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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Vice-chanceler de Honduras acusa Brasil de ingerência

Fonte: BRASIL ACIMA DE TUDO
23 de setembro de 2009


O golpista Zelaya está usando a embaixada brasileira como quartel-general para fomentar uma insurreição civil, com anuência do Sr Da Silva.

"... Brasil responsável por um possível "derramamento de sangue" caso a tensão aumente diante da embaixada."

"... pode ser provado é que a ingerência da Venezuela é evidente em tudo isso e agora, lamentavelmente, a do Brasil também."

"A comunidade internacional já entendeu que o retorno de Zelaya ao poder não é viável porque a Suprema Corte e o Congresso Nacional, império da lei que governa qualquer país do mundo, o declararam culpado. E, quando se extradita o senhor Zelaya, o que quer se evitar é o que vocês estão vendo agora, uma turba dirigida por ele, uma turba que não é uma maioria."
BBC Brasil (*)

A vice-chanceler do governo interino de Honduras, Martha Lorena Alvarado, acusou o Brasil de ingerência nesta terça-feira por permitir que o presidente deposto Manuel Zelaya mobilize manifestantes a partir da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está abrigado.

Em entrevista à BBC, Alvarado negou que o governo tenha ordenado que as forças de segurança de Honduras disparassem tiros para dispersar os simpatizantes de Zelaya reunidos diante da embaixada.

A vice-chanceler de Honduras diz que o governo do país considera o Brasil responsável por um possível "derramamento de sangue" caso a tensão aumente diante da embaixada.

Alvarado afirmou ainda que a restituição de Zelaya ao poder "não é viável" e que a única alternativa para o presidente deposto é "enfrentar um processo judicial.

Leia abaixo a entrevista.

BBC - Houve informações de que manifestantes reunidos em torno da embaixada do Brasil foram retirados do local com violência. A senhora pode confirmar?
Martha Lorena Alvarado - Há um toque de recolher desde ontem (segunda-feira). E o toque de recolher significa, em todo mundo, que as pessoas não podem sair às ruas, e Zelaya está convocando as pessoas a ir às ruas. O toque foi respeitado durante toda a noite. Foi dada uma margem (de tempo) para que as pessoas saíssem das ruas, apesar de o toque de recolher ter começado ontem. Então, bombas de gás lacrimogêneo foram utilizadas. Creio que deve haver gente armada entre os manifestantes.

BBC - Houve informações de disparos contra a embaixada do Brasil. A senhora poderia confirmar ou desmentir?
Alvarado - Não, não. Isso não aconteceu. Os militares sabem que se trata de uma sede diplomática, e o governo também. Apesar de a sede diplomática estar sendo utilizada como quartel-general por Zelaya, que convoca uma insurreição dali, e comprometendo o Brasil. Por isso, esperamos que, nas próximas horas, o Brasil o entregue ou conceda a ele asilo político.

BBC - Fala-se de presos, mortos e feridos às portas da embaixada do Brasil.
Alvarado - Eu vivo muito perto da embaixada do Brasil, e a única coisa que senti foram os disparos das bombas de gás lacrimogêneo e um pouco de fumaça. Agiram para desalojar essas pessoas

BBC - A senhora descarta que o Exército ou a polícia tenham recebido ordens de disparar contra a embaixada do Brasil?
Alvarado - Sim, porque eu estava ali no momento em que o Exército foi instruído. E tenho fé em Deus de que assim seja, de verdade. As instruções eram as normais, que se recebe em qualquer parte do mundo, para evitar fazer vítimas.

BBC - Manuel Zelaya garantiu que não pensa em deixar Honduras. A senhora sabe quais são os próximos movimentos políticos do governo interino de Roberto Micheletti diante dessa situação? Alvarado - Ontem, lemos um comunicado da chancelaria no qual se expressava um rechaço absoluto à atitude do Brasil de ter permitido o retorno de Zelaya e de ele estar dirigindo, da embaixada, uma insurgência civil. Essa situação é obviamente complexa, porque ele entrou no país sob proteção do Brasil. E o que se pediu é que o entreguem de imediato às autoridades hondurenhas, para que enfrente o processo judicial que tem pendente em Honduras. Por outro lado, a outra opção que ele teria é obter asilo político. Diante dessa situação, a decisão de Zelaya de continuar no país depende da atitude que o governo brasileiro tomar diante da situação de Zelaya de fazer de sua embaixada um quartel-general.

