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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pachauri admite que o IPCC simplesmente “estima” os números que apresenta por Jo Nova

MÍDIA A MAIS
em 8 de setembro de 2010

IPCC, muito longe da neutralidade científica
Tamanha é a pressão que finalmente começa a se abater sobre o IPCC que Rajendra Pachauri [ver  na editoria de Ambientalismo do M@M: “O guru, a boca e a botija”] se viu forçado à ridícula posição de tentar resgatar a credibilidade ao contradizer a maior parte de sua campanha de relação públicas forjada ao longo dos anos. Ele deu um passo extraordinário quando admitiu que o IPC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climática, órgão da ONU ainda presidido por Pachauri) não dispõe de números comprováveis cientificamente, mas veja bem, está tudo certo, afinal o IPCC é, de fato, uma agência de formulação e redação de políticas e não uma produtora de relatórios científicos “que jamais verão a luz do dia”.
Quer dizer que Pachauri está admitindo que desde ao sua concepção, o objetivo do IPCC era prescrever e ordenar políticas para governos? Ora, ora, quem poderia supor que tivesse sido assim, não é mesmo?
 
Em meio à declaração de Pachauri de que estava feliz com o relatório da IAC [InterAcademy Council], ele deixou escapar uma surpreendente e definitiva afirmação:
 
Times of India perguntaHá algo no relatório de investigação da ONU com que o senhor discorda total ou parcialmente?
 
Pachauri: Eles falaram sobre quantificar incertezas. Até certo ponto, nós estamos fazendo isso, ainda que não com perfeição. Mas a questão é que em alguns casos, você realmente não dispõe de uma base quantitativa à qual possa atribuir uma probabilidade ou um nível de incerteza que defina as coisas em termos quantitativos. E é aí que não devemos deixar de levar em conta a opinião abalizada de especialistas. E isso não foi levado em conta, ou ao  menos, não foi ressaltado pelo relatório [do IAC].
 
Então, se você não consegue quantificar incertezas (coisas como a sensibilidade da temperatura, digamos 0,5 grau ou 6,5 graus, e com quais probabilidades), vá em frente com a sua melhor “estimativa” [chute], chame-a de opinião abalizada de especialistas (especialmente se apenas você escolher e pagar os especialistas “certos”) e daí diga que há 90% de certeza, mesmo que não haja números, mas você vai somando até chegar à certeza desejada.
 
Assim, depois de todos esses anos dizendo que o IPCC era uma entidade científica, agora que foi revelada como não-científica, subitamente a desculpa é que, de fato a entidade é dirigida politicamente. Perceba o quanto Pachauri agora tenta situar a posição do IPCC como muito distante da ciência:
 
Times of IndiaAo suprimir a política da ciência, esta não ficaria vazia de seu real propósito social?
 
Pachauri: Sejamos francos. Nós estamos num organismo intergovernamental e nossa força e aceitabilidade daquilo que produzimos é, em larga medida, em função de sermos pertencentes a governos.
 
(E eu aqui pensando que a força do IPCC vinha dos seus “2.500 cientistas” e da rigorosa revisão pelos pares... ).
 
Se não fosse este o caso, seríamos tal como qualquer outra entidade científica que talvez produzisse relatórios de primeira qualidade, mas que jamais seriam vistos à luz do dia e simplesmente porque não são importantes na formulação de políticas. Agora, é claro que se [o IPCC] é um organismo intergovernamental e queremos que os governos sejam os donos daquilo que produzimos é óbvio que esses governos nos darão os indicativos sobre qual direção a tomar e sobre quais são as questões que eles querem ver respondidas. Infelizmente, as pessoas perderam completamente de vista a resolução original pela qual o IPCC foi criado. Tal resolução diz claramente que nossas avaliações deveriam incluir estratégias de reação realistas. Se isso não significa uma avaliação de políticas, então significa o quê? E eu temo que, a meu ver, tenhamos ficado na defensiva em vez de apresentarmos uma ampla gama de políticas a serem adotadas; com isso não estou dizendo que prescrevemos a política A, B ou C, mas com base na ciência, estamos buscando estratégias de reação realistas. E é exatamente isso que o comitê [IACrecomendou que abandonássemos — recomendações políticas. È por isso que levantei a questão sobre o que está escrito no mandato de criação do IPCC. Trata-se de um erro de percepção da comunidade científica. Eu espero poder corrigi-lo.
 
O IPCC simplesmente não pode ser, ao mesmo tempo, a última palavra  imparcial e manifesta da ciência E a última palavra na elaboração de políticas. De duas uma: ou é a busca pela verdade que dirige o IPCC ou é a necessidade de promover políticas que o faz; o IPCC não pode responder a ambas as demandas sem um conflito.
 
O que Pachauri está declarando é que a prioridade nº 1 do IPCC NÃO é exatamente a de descobrir o que governa o clima do planeta. 
 
Tradução: Henrique Dmyterko
 
Publicado originalmente no site da autora em 04/09/2010*
 
*Jo Nova é autora do “Manual dos Céticos”, cuja versão brasileira pode ser obtida clicando aqui.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".