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sábado, 29 de outubro de 2011

Imperialismo americano? Por favor...

MÍDIA SEM MÁSCARA

Nós certamente não estamos no controle político do Iraque. Se estivéssemos, não teríamos concordado com o desejo do governo iraquiano em nos ver partir. Por acaso César se importava com o desejo popular da Gália?

Esse é o fim. Os Estados Unidos estão saindo do Iraque.

Estou firme no campo que vê isso como um equívoco estratégico. A democracia iraquiana é frágil, e o desejo do Irã em subvertê-la é forte.

Além disso, anunciar nossa retirada é uma forma esquisita de responder a um frustrado plano iraniano para cometer um ato de guerra na capital dos EUA. Obviamente, espero estar errado e que o presidente Obama não esteja desperdiçando nossos enormes sacrifícios no Iraque em virtude de preocupações políticas domésticas e inépcia diplomática.
Entretanto, há uma vantagem. A decisão de Obama em sair o Iraque deveria desferir um golpe mortal contra os críticos internos e externos da América.

Afinal de contas, que tipo de império faz uma coisa dessas?

Por muito tempo os críticos da política externa dos EUA têm desfiado a ladainha sobre o "império" americano. O termo tem sido usado como um epíteto tanto pelos isolacionistas de esquerda quanto de direita, como um termo mais friamente descritivo por intelectuais da moda como Niall Ferguson e Lawrence Kaplan, e com entusiasmo jubilante de alguns neoconservadores em política externa como Max Boot.

A acusação em tempos recentes têm como foco o Oriente Médio, especificamente o Iraque.

O problema é que a América contemporânea não é um império, pelo menos em nenhum sentido convencional ou tradicional.

Um império típico invade países para explorar seus recursos, impor controle político e extorquir tributos. Isso é verdade para todo império, desde os antigos romanos até os britânicos e soviéticos.

Esse nunca foi o caso do Iraque. Por toda a baboseira de sangue-por-petróleo, se a América quisesse o petróleo do Iraque ela poderia ter poupado muito sangue e simplesmente comprado. Saddam Hussein ficaria feliz em fechar um acordo se nós apenas acabássemos com nossas sanções. De fato, a indústria de petróleo dos EUA nunca fez lobby para uma invasão, mas para o fim das sanções. Nós também nunca arrancamos impostos do Iraque. Na verdade, nós defendemos sua diminuição.

E nós certamente não estamos no controle político do Iraque. Se estivéssemos, não teríamos concordado com o desejo do governo iraquiano em nos ver partir. Por acaso César se importava com o desejo popular da Gália?

Alguns militantes indubitavelmente dirão que a diferença essencial é que Barack H. Obama, e não George W. Bush, é presidente.

Porém, essa objeção tola esconde o fato de que Obama integrou-se em uma cronologia desenhada pela administração Bush. Mais do que isso, Obama se aproximou de Bush mais do que qualquer um poderia imaginar.

Considere a Líbia. Obama perseguiu exatamente o mesmo objetivo político -- forçar a mudança de regime -- que os críticos da Guerra do Iraque diuturnamente denunciaram como sendo o coração do imperialismo americano. Há diferenças significativas entre as duas empreitadas, é verdade, mas há pouquíssima diferença no nível conceitual, e nenhuma das duas teve algo que ver com imperialismo.

Mais importante, para que a acusação de imperialismo signifique alguma coisa ela precisa descrever algo mais amplo do que uma simples diferenciação ideológica de políticas. Se nosso imperialismo pode ser ligado e desligado como uma lanterna com a mera mudança de partidos, então quão imperialistas podemos ter sido desde o começo?

A palavra "regime" tem sido definida nos últimos anos como nada mais do que administrações presidenciais. "O que precisamos agora não é apenas uma mudança de regime com Saddam Hussein e o Iraque, mas precisamos de uma mudança de regime nos Estados Unidos", disse o senador John Kerry em 2003.

Regime descreve, na verdade, todo um sistema de governo. E se o regime americano é imperialista apenas enquanto os republicanos estão no poder, então não é uma afirmação séria, mas apenas uma calúnia conveniente e ideológica.

Em muitos lugares do Oriente Médio, a Guerra ao Terror é invocada como um front de inspiração religiosa para um imperialismo cruzado. Essa besteira não enxerga o fato de que a América foi à guerra para salvar vidas islâmicas mais do que qualquer país islâmico já fez. Sob democratas e republicanos nós lutamos para salvar muçulmanos na Somália, no Kosovo, na Bósnia, no Kuwait, no Afeganistão, no Iraque e, agora, na Líbia. Não procuramos a conversão de ninguém e - com exceção do Kuwait - nunca apresentamos uma conta a pagar. Quando nos pediram para sair, nós saímos.

Dizer que fizemos essas coisas simplesmente por pilhagem e poder é um insulto a todos os americanos, particularmente àqueles que deram suas vidas no processo.


Jonah Goldberg
 é editor-assistente do National Review Online e autor do livro "Fascismo de Esquerda: a história secreta do esquerdismo americano", publicado pela Ed. Record.

Tradução e divulgação: Felipe de Oliveira Azevedo Melo, editor do blog da Juventude Conservadora da UNB.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".