Material essencial

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Demétrio Magnoli e a ideia de raça no mundo e no Brasil

CAFÉ COLOMBO

03.04.2010 - 12:08 389

O sociólogo Demétrio Magnoli é o convidado do Café Colombo para falar do seu livro “Gota de sangue – uma história do pensamento racial” (Editora Contexto). Na obra, ele discorre como o conceito de raça surgiu, foi reinterpretado, ganhou cunhos “científicos”, morreu e resurgiu através do multiculturalismo.

Demétrio explica na entrevista porque considera o multiculturalismo arriscado, assim como o uso político de raça como forma de plataforma política clientelista. Ele ainda comenta o trabalho do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, segundo ele, tão denegrido ao longo dos anos. “Freyre nunca justificou a escravidão ou amenizou as violências da escravidão. Qualquer um que tenha lido Gilberto Freyre sabe disso.[ ...] Numa época em que o mundo acreditava na cientificidade da raça, Gilbeto Freyre vai dizer que todo brasileiro tem, se não no corpo, ao menos na alma, o sangre do negro e do índio.”

Confira a entrevista!


Hierarquia psicológica

MÍDIA SEM MÁSCARA

A recente libertação de dois militares, a entrega dos restos mortais de um oficial por parte das FARC e a posição assumida ante esses fatos, ou a maneira pela qual a opinião pública os vê, permite classificar os colombianos nas seguintes categorias:
Seqüestradores: Os autores dos seqüestros e do cruel e brutal cativeiro.
Judas e fariseus: Os que se fazem passar por redentores dos seqüestrados, mas que na realidade, com sua gestão, procuram reivindicar as FARC, traindo o país, que quer liquidá-las.
Ladinos: Os que vivem atacando política e juridicamente o Estado e mostram-se como defensores dos direitos humanos, mas não dizem nada sobre os seqüestros e o trato inumano aos seqüestrados.
Amestrados: Os seqüestrados que tendo sido libertados (não resgatados, nem fugidos) saem falando mal do Governo, sem falar na selvageria das FARC e em troca, a impulsionar o acordo humanitário.
Imbecis tipo A: Os que aceitam o acordo humanitário só para ser contrários ao Governo. Não têm em conta que a guerrilha necessita desses contatos para se fortalecer e continuar em seu conto de violência.
Imbecis tipo B: Os que não vêm nada obscuro nas libertações e fazem o jogo dos que as exploram ideologicamente.
Imbecis tipo C: Os que, sem ser partidários das FARC nem marxistas, acreditam nelas e apóiam o intercâmbio humanitário que elas propõem, sem se dar conta do que isso leva por dentro.
Aterrissados (que têm os pés no chão): Os que, sem ter ingerência em decisões ou manipulação de opinião, rechaçam os shows das libertações porque sabem para onde vão esses atos e o que é que buscam com as persistentes propostas de intercâmbios humanitários.
Essa hierarquia resultou de lançar uma olhada introspectiva nas reações dos colombianos frente a uma situação ligada ao conflito interno. Alguns procuram priorizar seus interesses ideológicos ou pessoais, outros tratam de defender os interesses nacionais, alguns mais são indiferente ou despreocupados. Os primeiros, os que manejam fins ideológicos, são os mais ativos e, sem querer, os indiferentes ou despreocupados acabam ajudando-os. Sendo assim, nestas atitudes e comportamentos de muitos colombianos pode-se achar uma das razões mais concludentes para que não tenhamos saído do conflito e não estejamos próximos de sair dele.

