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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Padre Gelson defende “frei” Betto e dirige doces palavras ao blogueiro

Fonte: BLOG DO ANGUETH
Sábado, Dezembro 19, 2009


Cavaleiro do Templo: não me admira que a Igreja esteja ficando cada vez mais vazia. Veja o tipo de padre que está lá dentro. Abaixo do post alguns comentários do tal padre com resposta do autor do artigo (Blog do Angueth).



Padre Gelson, sendo admirador de “frei” Betto, escreve ao blog para protestar contra o artigo Ufa! “Frei” Beto, finalmente, confessa não ser católico. A primeira grande lição, sutil é verdade, que o doce padre me dá é que o apelido do “frei” se escreve com “tt”. Fica mais sofisticado mesmo! Não pega bem para alguém tão moderno, com tantas idéias novas –como o aborto, a modernização da Igreja, o ecumenismo, o comunismo, etc. – não pega bem se chamar apenas Beto. Este nome talvez coubesse a um carpinteiro da Galiléia, mas não a pessoa tão sofisticada, de idéias tão avançadas.


Mas vamos à mensagem simpática do padre Gelson: “Olá...leio aqui abaixo que os comentários devem ser aprovados pelo autor do blog: portanto, vc só posta o que te interessa. Mesmo assim, voce lendo meu comentário já basta. Você é analfabeto pois nem sabe que a palavra TEMOR, tem dois sentidos. tire esse lixo de blog do ar e para de publicar idéias ridículas sobre nosso querido frei Betto. Grato! Padre Gelson


É verdade, Pe. Gelson, eu só posto o que me interessa. Foi para isto que criei o blog. Aqui só se publica o que me interessa. Mas veja que seu comentário me interessou. Interessou-me tanto que ele ganhou um post.


Interessou-me primeiro pela sua maneira educada de se dirigir a mim: chamou a mim de analfabeto, ou seria analfabetto?, e ao meu modesto blog de lixo. Analfabeto, considero que não sou, pois escrevo bastante aqui, e em outros lugares, e também leio um bocado. Sua apreciação sobre o blog – lixo foi o adjetivo – é completamente aceitável. Um blog que se objetiva católico não pode agradar a todo mundo, nem à maioria. Não pode nem mesmo agradar a todos os padres, no atual momento da Igreja. E pode de fato ser que ele seja mesmo muito ruim. Aceito sua apreciação com tranqüilidade, creia-me.


Interessou-me, em segundo lugar, pela fúria que lhe causou minhas observações sobre as idéias de seu querido “frei” Betto. Mas, padre, sendo eu católico e sendo o senhor padre, não daria para o senhor, ao invés da fúria – da ira, do descontrole – tentar me explicar o que tem a ver os dois significados da palavra TEMOR, com o que eu disse sobre “frei” Betto? Sua ira lhe impediu de ler um dos comentários que faço no referido post sobre os dois temores: o filial e o servil. O senhor está, por acaso, dizendo que não devemos um desses temores a Deus? Que não Lhe devemos o temor filial? Que não Lhe devemos o temor servil? Não creio que seja isso, pois se o senhor negar quaisquer desses dois temores a Deus, o senhor cometerá falta grave. Creio que o senhor não sendo analfabeto como pensa que sou, e sendo padre e tendo freqüentado algum seminário deve ter lido, pelo menos, os quatro primeiros capítulos do Eclesiástico. Eles são um pequeno tratado sobre o temor de Deus. O temor de Deus de que fala Santo Agostinho, citado no post em questão, é o temor nos dois sentidos, padre. Ele é o fundamento do catolicismo, do amor a Deus, do amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.


Mas, padre, isso são conceitos e idéias de um analfabeto, segundo sua avaliação. O senhor é padre e tem a obrigação de ensinar a Doutrina da Igreja, tem a obrigação de corrigir os fiéis em seus erros. Padre, diga-me, e a todos os meus leitores, onde está a falha no meu raciocínio, onde está o erro em minha análise. Digo que ninguém a que falte o temor a Deus, nos dois sentidos, pode ser considerado ou se considerar católico. Onde isto está errado? Corrija-me, padre, por caridade!


Uma observação sobre analfabetos, padre. À frase “tire esse lixo de blog do ar e para de publicar idéias ridículas” falta, no mínimo, o fundamental paralelismo verbal. Sendo a frase imperativa, ou bem o senhor diz “tire esse lixo de blog do ar e pare de publicar idéias ridículas” – neste caso, o senhor estaria usando a terceira pessoa, você – ou bem o senhor diz “tira esse lixo de blog do ar e para de publicar idéias ridículas” – caso em que o senhor estaria usando a segunda pessoa, tu. Ficaria melhor também que o senhor dissesse “este blog” no lugar de “esse blog”, pois o senhor estava postando um comentário no próprio blog.


Mas, padre, isso não tem importância nenhuma, pois o senhor tornou muito clara a sua confusa fúria.


