas de luta tendentes à resolução de lutas de classes que tem como objetivo a tomada do poder”. O alvo é estabelecer “uma sociedade socialista que prepare as condições para uma sociedade sem classes e sem estado: a sociedade comunista”.

De acordo com a proposta revolucionaria bolivariana, que se torna nacional, “o trabalhador brasileiro deve se organizar e lutar para construir o poder popular através da conquista do Estado e o controle dos meios de produção”. Para tanto, se faz necessário a implementação “de uma educação política que garanta a unidade da teoria à pratica local concreta”. Nesta prática, atuando no campo da educação política, comunicação e propaganda, finanças e no “coletivo das relações internacionais, os “Círculos Bolivarianos” pretendem agrupar novos militantes nas fábricas, associações de bairros, sindicatos, entidades de classe, áreas culturais e, sobretudo, nas escolas e universidades.

Mas, ironicamente, enquanto investe alto no avanço do “Socialismo do Século XX” em boa parte da América Latina, cresce na Venezuela uma insatisfação generalizada da população contra a violência exacerbada das ruas, a ação criminosa do narcotráfico, a epidemia da dengue e a permanente escassez de alimentos básicos. Com efeito, os venezuelanos sofrem com a falta diária de carne, leite, arroz, café, trigo, óleo vegetal, etc., em decorrência da ação nefasta do governo. Entrevistada por “La Nacion”, jornal argentino, a enfermeira Mirna Campos, que vive no sórdido bairro de Los Teques, Caracas, foi contundente: “O que se consegue nas lojas é uísque em quantidade... para o consumo da ‘burguesia bolivariana’”.

No plano econômico a situação da Venezuela, em que pese o ingresso bilionário de petrodólares, não é das melhores. Com uma inflação que já passa dos 3% ao mês, o chamado “bolívar forte”, uma alquimia dos economistas oficiais, é vendido no cambio negro muito abaixo do valor estipulado pelo governo – o que, por sua vez, estimula a fuga em massa do capital produtivo. “É a miséria do petróleo” – asseguram os críticos ortodoxos da economia venezuelana.

No início do artigo mencionei a visão distorcida que os norte-americanos têm do que ocorre na América Latina. É um fato. Se a CIA, por exemplo, dedicasse o mínimo de atenção aos encontros periódicos em que o Foro de São Paulo trama a implantação do comunismo no Cone Sul, veria que Chávez não passa de artefato nas mãos de Lula e Fidel Castro para desempenhar o papel de “aríete da revolução socialista”.

O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".