O general Adolfo Clavijo é diretor executivo da Fundação Cóndor da Colômbia.
Tradução: Graça Salgueiro

Déficit em conta corrente tem pior primeiro trimestre da história

ESTADÃO

Quinta-feira, 22 de abril de 2010 10:20

Adriana Fernandes e Fernando Nakagawa, da Agência Estado  

BRASÍLIA - Dados divulgados pelo Banco Central mostram uma piora nas contas externas brasileiras. O déficit em transações correntes acumulado no primeiro trimestre somou US$ 12,145 bilhões, o pior resultado da série do Banco Central para os primeiros três meses do ano. A série teve início em 1947. As informações são do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes

No primeiro trimestre do ano passado o déficit em transações correntes era quase três vezes menor (US$ 4,938 bilhões), o correspondente a 1,74% do PIB. Em 12 meses até março, o déficit em transações correntes subiu para US$ 31,509 bilhões, ou 1,79% do PIB.
Em março, o balanço de pagamentos do Brasil com o exterior apresentou um déficit na conta de transações correntes de US$ 5,067 bilhões. O resultado negativo é bastante superior ao déficit de US$ 1,559 bilhão, registrado em março do ano passado.
Os gastos com viagens internacionais na conta de serviços no balanço de pagamentos do Brasil com o Exterior apresentaram um déficit de US$ 543 milhões. Em março do ano passado, o déficit havia sido de US$ 124 milhões. No primeiro trimestre, a conta de viagens internacionais acumula um saldo negativo de US$ 1,685 bilhão ante um déficit de US$ 495 milhões no primeiro trimestre de 2009.
As despesas com transportes apresentaram um saldo negativo de US$ 574 milhões, em março e de US$ 1,259 bilhão no trimestre. Os gastos com royalties e licenças apresentaram um saldo negativo de US$ 188 milhões, em Março, e um déficit acumulado no trimestre de US$ 636 milhões. As despesas líquidas com aluguel e equipamentos apresentaram um resultado negativo de US$ 1,257 bilhão, em março. No acumulado do ano, os gastos foram de US$ 2,880 bilhões.
Dívida externa
A dívida externa total atingiu US$ 206,499 bilhões em março. A estimativa projetada para a dívida em dezembro de 2009 era de US$ 198,194 bilhões. Em setembro de 2009 - a última posição fechada da dívida externa - o montante somava US$ 204,670 bilhões.
Segundo o BC, a estimativa da dívida externa em março é composta por US$ 172,273 bilhões em compromissos de médio e longo prazos e US$ 34,227 bilhões em pagamentos de curto prazo.
Investimento estrangeiro
O ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) no País, em março, somou US$ 2,018 bilhões. O valor não foi suficiente para cobrir o déficit em transações correntes do mês. Altamir informou que o ingresso de IED) em abril, até hoje, soma US$ 2,1 bilhões. Ele considerou o resultado obtido até o momento positivo. A previsão do técnico do BC para o ingresso de IED em abril é de US$ 2,8 bilhões. O BC projeta um déficit na conta de transações correntes de US$ 4,8 bilhões em abril.
Em fevereiro deste ano, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) foi de US$ 2,849 bilhões, mas também não havia sido suficiente para cobrir o déficit em transações correntes registrado naquele mês, de US$ 3,251 bilhões. No acumulado do primeiro trimestre, o ingresso de IED soma US$ 5,656 bilhões. Em 12 meses, o fluxo de IED para o País totalizou US$ 26,263 bilhões - o equivalente a 1,50% do Produto Interno Bruto (PIB).
O ingresso de IED no trimestre corresponde a praticamente metade do déficit em transações correntes do período, que foi de US$ 12,145 bilhões.
