Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

OBAMA E A RE-ESTRUTURAÇÃO DA POLÍTICA PARA A AMÉRICA LATINA

PAPÉIS AVULSOS do HEITOR DE PAOLA

O que está acontecendo com o candidato à presidência, Barack Hussein Obama, faz-me lembrar, inevitavelmente, o que aconteceu com Fidel Castro, e o que depois sucedeu com Chávez. Quando advertimos nossos amigos venezuelanos que o preço da “mudança” seria a privação da liberdade, nos acusaram de ver ameaças até dentro de um prato de sopa... Tínhamos razão, mas já era tarde demais...


ARMANDO VALLADARES


Cubano, ex-prisioneiro em Cuba por 22 anos, Embaixador Americano nos Governos Reagan e George H. Bush, Diretor da Human Rights Foundation


    


Seguindo o velho modelo de Carter de atacar os aliados e proteger os inimigos, Obama deverá re-estruturar a diplomacia para a América Latina no sentido da defesa dos ‘direitos humanos’ nos fiéis amigos dos EEUU e conversar sem pré-condições com os dirigentes hostis. Assim Carter perdeu a Nicarágua para os Sandinistas – e o Irã para os Aiatolás -, apoiou D. Helder Câmara no Brasil contra a ‘ditadura’ e nem deu um pio sobre Cuba Clinton mandou de volta o menino Elián Gonzalez que fugira de Cuba, numa atitude digna de Lula com os atletas ‘traidores’ assim Obama pretende rever o apoio à Colômbia e falar sem restrições com Chávez. É o prosseguimento na América Latina da política do mea culpa e de apaziguamento no sentido de ‘curar feridas’ como já vimos no artigo anterior .Com a intenção de reverter o voto da Florida (27 votos no Colégio Eleitoral), que deu a vitória a Bush duas vezes e onde os Republicanos ainda têm uma pequena margem, Obama desencadeou uma ofensiva feroz, enviando cinco de seus principais assessores para lá, inclusive Hillary Clinton, segundo informa Destaque Internacional. Os dirigentes do Eixo do Mal Latino-Americano também estão nervosos com a possível derrota de Obama na Florida (Al Gore perdeu ali pela trapalhada de Clinton com Elián).


Muito embora todos os dirigentes do Eixo torçam por McCain em termos econômicos, pois ele defende a abertura do mercado americano como todo Republicano e Obama signifique mais protecionismo, a ideologia fala mais alto, jogando por terra mais uma charlatanice de Marx: não é a economia e as ‘condições materiais de existência’ que determinam as ‘superestruturas ideológicas’ - justo o oposto!


Segundo o comentário do DI, ‘Obama já anunciou que, se vencer, estará disposto a dialogar sem prévias condições com o governo autoritário da Venezuela e com o regime ditatorial de Cuba. O candidato democrata se conectaria facilmente com a nova posição concessiva da União Européia, encabeçada pela França e Espanha, que teve o lamentável impulso da diplomacia vaticana, segundo reconheceu o chanceler espanhol Angel Moratinos diante das Cortes espanholas. A UE acaba de receber com cordialidade o chanceler cubano, Pérez Roque, apesar de que este, antes de seu encontro com os representantes europeus, teve o descaramento de declarar que em Cuba não existem presos políticos’.


O Senador pelo Connecticut Chris Dodd, Presidente do Sub-Comitê do Senado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, influente na cúpula Democrata e um nome não descartado para a eventual Administração Obama – inclusive no Departamento de Estado - declarou num artigo recente (13 de outubro) para o Miami Herald, intitulado O novo Presidente deverá adotar uma nova agenda  que a América Latina está experimentando uma espécie de ‘revolução positiva’: ‘Ditadorzinhos militares e a luta ideológica Leste-Oeste são coisas do passado. A inclusão (note-se o termo utilizado pelas esquerdas mundiais) política se expandiu através de irresistíveis processos democráticos e milhões de pessoas têm novas expectativas em relação a seus governos. Como em qualquer lugar, a democracia na região é algumas vezes confusa, erros são cometidos. Mas a mudança é boa’.


Dodd acha que são apenas confusões próprias de regimes democráticos a perseguição e morte de dissidentes na Venezuela, Bolívia e em breve no Equador as reiteradas fraudes eleitorais em todos eles o apoio inclusive territorial e financeiro a grupos guerrilheiros colombianos. Chama à expulsão de Embaixadores americanos nos dois primeiros e a conseqüente retaliação americana de ‘tit-for-tat’.


