Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Perigosa demagogia: Final

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Thomas Sowell em 14 de fevereiro de 2008

Resumo: O ano eleitoral trás de volta a velha mentira segundo a qual há um fosso crescente entre ricos e pobres, dando uma boa chance para as pessoas que ainda não trocaram fatos reais pela retórica considerarem se não estão sendo enganadas sobre o assunto.

© 2008 MidiaSemMascara.org

Todo mundo espera que os políticos mintam, especialmente em ano eleitoral. Você pode apostar o dinheiro do seu aluguel nisso.

Dentre as muitas mentiras que esperamos ouvir neste ano eleitoral, nenhuma será maior ou mais freqüentemente repetida, pelos políticos e pela mídia, do que a de que há um crescente fosso entre os ricos e os pobres.

Por que isso é mentira, quando há tanta estatística que parece substanciá-la?

Comecemos pelo começo e avancemos um passo de cada vez.

Primeiramente, há uma diferença fundamental entre as categorias estatísticas e os seres humanos de carne e osso.

Quando há uma crescente disparidade entre uma e outra categoria estatística com o passar do tempo, isso não significa que haja uma correspondente disparidade crescente entre os seres humanos de carne e osso com o passar do tempo, pois os seres humanos se movem de uma para outra categoria estatística.

As categorias estatísticas, nesse caso, são faixas de renda. Não há dúvidas de que a renda das faixas superiores tem se elevado tanto absoluta quanto relativamente em relação às faixas inferiores de renda.

O engraçado é que milhões de pessoas se movem de uma para outra faixa de renda.

Ainda mais engraçado é que os contribuintes cuja renda estava na faixa inferior dos 20% em 1996 tiveram um aumento de 91% até 2005.

Enquanto isso, os contribuintes na faixa superior de um centésimo por cento – “os ricos” e “super-ricos”, se você for acreditar nos políticos e na mídia – tiveram sua renda reduzida em 26% durante o mesmo período.

Obviamente, quando a renda de milhões de pessoas quase dobra numa década, muitos deles saem das faixas inferiores de renda. Igualmente, quando outras pessoas que estavam no topo vêem sua renda cair de um quarto, muito delas descem de faixa de renda.

Quando falamos dos “ricos” e dos “pobres”, queremos dizer seres humanos ricos e pobres, não faixas estatísticas de ricos e pobres. Mesmo assim, os políticos e a mídia tratam as pessoas e as categorias estatísticas com se fossem a mesma coisa.

Em parte, a razão para isso é que os dados estatísticos das faixas de renda são mais numerosos e mais fáceis de se encontrar, tanto nas estatísticas do Census Bureau [o IBGE americano] quanto numa variedade de outros lugares.

Os dados de seres humanos de carne e osso e sua evolução temporal estão, no entanto, também disponíveis. As estatísticas mencionadas acima são do Treasury Department [Ministério da Fazenda], que recebe as declarações de impostos das pessoas, o que possibilita a esse órgão acompanhar a evolução temporal da renda de cada contribuinte individualmente.

Você mesmo pode verificar os números num relatório de Treasury Department de 13 de novembro de 2007, intitulado “Income Mobility in the United States from 1996 to 2005” [Mobilidade de Renda nos EUA de 1996 a 2005]. Você pode encontrar um resumo dos mesmos dados no editorial do Wall Street Journal na mesma data.

Esses não são os únicos dados que podem contar uma histórica diametralmente oposta à dos políticos e da mídia, de que os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Um estudo prévio do Treasury Department mostrava padrões similares para as mudanças de rendas individuais no período de 1979 a 1988.

Além disso, um estudo conduzido na Universidade de Michigan, que acompanhou os mesmos indivíduos por um período de tempo ainda maior, mostra, de forma similar, a maioria subindo, de faixa em faixa, com o passar do tempo – acontecendo isso especialmente com aqueles que começaram na faixa inferior dos 20%.

O painel “The University of Michigan Panel Survey on Income Dynamics” [Painel sobre dinâmica de renda da Universidade de Michigan] mostrou que, dentre as pessoas na faixa inferior dos 20% em 1975, somente 5% estavam ainda nessa categoria em 1991. Quase seis vezes esse número estavam na faixa superior dos 20% em 1991.

Havia um resumo, nos dados da Universidade de Michigan, do relatório anual de 1995 do Federal Reserva Bank os Dallas, que também editou um excerto intitulado “Com os nossos próprios esforços”.

Dentre a intelligentsia, virou moda debochar da mobilidade de renda e considerá-la um “mito de Horatio Alger”[*] – e, como alguém disse certa vez, você não consegue responder ao sarcasmo. Mas vale a pena, para as pessoas que ainda não trocaram fatos reais pela retórica, parar e considerar se não estão sendo enganadas pelos políticos e pela maior parte da mídia.

[*] Horatio Alger myth no original. Um dito popular americano que se refere a Horatio Alger, prolífico escritor do século XIX, que escrevia contos com o mesmo tema: um jovem de infância pobre que se torna um adulto de sucesso. (N. do T.)

Publicado por Townhall.com

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo

Leia também Perigosa demagogia: Parte I

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".