Material essencial

sábado, 10 de maio de 2008

Na contramão da história

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por João Luiz Mauad em 07 de maio de 2008

Resumo: Para grande parte de nossos socialistas o trabalho é um fim em si mesmo e não um meio para a obtenção do verdadeiro fim, que é o aumento do bem-estar geral, obtido através do gradativo aumento do poder de compra de cada indivíduo.

© 2008 MidiaSemMascara.org

Tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, com apoio amplo, geral e irrestrito das centrais sindicais, o Projeto de Lei nº 7663/06, de autoria do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que reduz a jornada máxima de trabalho, no país, das atuais 44 para 40 horas semanais. De acordo com o autor do projeto e seus patrocinadores, a lei, caso aprovada, deverá gerar mais empregos, além de aumentar a segurança do trabalhador.

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que, como normalmente acontece em Pindorama, estamos andando na contramão da história. Discute-se hoje um projeto que já foi testado em alguns países mundo afora, sempre com resultados muito diferentes do esperado. Há cerca de uma década, por exemplo, a França aprovou dispositivo legal que reduziu a jornada semanal de trabalho de 40 para 35 horas. Conhecida como “ Lei de Aubry” – numa referência direta à ex-ministra socialista do trabalho Martine Aubry –, a estrovenga foi saudada como um marco histórico na caminhada daquele país rumo ao pleno emprego – uma das maiores e mais veneradas utopias socialistas.

Após todos esses anos, no entanto, a taxa de desemprego na terra de Napoleão não só não caiu, como apresentou um discreto aumento. Como era de se esperar, pesquisas recentes mostram que 2/3 dos franceses são hoje favoráveis à revogação da tal lei. Não por acaso, esta era justamente uma das plataformas de campanha do recém-eleito Nicolas Sarkozy.

Um outro francês, este bem menos popular que o atual presidente, porém infinitamente mais sábio, costumava dizer que "na esfera econômica, um ato, um hábito, uma instituição, uma lei não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos. Dentre esses, só o primeiro é imediato. Manifesta-se simultaneamente com a sua causa. É visível. Os outros só aparecem depois e não são visíveis. Podemos nos dar por felizes se conseguirmos prevê-los. (...) Entre um bom e um mau economista existe uma diferença: um se detém no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever." (Frédéric Bastiat)

Acho que já contei, num outro artigo, a história de um empresário ocidental que, em viagem à China comunista, deparou-se com um grupo de centenas de homens que construíam uma pequena barragem de terra, munidos exclusivamente de pás e enxadas. Antevendo uma oportunidade de negócio, ele comentou com o oficial chinês que o acompanhava que apenas um operário, de posse de uma moderna máquina escavadeira, poderia executar toda aquela empreitada num tempo bem mais curto. A resposta do astuto oficial – mal escondendo um sorriso sarcástico no canto dos lábios – foi: "sim, mas imagine todo o desemprego que isso acarretaria". Sem nada dizer, porque estúpido não era, o empresário pensou: "se são empregos que desejam, melhor seria que lhes tirassem as pás e dessem-lhes colheres".

O raciocínio do chinês é o mesmo que infesta a mente de muitos dos nossos socialistas, para quem o trabalho é um fim em si mesmo e não um meio para a obtenção do verdadeiro fim, que é o aumento do bem-estar geral, obtido através do gradativo aumento do poder de compra de cada indivíduo. A curto prazo e em âmbito localizado, a introdução de novas máquinas e equipamentos realmente provoca um desemprego temporário. Como diria Bastiat, é o efeito que se vê. No entanto, no longo prazo, os efeitos do avanço tecnológico são inúmeros, mormente em relação ao aumento da produtividade e da prosperidade econômica que ela provoca.

Tempo e trabalho são fatores presentes na produção de qualquer bem ou serviço. Ambos são recursos escassos e, portanto, sujeitos à lei dos custos de oportunidade. A sua utilização em determinada tarefa automaticamente exclui seu uso concomitante noutra qualquer. Se tenho, por exemplo, que plantar batatas para ganhar a vida, não poderei utilizar o mesmo tempo e energia para desenvolver programas de computador ou pesquisas no ramo da energia nuclear. Até posso desenvolver duas atividades distintas, mas nunca ao mesmo tempo.

Outrora, quando a tecnologia ainda engatinhava, os seres humanos gastavam praticamente todo o seu tempo na caça e na coleta, atividades indispensáveis à sua sobrevivência. Depois de muito tempo, nossos ancestrais descobriram que podiam cultivar a terra e dela colher quantidades cada vez maiores de alimento, além de estocá-lo para consumo futuro. Embora a agricultura ainda fosse bastante rudimentar, seu aparecimento liberou um contingente razoável de pessoas para outras atividades, antes impossíveis ou improváveis, como a produção artesanal de roupas, ferramentas e outros acessórios, por exemplo. Aos poucos, o desenvolvimento de novas técnicas foi liberando um contingente cada vez maior de pessoas (a princípio desempregadas) para outras atividades, tornando crescente e diversificada a produção de bens e serviços.

Com o advento da Revolução Industrial, a introdução de novas técnicas e máquinas, tanto na agricultura quanto na indústria, colocou em disponibilidade uma quantidade inimaginável de pessoas. Num primeiro momento, o desemprego no campo foi impressionante e ocasionou uma onda de imigração para as cidades que chocou diversos historiadores, além de turvar as mentes obtusas de alguns economistas, alguns deles donos de uma retórica contundente e sofisticada, como Karl Marx, para quem a riqueza produzida pelo novo modelo, por ele apelidado de capitalista, se dava às custas da miséria da maioria. Infelizmente, o alemão era um dos que só conseguia enxergar os efeitos imediatos daquela revolução que testemunhava, uma deficiência que gerou teorias tão esdrúxulas quanto absurdas, que vêm repercutindo até hoje e cujas conseqüências nefastas para toda a humanidade talvez um dia possam ser mensuradas.

A história do capitalismo, no entanto, demonstrou que Marx estava errado. Como mau economista que era, não previu que todo aquele enorme contingente de desempregados, substituídos por máquinas e outros equipamentos, migraria para outras atividades e provocaria uma onda de desenvolvimento e prosperidade até então inimagináveis. Não sabia ele que o progresso necessita de gente com tempo e força disponíveis para produzir novos bens e serviços, enfim, para criar novas riquezas.

Na medida em que as indústrias tornam-se mais eficientes e produtivas, os produtos ficam mais baratos, a renda per capta dos consumidores aumenta e, com ela, a demanda por serviços – setor que, nos países desenvolvidos, passou a absorver cada vez mais mão-de-obra, sendo hoje o responsável por cerca de 80% do mercado de trabalho nos EUA, por exemplo. A melhor notícia, no entanto, é que o trabalho braçal (físico) foi sendo paulatinamente substituído pelo "cerebral". Além disso, o aumento da renda e do tempo disponíveis possibilita que parcelas sempre crescentes da população possam ter acesso à educação é à cultura, antes um privilégio apenas dos nobres.

O raciocínio por trás dos pseudobenefícios da redução da jornada semanal de trabalho está calcado na mesma idéia estúpida dos comunistas chineses, acima descrita. Ao reduzir em 10% a jornada máxima, pretende-se, através da lei, colocar 11 homens para fazer o trabalho que hoje é feito por 10. Ao enxergar apenas o resultado aparente – de todo modo questionável, já que, mantidos os valores nominais da hora trabalhada, os novos empregos de alguns serão proporcionais às horas tiradas de outros – seus idealizadores não vêem que, a longo prazo, este tipo de política acaba freando o desenvolvimento, uma vez que impede a dinâmica natural do capitalismo.

O autor é empresário e formado em administração de empresas pela FGV/RJ.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

QUE INVEJA DA OPOSIÇÃO BOLIVIANA!

Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO

Começa a contagem regressiva para Evo Morales. O presidente da Bolívia convidou os prefeitos opositores para tentar um acordo sobre a questão da autonomia das regiões, e a resposta das forças políticas da oposição ao chamado presidencial veio em grande estilo, e em tempo recorde. O Senado da Bolívia aprovou a Lei que permite convocar, em um prazo de 90 dias, um referendo para determinar a saída ou a permanência no poder do presidente Evo Morales, do vice-presidente e de prefeitos dos nove departamentos do país

O Congresso da Bolívia iniciou seu trabalho esta manhã, quinta-feira, colocando na agenda um debate surpresa, encabeçado pelo partido opositor “Podemos”, para aprovar ou não, a Lei do referendo revogatório de mandato das autoridades nacionais e regionais. Imediatamente, a lei foi sancionada pela maioria opositora.

Sem embargo, os opositores recordaram que o Senado é quem decide e o mandatário deve promulgar a Lei. Se o Evo não promulgar ou vetar a Lei, num prazo de 10 dias, o vice-presidente e o congresso poderão dar sinal verde para que se realize o referendo. Se Morales não aprovar a Lei (que inclusive, foi ele mesmo quem apresentou em uma outra conjuntura política, obviamente), ele dará uma imagem de grande debilidade política.

A pergunta aprovada pelo Senado para o Referendo:

“¿Você está de acordo com a continuidade do processo de mudança liderado pelo presidente Evo Morales Ayma e pelo vice-presidente Álvaro García Linera?”

Segundo a agência Bolpress, “para se revogar o mandato do Presidente e do Vice presidente é preciso que os votos contra, superem 53,7%. Se ambas as autoridades perderem o mandato, imediatamente serão convocadas eleições gerais”.

A manobra da oposição tem a intenção de bloquear qualquer intento do Estado, em aprovar leis de convocatórias ao referendo constitucional para mudar a Constituição Política dos Estados aprovada pela Assembléia Constituinte.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ziraldo: como pode um homem com esta (baixa) estatura ocupar espaço na mídia nacional?

Olhem a declaração deste cretino, uma homenagem invertida ao único espaço que existe onde os governos ainda não meteram seu bedelho para IDIOTIZAR (ou ZIRALDIZAR) e transformar em órgão de propaganda ideológica vagabunda como acontece na mídia em geral.