O Banco Central informou que o investimento estrangeiro em ações brasileiras somou US$ 2,158 bilhões em março. O valor mensal responde por quase a metade do ingresso externo observado no acumulado do primeiro trimestre de 2010, quando os estrangeiros aumentaram a posição líquida em ações de empresas nacionais em US$ 5,270 bilhões.
Altamir informou que o investimento estrangeiro em ações brasileiras soma US$ 2,551 bilhões em abril até o dia 22. Segundo ele, o ingresso de recursos foi gerado apenas pelo movimento com as ações negociadas no Brasil, que atraíram US$ 2,693 bilhões. O saldo das operações com recibo de ações brasileiras transacionadas no exterior, como as ADRs, ficou negativo em US$ 142 milhões.
Altamir também disse que o investimento estrangeiro em papéis de renda fixa negociados no Brasil atraiu US$ 782 milhões em abril até hoje.
Segundo o BC, a maior parte das aplicações feitas por estrangeiros no mês passado ocorreu com as ações negociadas no mercado brasileiro, que recebeu US$ 1,885 bilhão. A parcela restante, de US$ 273 milhões, foi adquirida via recibo de ações brasileiras negociadas no exterior, como os ADRs.
O BC também informou que estrangeiros aumentaram sua posição em títulos de renda fixa, em US$ 1,491 bilhão em março. No acumulado dos três primeiros meses de 2010, esses investidores alocaram US$ 4,058 bilhões nesse tipo de investimento. No resultado do mês passado, estrangeiros aumentaram a posição em papéis negociados no País em US$ 1,962 bilhão, ao mesmo tempo em que reduziram o investimento em títulos brasileiros negociados no exterior em US$ 471 milhões.
Lucros e dividendos
As remessas de lucros e dividendos somaram US$ 2,509 bilhões em março. O valor mensal representa mais da metade das transferências ao exterior feitas por multinacionais instaladas no Brasil, já que as remessas somam no primeiro trimestre US$ 4,586 bilhões.
A remessa de lucros de dividendos realizada por empresas multinacionais instaladas no Brasil somou US$ 2,129 bilhões em abril até o dia 22, conforme dados preliminares divulgados pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central. O valor de parte do mês já é próximo da remessa total feita em março, quando as companhias enviaram US$ 2,509 bilhões. Altamir também informou que o pagamento de juros em abril somou US$ 860 milhões no mês, até o dia 22. Em março, os pagamentos somaram US$ 582 milhões.
A nota do BC mostra também que a despesa com juros no exterior somou US$ 586 milhões em março e US$ 3,053 bilhões no acumulado dos três primeiros meses do ano. O BC também informou que o déficit da conta de viagens internacionais ficou em US$ 543 milhões em março. No primeiro trimestre, o déficit da conta de turismo já soma US$ 1,685 bilhão.
Empréstimos
A taxa de rolagem dos empréstimos de médio e longo prazos feitos pelas empresas brasileiras no exterior atingiu 102% em março. Em março do ano passado, as empresas rolaram apenas 48% dos seus empréstimos.
No primeiro trimestre do ano, a taxa de rolagem subiu para 172% ante 52% do mesmo período de 2009. No ano de 2009, as empresas rolaram 88% das operações realizadas no exterior.
Os dados do BC mostram que as taxas de rolagem dos bônus, notes e commercial papers, em março, foram de 101%, com amortizações de US$ 2,039 bilhões e desembolsos de US$ 1,982 bilhão. A taxa de rolagem de empréstimos diretos atingiu, em março, 118%, com amortizações de US$ 289 milhões e desembolsos de US$ 341 milhões.
A taxa de rolagem dos empréstimos externos está em 290% em abril até o dia 22. A taxa, segundo Altamir, é composta pela renovação de 210% das operações em papéis e a forte taxa de 1.222% observada em empréstimos diretos.
(Esta matéria foi atualizada às 16h49)

