Edição de terça-feira, 16 de outubro de 2007 do blog ALERTA TOTAL - http://alertatotal.blogspot.com/
Por Jorge Serrão
Aprofundam-se as “perdas internacionais” do Brasil e dos brasileiros no desgoverno Lula, em favor da Oligarquia Financeira Transnacional que controla a economia mundial. Até agosto deste ano da graça de 2007 para os investidores e especuladores externos, US$ 11 bilhões e 300 milhões de dólares já deixaram o Brasil. Em 2006, foram US$ 13 bilhões 883 milhões de dólares remetidos ao exterior. A abertura de capital da Bolsa de Valores de São Paulo, iniciada ontem, vai aprofundar o processo de fuga de recursos produzidos aqui, graças à assimilação de um número cada vez maior de empresas brasileiras.
O valor remetido ao exterior pelas transnacionais este ano é 31% maior que o mandado para fora no mesmo período de 2006. No ano passado, as filiais brasileiras de grandes bancos foram os que mais remeteram recursos para seus sócios estrangeiros. O montante de US$ 1 bilhão 404 milhões de dólares representou 10,11% do total remetido para fora do País. As empresas de energia e gás remeteram US$ 1 bilhão 378 milhões de dólares. Já as montadoras de automóveis enviaram para suas matrizes lá fora US$ 1 bilhão 318 milhões de dólares.
O economista Adriano Benayon, em seu livro “Globalização versus Desenvolvimento”, ensina que tais remessas oficiais de lucros são apenas a ponta do iceberg. Benayon explica que o iceberg é o total de mais de uma dezena de modalidades de transferências praticadas pelas transnacionais. Essas são feitas por meio dos preços de exportação e de importação - que ninguém controla, muito menos as “autoridades”, dissuadidas até pela Organização Mundial do Comércio (OMC) - e através de despesas a título de “serviços”, em favor das matrizes e de empresas próprias ou coligadas no exterior.
Benayon critica que, apesar dos imensos prejuízos que causa ao Brasil, o capital estrangeiro tem tido total favorecimento do governo, pois sempre foi subsidiado e goza de tratamento fiscal privilegiado, situação acentuada com as isenções propiciadas pelo governo Lula do Imposto de Renda e da CPMF nas remessas ao exterior. Só em 2006, segundo dados do Banco Central, ingressaram no Brasil US$ 26 bilhões e 500 milhões de dólares.
Adriano Benayon ensina que a taxa de câmbio é favorável às remessas ao exterior, como ocorreu em 1998, quando não só o real estava valorizado, mas também já se prenunciava sua débâcle, manifestada plenamente em 1999. Sob os petistas, o real se revalorizou, o que facilita as grandes transferências oficiais, em contraste com 2002, quando o real chegou a cair a R$ 3,60 por dólar. Ontem, o dólar comercial voltou a ser negociado ontem abaixo de R$ 1,80 pelo segundo pregão consecutivo. Mas no final do dia, o dólar fechou com valorização de 0,44%, a R$ 1,815.
A remessa de lucros e dividendos das empresas transnacionais às suas matrizes nos quatro primeiros anos do governo Lula foi o triplo da registrada no segundo mandato de FHC (1999-2002). No primeiro mandato de Lula, de 2003 a 2006, a cada US$ 10 investidos no Brasil, US$ 6 foram enviados ao exterior. Nos quatro últimos anos da gestão FHC foram remetidos US$ 2 para cada US$ 10 que entraram no país. No primeiro mandato de FHC - entre 1995 e 1998 - foram remetidos US$ 2,5.
Tudo ficou fácil para as transnacionais graças à permissividade do Banco Central, desde a regulamentação das contas CC-5, no “governo” de FHC, a cuja política o desgoverno Lula deu continuidade – obedecendo aos seus controladores externos.
Íntegra: http://alertatotal.blogspot.com/2007/10/entreguismo-na-era-lula-perdas.html
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