BBC - Qual seria a atitude do governo interino no caso de Zelaya decidir abandonar a embaixada do Brasil?
Alvarado - No caso de ele abandonar a embaixada sabe que espera por ele um processo judicial, pelo qual seria preso, porque há uma ordem de prisão e vários delitos pendentes, acrescentados a uma quantidade de delitos que foram descobertos. Então, a melhor forma para ele seria submeter-se a um julgamento e demonstrar, se assim for, que é inocente ou assumir as responsabilidades de sua culpa.

BBC - Essa situação ocorre em um momento em que ocorre a Assembleia Geral da ONU e o G-20 estão prestes a se reunir, o governo interino de Honduras está isolado internacionalmente e a comunidade internacional está observando Honduras.
Alvarado - Até ontem, foi possível ver que isso está sendo muito bem orquestrado, por tudo que se passa lá nos Estados Unidos. Nós desconhecemos o que está sendo planejado entre o senhor Zelaya e a comunidade internacional. O que, sim, pode ser provado é que a ingerência da Venezuela é evidente em tudo isso e agora, lamentavelmente, a do Brasil também.

BBC - Diante das notícias de que milhares de pessoas estão chegando a Tegucigalpa, como o governo interino planeja administrar essa situação?
Alvarado - A situação está se agravando e consideramos o governo brasileiro responsável por propiciar um derramamento de sangue que, até agora, não ocorreu. Está atiçando dali uma insurreição civil e a situação se complicou. Há informações precisas para que as Forças Armadas não utilizam mais bombas de gás lacrimogêneo. Mas, à medida que essa multidão vai se exaltando, está armada e conta com recrutadores profissionais treinados por cubanos e venezuelanos, estamos diante de uma situação que pode se tornar dramática.

BBC - Os senhores, na medida em que controlam o Exército e a polícia, têm responsabilidade sobre essa situação. Que ordens o Exército está recebendo?
Alvarado - Estamos sendo o mais cautelosos, dentro do possível, por convicção, por respeito à lei e à cidadania, e porque o que se quer evitar é um derramamento de sangue, desde o primeiro dia. Tal como se deu com a captura e extradição do senhor Zelaya, quando não houve derramamento de sangue. As instruções são a de um Exército profissionalizado e que compreende qual é sua responsabilidade em relação aos direitos humanos, e que quer evitar a todo custo derramamento de sangue. É difícil quando se começam a ouvir alguns disparos. Mas, antes da chegada de Zelaya, não houve distúrbios. Agora, não se sabe o que acontecerá. E ele faz um chamado para que se viole o toque de recolher.

BBC - A senhora acredita que vocês podem perder o controle da situação?
Alvarado - Não perdemos o controle porque as multidões são de números administráveis. Cercam um quarteirão ao redor da embaixada e vão até a embaixada dos Estados Unidos. Não tenho informação do que aconteceu durante a noite. Mas são pessoas administráveis por nossas Forças Armadas. Mas, nesse momento, é um problema de ingerência do Brasil em Honduras.

BBC - Mas a comunidade internacional condenou o golpe de Estado e o governo de Micheletti. Alvarado - Mas isso não permite a qualquer embaixada que, desde seu território, que é o Brasil, fomente uma insurreição civil. Tudo bem que apoiem o retorno de Zelaya, mas a força não é um forma de fazê-lo.

BBC - E qual seria a forma adequada?
Alvarado - A comunidade internacional já entendeu que o retorno de Zelaya ao poder não é viável porque a Suprema Corte e o Congresso Nacional, império da lei que governa qualquer país do mundo, o declararam culpado. E, quando se extradita o senhor Zelaya, o que quer se evitar é o que vocês estão vendo agora, uma turba dirigida por ele, uma turba que não é uma maioria.

BBC - Zelaya disse estar disposto a dialogar com Micheletti. Qual a posição do governo a respeito? Alvarado - A proposta de Zelaya está condicionada a sua entrega à Justiça, porque há uma ordem de prisão. Essa é a condição à proposta de Zelaya. As pessoas que não têm dívidas com a Justiça não têm qualquer problema, mas o processo contra o senhor Zelaya tem que ser cumprido.

BBC - Quando houve a destituição de Zelaya, os senhores contavam com o apoio do Judiciário, do Executivo e dos militares. Agora, que apoio interno tem o governo interino?
Alvarado - Nós nos vimos obrigados a tomar uma decisão como essa para garantir o processo democrático que Zelaya estava ameaçando prejudicar, com uma nova reeleição e uma Constituinte. Esse país está sob um Estado de direito, em que a Justiça funciona. E esse é um governo transitório, que não busca permanecer no poder. O único que quer é que sejam reconhecidas as próximas eleições. Essa é a única saída legítima para uma crise provocada por Manuel Zelaya.



(*) Fonte: http://noticias.uol.com.br/bbc/2009/09/22/ult5022u3449.jhtm

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".