Richard "Delírio" Dawkins

O anti-cristão Richard Dawkins fala:



Para começar, vamos mostrar GALACTUS, um ente da ficção científica.



Quem é Galactus?

Galactus - http://pt.wikipedia.org/wiki/Galactus


Galactus, algumas vezes chamado de Devorador de Mundos, é um personagem de histórias em quadrinhos, uma entidade cósmica dentro do universo Marvel da Marvel Comics. Criado por Jack Kirby e Stan Lee, ele estreou em Fantastic Four nº48, o inicio de um arco de história algumas vezes considerado como a melhor colaboração Lee/Kirby.
Quando Galactus ameaçou destruir a Terra, o Quarteto Fantástico (auxiliado pelo Vigia Uatu e pelo arauto rebelde de Galactus, o Surfista Prateado) o derrotou ameaçando-o com o Nulificador Total. Galactus jurou nunca mais tentar atacar a Terra.

Apresentado inicialmente como vilão, mais tarde teve sua função no Universo esclarecida em um julgamento onde várias raças tentavam decidir o destino de Reed Richards— que estava sendo julgado por ter salvo a vida de Galactus e, portanto, ser co-responsável pelas vidas que o Devorador de Mundos tirou depois disto, como no ato de consumir o mundo-sede do império skrull, por exemplo. Através de um depoimento de Odin— só aceito plenamente após a intervenção da entidade cósmica Eternidade — foi a público que sua função é a de encontrar um planeta seguro, que fosse capaz de sobreviver a próxima entropia do universo, uma vez que o próprio Galactus seria o único sobrevivente de uma entropia anterior[2].

Apesar de ser conhecido como Devorador de Mundos, Galactus não conseguiu se alimentar do planeta mãe dos Espectros. A corrupção da raça dos Espectros era tamanha que foi capaz de contaminar o planeta em que viviam, tornando-o inadequado.



Voltando:


Se o "Deus" descrito por Dawkins é ficção, porque ele fica tão chateado com Ele? Eu não fico chateado com Galactus, apesar dele ter tentando COMER a Terra com tudo que existe nela pois é só história em quadrinhos, ficção portanto. Mas o sr. Dawkins fica sim muito chateado com o "Deus" que ele imagina não existir. Que coisa, parece criança chorando em Dumbo de Walt Disney, achando que na tela está algo real. 


Sr. Dawkins, decida-se: ou "Deus" existe e para o senhor Ele é mal, ou é ficcional e jamais existiu qualquer ação Dele descrita nos escritos sagrados, digo, no "mundo real".


Por fim, Galactus é BEEEEMMMMM pior que qualquer "entidade" descrita por livros sagrados que temos. Ou o Deus do Antigo Testamento comeu pelo menos um planetinha que seja? Ou Alah? Acho que não, né???



Sr. Dawkins, porque não aproveitou a visita e falou para este fundamentalista o que acha de ALAH? Falar na cara dele, como faz nas TVs quando fala dos cristãos? Podeira ter dito que ALAH é "mulherofóbico", não? Acho que caberia esta interpretação, visto a interpretação que dá do Deus do Antigo Testamento. Ou falar pro moço barbudo que está trabalhando para um mundo sem religião, ou seja, que também gostaria de ver o islã varrido do mapa.

É meio complicado falar mal de ALAH para um fundamentalista na terra dele, não?

Lugo apela a “estado de exceção” para atacar Exército do Povo Paraguaio – comandado por Fernando Beira Mar

ALERTA TOTAL
Edição do Alerta Total - www.alertatotal.net
Leia também o Fique Alerta – www.fiquealerta.net (atualizado nesta sexta)

Sexta-feira, 23 de abril de 2010

Por Jorge Serrão


Embora pressionado pela esquerda para “pegar leve”, nem o presidente do Paraguai agüentou mais suportar as ameaças do grupo narcoguerrilheiro “Exército do Povo Paraguaio”. O bispo Fernando Lugo pediu e o Senado paraguaio aprovou ontem a lei que institui estado de exceção por 60 dias em 5 dos 7 departamentos (regiões) do país. A medida, que ainda deve ser aprovada pela Câmara dos Deputados, permite ao governo ordenar prisões. Também proíbe reuniões públicas e protestos nas províncias agrícolas de San Pedro, Concepción, Amambay, Alto Paraguai e Presidente Hayes, nas fronteiras com o Brasil e a Bolívia.

A repressão paraguaia ao EPP vai render problemas diplomáticos com o governo $talinácio. Pelo menos três integrantes do EPP estão no Brasil na condição de "refugiados políticos" desde 2004. O Paraguai pressiona o governo Lula para que extradite Anuncio Martí Mendez, Juan Arrom e Victor Colmán. Os três alegam que sofrem perseguição política. Reclamam que foram torturados pela polícia paraguaia. Daqui a uns anos, quem sabe, até ganham indenização por isso.