Depois olhe o último vídeo, o comentário do Olavo de Carvalho sobre esta pessoa e seu passado, bem como o momento presente de sua nova vida de MILIONÁRIO, com dinheiro que saiu DO NOSSO BOLSO.

Até quando vamos aceitar isto? JAMAIS adquiri/consumi nada produzido por este homem e sempre será assim. Como protesto, sugiro a vocês que façam o mesmo, não comprem NADA desta pessoa nem para vocês nem para seus filhos. Ele já ganhou o dinheiro que queria para viver bem até a morte.

Boicote TOTAL ao ZIRALDO e ao JAGUAR, outro que ganhou mais de UM MILHÃO DE REAIS de indenização.



Para que não fique nenhuma dúvida, o ZIRALDO afirma MAIS UM VEZ nesta outra entrevista a sua visão sobre o INTERNAUTA (ou seja, VOCÊ, O (segundo ele) BABACA QUE ESTÁ LENDO ESTE BLOG). Mas tem mais neste vídeo logo abaixo. As opiniões desta pessoa e seus dois GRANDES AMIGOS revelam mais sobre o Sr. Ziraldo... Deprimente é pouco, muito pouco...



quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ares de mudança, reflexões enviesadas

Por ARLINDO MONTENEGRO para o Cavaleiro do Templo em 07 de maio de 2008

Os Estados Unidos vão eleger um novo Presidente. O evento parece ter relevância menor na atualidade. Os países do mundo já não têm mais nenhum líder com autoridade moral. Não sentem mais necessidade de alinhar-se sob a proteção de qualquer império.

Alguns aspectos culturais, ideologias e crenças, são utilizados com freqüência cada vez maior, como ferramentas do poder: para justificar totalitarismos, conquistas territoriais, matança tanto quanto para influenciar comportamentos humanos. Os grupos de poder promovem e manipulam a luta de classes sociais e preconceitos diversos.

Na situação de bons colonizados, podemos observar o que ocorre na União Européia: a dupla cidadania e o livre trânsito, a migração e a falta de empregos, criam pontos de tensão e estabelecem regras de direito internacional que atingem outros continentes. A Inglaterra, cuja influência tem peso de ouro nas decisões daquele continente comunitario, pra não dizer do mundo que, antes da globalização da economia, se costumava chamar de ocidental e até de cristão. Na ilha da rainha o trabalhismo perde terreno.

Os americanos saíram do Vietnã, o feminismo e os panteras negras que lutavam por mais direitos civis se dispersaram sem maiores divergências. Os hippies que esperavam salvar o mundo através das drogas e comportamentos sexuais que apelidaram de “amor livre”, derivaram para outras experiências e atualmente se dedicam ao onguismo internacional. O país que era exemplar e líder virou alvo do terrorismo e consome quinquilharias produzidas na China, antes inimiga numero 1.

O declínio da influencia e liderança exclusiva dividida entre os EUA, conhecidos como defensores do capitalismo (sistema econômico que só viceja em ambientes democráticos de direito) e a detonada União Soviética, defensora do socialismo marxista, (sistema econômico que brotou no ambiente da ditadura de estado totalitário e militarizado) e inaugurou o caminho europeu da terceira via: uma experiência que unia alhos com bugalhos a que apelidaram liberalismo esquerdista.

Os carinhas ingleses, americanos, holandeses e outros, que decidem o que fazer com mundo e seus habitantes, estão que nem barata tonta, sem saber que discurso, que arranjos, que novas mentiras e mágicas utilizar para dar resposta aos gritos da globalização: queremos os direitos que vocês nos têm negado! Direito à vida: estudar, morar, comer, opinar, namorar, procriar, agradecer a Deus do jeito que o concebo e até trabalhar ou vagabundar.

Nos países do hemisfério sul como em alguns países da Ásia com organização social e econômica deficiente e em diversos estágios de civilização, as ditaduras, as ideologias e as crenças liberais importadas da Europa mobilizam cada vez menos adeptos para a morte. Onde se experimenta uma liberdade relativa, a gente sobrevive alheia aos macro movimentos da usura nas negociatas globalizadas.

A maioria se ocupa da sobrevivência, com parca educação, com pouca informação.

As ex potências mundiais circulam pelo planeta buscando mão de obra barata, fontes de abastecimento de matérias primas e alimentos e trabalham para colocar ordem em seus próprios territórios. Mantêm suas posições a peso de ouro nos organismos internacionais, sem que nenhum tenha apresentado uma orientação firme para lidar com as conexões entre os povos e suas necessidades: desde os que ainda vivem nas cavernas até os que lidam com alta tecnologia. Todos continuam acenando com o velho discurso multilateral das utopias distantes da realidade.

As soluções oferecidas pelo FMI, OMC, OTAN, Bancos e Bolsas, Banco Mundial, originárias de Washington, Londres ou Paris, estão longe de satisfazer as necessidades crescentes e exigências dos novos blocos de influência regional que se fortalecem na Ásia, na África, nas Américas. São indicadas para um mundo que não acredita mais na boa vontade dos poderosos, para países cujos políticos não tem vontade nem poder de realizá-las. Um mundo que se mobiliza para criar o Fundos Monetários, Bancos de Fomento e Exércitos dissuasórios locais.

As pessoas lidam com múltiplas exigências evidenciadas pelas perdas de autoridade da família, instituições e pessoas notáveis. O que era aceito como crença incontestável – autoridade paterna, união da família, número de filhos, dependência da mulher – é contestado. O consumismo globalizado estimula derivativos que destroçam a estrutura emocional tradicional.

Na Europa sente-se o declínio do liberalismo esquerdista. Até entre os jovens observam-se tendências ao conservadorismo. E os grupos ditos de direita na política parecem fortalecer-se a cada dia. Alguns valores tradicionais parecem emergir porque a “revolução da educação” dos governantes de esquerda não surtiu o efeito desejado e o desemprego da população jovem já chega a quase 20%, enquanto outros 20% não conseguem ficar na escola até concluir o 2do. Grau.

Em nosso continente, disputado por todas as influências dos poderosos do hemisfério Norte, continuamos, como bons colonizados, convivendo, abestalhados, com as oligarquias ultrapassadas que se autodenominam de esquerda ou direita. Continuamos como papagaios, repetindo teses e termos sem saber o que significam. Atitudes que mantêm as amarras da ignorância e preconceitos.

Convivemos com autocracia violenta e grotesca do Hugo Chavez e seus seguidores dependentes do petróleo. Convivemos com as guerrilhas da Colômbia e seus amigos narcotraficantes espalhando terror nas metrópoles. Convivemos com frágeis reformas de esquerda, direita, centro ou posição nenhuma, que tentam usar a globalização e débeis mecanismos democráticos para alimentar o discurso de superação das desigualdades.

Se o Brasil, sob qualquer partido no governo, assumisse posições claras sobre as deficiências e entraves da política continental; se adotasse com força a defesa do território; se mandasse as Farc, Chavez e seus confusos seguidores catar coquinhos (com bom humor!); se pudesse controlar as ongs; se mandasse às favas (ou pra cadeia) os corruptos em todos os níveis; se investisse em educação e implantação de tecnologias baratas (existentes e engavetadas) em todos os setores da produção; se os governantes fossem afetados por um surto de honestidade; se engavetassem a burocracia e os excessivos controles que gravam a produção e investimentos produtivos; se abrissem mão do paternalismo; se... se... se mostrasse a cara mais competente – certamente a democracia seria fortalecida.

Chavez está bem armado, mas já não conta com a aprovação e lealdade incondicional dos ingênuos que o elegeram. Cuba está copiando os chineses e vietnamitas a contragosto de Chavez. A globalização da economia, os movimentos da China e da Rússia, os novos blocos de influência setorizados, mudam a face do planeta. Quem continuar na espera paternalista neste continente, vai perder a esperança. Pior, vai contribuir para índices crescentes de violência.

EUA, Inglaterra, Rússia e China, ocuparão o cume dos poderosos por muito tempo e não existe nenhum rival à vista para desafiar o controle da economia global. A Europa vai estar ocupada em re-arrumar-se. Nós vamos persistir repetindo erros históricos sem poder influir nos modelos globais de comércio. O fundamentalismo do Oriente e os israelenses vão continuar defendendo suas crenças. Os comerciantes de armas e drogas pelo mundo afora vão multiplicar seus lucros.

Quem vai acreditar em liderança moral? Quem vai acreditar na boa vontade dos que concentram a economia e distribuem a esmola? Quem vai desafiar o poder da Inglaterra e seus banqueiros associados agindo em todo o planeta?

Os banqueiros e empresários onde quer que seja, buscam maiores lucros. Ideologias, estados nacionais, misticismos, xenofobia, preconceitos, luta de classes, ignorância, guerras, ajudam mas criam instabilidades que reduzem os lucros. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Competência e fé em Deus, fazem bem.

Arlindo Montenegro é apicultor.

Travessia perigosa

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
Por Olavo de Carvalho em 05 de maio de 2008

Em seu livro America and the World Revolution (Oxford University Press 1962), transcrição de conferências pronunciadas na Universidade da Pennsylvania na primavera de 1961 (tradução brasileira pela Zahar, 1963), Arnold Toynbee escreveu:

“Se queremos evitar o suicídio em massa, precisamos ter o nosso Estado mundial rapidamente, e isto provavelmente significa que precisaremos instaurá-lo numa forma não democrática, para começar.”

Não era uma profecia, era uma proposta. Ou melhor, era a reafirmação de uma proposta que já vinha sendo trabalhada nos altos escalões do establishment anglo-americano pelo menos desde 1928, quando Herbert George Wells publicou a primeira versão popular do plano, sob o título altamente sugestivo The Open Conspiracy. Alguns historiadores fazem o projeto remontar a finais do século XIX e apontam sua presença já entre as causas da I Guerra Mundial, mas nós não precisamos ir tão longe. Os melhores estudos sobre a vida e obra de Wells (W. Warren Wagar, H. G. Wells and the World State , Yale University Press, 1961; Michael Foot, The History of Mr. Wells , Washington DC, Counterpoint, 1995) não deixam dúvidas quanto ao papel desempenhado pelo autor de A Guerra dos Mundos na transformação de uma idéia geral num projeto político viável. Tal como Wells, Toynbee não foi apenas um intelectual, mas um ativista, colaborador íntimo do governo britânico e dos círculos globalistas. Sua obra monumental A Study of History (1939-1961) fornece a visão unificada do desenvolvimento histórico mundial, indispensável à preparação do terreno para o advento do governo mundial.