Este termo é usado na teoria dos jogos [[1]] para significar mais ou menos a Lei de Talião: olho por olho, dente por dente, significando uma reciprocidade das ações, como se a violenta expulsão do Embaixador americano em Caracas, aos palavrões e brados coléricos e psicóticos de Chávez, fosse equivalente à serena e respeitosa resposta americana. Já se pode perceber a mudança que ocorrerá aqui como no Oriente Médio  no sentido do mea culpa: a América deve ‘olhar para dentro e encontrar formas de impedir tais confrontações no futuro’. A América é culpada pelo antiamericanismo! Há quantos anos ouvimos esta lengalenga de nossos esquerdistas? Pois com os Democratas na Casa Branca e com previsível maioria no Congresso, esta será a política americana oficial.


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É adequado lembrar o discurso de Ronald Reagan perante a Associação Evangélica Nacional sobre a URSS: ‘Convoco-os a se precaverem da tentação do orgulho (...)e rotular os dois lados como culpados, a ignorar os fatos da história e dos impulsos agressivos do império do mal (...) e se retirarem da luta entre o certo e o errado, entre o bem e o mal’ (citado no livro o Eixo do Mal Latino-Americano, p. 178). A neutralidade arrogante é inaceitável quando se trata entre o bem e o mal. Ser neutro não é não optar, é optar pelo mal ou errado. Se eu digo que Aristóteles e Marx foram filósofos importantes, estou na verdade comparando um filósofo com um charlatão antifilosófico e, obviamente, dando ao primeiro um crédito que ele não tem.

 


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Relembrando meus tempos de comunista, eu dizia o que Dodd diz agora: ‘Chegou a hora de reconhecer que a América Latina não é o nosso quintal mas nossos vizinhos’ E é nossa obrigação ajudar para melhorar suas vidas. Velhos refrões do CPC (Centro ‘Popular’ de Cultura da UNE) e das musiquinhas idiotas de Carlos Lyra.


Segundo Dodd o próximo Presidente ‘deverá construir uma parceria ampliada com a região’ sugerindo a próxima Reunião da ‘Cúpulas das Américas’, a ser realizada em abril em Trinidad-Tobago como uma excelente oportunidade para incrementar‘as energias em direção à democracia e melhor aproveitamento de recursos’.


Sugere uma parceria com as democracias ‘já consolidadas’ como México e Brasil e tece elogios a Lula, considerando-o um líder adequado para propagar novos modelos de crescimento. A América deverá olhar além das ‘elites tradicionais’,mesmo quando os resultados não forem favoráveis aos nossos aliados tradicionais’, os quais devem ser desencorajados de práticas não democráticas e cooperar com os novos líderes e as novas forças emergentes: indígenas, mestiços, etc., já que a classe política tradicional está desgastada.


Importância fundamental para remover as ‘manchas’ de nossa credibilidade, deverá ser a ‘reorientação de nossas políticas em relação a Cuba, esquecendo os rancores e ressentimentos do passado (...) deixar de lado os irmãos Castro (mais uma vez vale a pergunta do Garrincha) e nos voltarmos para o povo e para o futuro’.


Na próxima ‘Cúpula das Américas’ veremos uma América Latina querendo mudança. Será o momento certo para os EEUU fazerem o mesmo’.


Segundo Armando Valladares ‘se Obama for eleito Presidente nossa sociedade estará mais que nunca em grande perigo. Um dos seus objetivos é a dissolução da família e de seus valores’. Nestas eleições ’pela primeira vez estão em jogo os valores, os princípios, os ideais que formaram esta grande nação. Destruir o cimento deste país é um velho sonho de ideologias totalitárias, de líderes frustrados’


Os cubano-americanos e os latino-americanos residentes na Flórida têm que fazer todos os esforços de propaganda que estejam em suas mãos para evitar a vitória de Obama. Isto constituiria a única salvaguarda do sonho que os fez irem para os EEUU: a liberdade e a busca da felicidade. No caso dos cubano-americanos, trata-se também de uma obrigação para com a causa da liberdade de Cuba.







[1] A Teoria dos Jogos é um ramo da matemática aplicada que estuda situações estratégicas onde jogadores escolhem diferentes ações na tentativa de maximizar seus ganhos. Inicialmente desenvolvida como ferramenta para compreender o comportamento econômico e depois usada pela Corporação RAND para definir estratégias nucleares, a teoria dos jogos é hoje usada em diversos campos acadêmicos: comportamento animal, ciência política, ética, jornalismo e computação, entre outros.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".