Prezada Tania, Inicialmente, no que toca à tua expressão "se arrogam o direito de invadir a caixa de correspondência alheia", está havendo, da tua parte, uma interpretação equivocada, posto que, se expões o teu endereço de e-mail em sites de literatura onde publicas as tuas obras, estás tacitamente aceitando o recebimento de mensagens, venham estas de Deus ou do diabo, tratem elas de gatos ou cachorros. Tivesses posto, adjunto ao teu endereço, algum aviso, no sentido de as pessoas não enviarem mensagens a ti, que tratem de assuntos tais e tais, seguramente não terias recebido mensagem alguma minha. Todavia, considerando que é um direito teu sujeitar-te, na exposição do endereço, a receber mensagens, cujo conteúdo não é do teu agrado, para, uma vez recebidas, solicitares, aos respectivos remetentes, a remoção de teu endereço, já adotei providência nesse sentido, removendo o teu endereço da minha lista. Esta mensagem terminaria em seguida à seguinte recomendação: a que cries uma conta no provedor gratuito BOL, que oferece, também gratuitamente, um mecanismo antispam igual ao do UOL. Poderias dispensar o provedor no que toca ao acesso à Internet, e usarias então e apenas a conta de e-mail do provedor, que, sendo POP3, aceita configuração no Outlook Express. Por este caminho, ficarias livre de mensagens publicitárias e, quando recebesses mensagens, cujo conteúdo não te agradasse, bastaria colocares o endereço do remetente no filtro, mediante um clique apenas. Todavia, em face do direito de resposta que me cabe por conta das imagens que expressaste na tua mensagem sobre a minha pessoa, vejo-me na contingência de dar prosseguimento ao texto, para esclarecer o seguinte: Em relação às cogitações que fazes sobre as supostas razões que me levam a combater o teu "prizidenti", antecipo-te que aquelas razões nada têm a ver com as imagens descabidas que fazes a meu respeito; até porque, em nenhuma das minhas mensagens de combate, cujas cópias, por sinal, envio religiosamente ao endereço da "prizidença"; em nenhuma delas, repito, faço proselitismo em prol dessa ou daquela corrente política. O que me move a lutar contra Lula e os membros da sua corriola, maioria destes já devidamente enquadrados pelo Sr. Procurador Geral da República no seu extenso e pormenorizado relatório, como participantes de uma "organização criminosa", expressão eufemística para o termo quadrilha, têm a ver, não com as tuas imagens, mas, sim, com a desavergonhada conduta contraditória do teu "prizidenti" e respectivo bando petista, cujos discursos de campanha, enquanto lutavam para chegar ao poder, focalizavam, quase que exclusivamente, sobre a moralidade, a transparência e o respeito às instituições republicanas, para, após a vitória nas urnas, alterar completamente aquelas propostas, dando às mesmas um sentido totalmente oposto. Antes, quando o teu "prizidenti" era apenas candidato, o seu partido, o PT, vivia clamando por CPI pra isso, CPI para aquilo; denúncias, obstruções em plenário, etc., tudo em prol da decência na política em todos os seus aspectos. Agora, uma vez no poder, o discurso da moralidade vira tolerância e até proteção aos protagonistas de crimes iguais e até piores que aqueles contra o qual o partido combatia no passado, conduta que corresponde a uma metafórica bofetada, um insulto, na medida em que põe, sob as vestes de um palhaço, todos os que, na boa-fé, acreditaram nas falsas promessas de Lula e sua gangue, que, hoje, abriga, na sua tenda permissiva, conhecidos patifes da velha política nacional, tais como os renans, os jucás, sarneys e outros de igual naipe. De dizer que, a mim, nem ofenderam tanto, porque, ainda que eu, por acreditar nas propostas moralizadoras do PT, tenha votado em um ou outro petista para deputado, jamais dei o menor crédito a esse boquirroto destrambelhado, bêbado e omisso, que ocupou a cadeira da Presidência da República, para, tão somente, esbanjar-se na doce vida de viagens de recreio pelo mundo, e locupletar-se, ele e parentes, em gastanças desenfreadas, via cartão de crédito corporativo, cuja conta quem paga somos