O estado mais recente de implementação dos planos traçados por esses visionários pode ser avaliado pelos seguintes parágrafos publicados no Taipei Times de 21 de fevereiro de 2006 (v. State sovereignty must be altered in globalized era) , aos quais nenhum comentarista político brasileiro prestou muita atenção embora seu autor fosse nada menos que Richard Haas, presidente do CFR, Council on Foreign Relations , o mais poderoso think-tank dos EUA e praticamente uma ante-sala da Presidência americana:

“Na era da globalização… os Estados têm de estar preparados para ceder algumas parcelas da sua soberania aos órgãos mundiais... Isso já está acontecendo no comércio...

“Alguns governos estão preparados para desistir de elementos de soberania para enfrentar a ameaça da mudança global do clima. Por um desses acordos, o protocolo de Kyoto, que vigora até 2012, os signatários concordam em eliminar certas emissões específicas. O que é preciso agora é uma ampliação do acordo, pela qual um número maior de governos, incluindo o dos EUA, da China e da Índia, aceitem limites às emissões e adotem padrões comuns por reconhecer que seria pior se nenhum país o fizesse.

“A globalização, portanto, implica não somente que a soberania está se tornando mais fraca na realidade, mas que ela deve mesmo se tornar mais fraca... A soberania já não é um refúgio.”

Observações:

1. O apelo sucessivo aos exemplos do comércio e da “mudança global do clima” mostra que o plano do Estado mundial tanto pode se legitimar como resposta unificada a problemas de escala internacional, quanto pode espalhar ele próprio uma onda alarmista em torno de problemas inexistentes para se legitimar por meios postiços e fraudulentos. Em 2006 o slogan “aquecimento global” ainda podia parecer um aviso de amigo. Decorridos dois anos, não só milhares de cientistas contestam abertamente esse dogma, mas até crianças de escola estão aptas a desbancar a lenda imposta ao mundo pela campanha bilionária em que brilha como supremo garoto-propaganda o ex-vice-presidente americano Al Gore (v. “Al Gore's global warming debunked – by kids!”).

2. Os procedimentos usados para impor as reformas globalizantes contornam as vias democráticas normais por meio de decisões tomadas em discretas comissões tecno-científicas e administrativas cuja atividade o público mal pode compreender (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/030524globo.htm ). A rapidez mesma das mudanças torna impossível ao cidadão comum perceber o sentido dos acontecimentos. A “opinião pública”, que em geral já não passa mesmo de um conjunto de impressões vagas sem grande conexão com a realidade, torna-se então um mero instrumento para a implantação de mutações que ela própria não pode nem entender nem influenciar. O programa de Toynbee surge aí realizado da maneira mais clara: o Estado mundial não suprime a democracia, mas a engole. Ela continua existindo, mas como órgão de um corpo superior que a abrange e controla sem que ela tenha disso a menor idéia.

3. Se outros fatos que tenho citado em meus artigos não o comprovassem abundantemente, o caso do Protocolo de Kyoto basta para mostrar uma coisa óbvia que muitos dos nossos nacionalistas relutam em entender: que nem os centros de comando do poder globalista se encontram no governo americano, nem os interesses do Estado global se identificam no mais mínimo que seja com os do bom e velho “imperialismo ianque”. Da Califórnia à Nova Inglaterra, da Flórida ao Oregon, ninguém ignora que curvar-se à ampliação do Protocolo de Kyoto é destruir na base a economia americana, reduzindo os EUA à condição de potência de segunda classe. Nem escapa à atenção geral o fato de que outros projetos globalistas propugnados pelo CFR, como o Tratado da Lei do Mar ou a dissolução das Fronteiras com o México e o Canadá, completariam essa destruição e fariam da nação americana um capítulo encerrado da História. Curiosamente, o mais lúcido intelectual de esquerda no mundo, Antonio Negri, já explicou e repetiu mil vezes que “Império” e “Estados Unidos” não são a mesma coisa, que o Império global em formação é supranacional não somente nos objetivos mas na sua própria constituição interna (não que Negri tenha descoberto pioneiramente alguma coisa: com pequenas diferenças, o essencial da sua concepção do Império, publicada em 2000 pela Harvard University Press sob o título Empire , já estava todo no meu livro O Jardim das Aflições , de 1996). Mas o fato de que nem mesmo a palavra de um esquerdista ilustre baste para desfazer a confusão de globalismo e americanismo já mostra que muito do nacionalismo brasileiro é antes uma forma de atavismo doentio do que um patriotismo inteligente. A linguagem cotidiana da política reflete isso: embora o único Império que existe no mundo seja aquele a que se refere Negri, no Brasil usa-se o termo “Império” como sinônimo de “Estados Unidos”, seguindo nisso a retórica comunista de Fidel Castro (v. o artigo dele “Nuestro espiritu de sarificio y el chantaje del Imperio”, de 25 de abril). Com isso, o grande e verdadeiro Império, do qual a esquerda latino-americana é um dos principais instrumentos, fica a salvo da hostilidade pública, voltada contra uma nação em particular, a qual por ironia – mas não por coincidência – é justamente aquela que maiores obstáculos oferece às pretensões imperiais.

4. O esquema globalista apoiado pelo CFR não é o único que existe. Há um globalismo russo-chinês, consolidado no Pacto de Solidariedade de Shangai (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/060130dc.htm ), que atua principalmente por duas vias: o financiamento ao terrorismo e o domínio de nações inteiras por intermédio da mais formidável máquina de corrupção que já existiu no mundo. E há o globalismo islâmico, que se expande através da imigração usada como arma de guerra cultural, numa eficientíssima estratégia de ocupação por dentro. As relações entre esses três esquemas de dominação são extremamente complexas e sutis. O Pacto de Shangai, por exemplo, apresenta-se como reação de esquerda ao “globalismo imperialista”, mas na verdade não se opõe a ele de maneira alguma, e sim apenas aos EUA, ajudando portanto o globalismo a minar a resistência americana (o cacoete lingüístico brasileiro acima mencionado é amostra local desse fenômeno). O esquema islâmico e o russo-chinês podem, até certo ponto, ser vistos como concorrentes entre si, mas aí também uma rede de atenuações e ambigüidades torna proibitiva toda simplificação esquemática.

5. Nenhum país pode “enfrentar” o globalismo avassalador, mas cada um tem a obrigação de se integrar nele da maneira mais proveitosa para o seu povo, sem nada ceder dos seus interesses vitais. Para isso, no entanto, é preciso uma elite intelectual altamente preparada, capaz de orientar-se nos meandros da mais vasta e complexa mutação histórica de todos os tempos. No Brasil essa elite não existe de maneira alguma, e a presunção de que as nossas instituições de ensino “superior” possam prepará-la é tão ridícula que nem merece discussão. Nos cursos que não foram reduzidos à condição de escolinhas de militantes, predomina o praticismo econômico mais rasteiro ou então o formalismo acadêmico que só sabe raciocinar em termos de instituições e doutrinas, sem ir jamais às questões fundamentais. Que eu saiba, o único brasileiro que está preocupado em formar essa elite sou eu mesmo, mas, como os senhores não ignoram, só posso trabalhar em escala miúda, proporcional aos meus recursos, isto é, à falta de recursos. O Brasil parece destinado a atravessar esta grande e perigosa época sem compreender para onde vai nem saber quem o leva.

Estudo de caso 3 - argumentação (?) esquerdopata

Leia na íntegra aqui a frágil argumentação e o despreparo total da esquerdopatia nacional. Diria mesmo total ignorância, pois NAZISTA não pode ser CONSERVADOR DE DIREITA como defino a mim mesmo logo no início do blog.

Um leitor (Anônimo disse...) escreve e recebe o que merece (Cavaleiro do Templo disse...).

Anônimo Anônimo disse...

Vai tomar no seu **, Nazista filho da puta!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (C.T. - se quiser saber onde o Sr. Anônimo me mandou tomar, clica no link acima. Foi lá mesmo onde você está pensando, uma palavra com 2 letras mesmo)

28 de Abril de 2008 15:57

Excluir
Blogger Cavaleiro do Templo disse...

Antes de qualquer coisa que eu poderia escrever para você, Sr. Anônimo (portanto COVARDE devido ao teor do comentário), qualquer pessoa que não goste do que é postado no CAVALEIRO DO TEMPLO e se esquerdista é MUITO MAIS NAZISTA QUE EU. Sabe porque? Porque NAZISMO é NACIONAL SOCIALISMO. Socialismo é ESQUERDA. Portanto...

Tenho aqui um desafio: identifique-se. Seja HONESTO consigo mesmo e com meus leitores. Ou quer continuar a ser desmoralizado assim mesmo, sem nome nem sobrenome?

Ah... Se não sabe, toda vez que um inepto posta algum comentário no site ajuda as pessoas de bem a entender o despreparo da esquerdopatia nacional...

7 de Maio de 2008 09:43

Pense sobre o aborto

Por CAVALEIRO DO TEMPLO

Veja quanto vale um bebê abortado (ISSO MESMO, QUANTO PAGAM POR UMA CRIANÇA ABORTADA QUE A MÃE NEM MESMO VÊ, MUITO MENOS OS PROCEDIMENTOS ABBORTIVOS, O QUE O ABORTEIRO FAZ PARA MATAR UM SER HUMANO ABSOLUTAMENTE INDEFESO, FRUTO DA RELAÇÃO CONSENSUAL OU NÃO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER) e os argumentos contrários ao aborto neste vídeo. Pense bem no que estamos fazendo e, principalmente, nos reais motivos deste movimento mundial e nos seus caso esteja pensando em ABORTAR SEU FILHO.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Para uma antropologia filosófica

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
Por Olavo de Carvalho em 19 de julho de 2003

A condição humana mais geral e permanente, a estrutura fixa por trás de toda variação local e histórica, pode-se resumir em seis interrogações básicas, articuladas em três eixos de polaridades, cujas tentativas de resposta, estas sim temporais e variáveis, dão as coordenadas da orientação do homem na existência.