*** agora os comentários de "padre" e do sr. Angueth ***

Anônimo disse...


Vou explicar o sentido do termo TEMOR, embora teu pedido esteja carregado de ironia. O que você fez foi um reducionismo, considerando apenas o sentido de RESPEITO para a palavra TEMOR, ou seja, você fala em respeito filial e respeito servil. Estou de acordo que devemos todos estar imbuídos deste respeito em relação a Deus. O que Frei Beto disse foi:"do que é invisível só não temo Deus" (ele não disse "não temo a Deus") Isso significa: "não tenho medo de Deus". Eu também não tenho medo de Deus. Nem ameaço meus paroquianos com a imagem de Deus juiz e castigador como aconteceu na Idade Média e como acontece ainda hoje com teu grupo com fins claros de manter as pessoas subjugadas enquanto as elites econômicas, políticas e também religiosas gozam de privilégios sem fim. Perdoo tua confusão hermenêutica, mesmo em relação a uma sentença tão simples. O que não posso aceitar calado é a públicação de afrontas que tentam macular a biografia de um grande profeta como frei Beto a partir de um erro de interpretação.

Grato! padre Gelson

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...


Divido a resposta em duas partes por limiitação do Blogger


1a. Parte

Padre, obrigado por sua resposta.

De novo, padre, o senhor mantém sua fúria. O senhor diz que tenho um grupo que tenta manter as pessoas subjugadas “enquanto as elites econômicas, políticas e religiosas ...”. Padre, não precisou de muito para o senhor se revelar. O senhor é um marxistazinho de meia tigela, tentando vender sua ideologia na forma de religião. Meu grupo, padre, é um antigo grupo. Ele foi fundado, há uns dois mil anos, por Nosso Senhor Jesus Cristo e se chama Igreja Católica. Hoje este grupo é liderado por um representante de Cristo na Terra, que se chama Papa Bento XVI.

O senhor fala não acreditar que Deus seja juiz e castigador. Padre, o senhor acredita no Juízo Final? Vamos ver se o senhor acredita nesta passagem: “Quando pois vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se sentará sobre o trono da sua majestade. Serão todas as gentes congregadas diante dele, o qual separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à esquerda. Então, o rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome (...) Então também dirá aos que estiverem à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o demônio e para aos seus anjos (...) Esses irão para o suplício eterno, os justos para a vida eterna.” (Mt 25, 31-46.) Que tal padre? Use sua hermenêutica para me explicar esta passagem de um Deus que, segundo sua interpretação completamente contrária à Doutrina da Igreja, não é juiz.

Esta passagem também revela as duas dimensões da palavra temor. O senhor novamente se engana com o que seja temor e com o que o “frei” Betto disse. Aliás, eu elogiei o senhor por ter escrito certo o apelido de seu profeta e agora o senhor escreve Beto apenas. Terá sido porque o senhor quis fazer seu profeta um pouco mais humilde, um pouco menos sofisticado? Mas sigamos. Se o senhor fosse a um dicionário antes de me responder, talvez tivesse compreendido o que eu e o seu profeta dissemos. Um significado da palavra temor é o temor filial, ou seja, respeito, receio de ofender a um ser tão bom. O outro é o temor servil, ou seja, medo do castigo. Não há mais nada. Esses dois temores são os que temos de ter de Deus: o respeito de filhos, por merecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, e o temor de Sua justiça, como juiz. Este último temor só tem os humildes, que se sabem pecadores, que se sabem merecedores do inferno, não fosse pelo Santo Sacrifício da Cruz. O medo do inferno é o medo que fabrica os santos. O verdadeiro católico reza permanentemente para não ser contado entre os cabritos, mas entre as ovelhas. É esse temor que fez Santo Agostinho, Santo Agostinho, padre, pedir incessantemente aos seus amigos e conhecidos que rezassem por ele depois de sua morte, para que sua alma se salvasse. Ou seja, Santo Agostinho tinha temor de ser contado entre os cabritos!

Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...


2a. Parte

Há ainda, em sua resposta, padre, a alusão à Idade Média. Parece que o senhor pensa que a imagem de Deus “juiz e castigador” foi forjada na Idade Média. Ora, a passagem do Evangelho, sobre os cabritos e as ovelhas, mostra que isso não é verdade. Mas a idéia que o senhor tem da Idade Média é mesmo coerente com o fato de o senhor considerar “frei” Betto um profeta. Um profeta comunista, abortista, ecumênico, etc. Um profeta admirador de Fidel Castro ... Sem comentários, padre!

