Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O PT em São Paulo - Tchau Martha "Suplício"...


REINALDO AZEVEDO
Segunda-feira, Outubro 13, 2008

Cavaleiro do Templo: por problemas nos links do blog do Reinaldo, não poderei inserí-los em cada um dos artigos abaixo.


O DEVER DA RESISTÊNCIA

Inserção do PT na TV indaga se o prefeito Gilberto Kassab é casado e tem filhos. A cidade inteira sabe que a resposta é “não” e “não”. Então por que a pergunta? É óbvio que se tenta fazer um questionamento sub-reptício, covarde como sói na turma, sobre a sua sexualidade, que não interessa a ninguém, a não ser a ele próprio. Seria ridículo sustentar isso ou aquilo, asseverar esta ou aquela condição. Corresponderia a fazer o jogo da canalha que tenta transformar preconceitos em escolha política.

E se ele fosse gay? Isso o impediria de ser o grande prefeito que é? O PT chafurda na lama, na propaganda mais odienta, na escolha mais desprezível, na discriminação mais asquerosa. Ao mesmo tempo em que assim procede, tenta criminalizar o DEM, como se o partido não tivesse direito de existir. É o fim da linha. No partido de Celso Daniel, de Santo André, e de Toninho do PT, de Campinas, tudo é permitido, tudo vale, tudo pode. Eis a campanha que está sob o gerenciamento de Gilberto Carvalho, braço direito de Lula — o mesmo Carvalho que era braço direito de... Celso Daniel.

Alguém poderia indagar: “Mas a própria Marta não foi vítima de preconceito por ter-se separado de Eduardo Suplicy e casado com o argentino Felipe Belisário Wermus?” Eu acho que sim. Já escrevi isso aqui. E também observei à época que seus acertos e seus erros nada tinham a ver com a sua opção. Mas há algumas diferenças aí. Quem levou o drama de alcova do trio para a praça pública foi um dos vértices do triângulo: o marido agravado. Ninguém foi escarafunchar a vida de Marta ou perguntar se ela primeiro se divorciou para, então, ficar com seu novo amor. Mais: Belisário Wermus, que prefere ser chamado de Luís Favre, fez questão se tornar uma espécie de assessor especial de marta e de participar do debate público brasileiro. Kassab não ofereceu a sua vida privada ao escrutínio de ninguém.

Muitos dirão que este texto não deixa de ser conseqüência da estratégia vil do petismo. Errado. A questão está dada. Recebi ontem oito telefonemas de amigos — dois deles de esquerda, eleitores (serão ainda?) de Marta — que estão absolutamente enojados. Os leitores começaram a comentar no blog antes mesmo que eu escrevesse qualquer coisa a respeito. A campanha de Marta comete uma dupla canalhice ética.

A primeira, evidentemente, é especular, sem que lhe tenha sido dada licença, sobre a condição sexual de alguém, o que é inaceitável; a segunda é sugerir que, se fosse verdadeira a ilação, seria uma mácula. Não! Kassab, acreditem, não está sendo pessoalmente atingido. Mas todos os gays do país estão. Marta quer lhes cassar a cidadania com uma campanha covarde e homofóbica, que nem mesmo ousa dizer seu nome. Justo ela, que iniciou a sua carreira política fazendo proselitismo entre os homossexuais. Mais uma farsa se revela — ou uma “bravata”, para usar expressão do presidente Lula: os gays serviram para dar visibilidade a Marta Suplicy. Agora, se preciso, ela os manda para a fogueira para conquistar os votos evangélicos. Foram usados e agora são jogados fora. No PT, vale tudo para se eleger. Sempre valeu.

No dia 10 de julho de 2006, o jornal O Globo registrava uma fala emblemática. Indagaram a Marco Aurélio Top Top Garcia, então presidente interino do PT, se não era constrangedor para Lula dividir o palanque com mensaleiros. Sabem o que ele respondeu? “Constrangedor é não ter voto”. É o vale-tudo.