O primeiro eixo é "origem-fim". Ninguém jamais soube onde e quando o conjunto da realidade começou nem como ou quando vai terminar. Pode-se arriscar uma teoria da eternidade do mundo, um mito cosmogônico ou a imagem do "big bang", uma teologia da criação ou um atomismo materialista, cada qual com sua respectiva explicação do fim. Nenhuma delas jamais obteve aceitação universal. O que não se pode é ignorar a questão, pois dela depende o nosso senso de orientação no tempo, a possibilidade de conceber projetos e dar forma narrativa às nossas experiências.

O segundo eixo é "natureza-sociedade". Todo homem vive entre dois campos da realidade, um anterior e independente da ação humana, o outro criado por ela. A diferença e a articulação desses campos aparecem no contraste entre o geometrismo da taba circular e o matagal informe, na oposição de Lévi-Strauss entre o cru e o cozido, no instinto de buscar a proteção do grupo contra os animais e as intempéries ou, inversamente, no sonho rousseauniano de encontrar na natureza um abrigo contra os males do convívio social. A natureza pode aparecer como um pesadelo temível ou como seio materno acolhedor. A sociedade pode ser lar ou prisão, fraternidade ou guerra. Pode-se fazer da natureza uma espécie de ordem social, como na antiga cosmobiologia, ou naturalizar a sociedade, como na antropologia evolucionista. Mas essas tentativas só revelam a impossibilidade, seja de explicar um dos termos pelo seu contrário, seja de articulá-los numa equação definitiva, seja de compreender um deles sem referência ao outro.

O terceiro eixo é "imanência-transcendência". Cada ser humano sabe que ele próprio existe, que tem um "mundo" interior de experiências, recordações, desejos, temores. Mas sabe também que esse poço é sem fundo, que ninguém pode compreender-se ou ignorar-se totalmente, que cada alma encontra dentro de si algo de estranho e atemorizante, que cada um se conhece e se desconhece quase tanto quanto aos demais. Buscamos na nossa intimidade o abrigo contra a maldade alheia, assim como buscamos no outro, no amigo, na esposa, a proteção contra nossos fantasmas interiores. Cada um de nós é próximo e estranho a si mesmo. Por outro lado, para além de tudo o que se pode conhecer da realidade, para além de toda experiência alcançável, cada homem e cada cultura pressente um fator "x", que, desde acima ou desde o fundo do fluxo dos acontecimentos, faz com que as coisas sejam o que são e não de outro modo. "Por que existe o ser e não antes o nada?": assim formulava Schelling a interrogação suprema. Podemos tentar respondê-la pela concepção de um absoluto metafísico, de uma divindade ordenadora ou de uma fantástica auto-regulação de coincidências. Podemos até expulsá-la da discussão pública, deixando-a à mercê do arbítrio privado, com a abjeta covardia intelectual do agnosticismo moderno. Mas mesmo então sabemos que não escapamos dela. Entre a imanência e a transcendência, várias articulações são possíveis, mas nenhuma satisfatória. Podemos conceber o transcendente à imagem do nosso ser íntimo, como divindade bondosa que nos compreende e nos ama -- mas isso fará ressaltar ainda mais o que a vida tem de estranheza fria e hostilidade demoníaca. Podemos imaginá-lo com os traços impessoais e mecânicos de uma fórmula matemática -- mas isso não nos impedirá de amaldiçoar ou bendizer o destino, subentendendo nele uma intencionalidade humana quando nos oprime ou nos reconforta.

Cada um dos pólos é uma interrogação, um misto de ignorância e conhecimento, um foco de tensões espirituais. Cada um articula-se com seu oposto, num mútuo esclarecimento -- ou multiplicação -- de tensões. E no ponto de interseção dos três eixos, como no das três direções do espaço, fixado na estrutura da realidade como Cristo na cruz, está o ser humano.

Crenças, cosmovisões, doutrinas, diferem sobretudo pela hierarquia que estabelecem entre os seis fatores por meio de assimilações e reduções. Muitas culturas arcaicas privilegiavam o fator "origem", explicando sociedade e natureza por um mito cosmogônico, ignorando a transcendência e a imanência. A escolástica medieval remeteu-se à transcendência, sonhando poder deduzir dela uma ordem intelectual completa e definitiva. A modernidade absorveu tudo na oposição natureza-sociedade, esperando não menos utopicamente reduzir os mistérios da transcendência e da imanência, da origem e do fim, a questões de partículas subatômicas, código genético e análise lingüística. Preparou assim o advento das ideologias totalitárias que fizeram da sociedade a razão última da origem e do fim, colocando entre parênteses a natureza, sufocando a imanência e vedando o acesso à transcendência. Cada um desses arranjos, mesmo o mais limitador, é legítimo e funcional a título provisório, como experimento de sondagem numa certa direção que os interesses de um momento enfatizaram. Torna-se alienante e opressivo quando se cristaliza numa proibição de olhar para além da articulação admitida. Só a abertura da alma para a simultaneidade dos seis pólos, com suas luzes e trevas, dá acesso à experiência realista da condição humana e, portanto, à possibilidade da sabedoria. Todas as explicações que, para enfatizar uma articulação em particular, negam ou suprimem a estrutura do conjunto, são falsas ou estéreis.

Filosofias como o marxismo, o positivismo, o pragmatismo, a escola analítica, o nietzscheanismo, o freudismo, o desconstrucionismo, -- todas aquelas, enfim, que ocupam o espaço inteiro do ensino acadêmico neste país -- são doenças espirituais, obsessões que nos encerram hipnoticamente no fascínio de uma resposta ao mesmo tempo que apagam o quadro de referências que dá sentido à pergunta.

Esquerda e criminalidade: Parte I

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
Por Thomas Sowell em 06 de setembro de 2006

Resumo: Dentre os dogmas da esquerda está o que afirma que colocar indivíduos na prisão não reduz a criminalidade e que a “raiz” social do crime deve ser atacada como prevenção, pouco importando as enormes evidências de que essa postura simplesmente não funciona.
© 2006 MidiaSemMascara.org

A mentalidade geral da esquerda política é similar em todos os países e em todos os tempos.[1]

A tolerância para com criminosos perigosos, encontrada em escritores do séc. XVIII, tais como William Godwin e Condorcet, tem seu eco, hoje em dia, naqueles que fazem vigílias de protesto nas execuções [de pena de morte] de assassinos e que reclamam que não estamos sendo bonzinhos com os trogloditas presos em Guantanamo.

Questões específicas variam de lugar para lugar e de tempos em tempos, mas a mentalidade permanece notavelmente similar. O que é também diferente de país para país e de uma época para outra é o nível de resistência enfrentada pela esquerda, o que determina o quão longe ela pode ir, na prática.

Os EUA sempre foram mais resistentes à esquerda que a maioria dos países europeus. Podemos ver, quase sempre, para onde vai a esquerda americana observando aonde chegou a esquerda européia.

Um novo livro sobre o crime na Inglaterra mostra o que acontece quando a mentalidade da esquerda prevalece no sistema judiciário. O livro se intitula “A Land Fit for Criminals” [Um país ideal para criminosos] e foi escrito por David Fraser.

Num passado ainda recente, a Inglaterra era uma das nações mais obedientes à lei na face da Terra. Quando Lee Kuan Yew visitou Londres, vindo de Singapura, logo após a II Guerra Mundial, ele ficou tão impressionado com a honestidade dos ingleses e seu respeito à lei e à ordem que ele voltou para casa determinado a fazer o mesmo em seu país.

Hoje, Singapura é uma das nações mais obedientes à lei no mundo, enquanto a criminalidade na Inglaterra aumentou a um nível que, pela primeira vez, excede à dos EUA.

O que aconteceu entre uma e outra época foi o crescimento contínuo dos dogmas esquerdistas, até seu completo predomínio, tanto no sistema legal, quanto na mídia e entre as elites políticas da Inglaterra.

Hoje, um ladrão preso em flagrante pela polícia inglesa tem grande chance de receber uma advertência. Se ele já tiver sido condenado por roubo, ele poderá receber uma advertência mais severa. Mas, ele dificilmente enfrentará a situação draconiana, por exemplo, de ser posto atrás das grades.

Roubo é considerado ofensa “leve” por líderes de ambos os partidos (do Trabalho e Conservador) na Inglaterra. Casos raros em que ladrões são presos são criticados pela mídia.

A ideologia esquerdista a respeito do crime, incluindo seu desprezo pela propriedade privada, tem se alastrado por todo o espectro político, atingindo a todos que desejam ser considerados “homens de seu tempo”. Essa ideologia é essencialmente a mesma em ambos os lados do Atlântico, mas na Inglaterra atingiu uma dominância muito maior e sem contestação.

Dentre os dogmas da esquerda está o que afirma que colocar indivíduos na prisão não reduz a criminalidade e que a “raiz” social do crime deve ser atacada como prevenção, além de que a “reabilitação”, por meio de vários programas “na comunidade”, é mais efetiva que a prisão de criminosos.

Nada disso é novidade e sua racionalidade já é velha de mais de dois séculos. O que é notável é como montanhas de evidências factuais contrárias são ignoradas, evitadas ou simplesmente ocultadas, em ambos os lados do Atlântico.

O livro de David Fraser examina essas evidências à exaustão e expõe a alegação fraudulenta usada para tentar justificar a contínua leniência para com criminosos, enquanto a criminalidade cresce assustadoramente na Inglaterra.

