Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

domingo, 26 de outubro de 2008

ITAIPU - Exigências do novo presidente do Paraguai

Por e-mail (sic)

Senhor Senador Cristóvão Buarque,

O senhor afirmou, da tribuna do Senado Federal, o seguinte:

'Não podemos simplesmente negar ao Paraguai o direito de pedir o reajuste. Nós não podemos esnobar o Paraguai. Até porque temos uma dívida com esse nosso país vizinho, já que há 138 anos matamos 300 mil de seus cidadãos [na Guerra do Paraguai]. Em proporção, seria como se
matassem nove milhões de brasileiros - ponderou Cristóvão'.

É muito estranho, senador, e causa preocupação ouvir de um senador da república tal afirmativa. E é estranho por dois motivos:

a) O senhor não tem conhecimento da história e está equivocado ao afirmar que o Brasil matou 300 mil paraguaios;

b) O senhor tem conhecimento da história e, por conseguinte, está mentindo.

Ambas as hipóteses o desqualificam para exercer o alto cargo de senador da república. Quando um senador da república se dirige à nação da tribuna do Senado Federal para afirmar uma asneira deste porte, francamente, não tem condições de estar onde está. Está trabalhando
contra o país, contra o seu povo, quando o seu dever sagrado deveria ser o contrário.

A guerra do Paraguai, da qual o senhor culpa o Brasil, inclusive imputando-lhe 300 mil mortes, foi provocada pelo ditador Solano Lopes, cujas ambições expansionistas o fizeram invadir a Argentina, que lhe negara o uso do seu território para chegar até Uruguaiana. A Argentina
então declarou guerra ao Paraguai, dando início a um conflito ao qual se juntariam o Brasil e o Uruguai no que ficou conhecido como a Tríplice Aliança.

O Paraguai contava àquela altura com um exército de 77 mil homens, enquanto o efetivo brasileiro não passava de 18 mil, o que obrigou D. Pedro II a organizar apressadamente as forças brasileiras para fazer face a agressão.

Sem entrar em detalhes, para não me alongar, quero informá-lo que das 300 mil mortes de paraguaios que o senhor imputa ao Brasil, a fome, a cólera e a malária foram responsáveis por 70%. Em combate mesmo, o Paraguai perdeu metade do seu exército, enquanto o Brasil perdeu 30 mil. E as perdas paraguaias aconteceram em razão da estupidez do ditador Solano Lopes que, instado a se render posto que já estava derrotado, com Assunção invadida pelas tropas brasileiras, levou a guerra às últimas conseqüências conduzindo o que restava de suas
tropas combalidas e, àquela altura composta de adolescentes e até crianças, a Cerro Corá, onde se deu a batalha final.

Solano Lopez jamais aceitou negociar a paz e a guerra só acabou com a sua morte. O Brasil não conquistou territórios do Paraguai, apenas reinvindicou suas fronteiras anteriores. O tratado de paz, assinado em 9 de janeiro de 1872, estabeleceu dentre outras coisas, como a navegação livre pelo rio Paraguai, uma indenização a ser paga ao Brasil, dívida esta que foi perdoada em 1943 pelo governo brasileiro.

Vê-se, portanto, que o grande culpado pelo massacre do seu povo foi o próprio ditador Solano Lopes, tendo o Brasil apenas respondido à altura uma agressão sem sentido. Seguindo a lógica do seu raciocínio, os aliados da segunda guerra mundial devem pagar uma indenização a
Alemanha pelo fato de Hitler ter perdido a guerra. Ainda seguindo a lógica do seu raciocínio, as atuais gerações devem pagar pelos erros por acaso cometidos por governantes em gerações passadas. Assim, não me surpreenderia se o senhor defendesse que a atual e futuras gerações
de italianos continuem pagando aos países conquistados pelo Império Romano pela avidez de seus imperadores.

Mas como o próprio presidente Lula já declarou algumas vezes que o Brasil tem uma dívida para com a África em razão da escravidão, nada mais me admira. Só quero declarar peremptoriamente que eu jamais possui um escravo, assim como nenhum brasileiro vivo na atualidade.

Senador, acorde! O povo brasileiro atual, do passado e do futuro, pagaram, estão pagando e pagarão a enorme e infindável conta que lhes foi colocada sobre os ombros por uma plêiade de governantes irresponsáveis, corruptos e sem visão de futuro, incluindo o atual. E o senhor ainda quer aumentar essa conta?

Quanto a Itaipu, senador, foi o pior negócio feito pelo regime militar e é fácil de se explicar.

O complexo Itaipu foi totalmente custeado pelo Brasil. O Paraguai não desembolsou um centavo de guarani. O acordo firmado deu ao Paraguai o direito a 50% de toda a energia gerada pela usina. Como o Paraguai não tem capacidade para utilizar toda essa energia, o acordo estabelece
que a sobra seria vendida ao Brasil a preço de mercado, e não a preço de custo como estão dizendo alguns esquerdopatas. O Brasil sempre cumpriu rigorosamente a sua parte, pagando integralmente ao Paraguai o excedente desses 50% sem descontar sequer as despesas de manutenção da usina.

Pergunto-lhe, senador: quem fez o melhor negócio? E quem ainda está usufruindo desse negócio da China? Com certeza não somos nós.

Talvez o senhor ache mais justo o Brasil entregar a usina ao Paraguai de mão beijada e passar-lhe a comprar a energia de que necessita, a exemplo do que a Petrobrás fez com as duas refinarias de petróleo que ela instalou na Bolívia, tudo isto em nome da ideologia que une o
atual governo brasileiro a los hermanos andinos.

Convém lembrar, senador, que Itaipu custou 6 bilhões de dólares à época em que foi construída, dinheiro este tomado emprestado no exterior e pelo qual até hoje pagamos porque, compromissos como este, somados aos da construção de Brasília e outros que atenderam a
megalomania de governos passados deram origem ao monstruoso endividamento que hoje impede o desenvolvimento do país. 

Convém lembrar também que, caso o governo resolva atender a reinvidicação do hermano, o preço da energia, que no Brasil custa mais caro do que a energia produzida por usinas nucleares em torno do mundo, terá que ser reajustado e quem pagará a conta será o povo brasileiro. A menos que o senhor e seus pares da esquerda resolvam bancar a conta, o que com certeza não lhe passa pela cabeça. 

É fácil, senador, fazer proselitismo político demagógico com a carteira dos outros.

Convém lembrar também, senador, que o contribuinte brasileiro, já escorchado por uma verdadeira derrama fiscal, lhe paga o salário e todas as suas mordomias para que o senhor defenda o Brasil, e não estados alienígenas.

Dito isto, quero lhe dar uma sugestão: se o senhor sinceramente quer fazer um bem ao Brasil e ao seu povo, renuncie ao seu mandato e volte a sua cátedra na universidade. Lamentando pelos seus alunos.

Indignadas Saudações,

Otacílio M. Guimarães

http://www.puggina.org/curtas/news.php?detail=n1222196059.news

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".