por Thomas Sowell em 13 de setembro de 2006
Resumo: Nos EUA e em outros países a esquerda tem sustentado persistentemente suas suposições e crenças sobre a criminalidade, e milhões de vítimas pagam o preço dessas ilusões sobre o crime.
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Um alto índice de prisões de criminosos reduz a criminalidade? O crime é resultado da pobreza, desemprego e coisas similares? Alternativas à prisão são mais efetivas na prevenção da reincidência no crime?
Alguns hesitariam em responder tais questões antes de consultar muitos dados reais e de pensar muito a respeito.
Mas, muitos esquerdistas são capazes de responder imediatamente, pois eles sabem quais as respostas estão em voga na esquerda – afirmam, ademais, que a razão de outros não aceitarem essas respostas é que eles estão atrasados no tempo ou são desumanos e gostam de punir.
Uma coisa é acreditar que uma política A é melhor que uma política B. Outra muito diferente é acreditar que aqueles que acreditam em A são mais sábios, mais compassivos e, geralmente, seres humanos mais valorosos do que quem acredita em B.
A transformação da questão empírica dos resultados da política A versus os resultados da política B numa questão pessoal de um maravilhoso Nós versus um terrível Eles, torna mais difícil uma eventual retratação, se os fatos não apoiarem a crença.
Se a escolha entre a política A e a política B for considerada como um símbolo de mérito pessoal, moral ou intelectual, então haverá um risco devastador à auto-estima de alguém o fazer das evidências empíricas o teste fundamental.
Não somente nos EUA, mas também em outros países, a esquerda tem sustentado persistentemente suas suposições e crenças sobre a criminalidade por, pelo menos, dois séculos, não apenas a despeito da ausência de evidências reais, mas também em oposição a evidências contrárias, acumuladas por dois séculos, em diversos países ao redor do mundo.
Onde a dominância da esquerda é maior – na mídia e na academia, por exemplo – fatos contrários são raramente considerados.
A futilidade do encarceramento, por exemplo, é um dogma da esquerda. Não adianta lembrar que o índice de criminalidade tanto nos EUA, quanto na Inglaterra, elevou-se enormemente na década de 1960, quando a pobreza estava em declínio – e o índice de prisões estava também diminuindo.
Não adianta observar que o índice de criminalidade elevado nos EUA começou a diminuir somente depois que o declínio do índice de prisões foi revertido, levando a um aumento da população carcerária, o que foi deplorado pelos esquerdistas.
Não adianta mostrar que o índice de prisões de Singapura é mais que o dobro daquele do Canadá – e seu índice de criminalidade é menor que um décimo daquele do Canadá. Muitos no Ocidente ficaram horrorizados em descobrir, alguns anos atrás, que um americano, sem antecedentes criminais, foi sentenciado, em Singapura, a uma punição corporal.
Poucos críticos indignados se preocuparam em considerar a possibilidade de que isso poderia ter sido uma forma de prevenir que o jovem pudesse se tornar um criminoso contumaz – e, talvez, pudesse salvá-lo de um destino pior se ele continuasse a desrespeitar as leis.
A autodefesa contra criminosos é um anátema para a esquerda, tanto na Inglaterra, quanto nos EUA, mas lá a esquerda tem uma maior predominância. Britânicos que pegam ladrões em suas casas e os mantêm lá, na mira de uma arma, até a polícia chegar, são, depois, processados por crime – mesmo quando a arma é de brinquedo.
Dada a visão prevalecente no sistema de justiça criminal da Inglaterra de que roubo é uma ofensa “leve” e a feroz hostilidade a armas, mesmo de brinquedo, a vítima de roubo tem maior probabilidade de acabar atrás das grades do que o próprio ladrão.
A jihad esquerdista contra cidadãos de bem que possuem armas tem produzido uma inundação de informações distorcidas. Comparações internacionais são invariavelmente feitas entre os EUA e países que têm um controle de armas mais rígido e um menor índice de crimes.
Mas, se os fatos fossem realmente importantes, você poderia, com a mesma facilidade, comparar os EUA com países que possuem leis mais rígidas de controle de armas e maiores índices criminais – Brasil e Rússia, por exemplo.
Você poderia comparar os EUA com países que tivessem um maior número de cidadãos possuidores de armas – Suíça e Israel, por exemplo – e menor índice de criminalidade. Mas isso, somente se os fatos fossem considerados mais importantes que os dogmas da esquerda.
Milhões de vítimas pagam o preço das ilusões da esquerda sobre o crime – e sobre ela mesma.
Leia também Esquerda e criminalidade: Parte 1
Publicado por Townhall.com
Traduzido por Antônio Emílio Angueth de Araújo
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