nós, os da classe média, sem direito sequer a saber em que e onde o dinheiro é gasto, haja vista a ocultação desses valores determinado pela "transparência" petista. Vale acrescentar não estão livres desse abuso nem mesmo os miseráveis, que, enganados na ilusão da bolsa-esmola, não enxergam que boa parte desse ultrajante instrumento compra-votos retorna para os domínios da quadrilha nos exorbitantes impostos que são pagos até no quilograma de feijão. E em que esse bando nos atende, em troca dos impostos abusivos, que, no total, correspondem a quase 5 meses de salário por ano de cada brasileiro? O que é que nos dão em troca? Eis o que nos dão: escândalos ligados a locupletação financeira, de freqüência quase semanal, envolvendo auxiliares que trabalham em salas da Presidência da República, amigos próximos do "prizidenti", familiares e aliados políticos, escândalos esses, acompanhados de descarada blindagem da parte do "chefim", que, se por um lado, confessa um inexplicável "não sei de nada", por outro lado apanigua a todos. O País reclama urgentes investimentos em obras de infra-estrutura, reformas profundas na Educação, saneamento básico, etc., e o que esse omisso faz é sair mundo afora, perdoando dívidas de países que nos devem milhões de dólares, ou enviando ajuda humanitária, como se estivéssemos, no Brasil, nadando num mar de tranqüilidade financeira. A bem da verdade, este mar de moedas, de fato, existe, alimentado pelos rios de dinheiro que nós, os brasileiros, pagamos em impostos. Ocorre que esse gigantesco volume de recursos, em vez de ser aplicado em benefício do País, é usado para, entre outras destinações que nada têm a ver com o bem do País, remunerar os mais de 40 mil "cumpanheros" do teu "prizidenti inocenti", que hoje estão pendurados em funções nas estatais e órgão públicos, ganhando bela remuneração, e tudo na base da canetada, sem concurso algum. Enquanto isso, os professores, por conta do salário aviltante, são mantidos na vergonhosa condição de fingir que ensinam, obrigados a enganar os estudantes que fingem que aprendem; a soberania nacional é posta sob ameaça no sucateamento do material militar de defesa; e somos obrigados a engolir afrontas de país vizinho, que, além de quebrar contrato firmado entre chefes-de-estado, invade instalações petrolíferas de empresa brasileira estatal, ocupando-as com tropas militares — ato que, no direito internacional, corresponde a uma declaração de guerra — sem que esse pobre diabo, feito presidente de mentirinha, esboçasse qualquer reação; ao contrário até, em vez de reagir, ainda aplaudiu a quase declaração de guerra de uma Bolívia que expressão alguma tem no cenário político mundial; e isso, para citar apenas algumas das suas vexatórias façanhas, sobre as quais outras nem vou me dar ao trabalho de enumerar, para não alongar-me nesta além do necessário. Eis aí a razão do meu desgosto e, por extensão deste, da minha revolta, que me dá a disposição inabalável para combater, sem trégua, dia e noite, na Internet e fora dela, o fantoche enfaixado de presidente e os seus comparsas, usando, no combate, o linguajar duro, sim, porque não há mais lugar para contemporização e verborragia edulcorada, quando estamos diante de um consumado assalto aos cofres públicos, promovido pelo boçal "prizidenti" e seus comparsas, os quais, aproveitando-se de brechas na legislação eleitoral, da inércia dos que devem fiscalizar o cumprimento da mesma e da tolerância inexplicável do Congresso Nacional, colocaram no poder um testa-de-ferro, que, bem pago, submete-se ao que os seus chefes ocultos determinam. Por isso, para deixar a quadrilha agindo livremente, metem-no em custosas viagens mundo afora, viagens que, em número, lhe conferem o constrangedor título de chefe-de-governo que, num só mandato, dentre todos os demais presidentes no mundo todo, foi o que mais empreendeu viagens internacionais. Justamente por isso, "nunca sabe de nada" do que acontece em salas bem próximas da sua no palácio presidencial. Trata-se de uma ignorância conveniente, vez que, o seu "não sei nada" e "fui traído" lhe deixam