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sábado, 18 de outubro de 2008

“No tempo dos faraós e dos imperadores”

ARQUIVO DE ARTIGOS ETC
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa, sexta-feira, Outubro 17, 2008

Há os que pedem para o Lula se calar. Pois eu, não. Imaginem perder essa maravilha: Lula, reunido com o presidente de Moçambique, indignado ao saber que a ajuda de R$10 milhões de dólares que prometera cinco anos atrás ao país africano ainda não chegara lá, reagiu à explicação de seu chanceler, de que a culpa era da burocracia. E saiu-se com esta, dirigindo-se ao chefe do estado moçambicano:

“No tempo em que você tinha os faraós e os imperadores, isso não acontecia”. Todos os brasileiros da imensa equipe do presidente sorriram e olharam para os moçambicanos com ar de quem diz “ele não é uma simpatia?”. Dificilmente um amigo que promete essa pequena fortuna não vai ser encarado como simpático, mesmo que Moçambique tenha que reescrever sua história e colocar lá uns faraós. Com certeza estão até agora se perguntando onde foi que o Lula pescou um faraó em Moçambique...

Perder as sentenças do Lula, nem pelos tais dez milhões de dólares. Não sei se vocês já repararam, o Lula não fala, nem diz. Ele sentencia. Espeta os indicadores para baixo ou para cima, e dá suas sentenças.

Lá da Índia veio uma: “A Marta já ganhou”. O que, ele não se dá ao trabalho de dizer. Mas nós presumimos que se refira às eleições para prefeita de São Paulo. De todas as sentenças que deu, essa foi a mais arriscada. Eu não acredito que depois da grosseria de sua campanha, a candidata do PT venha a ganhar. Mas como ele sentenciou...

A campanha de dona Marta agrediu gratuitamente todos os solteiros, solteiras e gays deste país. Sim, porque ao sugerir, naquele tom usado pelo locutor de sua peça publicitária, que por ser solteiro Kassab era gay, ela ao mesmo tempo declarava que, sendo gay, não serviria para prefeito.

Discordo dela em gênero, número e grau. O estado civil, a cor, a religião, se tem filhos ou não, as preferências sexuais, são tão importantes para governar quanto a altura, o peso ou as condições capilares do indivíduo.

A pergunta, além de irrelevante, é obtusa. Escolher não casar vem se tornando, a cada dia que passa neste mundo complicado em que vivemos, mais e mais comum. Ser homo ou ser hetero, deixou de ser um anátema. Não ter filhos, é outra opção que alguns acham do maior bom senso. É tão tola a pergunta sobre qual o estado civil do Kassab, que fiquei até com pena da candidata. É preciso estar mesmo no desespero para fazer um questionamento desse tipo. Mas pior do que isso foi, para mim, outra das perguntas feitas no mesmo programa:

“Sabe de onde ele veio?”.

O que será que o publicitário do PT e dona Marta quiseram dizer com isso? Não consigo atinar com o motivo para tal pergunta. Se Kassab fosse verde, ou tivesse uma luzinha na ponta de um dedo, ou voasse, ou falasse numa língua esquisita, ou pensasse que todos os países africanos têm faraós, a pergunta até que faria sentido. Mas como nada disso ocorre, fico encafifada. Será que a candidata se referia a úteros aristocratas e plebeus? E quem rotula?

Todos sabem que estas eleições municipais são uma encruzilhada para a eleição de 2010. Rio e São Paulo, as estrelas mais brilhantes de nossa bandeira, estão escapando do controle do PT. Em São Paulo, como a fofoca tipo revista de celebridades foi um tiro na culatra, começam a pipocar cenas de barbárie. Polícia contra polícia, diante do palácio do governador, desrespeitando a população.

No Rio, querem nos convencer, primeiro através de folhetos anônimos, depois através de notas à Imprensa, que votar em Fernando Gabeira é votar num maconheiro preconceituoso. Aliás, solteiro, aliás, ateu. Serviu como deputado federal pelo PT, mas não serve como prefeito da cidade que ama? E onde é amado?

PT e afiliados, cresçam e reapareçam. Mas agora fiquem bem tranqüilos. Nós não estamos mais no tempo dos faraós. Quem manda agora é o povo, a sociedade, a população, os homens, as mulheres, os ateus, os religiosos, os negros, os brancos, os índios, os gays, os machões, os enrustidos, os altos, os baixos, os carecas, os gordos, os sarados, os cultos, os incultos, os feios e os bonitos.

Nós queremos Kassab em São Paulo e Gabeira no Rio. E que deixem Lula nos palanques, sentenciando adoidado, para amenizar estes dias pesados em que a tal de globalização nos meteu. Mas atenção, só até 31 de dezembro de 2010! Nem mais um minuto!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".