Há montanhas similares de evidências contra os dogmas criminais da esquerda nos EUA e essas evidências são, da mesma forma, ignoradas, evitadas e ocultadas por esquerdistas. Mas, aqui a esquerda enfrenta uma oposição maior, razão pela qual ela não atingiu uma dominância tão grande quanto na Inglaterra – ainda.

Em ambos os países, os ideólogos têm o apoio de políticos e burocratas “práticos”[2] que simplesmente não querem gastar o dinheiro necessário para construir e manter prisões para trancafiar, durante longos períodos, os criminosos.

Aqueles que comparam custos e benefícios definem “custos” como aquilo que o governo gasta. Mas, os custos pagos pelo público, apenas em termos econômicos, excedem enormemente o custo das prisões. Mas isso não importa, tanto para os ideólogos, quanto para os políticos e burocratas jurídicos “práticos”.

[1] O sítio Townhall.com publica, na página deste artigo de Sowell, uma foto do jornalista da Globo seqüestrado pelo PCC. Na legenda da foto, há referência à aquiescência da emissora em divulgar um comunicado, no Fantástico, do grupo criminoso. (N. do T.)

[2] Sobre homens “práticos”, Chesterton tem um delicioso texto. Para sua versão original clicar aqui. Para a versão traduzida clicar aqui. (N. do T.)

Publicado por Townhall.com

Traduzido por Antônio Emílio Angueth de Araújo

Esquerda e criminalidade: Final

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Thomas Sowell em 13 de setembro de 2006

Resumo: Nos EUA e em outros países a esquerda tem sustentado persistentemente suas suposições e crenças sobre a criminalidade, e milhões de vítimas pagam o preço dessas ilusões sobre o crime.

© 2006 MidiaSemMascara.org

Um alto índice de prisões de criminosos reduz a criminalidade? O crime é resultado da pobreza, desemprego e coisas similares? Alternativas à prisão são mais efetivas na prevenção da reincidência no crime?

Alguns hesitariam em responder tais questões antes de consultar muitos dados reais e de pensar muito a respeito.

Mas, muitos esquerdistas são capazes de responder imediatamente, pois eles sabem quais as respostas estão em voga na esquerda – afirmam, ademais, que a razão de outros não aceitarem essas respostas é que eles estão atrasados no tempo ou são desumanos e gostam de punir.

Uma coisa é acreditar que uma política A é melhor que uma política B. Outra muito diferente é acreditar que aqueles que acreditam em A são mais sábios, mais compassivos e, geralmente, seres humanos mais valorosos do que quem acredita em B.

A transformação da questão empírica dos resultados da política A versus os resultados da política B numa questão pessoal de um maravilhoso Nós versus um terrível Eles, torna mais difícil uma eventual retratação, se os fatos não apoiarem a crença.

Se a escolha entre a política A e a política B for considerada como um símbolo de mérito pessoal, moral ou intelectual, então haverá um risco devastador à auto-estima de alguém o fazer das evidências empíricas o teste fundamental.

Não somente nos EUA, mas também em outros países, a esquerda tem sustentado persistentemente suas suposições e crenças sobre a criminalidade por, pelo menos, dois séculos, não apenas a despeito da ausência de evidências reais, mas também em oposição a evidências contrárias, acumuladas por dois séculos, em diversos países ao redor do mundo.

Onde a dominância da esquerda é maior – na mídia e na academia, por exemplo – fatos contrários são raramente considerados.

A futilidade do encarceramento, por exemplo, é um dogma da esquerda. Não adianta lembrar que o índice de criminalidade tanto nos EUA, quanto na Inglaterra, elevou-se enormemente na década de 1960, quando a pobreza estava em declínio – e o índice de prisões estava também diminuindo.

Não adianta observar que o índice de criminalidade elevado nos EUA começou a diminuir somente depois que o declínio do índice de prisões foi revertido, levando a um aumento da população carcerária, o que foi deplorado pelos esquerdistas.

Não adianta mostrar que o índice de prisões de Singapura é mais que o dobro daquele do Canadá – e seu índice de criminalidade é menor que um décimo daquele do Canadá. Muitos no Ocidente ficaram horrorizados em descobrir, alguns anos atrás, que um americano, sem antecedentes criminais, foi sentenciado, em Singapura, a uma punição corporal.

Poucos críticos indignados se preocuparam em considerar a possibilidade de que isso poderia ter sido uma forma de prevenir que o jovem pudesse se tornar um criminoso contumaz – e, talvez, pudesse salvá-lo de um destino pior se ele continuasse a desrespeitar as leis.

A autodefesa contra criminosos é um anátema para a esquerda, tanto na Inglaterra, quanto nos EUA, mas lá a esquerda tem uma maior predominância. Britânicos que pegam ladrões em suas casas e os mantêm lá, na mira de uma arma, até a polícia chegar, são, depois, processados por crime – mesmo quando a arma é de brinquedo.

Dada a visão prevalecente no sistema de justiça criminal da Inglaterra de que roubo é uma ofensa “leve” e a feroz hostilidade a armas, mesmo de brinquedo, a vítima de roubo tem maior probabilidade de acabar atrás das grades do que o próprio ladrão.

A jihad esquerdista contra cidadãos de bem que possuem armas tem produzido uma inundação de informações distorcidas. Comparações internacionais são invariavelmente feitas entre os EUA e países que têm um controle de armas mais rígido e um menor índice de crimes.

Mas, se os fatos fossem realmente importantes, você poderia, com a mesma facilidade, comparar os EUA com países que possuem leis mais rígidas de controle de armas e maiores índices criminais – Brasil e Rússia, por exemplo.

Você poderia comparar os EUA com países que tivessem um maior número de cidadãos possuidores de armas – Suíça e Israel, por exemplo – e menor índice de criminalidade. Mas isso, somente se os fatos fossem considerados mais importantes que os dogmas da esquerda.

Milhões de vítimas pagam o preço das ilusões da esquerda sobre o crime – e sobre ela mesma.

Leia também Esquerda e criminalidade: Parte 1

Publicado por Townhall.com


Traduzido por Antônio Emílio Angueth de Araújo

O velho comunismo

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
Por Ipojuca Pontes em 06 de maio de 2008

Resumo: Ao invés de criar um “novo homem”, velha pretensão totalitária, o sistema comunista gerou um ser desfibrado, coisificado, tangido pelo temor e a autocensura – em suma, um sub-homem.

© 2008 MidiaSemMascara.org

A revolução comunista, em vez do “novo homem”, criou o sub-homem.

A London Paperback divulga o lançamento da 2ª edição, na Europa, do novo livro do historiador inglês Orlando Figes, “The Whisperers” (0s Sussurros), sobre os intermináveis horrores da Era Stalinista. Figes tem formado, ao lado de Paul Johnson, o duo de especialistas voltados para a reconstituição e análise da funesta experiência comunista na Rússia Soviética. Seu relato “A People’s tragedy – the russian revolution 1881-1924” (A Tragédia de um povo – A Revolução Russa 1881-1824 - Editora Record, Rio, 1996) – se inscreve, pelo rigor da pesquisa cuidadosamente estruturada, como leitura obrigatória para todos aqueles que desejam saber como a serpente expeliu o ovo e formou o tentacular monstro comunista.

Com acesso direto aos arquivos de Moscou, ou pelo menos parte deles, Figes, na transição deste século, se transferiu para a capital russa e entrevistou um sem-número de sobreviventes do stalinismo. Houve resistência, alguns depoentes, em pânico, tentaram se esquivar de qualquer conversa com o historiador pensando que ele não passava de um agente da KGB. No entanto, ainda que temerosos, eles contaram como, há mais de meio século, funcionava a vida privada do homem comum sob a repressão do Estado soviético.

Uma vida, de resto, levada aos “sussurros” por causa do vizinho que, por qualquer indício de “desigualdade”, denunciava ao agente do Partido Comunista mais próximo (“comissário do povo”) o que se passava por trás das paredes dos apartamentos comunais soviéticos, onde fermentavam, ao mesmo tempo, a carência, a dor, a inveja, o medo e a delação. O simples ato de comer uma batata a mais, dentro de um modelo social baseado no princípio da igualdade na pobreza, poderia levar o indivíduo e sua família ao degredo e à desgraça.

São centenas de relatos escabrosos, em que as vítimas do sistema repressivo, em meio à violência e a miséria moral, perderam por completo o auto-respeito, os parâmetros e o próprio sentido da existência; pessoas tomadas pelo conformismo e transformadas em peças amorfas destinadas ao trabalho escravo e à obediência cega. Ninguém ousava – e aí de quem! - levantar a cabeça ou mesmo esboçar o desejo de se manifestar politicamente. Coisa em tudo similar ao que nos descreve outro escritor inglês, George Orwell, no seu aterrorizante “1984”. Eis o fato incontestável: ao invés de criar um “novo homem”, velha pretensão totalitária, o sistema comunista gerou um ser desfibrado, coisificado, tangido pelo temor e a autocensura – em suma, um sub-homem.

Os adeptos da seita e os espíritos acadêmicos integrantes do movimento comunista, a partir do XX Congresso do PC, em 1956, adotaram como estratégia o sofisma de afirmar que o stalinismo representou apenas um “desvirtuamento” da rota teorizada por Karl Marx e materializada por Lenin. “Tudo não passou de um equivoco histórico”, proclamou certa vez o revisionista caboclo Salomão Malina, último Secretário-Geral do PCB. Papo cínico e canalha. Pois é da essência mesma do credo coletivista nulificar o indivíduo em função da verdade única que se cristaliza na propriedade estatal dos meios de produção. Stalinista ou não, o sistema se consolida em definitivo na subordinação da sociedade à burocracia estatal, controlada pelo Partido. Assim, as formas de pensar, liberdade, cultura, ensino, relações políticas, sociais, etc., se efetuam no socialismo tão somente sob a “guarda do Estado” e, dentro dele, disfarçada ou abertamente, só podem ou terão condições de existir os que atuam para reafirmá-lo. (Qualquer semelhança com o que se desenvolve, sorrateiramente, no Brasil da Era Lula não é mera coincidência).

