Domingo, Fevereiro 14, 2010
O que segue são os parágrafos iniciais de matéria que está na revista Época, da Rede Globo, desta semana. Comento logo abaixo. Leiam:
Desde que chegou ao poder, há sete anos, o Partido dos Trabalhadores tem duas faces. Formado por diversas correntes, da minoria de extrema esquerda à maioria de centro-esquerda, o PT pratica uma política conservadora de governo, apesar de eventualmente expor algumas ideias consideradas radicais em seus documentos internos. Graças ao pragmatismo sustentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 2003, propostas como o “controle social” – leia-se censura – da mídia, a reestatização de empresas privatizadas e o uso de plebiscitos para driblar o Congresso nem eram mais levadas a sério quando apareciam em papéis discutidos no PT. Agora, prestes a lançar oficialmente a candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência da República, isso começa a mudar.
A partir da próxima quinta-feira, o PT começa a discutir uma série de propostas como essas em seu congresso nacional. O evento vai até o dia 20. O documento A grande transformação, que contém as bases de um futuro programa petista para um possível governo Dilma, prevê a maior influência do Estado nos rumos da economia, com o fortalecimento de empresas e bancos estatais.
Há duas semanas, a Secretaria de Política Internacional do PT propôs a criação de um conselho, formado por representantes de ONGs e sindicatos para aconselhar o Itamaraty na condução da política externa brasileira. Algumas dessas ideias poderão ser levadas para as discussões do futuro programa de governo da candidata Dilma, coordenado pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. A proximidade da saída de Lula após oito anos de governo começa a levantar dúvidas. Essas ideias continuarão sendo apenas “exercícios de intelectuais desocupados”, como diz o cientista político Francisco Oliveira, ou têm alguma chance de ser implantadas se Dilma vencer? Leia MAIS
MEU COMENTÁRIO: Como vêem, depois que o patriarca e fundador das organizações Globo Roberto Marinho faleceu, os sucessores, seus filhos, imprimiram uma espécie de pragmatismo não condução da política editorial de seus veículos de comunicação que muitas vezes beira o ridículo. Dia desses me disseram (praticamente não vejo televisão) que num dos capitulos da novela da Globo, a certa altura uma das personagens diz para a outra: "vamos ao filme do Lula?"
A revista Época segue a linha editorial ondulante da televisão, como bem se vê no excerto dessa matéria que transcrevo acima. Tanto é que Épocapergunta ao Francisco Oliveira, um dos fundadores do PT, se o partido vai mesmo - trocando em miúdos - implantar o comunismo no Brasil nos moldes venezuelanos. Ora, Oliveira trata de escamotear o que todos sabem: não há dúvida nenhuma que se os brasileiros perderem o juízo e votarem nessa tal de Dilma, o Brasil será a Venezuela amanhã.
Notem para o título do documento que os petralhas irão debater: "A grande transformação".
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