O Paraguai é hoje o maior produtor e exportador de maconha neste hemisfério. As plantações estão ao longo da fronteira com o Brasil. Com cerca de 100 integrantes, o EPP produz e trafica drogas, sob o comando de um brasileiro: Luiz Fernando da Costa. Mesmo estando hospedado no Regime Disciplinar Diferenciado do Presídio Federal de Segurança Máxima, em Campo Grande (MS), Fernandinho Beira Mar administra, à distância, os negócios do EPP – cuja principal meta é implementar o marxismo no Paraguai.

O EPP tem parceria com grupos narcoguerrilheiros brasileiros, como a Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Outro vínculo forte é com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O acordo prevê uma troca de drogas e armas das FARC por alimentos e materiais de carros roubados no Brasil. Ainda na “colaboração revolucionária”, o EPP também treinou gente do MST brasileiro. As informações são de serviços de inteligência das Forças Armadas brasileira e paraguaia.

Para entender o caos no Paraguai, releia o artigo de Arlindo Montenegro publicado na edição de 7 de janeiro deste ano: Operações Secretas

Pegou pesado
Fernando Lugo justificou a medida de força que acaba de adotar contra o EPP:

É possível garantir, com a declaração do estado de exceção, que as forças militares terão ampla liberdade para atuar para que a paz volte e esses delinquentes do EPP sejam capturados e postos à disposição da Justiça".

A declaração de estado de exceção era medida muito comum durante os 35 anos da ditadura do general Alfredo Stroessner, que terminou em 1989.

Pura barbárie
Nos últimos anos, o EPP esteve envolvido em crimes que causaram grande comoção no Paraguai.
Entre eles está o sequestro de Maria Edith de Debernardi, mulher de um dos empresários mais ricos do Paraguai - libertada em fevereiro de 2002 após 64 dias de cativeiro, em troca de um resgate de U$ 300 mil.

No sequestro do fazendeiro Fidel Zavala, que terminou em janeiro depois de 94 dias, foi pago um resgate de US$ 550 mil.

O governo paraguaio também responsabiliza o EPP pelo sequestro e assassinato, em 2005, de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas (1998-1999).

O Sequestro é nosso
O filme “Sequestro”, de Wolney Atalla, que abriu a 10ª edição do Festival de Beverly Hills no último dia 14, saiu da competição com dois prêmios.

O longa sobre a Divisão Anti-Sequestro de São Paulo venceu nas categorias Melhor Documentário e Melhor Diretor, disputando com outras 50 produções internacionais.

Sequestro” foi o primeiro filme brasileiro selecionado para abrir o festival, que tem 10 anos de existência.

Utopia e barbarie
Chega hoje aos cinemas de todo o país o filme “Utopia e Barbárie”.

É o mais novo trabalho do cineasta Silvio Tendler, que se debruçou nos últimos 20 anos sobre o projeto, fazendo um road movie histórico que percorreu ao todo 15 países.

Partindo da II Guerra Mundial, o filme faz uma revisão nos eventos políticos e econômicos, que desde a metade do século XX elevaram ao risco e até ao desaparecimento dos sonhos de igualdade, de justiça e harmonia, em busca de entender as questões que mobilizam esses dias tumultuados: a utopia e a barbárie. 

Cem anos de pedofilia - artigo de Olavo de Carvalho de 2002, ok? Para quem ainda o acha um louco que delira com "teorias da conspiração".

Cem anos de pedofilia

Olavo de Carvalho

O Globo
, 27 de abril de 2002
http://www.olavodecarvalho.org/semana/04272002globo.htm




Na Grécia e no Império Romano, o uso de menores para a satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até prezado. Na China, castrar meninos para vendê-los a ricos pederastas foi um comércio legítimo durante milênios. No mundo islâmico, a rígida moral que ordena as relações entre homens e mulheres foi não raro compensada pela tolerância para com a pedofilia homossexual. Em alguns países isso durou até pelo menos o começo do século XX, fazendo da Argélia, por exemplo, um jardim das delícias para os viajantes depravados (leiam as memórias de André Gide, “Si le grain ne meurt”).