Com notável sentido do fato histórico, Figes dá especial relevo aos depoimentos de pessoas que, de algum modo, sobreviveram à época do Grande Terror stalinista. Nela, foram aniquiladas milhões de pessoas, entre as quais milhares de militantes e figuras centrais da revolução russa, tais como os “camaradas” Kirov, Bukharin, Zinoviev e Kamenev. Stalin não brincava em serviço. Como todo bom comunista, só tinha um objetivo: manter o poder. Por isso, ao menor sinal de desconfiança, instituía julgamentos farsescos nos quais os suspeitos se declaravam culpados de conspirações inexistentes e de cumplicidades (impossíveis) com os inimigos do regime. O próprio Lev Trotsky, o homem da “revolução permanente”, antecipou-se e fugiu das garras do “Guia Universal dos Povos”, em 1929, mas não conseguiu se livrar da picareta mortal de um dos seus agentes, na cidade de Coyacán, México, em 1940.

As vilanias do stalinismo e do próprio comunismo são inescrutáveis. No epílogo de seu livro, um êxito de vendas, Figes nos dá conta de que a sombra do Grande Terror da Era Stalin se projeta de forma nítida na Rússia de Putin, o ex-dirigente da KGB. Prevalecem nela ainda, segundo o historiador, o conformismo e o eterno temor diante do arbítrio estatal. O cidadão comum, por uma espécie de perversão moral herdada do passado, não ousa contestar as ameaças das instituições burocráticas e da imensa máquina de segurança do Estado, mantida e até ampliada nos alvores do Putinismo.

Para nós, na aparente distância, o fenômeno descrito em “The Whisperers” é inteiramente explicável. Na Rússia atual o governo simplesmente amplia as garras do Estado, passando por cima da fragilidade da sociedade civil liberal e isolando, no processo, a ação do indivíduo consciente como contrapeso ao poder centralizador do Estado forte. Por que digo isso?

Bem, os senhores sabem, tenho o Brasil diante de mim.

O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.

O Partido Comunista e o indivíduo

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Carlos I.S. Azambuja em 06 de maio de 2008

Resumo: O indivíduo não tem cabimento na teoria e no programa dos partidos comunistas.

© 2008 MidiaSemMascara.org

Louis Aragon, poeta oficial do Partido Comunista Francês, simplesmente constatou: Perdi meu tempo, ao verificar o desmoronamento do socialismo real.

Quando alguém examina livros, revistas e folhetos comunistas verifica um fato surpreendente. Em nenhuma parte da interminável verborréia que pretende abordar o político-social se encontra qualquer referência ao indivíduo.

Página após página encontramos os termos massas, proletariado, burguesia, mercenários do capitalismo, reformistas, revisionistas, renegados e sempre, em toda a parte, referências à vanguarda revolucionária. Isto é, ao partido.

Sempre que se refere a qualquer membro do partido, ele é esterilizado psicologicamente e tirada a sua individualidade: é convertido no companheiro, kamarada ou quadro.

Não é, porém, por acidente que o ser humano está ausente dos escritos comunistas. O indivíduo não tem cabimento na teoria e no programa dos partidos comunistas. A ideologia só se interessa pelo homem como membro de uma classe e, no que se refere ao programa, os indivíduos são manejados como massa.

Na medida em que o indivíduo siga sendo ele mesmo, diz-se que está animado por interesses e esperanças pessoais: é sensível às dúvidas e ao otimismo; é capaz de ser tocado pelo mistério da vida; torna-se imprevisível e capaz de ater-se às suas próprias opiniões.

As mesmas qualidades que fazem dele um indivíduo o desqualificam para os fins partidários. Tende demasiado a não ser facilmente convencido, a mostrar-se cético, a aborrecer-se pelas reiteradas abstrações próprias da ideologia comunista, a duvidar do método, a manter uma opinião ainda mesmo depois de se ter convertido à linha partidária e a simpatizar ou antipatizar com uns semelhantes sem permissão do Comitê Central.

Em conseqüência, não é confiável. Necessita ser desenvolvido e integrado à massa, a fim de que o partido cumpra a sua missão histórica.

De acordo com a doutrina científica, todos os aspectos do ser humano que não se prestem à sua politização são burgueses.

Carlos I. S. Azambuja é historiador

O mundo brasilianiza-se

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
Por Olavo de Carvalho em 1o de maio de 2008

Outro dia, como um cidadão da República Checa me explicasse que tudo por lá é bagunça, corrupção e sem-vergonhice, mostrei-lhe duas fotos: na primeira o nosso ministro da Cultura beijava na boca o cantor Lulu Santos, na segunda a esposa do mesmo ministro se esfregava no governador da Bahia e respectiva primeira-dama – tudo isso em público, e subsidiado pelo dinheiro do contribuinte.

Meu interlocutor arregalou os olhos e deu-se por vencido:

-- Lá em Praga não tem disso não.

Mais uma vez a Europa se curvava ante o Brasil. Não satisfeito com a humilhação do concorrente, expliquei-lhe o Mensalão, o assassinato de Celso Daniel, o financiamento estatal da destruição de fazendas, os quilombolas, as repúblicas indígenas emergentes, os cinqüenta mil homicídios anuais, o analfabetismo universitário, o Dicionário Crítico do Pensamento da Direita , a pedagogia do prof. Carlão, os progressos do narcotráfico, o pacto PT-Farc assinado no Foro de São Paulo, a fortuna do Lulinha e, para completar, os 69 por cento de aprovação de tudo isso.

O homem baixou a cabeça e reconheceu que a República Checa é uma filial da Ordem Franciscana.

-- Afinal, a corrupção por lá vem toda de fora, dos russos.

-- A nossa, não. É nacional legítima.

Sim, meus amigos, essa é a verdade. Não se deixem enganar por sinonímias ilusórias. Termos como “corrupção”, “decadência”, “esculhambação”, têm equivalentes em todas as línguas. Mas nomes de fatos e qualidades não vêm acompanhados dos respectivos índices quantitativos. O que singulariza a desordem brasileira não se expressa em palavras, mas em números. É a dimensão, o tamanho descomunal, inalcançável à imaginação da platéia estrangeira, cujo cérebro automaticamente rejeita a estranheza insuportável, reduzindo o fenômeno às proporções daquilo que conhece e achando que na sua terra tudo se passa como em Brasília e Catolé do Rocha.

Só a exposição detalhada permite captar a diferença. E aí não há como escapar à conclusão: somos insuperáveis. Embora sob um aspecto ou outro possamos levar desvantagem, no conjunto a depravação nacional é um fenômeno inédito, incatalogável, sem similares na história do mundo. Nenhuma nação jamais consentiu em tolerar o intolerável com aquele misto de indiferença búdica, amoralismo cínico e auto-satisfação masoquista que o Brasil chama de “normalidade institucional”.

Mas algo me diz que nossos dias de glória estão contados. Aqui e ali, aos poucos, vão despontando indícios de que certas condutas, antes julgadas inaceitáveis fora das nossas fronteiras, vão conquistando espaço nas sociedades ditas avançadas, aí encontrando a mesma receptividade cúmplice que tanto as fez prosperar no Brasil.

Na sua breve carreira de pré-candidato, o sr. Barack Obama já contou, comprovadamente, mais de sessenta mentiras só sobre a sua biografia (excluídas as mentiras políticas). Ele mente sobre suas origens, sobre sua família, sobre sua educação, sobre seus amigos, sobre o pastor da sua igreja. Nenhum político faz isso. Todos são verazes nas miudezas para poder falsificar melhor o conjunto. Obama mente no atacado e no varejo, no todo e nos detalhes, até em detalhes óbvios que não levam meia hora para ser desmentidos. Chamá-lo de mentiroso seria eufemismo. Ele é uma farsa total, uma palhaçada completa. É um intrujão desprezível que em situações normais alcançaria sucesso, no máximo, como locutor de rádio interiorana. Sua simples candidatura – para não falar da possibilidade da sua eleição – mostra que a capacidade de julgamento do eleitorado americano desceu abaixo do nível do ridículo: está beirando o tragicômico. Quanto mais se comprova que o sujeito é postiço, mais devotos se tornam os seus seguidores. Cada vez que ele é desmascarado, mais o aplaudem. Já vão para oitenta por cento os democratas que juram votar nele. É um efeito que, até algum tempo atrás, só se observava num único país do mundo. O bom e velho país dos otários que, para não dar o braço a torcer, fingem admirar o malandro que os engana.

O definhamento do estado de direito

Do portal do DIÁRIO DO COMÉRCIO
João Ricardo Modeste e Ives Gandra da Silva em 02 de maio de 2008

As promessas da Constituição de 1988 não se realizaram. A expectativa de um Estado Democrático de Direito ficou paralisada, pois somos menos um Estado de Direito que Democrático. A solidariedade tornou-se ideologia e expressão do ódio dissimulado. A independência dos poderes vem sendo atropelada pela fúria do Executivo federal.

Os resultados não têm correspondido às intenções, possivelmente em razão de algumas delas serem inconfessáveis e criptografadas. A Constituição Cidadã tornou-se uma ante-sala da "República Bolivariana do Brasil", tragicômica versão da "Revolução Comunista Bolivariana". O governo Lula é uma hidra à espera de um Hércules. Uma de suas sete cabeças é a cabeça de Lênin. Do Lênin de O Estado e a Revolução , de 1917. Essa cabeça prega o definhamento do Estado de Direito como etapa do aniquilamento do "Estado Burguês" enquanto expressão máxima da plena democracia. A substituição do Estado Burguês pelo Estado Proletário não é possível sem Revolução Violenta , afirma Lênin (p. 27), prefaciado por Florestan Fernandes ( Editora Hucitec, São Paulo, 1978 ), para quem a reedição do livro educará as classes trabalhadoras para a "Ditadura do Proletariado": A reedição surge em um momento propício: a pressão operária e o protesto sindical situam à nova luz a questão do espaço político democrático no seio de uma sociedade capitalista relativamente subdesenvolvida e dependente. (...) A divulgação de 'O Estado e a Revolução' é extremamente necessária em um momento como esse, no qual o avanço operário colide com as contrapressões vindas tanto das 'ilusões constitucionais', quanto das 'manipulações populistas'. Concebido como arma de luta, (...) que ele instrua os trabalhadores, os líderes sindicais e a juventude contestadora sobre as limitações do sufrágio universal, as debilidades intrínsecas da democracia constitucional e representativa, o caráter opressivo e repressivo da República democrática, a necessidade da Revolução Violenta. (...) O proletariado deve primeiro conquistar o Estado Burguês para, em seguida, transformá-lo e destruí-lo (p.XVIII).