Padre, de novo, o senhor comete outro equívoco dizendo que perdoa minha confusão hermenêutica. Não, padre, o senhor pode perdoar meus pecados no confessionário, In Persona Christi. Falo em confessionário e já duvido que o senhor confesse seus paroquianos em confessionário. Confessionário deve ser outra invenção medieval. O senhor é muito moderno para confessionários. Mas, o senhor não precisa me perdoar a aludida confusão hermenêutica. Primeiro porque, tendo o hábito de ler dicionários, eu sei muito bem qual é o significado da palavra temor. Em segundo lugar, tendo o hábito de ler a Bíblia e a patrologia latina e grega, como também os santos, eu sei muito bem o que é o temor a Deus, ou temor de Deus. Seu profeta também sabe e ele disse que não teme Deus, ou seja, não lhe tem respeito e/ou teme sua justiça. Não há outra opção. Sua tentativa de distinção entre “temer Deus” e “temer a Deus” é falsa. Basta ler o “Aurélio” para se certificar disso.

Rezo para seus paroquianos, para que eles tenham o Santo Temor de Deus, que é o fundamento do catolicismo, que é a ÚNICA religião que salva. Rezo também pelo senhor, padre, para que o Espírito Santo ilumine seu ministério.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.


Anônimo disse...


Este é meu último comentário aqui: primeiramente porque não passarei os próximos dias num escritório e sim com o povo pobre e excluído, que celebra o Natal sem hipocrisias; segundo, porque discutir com você é como discutir cores com cegos. Para concluir, garanto que conheço muito bem a passagem de Mt 25. Pratico a caridade, mas não fico só nela. Praticar a caridade não é atestado de bom católico. Também os maçons, os espíritas e os ateus praticam a caridade. Ser católico verdadeiro exige praticar a caridade e lutar pela justiça. Jesus não seria morto se apenas ensinasse a caridade. Mas ele propos a prática da justiça como condição para a chegada do Reino. Por isso foi perseguido, caluniado e morto. Não por ateus, mas pelos mais fervorosos judeus. O mesmo excesso de fervor levou às cruzadas e às fogueiras da inquisição. A inquisição moderna quer levar a fogueira frei Betto ou Beto(não vem ao caso aqui)e certamente com ele Pe José Comblin,D. Pedro Casaldáliga e ainda postumamente D Helder entre outros. A Igreja que pediu perdão por condenações passadas precisa urgentemente aprender a dialogar internamente e externamente, ao invés de punir sem direito a defesa, àqueles que porventura ousam criticá-la sem deixar de amá-la!

Pe Gelson

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...


Pe. Gelson, é uma pena que o senhor não tenha mais tempo para discutir comigo. Tinha ainda algumas coisas para perguntar ao senhor.

Por exemplo, o senhor não respondeu sobre sua interpretação de Mt 25. Eu nunca duvidei que o senhor conhecesse o Evangelho. Gostaria de saber seu entendimento, sua hermenêutica. Depois de dizer que Deus não é castigador, seria interessante saber como interpretar Mt 25.

Seu último comentário também deixa algumas perguntas. O senhor diz “Jesus não seria morto se apenas ensinasse a caridade.” Puxa! padre, o senhor não para de me surpreender. Este “apenas” é demais! Lembra-me de outra passagem do Novo Testamento, que o senhor certamente conhece: 1 Cor 13.

Padre, quem esperava em Jesus um justiceiro foi Judas Iscariotes. Jesus não propôs esta justiça da qual o senhor fala, coisíssima nenhuma. A justiça que ele veio anunciar é a de Mt 25, não esta justiça vermelhinha de Casaldáligas, de Helderes e de Bettos. É fácil se esquecer de 1 Cor 13, quando se tem o Capital de Marx como Bíblia.

O senhor diz: “pratico a caridade, mas não fico só nela”. Sei. O senhor também pratica o comunismo, claro. O senhor sabe, claro, que a Igreja condena o comunismo. Mas isso é coisa da Idade Média. O que vale uma condenação da Igreja? Afinal, vocês, padres de passeata, como dizia Nelson Rodrigues, não se preocupam com condenações da Igreja.

Vejo que o senhor se preocupou muito em se dizer caridoso. Graças a Deus, padre, o senhor pratica a caridade. Queira Deus que o senhor continue assim.

Mas vejo também que o senhor pratica a maledicência, pois sutilmente o senhor quis dizer que quem fica num escritório não praticaria a caridade. Ora, sendo eu um professor que fico a maior parte do tempo entre quatro paredes, o comentário tem endereço claro. Mas, veja padre, o senhor não está errado não. Eu pratico muito pouco a caridade. Devia praticá-la muito mais. Penitencio-me por isso.

Padre, o senhor também fala das Cruzadas e da Inquisição. Que pena, padre que o senhor não fará mais comentários. Tanta coisa eu teria para lhe perguntar! Por exemplo, se o senhor sabe que São Francisco de Assis, São Luis e Santa Catarina de Sena apoiaram vivamente as cruzadas. O senhor já leu as cartas de Santa Catarina de Sena que falam sobre as Cruzadas? O senhor sabia que muitos santos apoiaram e até participaram dos tribunais da Inquisição?

Pois é, padre, tantas perguntas que agora ficarão sem respostas! É uma pena.

Mas, padre, uma coisa ficou clara: para o senhor sou um analfabeto cego! Como tal, me calo, fico também mudo.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".