Por toda parte onde a prática da pedofilia recuou, foi a influência do cristianismo — e praticamente ela só — que libertou as crianças desse jugo temível.

Mas isso teve um preço. É como se uma corrente subterrânea de ódio e ressentimento atravessasse dois milênios de história, aguardando o momento da vingança. Esse momento chegou.

O movimento de indução à pedofilia começa quando Sigmund Freud cria uma versão caricaturalmente erotizada dos primeiros anos da vida humana, versão que com a maior facilidade é absorvida pela cultura do século. Desde então a vida familiar surge cada vez mais, no imaginário ocidental, como uma panela-de-pressão de desejos recalcados. No cinema e na literatura, as crianças parecem que nada mais têm a fazer do que espionar a vida sexual de seus pais pelo buraco da fechadura ou entregar-se elas próprias aos mais assombrosos jogos eróticos.

O potencial politicamente explosivo da idéia é logo aproveitado por Wilhelm Reich, psiquiatra comunista que organiza na Alemanha um movimento pela “libertação sexual da juventude”, depois transferido para os EUA, onde virá a constituir talvez a principal idéia-força das rebeliões de estudantes na década de 60.

Enquanto isso, o Relatório Kinsey, que hoje sabemos ter sido uma fraude em toda a linha, demole a imagem de respeitabilidade dos pais, mostrando-os às novas gerações como hipócritas sexualmente doentes ou libertinos enrustidos.

O advento da pílula e da camisinha, que os governos passam a distribuir alegremente nas escolas, soa como o toque de liberação geral do erotismo infanto-juvenil. Desde então a erotização da infância e da adolescência se expande dos círculos acadêmicos e literários para a cultura das classes média e baixa, por meio de uma infinidade de filmes, programas de TV, “grupos de encontro”, cursos de aconselhamento familiar, anúncios, o diabo. A educação sexual nas escolas torna-se uma indução direta de crianças e jovens à prática de tudo o que viram no cinema e na TV.

Mas até aí a legitimação da pedofilia aparece apenas insinuada, de contrabando no meio de reivindicações gerais que a envolvem como conseqüência implícita.

Em 1981, no entanto, a “Time” noticia que argumentos pró-pedofilia estão ganhando popularidade entre conselheiros sexuais. Larry Constantine, um terapeuta de família, proclama que as crianças “têm o direito de expressar-se sexualmente, o que significa que podem ter ou não ter contatos sexuais com pessoas mais velhas”. Um dos autores do Relatório Kinsey, Wardell Pomeroy, pontifica que o incesto “pode às vezes ser benéfico”.

A pretexto de combater a discriminação, representantes do movimento gay são autorizados a ensinar nas escolas infantis os benefícios da prática homossexual. Quem quer que se oponha a eles é estigmatizado, perseguido, demitido. Num livro elogiado por J. Elders, ex-ministro da Saúde dos EUA (surgeon general — aquele mesmo que faz advertências apocalípticas contra os cigarros), a jornalista Judith Levine afirma que os pedófilos são inofensivos e que a relação sexual de um menino com um sacerdote pode ser até uma coisa benéfica. Perigosos mesmo, diz Levine, são os pais, que projetam “seus medos e seu próprio desejo de carne infantil no mítico molestador de crianças”.

Organizações feministas ajudam a desarmar as crianças contra os pedófilos e armá-las contra a família, divulgando a teoria monstruosa de um psiquiatra argentino segundo a qual pelo menos uma entre cada quatro meninas é estuprada pelo próprio pai.

A consagração mais alta da pedofilia vem num número de 1998 do “Psychological Bulletin”, órgão da American Psychological Association. A revista afirma que abusos sexuais na infância “não causam dano intenso de maneira pervasiva”, e ainda recomenda que o termo pedofilia, “carregado de conotações negativas”, seja trocado para “intimidade intergeracional”.