O "Estado Burguês" foi conquistado. Basta agora destruí-lo com o beneplácito e a colaboração principalmente do Executivo federal. Não conseguem os governos federal e estaduais fazer com que determinados movimentos respeitem a Carta Magna. MST, Vila Campesina e outros vivem exclusivamente da violação da Constituição e da lei, através de financiamentos, inclusive de Hugo Chávez, e desapropriações, parte delas barrada nos tribunais. É o PAC do Totalitarismo .

Depredação da Câmara dos Deputados, destruição de pesquisas científicas, de terras e de lavouras por tais movimentos, repudiados pela população e que pretendem impor sua ideologia sem passar pelo teste das urnas, têm sido uma constante e clara demonstração de que determinadas autoridades são coniventes com tais maculações da lei maior. Por outro lado, magistrados de Tribunais Regionais, inclusive da Suprema Corte, criticam o excesso de prisões preventivas de pessoas sem que haja processos instaurados ou autos lavrados, lastreadas em trechos pinçados de gravações telefônicas. A imprensa publicou manifesto de eminentes desembargadores, que ficaram estupefatos quando souberam da existência de 409.000 escutas telefônicas autorizadas no País, em 2007, tendo, inclusive, o ministro Sepúlveda Pertence, em depoimento na Câmara dos Deputados, tecido duras críticas a tais abusivas ações.

A violação de privacidade faz parte da destruição do "EstadoBurguês". Uma interpretação equivocada da Constituição quanto aos artigos 231 CF e 68 da ACDT, que ofertam direitos aos índios e quilombolas sobre terras que ocupavam ("estejam ocupando", Art. 68) no momento da promulgação da lei suprema, e não que ocuparam no passado, tem gerado problemas. Por esta interpretação oficial, o presente do indicativo do texto maior passou a ser o pretérito perfeito, e onde se lê "ocupam" passou-se a ler "ocuparam". Com isto, para aproximadamente 400.000 índios estão sendo entregues 15% do território nacional. O Brasil assinou a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas atingindo letalmente a sua soberania. Dos raríssimos verdadeiros quilombolas, houve tal extensão conceitual do termo que a maior parte dos afro-descendentes passou a ser quilombolas por autodeclaração. O projeto legislativo 6264/2005, do senador Paulo Paim, do Estatuto da Igualdade Racial em seu Título II, Capítulo VI, procura legalizar todas as transgressões já em curso. Ele repete o Decreto 4887/2003, do presidente Lula, considerado inconstitucional.

Por outro lado, à luz de uma exegese controversa do que seja o neoconstitucionalismo, isto é, dar praticidade aos princípios constitucionais, o Poder Judiciário tem-se outorgado o direito de legislador positivo, não poucas vezes sobrepondo-se ao Poder Legislativo no suprir o que entende ser omissão daquele poder. Por sua vez, o Poder Executivo continua se utilizando das Medidas Provisórias - que só foram colocadas no texto constitucional porque a Constituição de 88 foi concebida para fundamentar uma república parlamentarista -, tornando-se, de rigor, o verdadeiro legislador. A solidariedade não se faz com o semear do joio, nem se cria uma grande nação com alicerces no ódio e no preconceito, favorecendo grupos contrários ao Estado de Direito, em benefício do Estado neopatrimonial parasitário, corrupto e antipatriótico.

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS é membro e JOÃO RICARDO MODESTO é presidente da Academia Brasileira de Filosofia.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Meia verdade sobre impostos

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por José Nivaldo Cordeiro em 02 de maio de 2008


Resumo: A super carga tributária é a mãe e o pai de toda a corrupção reinante.

© 2008 MidiaSemMascara.org

Diante de uma sociedade corrupta, tudo que é possível é o boicote – a recusa de envolver-se com ela”.

Eric Voegelin, em HITLER E OS ALEMÃES

A Folha de São Paulo de hoje (29/04) noticiou, citando pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, que o “brasileiro trabalha metade da vida para o Fisco”. Essa é uma meia verdade que esconde o maior dos escândalos morais da nossa sociedade, amparado nas falsas teses distributivistas do esquerdismo que tomou conta do poder desde 1985. Se as idéias não são claras, as soluções não aparecem. Meias verdades são piores que mentiras inteiras. Vejamos o porquê.

Em primeiro lugar, não existe esse “brasileiro” genérico. Tem-se, de um lado, os brasileiros pagadores dos impostos e, do outro, os brasileiros que são beneficiários DE impostos. Na prática temos que os brasileiros podem ser mais ou menos pagadores e beneficiários ao mesmo tempo, de sorte que temos aqueles que são pagadores “líquidos” (uso o conceito tomado das Ciências Contáveis) e os que são beneficiários “líquidos”. Líquido aqui é a diferença entre o que se paga e o que se recebe de impostos a qualquer título.

Os recebedores líquidos de impostos são óbvios. Banqueiros e rentistas aplicadores nos títulos da dívida pública são grandes beneficiários. É só ver quanto do orçamento público está destinado para o pagamento dos juros da dívida. Eles, os banqueiros, pagam seus impostos usando a parcela que recebem dos impostos a título de juros. Os funcionários públicos são outro grande grupo de recebedores líquidos. O “anistiados” políticos, essa chaga moral que caçoa de quem trabalha neste país. Veja-se o orçamento também que paga funcionários públicos e “anistiados”. Temos os aposentados, os bolsistas das bolsas-esmola do Lula, os “donos” de ONGs, os sindicatos, os partidos políticos, os fornecedores do governo, os que se dedicam às atividades de despachantes, facilitando as vidas das pessoas que têm sua vida regulamentada pelo Estado.

Advogados são como que recebedores de impostos privados, na medida em que se dedicam a defender seus clientes do monstro Estatal. Nobre e cara atividade. Contadores da mesma forma. Uma desgraça que o Estado custe tanto. Se somarmos os custos de advogados, contadores e despachantes à carga tributária veremos que a carga real do custo do Estado é muito maior.

Os pagadores são os empreendedores e seus empregados, que pouco ou nada recebem de impostos. Agricultores, industriais, comerciantes, a classe média assalariada. Não vale “anistiado” dizer que também paga impostos, pois paga sobre aquilo que não deveria receber. Aqueles são os brasileiros roubados, vilipendiados, sugados, os escravos que pagam a festa da comunalha no poder. A mim me espanta que essa gente não tenha ainda fundado um partido de direita afirmativo, com base em um programa que comece e acabe exclusivamente na tese do Estado Mínimo. São os idiotas das praças públicas, os trouxas. Cada lei que a comunalha aprova beneficiando uma corriola qualquer implicitamente manda a conta para quem trabalha. Uma injustiça que clama aos céus.

Como toda injustiça precisa ser reparada. E não há tribunais para fazer essa reparação. Será preciso refundar a Nação para que os valores éticos superiores voltem a prevalecer na relação entre o Estado e os cidadãos, fazendo com que aqueles que produzem voltem a ser libertados de seus grilhões tributários, que a vagabundagem bancada com o suor alheio cesse e os vagabundos venham a fazer o que todos fazem: trabalhar, ao invés de esperar no fim do mês o seu quinhão de impostos. De novo é preciso libertar o povo do Faraó.

Não adianta o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário divulgar esses números se não qualificá-los, se não mostrar que, por detrás desse brasileiro genérico, tem uma minoria que moureja de sol a sol para bancar a vida boa de um magote de vagabundos, todos sócios do Erário. A super carga tributária é a mãe e o pai de toda a corrupção reinante.

José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-S

Vamos fundar uma religião? ou que belo SINISTRO DA INCULTURA, digno mesmo do Brasil lulesco...

Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO
GIL QUER SANTO DAIME COMO PATRIMÔNIO CULTURAL

O Gilberto Gil (cultura) vai encaminhar ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) processo para transformar o uso do chá de ayahuasca, feito a partir do cipó de mariri e das folhas de chacrona eque tem substâncias psicoativas, em patrimônio da cultura brasileira.

Apesar das propriedades alucinógenas, o uso do chá é permitido no Brasil para "ritos religiosos". O uso causa, segundo estudos científicos, alucinações, hipertensão, taquicardia, náuseas, vômitos e diarréia. Ayahuasca é palavra indígena que tem duas traduções em português: "corda dos mortos" ou "vinho dos mortos".

A proposta de reconhecer o chá tem apoio do governador do Acre, Binho Marques (PT), e da deputada Perpétua Almeira (PCdoB-AC). Portal G1

Já repararam como a esquerda sempre se dedica à defesa das drogas e de outras porcarias indefensáveis? O chá do Santo Daime vicia porque contém a substância dimetiltriptamina (DMT). Uma reportagem publicada na BBC Brasil, em abril deste ano, afirma que no Brasil produzem mensalmente, em Céu do Mapiá, 2 mil litros de chá de ayahuasca que são enviados ao exterior pelo correio, em pacotes marcados como “chá”. Daqui a pouco vão querer patentear a droga.

VAMOS FUNDAR UMA RELIGIÃO?

O art. 2º da Lei das Drogas proíbe as drogas, o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, com ressalva a eventual autorização legal e ao que estabelece a Convenção de Viena da Nações Unidas, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. Ou seja, quem toma o chá do Santo Daime fica liberado de qualquer complicação, exceto nos Estados Unidos, onde a matéria não é pacífica.

Mas, no caso brasileiro, fica a pergunta, se uma sociedade de maconheiros poderia fundar uma religião e usar a erva nos rituais. Ao que parece, sim. Poderiam até fundar uma igreja. A igreja apostólica “mó barato”, onde a comunhão seria uma roda de baseados. Para funcionar bastaria evocar a dita Convenção das Nações Unidas.