bem ante a massa de eleitores, os quais, quando abrem um jornal, é apenas para ler o horóscopo ou as manchetes esportivas. Enquanto isso, o País fica à mercê das iminências pardas do seu partido, cujas principais cabeças têm, em vez de currículo político, uma ficha criminal, onde constam, além do hediondo crime de seqüestro, assassinatos de inocentes, atos terroristas e assaltos a bancos, que lhes valeriam longa hospedagem em presídios de segurança máxima, não fosse a anistia concedida pelos militares que intervieram no quadro caótico reinante na década de 60, para evitar que o Brasil fosse transformado em satélite de ditaduras totalitárias comunistas. Com a magnânima anistia concedida, os componentes da corja comunista retornaram ao País, reorganizaram-se e, hoje, por conta das falhas legislativas e funcionais referidas acima, assumiram poder, para, em primeiro ato, premiarem-se logo, a si mesmos, com gordas indenizações e pensões, isentas de imposto de renda. Considerando que quem paga a conta dessas indenizações absurdas somos nós, os brasileiros, fomos postos na condição de culpados, por conta da fracassada luta armada em que o bando se meteu a partir de 1968 contra a necessária e salvadora intervenção militar, valendo lembrar que esses aventureiros, de declarada tendência vermelha, não tiveram apoio algum da população, que muito pelo contrário, num ato de declarado repúdio àquela aventura, aplaudiu, num Maracanã lotado e de pé, dois dos Generais-Presidentes (Geisel e Médici), que compareceram ao estádio para assistir ao espetáculo esportivo mais popular do Brasil. Lula também compareceu a evento esportivo no mesmo estádio, mas o que recebeu lá foi um demorada expressiva e contundente vaia, o que lhe confere outro ineditismo vergonhoso, além do recorde já referido sobre as viagens internacionais: o de ser o único chefe de estado no mundo, que, na abertura de jogos olímpicos, em vez de aplausos, recebeu vaias. Não temos um Presidente da República, prezada Tania; o que temos é um embuste, uma farsa, personificada na figura de ignorante que, transformado em teste-de-ferro da organização criminosa referida pelo Procurador-Geral da República, além de não cumprir com as suas indeclináveis obrigações, ainda nos cobre de vergonha quando abre a boca asneirenta ou atua em cerimônias públicas. Contudo, é sagrado o teu direito de manter-se afastada desse tipo de discussão, não cabendo a mim sequer conjecturar sobre o porquê do teu alheamento, nas, sim, atender-te prontamente, removendo o teu endereço do meu catálogo. De minha parte, já que não mais podemos contar com entidades civis de defesa civil, tampouco com os "caras-pintadas", que, em recente passado político, defenestraram do poder um Collor de Mello, cujas transgressões políticas, se comparadas com o banquete da quadrilha lulo-petista, não passou de um piquenique, darei continuidade à minha luta nessa última trincheira que me resta, que é a Internet, exercitando o meu constitucional direito de expor livremente a minha opinião, usando do linguajar que eu julgar mais apropriado, doa a quem doer; até porque, nesse exercício, não estou atacando Lula ou qualquer outro dos citados no que toca à pessoa física dos mesmos. Estou combatendo, sim, mas a postura destes como pessoas públicas em face dos cargos ou representações políticas que ocupam, e das quais têm o indeclinável dever de prestar contas, uma vez que, se estão ocupando tais cargos, lá estão, não porque têm barba bonita ou porque são bons vizinhos, mas porque receberam o aval de milhões de brasileiros, via voto democrático. Se os citados aqui pensam que podem misturar interesses pessoais com as elevadas obrigações inerentes aos cargos políticos ou administrativos que ocupam, estão consumadamente enganados, e alguém precisa vir a público para dizer-lhes isto da forma mais direta e cristalina possível. Anselmo Cordeiro. PS: cópia desta será enviada à Presidência da República, via formulário em site do órgão, seção "Fale com o Presidente", bem como a todos os parlamentares e entidades estudantis do País. Livre para repasse. |