Vão silenciar?
Imaginem se um partido considerado “de direita” pela imprensa fizesse com um petista o que a campanha do PT fez ontem com o dito “conservador” Kassab? Vocês já imaginaram a reação da imprensa e das falanges do politicamente correto? Maria Rita Kehl escreveria, claro, um artigo indignadíssimo, mostrando quão suja pode ser a direita... Mas, desta feita, o silêncio deve gritar a pusilanimidade dessa gente. Porque eles não só tem o monopólio da representação de supostas minorias, como também reivindicam o direito de discriminá-las se isso for útil à sua causa. Aliás, em matéria de preconceito, Marta está se tornando um caso de estudo. Ontem, no debate da Band, só faltou pedir que declarem a ilegalidade do DEM (comento num post abaixo).

Por quê?
Vocês viram que a capa de O País dos Petralhas abre este texto. É que essa gente está devidamente caracterizada no livro. Eis os petralhas. Meus leitores sabem da minha indisposição com o que chamo de “minorias profissionais” — sejam gays, pretos, gordos, míopes, magros, mancos, heteros, belos, sei lá o quê. Só indivíduos me interessam. Na sua particularidade.

E, já escrevi aqui, pouco me importa o que fazem na cama desde que as práticas sejam consensuais e excluam crianças e bichos. Não é problema meu. Meus amigos são testemunhas de que jamais comento minha vida privada, por mais próximos que sejam. Nunca! Para lhes salvar a vida, se preciso, dou um rim. Mas não me peçam segredos de alcova. E também não abro espaço para que me contem suas aventuras. Fazer o quê? Sou assim. Quando Lula exaltou a sua virilidade com a Galega logo na primeira noite, quase vomitei. Sou do tipo que transforma, sempre que possível, palavras em imagens... Calculem, então, o que penso da possibilidade de o estado ou um partido tentarem legislar sobre individualidades. Essa é uma prática muito comum do nosso tempo, a que aderiram as esquerdas, agora que não podem mais fazer revolução: politizam o desejo, os anseios, as frustrações de grupos... Tenho horror a esses bandos de discriminados profissionais, escravos das próprias frustrações. E, claro, diz a canalha: “Reacionário!” Eu???

Não! Reacionária é Marta Suplicy. Ela, sim, sob o pretexto de respeitar minorias — de quem queria o voto —, avança, sem qualquer respeito ou pudor, sobre a vida privada de um ndivíduo que nada lhe deve, tampouco explicações.

E concluo 
Há questões que são estritamente privadas. E outras têm interesse público. Eu não quero saber se Marta namorou Belisário Wermus só depois de se separar de Suplicy. Aliás, eis outro triângulo amoroso que me embrulha o estômago. Suplicy tratou muito do assunto. Marta falou a respeito num livreco que circula por aí. Eles é que são desabridos. Agora, saber qual é a fonte de renda de Belisário pode ser do interesse da coletividade. O homem é uma figura bastante presente na vida pública brasileira, não? Ele vive mesmo do quê? Quando trabalhava para Duda Mendonça, qual era mesmo a sua especialidade?

Entendo por que O País dos Petralhas está em todas as listas dos livros mais vendidos do país. Lê-lo está se transformando numa espécie de sinal de resistência. Uma resistência não-partidária. Uma resistência cidadã. Uma resistência em nome da civilidade.
Por Reinaldo Azevedo | 

Uma questão de lógica

Na sua coluna desta segunda, Fernando de Barros e Silva, daFolha, escreve duas coisas que se tornam interessantes se postas para dialogar:

A primeira: “A vitória do DEM, tendo o PMDB de Quércia como vice e aliados como o PTB, sela a reorganização da direita na cidade após o declínio final do malufismo. "Sob nova direção", e salpicada pela granola alternativa do PPS de Soninha, essa direita recomposta tem em Serra o seu fiador e no PSDB o anzol que fisga parte da opinião progressista.”

A segunda: “A propaganda petista que questiona a vida privada de Kassab é uma apelação abjeta e obscurantista. Entre a eleição e a compostura, seria melhor optar pela segunda.”