O LEÃO E OS CORDEIROS

Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO
Por Ruth de Aquino – Revista Época

Como cidadã, o que eu queria é saber para onde vão os impostos que eu pago. E aí, vamos comemorar com o presidente Lula nosso “grau de investimento”, que finalmente aprova o Brasil como um país seguro para os gringos investirem? Ou vamos chorar pelo abandono de nossa educação básica, cientes de que só 53,8% das crianças brasileiras conseguem terminar, aos trancos, o ensino fundamental?

Na semana passada, em que fiz meu Imposto de Renda e percebi, mais uma vez, o tamanho da mordida do Leão, eu me perguntei até quando as crianças continuarão fora das escolas e em qual mandato o governo social de Lula, comprometido com o povo, começará a ter vergonha de nosso desempenho medíocre na educação.

Repetência maior nas escolas, só na África, concluiu na semana passada um estudo da Unesco. No Nordeste, só 38,7% das crianças terminam a 8ª série. Piorou nos últimos anos. Não sou amiga de porcentagens, mesmo as escandalosas. Mas está na cara, está nas ruas, nas esquinas, embaixo das marquises, está nos índices de prostituição infantil, na baixa qualificação dos jovens.

Nosso país vai na contramão dos que investiram a longo prazo no bem-estar de sua população. Coréia? Irlanda? Escandinávia? China? Todos colocaram a educação à frente da economia. Tive esperança quando Cristovam Buarque foi nomeado ministro da Educação de Lula. O senador pedetista durou um ano no governo do PT. Cristovam só pensa naquilo, ontem, hoje e sempre. “Precisamos convencer o Lula de que educação é capital”, diz.

O presidente não cabe em si de contentamento. “O país vive um momento mágico.” “Passamos a ser donos do nosso próprio nariz.” Diz Lula. Amém. É a economia, estúpidos. O bolo cresce sem fermento. O Brasil deixa o clube de risco. Risco financeiro e econômico. Mais da metade da população aprova um terceiro mandato do presidente, contrariando a Constituição.

O Bolsa-Família ajuda pobres a obter mais qualidade de vida, comprar eletrodomésticos e até manter filhos em escolas. Mas não resgata o Brasil do atraso abissal na educação. ÉPOCA denunciou um vexame: 99,7% das escolas públicas não atingem o padrão mínimo dos países mais ricos. É motivo para chorar.

Um país com nossa renda, com uma carga tributária (36,08% do PIB) bem maior que a do Japão e a dos Estados Unidos, teria a obrigação de garantir um Estado provedor. Os serviços essenciais – e a definição está aí, no adjetivo – teriam de ser fornecidos pelo Leão e por todos os tributos pagos pelo contribuinte. Não me venham com a história de que 18% dos impostos federais vão para a educação pública. Isso é conversa para cordeiro dormir. Alguém leva em conta as fraudes, os desvios e a falta concreta de uma política nacional para o ensino fundamental?

Por que o dinheiro do Imposto de Renda não se transforma em mais educação?

Cristovam Buarque tentou criar o programa Escola Ideal, que começaria em 250 cidades de porte médio. “Todas as escolas teriam horário integral, um concurso nacional escolheria os melhores professores, e eles ganhariam salário de R$ 4 mil. Construiríamos bibliotecas, começaríamos uma revolução. Em quatro anos, 10 milhões de alunos estariam matriculados em mil escolas. Aos poucos, ampliaríamos.” O Ministério da Educação só se preocupa com universidades e escolas técnicas, diz Cristovam, porque “criança não vota, e pai pobre não tem sindicato. As escolas públicas só foram boas no Brasil enquanto eram freqüentadas pelos filhos de ricos”. O ensino básico foi entregue aos municípios. Mas a preocupação teria de ser federal. “É preciso fazer com a escola o que se fez com o Banco do Brasil: funcionários passam num concurso federal, as agências são bonitas, têm computadores. Mas o PT ainda é um partido do tempo em que a revolução estava na economia. Não na educação. É um partido sindicalizado que se orienta para agradar aos grupos organizados”, diz Cristovam.

Não reclamo da carga tributária. O que eu queria mesmo, como cidadã, é saber para onde vão os impostos que pago. Pagaria alegremente se o objetivo fosse dar educação às crianças. Não precisaria ser ensino de Primeiro Mundo (embora o imposto brasileiro o seja). Mas que fosse decente e digno. E nos permitisse sonhar com um país menos ignorante.

O Leão vai fazer 30 anos em 2009. Já passamos da hora de avaliar aonde vai nos levar a lei do mais forte.

Bolívia: Evo Morales, intervenção chavista e ameaça de “explosão”

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Destaque Internacional em 05 de maio de 2008

Resumo: A obstinação revolucionária do presidente Morales faz lembrar a estratégia de comunização rápida do governo do presidente chileno Salvador Allende.

© 2008 MidiaSemMascara.org

A tensão política cresce na Bolívia à medida em que se aproxima o domingo 4 de maio, data em que se realizará em Santa Cruz de la Sierra, no oriente do país, um referendum que poderá outorgar a esse estado uma maior autonomia com relação ao governo central.

A origem dessa tensão, está no projeto de “refundação constitucional” que o presidente Evo Morales impulsiona, com o objetivo de impor um rígido controle estatal de caráter socialista sobre a economia de todo o país e de dar mais poder a movimentos indigenistas de inspiração anarquista. O presidente do Senado da Bolívia, Oscar Ortiz, em declarações à agência AFP, explicou que “o projeto de Constituição de Morales, que foi aprovado ilegalmente pelos oficialistas, não tem conteúdo democrático porque segue o modelo chavista de criar fachadas democráticas, porém concentrando o poder no Presidente”. Ortiz acrescentou que, em sentido diametralmente contrário à orientação socialista de Morales, o “processo autonômico” que será votado em 4 de maio em Santa Cruz, vai assinalar a necessidade de “uma grande reforma do Estado boliviano em sua obrigação para com os governos de estado e municipais”.

Morales, que assumiu a presidência em 22 de janeiro de 2006, realizou o lamentável prodígio, em menos de dois anos e meio de governo, de contribuir com o desmembramento político, econômico e social desse país altiplânico, como talvez nenhum outro mandatário o tenha feito na história desse convulsionado país. Em 2005, antes de ser eleito presidente, Morales já havia prometido atuar para que existissem na América Latina “muitas Cubas”. E em 2006, em visita a Havana já como presidente de seu país, reiterou a promessa anterior, acrescentando que lutaria não somente para que surgissem no continente “muitas Cubas” mas também “muitos Fidéis” (cf. Nelson Rodríguez, www.Ahora.cu, 1º de dez. 2006).

Há poucos dias, Morales saudou o bispo Fernando Lugo que acaba de ser eleito presidente do Paraguai, com a desafiante exclamação: “Bem-vindo ao ‘Eixo do Mal’”! E acrescentou que até pouco tempo esse “Eixo do Mal” latino-americano estava constituído “somente pelo companheiro irmão mais velho Fidel e o companheiro Chávez”, porém que hoje já contava com outros presidentes (agências DPA e AFP, La Nación, Buenos Aires, 24 de abril de 2008).

Em meio à grave situação pela qual atravessa a Bolívia, na quarta-feira 23 de abril pp. Morales viajou a Caracas convocado pelo presidente Hugo Chávez para uma reunião de urgência para analisar a situação da Bolívia, à qual também assistiram o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega e o vice-presidente cubano, Carlos Lage. Na referida reunião presidencial, Chávez comparou a Bolívia com um paiol de pólvora “a ponto de explodir”. Na medida em que essa imagem corresponda com a realidade, o próprio Chávez é um dos maiores responsáveis por isso, por sua constante e escandalosa intervenção nos assuntos internos da Bolívia, inclusive, segundo foi denunciado, com o envio de assessores políticos e militares para respaldar Morales.

Nesse sentido, o senador Ortiz, na entrevista acima citada, comentou que “as ameaças que Chávez fez são terríveis, na medida em que pressagiam uma explosão de violência, que o único que pode provocá-la é o governo, porque a população vai votar pacificamente”, e concluiu: “Que Chávez deixe de intervir na Bolívia”. (agência AFP, El Nuevo Herald, Miami, 26 de abril de 2008). O governo de Morales, respaldado por Hugo Chávez, seria o maior interessado em uma explosão de violência para responsabilizar a oposição anti-socialista e desprestigiar os próximos referenduns em Santa Cruz e em outros estados bolivianos.

A obstinação revolucionária do presidente Morales e a velocidade que impôs a seu projeto socialista-indigenista faz lembrar, com as devidas diferenças, a estratégia de comunização rápida do governo do presidente chileno Salvador Allende e da chamada Unidad Popular, entre 1970 e 1973. O fantasma da “allendização” da Bolívia é indubitavelmente mais um fator de preocupação. A própria Organização dos Estados Americanos (OEA) acaba de advertir que poderia haver violência e derramamento de sangue nesse país nos próximos dias. E, como já foi dito, tudo indica que o governo de Morales tentará responsabilizar a oposição.

Além do referendum do próximo domingo 4 de maio em Santa Curz, referenduns similares estão marcados para 1º de junho nos estados de Tarija, Beni e Pando, que com Santa Cruz formam a “meia lua” oriental do país, onde se concentram importantes recursos gasíferos, agrícolas e industriais da Bolívia. Em sua estratégia publicitária, na Bolívia e no exterior, o presidente Morales apresenta os referenduns depreciativamente, como meras “tentativas separatistas de pequenos setores que resistem a perder seus privilégios”, sendo que em sua origem trata-se de reações anti-socialistas de setores majoritários da população desses estados, que merecem toda a atenção dos defensores da liberdade na América Latina e no mundo.

Destaque Internacional – Informes de Conjuntura – Ano XI – Nº 243 – São José da Costa Rica – 28 de abril de 2008 – Responsável: Javier González.

Tradução: Graça Salgueiro