Então tá 
1) Seria interessante que ele listasse, para matar a nossa curiosidade, quais foram as ações de “direita” do prefeito Kassab. Fica aqui a sugestão de um leitor.
2) Se “a direita” é Kassab, e a esquerda é Marta, que faz uma “propaganda [com] uma apelação abjeta e obscurantista”, Barros e Silva que faça como aquela moça do Chico Buarque: “encaminhe pro céus uma prece”. Tudo indica que Kassab derrotará a abjeção e o obscurantismo. Dou a Fernando as boas-vindas à direita, digamos, superior e iluminista. Ou será que ainda é cedo?
Por Reinaldo Azevedo | 

O debate da BAND e quem fez o quê

Sim, assisti ao debate de ontem da Band. Mesmo com regras rígidas, um tanto chatinhas, fica mais agradável de ver quando o embate se dá apenas entre dois candidatos. Temos — o jornalismo — de procurar uma maneira que impeça a mentira e o ludíbrio: “Fiz isso e aquilo...” Se não fez, a obrigação do jornalismo é informar o telespectador. Mas como? Não sei — o que não quer dizer que não haja uma resposta.

Quem ganhou? Bem, como sempre, isso fica por conta das pesquisas de opinião. Eu acho que Gilberto Kassab (DEM) teve uma atuação superior à de Marta Suplicy (PT). Parece que sopraram ao ouvido da candidata que a única chance de reverter o quadro é abusando da agressividade. E ela foi fundo. Vai funcionar? Os petistas, aliás, estavam em pé de guerra. O prefeito pediu, e obteve, direito de resposta: a ex-prefeita chamara o adversário de mentiroso ao menos três vezes. É algo injurioso — não uma divergência. A petista também reivindicou o seu tempo, que lhe foi negado. Ela desandou a gritar. Seus partidários também. No intervalo, petistas chegaram a acusar o mediador Boris Casoy de “vendido”. Carlos Zarattini, coordenador da campanha de Marta, afirmou aos berros que havia “falcatrua” no debate. É mais uma face do petismo quando em desvantagem.

Preconceito, pelo visto, tornou-se a tônica da campanha petista. Marta dedicou-se a satanizar o DEM, partido do Kassab, que, segundo ela, está desaparecendo no Brasil inteiro. A legenda está prestes a conquistar a prefeitura da maior cidade do país. Mesmo fora do poder federal há seis anos, conquistou 495 prefeituras, apenas 53 a menos do que o superpoderoso PT. Se ganhar em São Paulo, governará uma população e um orçamento superior à soma das seis capitais onde os petistas venceram. Não só: as vitórias mais expressivas do PT se deram em cidades pequenas do Norte e Nordeste — justamente nos grotões. E o grande eleitor do petismo foi um neocoronel chamado Bolsa Família — perverso como todos os coronéis.

Marta investe no preconceito. Afinal, qual é o problema do DEM?
- O partido foi pego extorquindo bicheiro?
- O partido promoveu o mensalão?
- O partido foi pego com dólares na cueca?
- O partido foi flagrado com uma mala de dinheiro tentando comprar um dossiê falso para fraudar uma eleição?
- O partido usou a Casa Civil para montar um dossiê contra adversários políticos?
- O partido promoveu a quebra ilegal do sigilo de um pobre caseiro?
- O partido mantinha em Brasília uma casa de prazeres & negócios, onde São Jorge costuma ser exibido de ponta-cabeça?
- O partido tem algum figurão cujo filho recebeu R$ 10 milhões de uma empresa concessionária de serviço público, de que o BNDES é sócio?
- O partido recebeu dólares de Cuba?
- O partido recebeu recursos das Farc?
- O partido deu a Petrobras de presente para um índio de araque?
- O partido endossa os regimes de força da Bolívia, da Venezuela e do Equador?
- O partido mudou uma lei só para beneficiar uma empresa gigante da telefonia?

- O partido tentou instaurar a censura no país?

- O partido puxa o saco de tudo quanto é ditadura no mundo?

- O partido deu emprego para a mulher de um narcoterrorista?

- O partido apóia uma organização narcoterrorita enquanto trata a pontapés o país que os terroristas ameaçam?

Convenham! Se o DEM tivesse feito tudo isso, deveria ter sido extinto, e seus dirigentes mereceriam estar atrás das grades.
Por Reinaldo Azevedo | 

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".