Seria impensável que tão vasta revolução mental, alastrando-se por toda a sociedade, poupasse miraculosamente uma parte especial do público: os padres e seminaristas. No caso destes somou-se à pressão de fora um estímulo especial, bem calculado para agir desde dentro. Num livro recente, “Goodbye, good men”, o repórter americano Michael S. Rose mostra que há três décadas organizações gays dos EUA vêm colocando gente sua nos departamentos de psicologia dos seminários para dificultar a entrada de postulantes vocacionalmente dotados e forçar o ingresso maciço de homossexuais no clero. Nos principais seminários a propaganda do homossexualismo tornou-se ostensiva e estudantes heterossexuais foram forçados por seus superiores a submeter-se a condutas homossexuais.

Acuados e sabotados, confundidos e induzidos, é fatal mais dia menos dia muitos padres e seminaristas acabem cedendo à geral gandaia infanto-juvenil. E, quando isso acontece, todos os porta-vozes da moderna cultura “liberada”, todo o establishment “progressista”, toda a mídia “avançada”, todas as forças, enfim, que ao longo de cem anos foram despojando as crianças da aura protetora do cristianismo para entregá-las à cobiça de adultos perversos, repentinamente se rejubilam, porque encontraram um inocente sobre o qual lançar suas culpas. Cem anos de cultura pedófila, de repente, estão absolvidos, limpos, resgatados ante o Altíssimo: o único culpado de tudo é... o celibato clerical! A cristandade vai agora pagar por todo o mal que ela os impediu de fazer.

Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados. Nunca a teoria de René Girard, da perseguição ao bode expiatório como expediente para a restauração da unidade ilusória de uma coletividade em crise, encontrou confirmação tão patente, tão óbvia, tão universal e simultânea.

Quem quer que não perceba isso, neste momento, está divorciado da sua própria consciência. Tem olhos mas não vê, tem ouvidos mas não ouve.

Mas a própria Igreja, se em vez de denunciar seus atacantes preferir curvar-se ante eles num grotesco ato de contrição, sacrificando pro forma uns quantos padres pedófilos para não ter de enfrentar as forças que os injetaram nela como um vírus, terá feito sua escolha mais desastrosa dos últimos dois milênios.

Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris e Christopher Hitchens, os quatro covardes e vendidos do Apocalipse

Por Cavaleiro do Templo

Atualmente o Papa é a "bola da vez" do ataque daqueles quatro senhores que chamam a si mesmos de neo-ateístas, aqueles caras que dizem que um mundo sem religião seria melhor. Com o nome neo-ateístas estariam tentando dizer que são diferentes dos old-ateístas? Acho que não conseguiram, se o motivo foi este.

Vamos mostrar quem são os QUATRO PAPAS deste movimento, os senhores
Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris e Christopher Hitchens, e quem compartilha com eles a mesma visão de mundo, alguns old-ateístas.

Para começar, eles, os neo, são CONIVENTES com o COMUNISMO quando não abrem a boca para falar que foram estes old-ateístas os RECORDISTAS de mortes no planeta Terra. Basta ler O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO, são 100 MILHÕES DE ASSASSINATOS ENTRE A POPULAÇÃO CIVIL DE SEUS PAÍSES EM TEMPOS DE PAZ. Os neo não falam mal dos old por PARENTESCO puro e simples? Vejamos...

Falando de crimes sexuais, tudo o que fizeram os PEDÓFILOS QUE SE TORNARAM PADRES (ENTRE ELES MUITOS SÃO HOMOSSEXUAIS TAMBÉM) é crime hediondo. E matar 100 MILHÕES É O QUE? Isto é obra de ateístas, oras! Que NUNCA foram denunciados pelos neo que, em total delírio, acham ainda assim que podem falar mal dos crimes de outros grupos humanos com outra visão de mundo. Isto é um show típico de "nóçus têmpus". Mesmo tendo dentro de suas "muralhas" 100 milhões de assassinatos estes caras querem falar mal de alguém?

Dentro do grupo que tem a visão ateísta estão OS MAIORES ASSASSINOS DA HISTÓRIA HUMANA!!!
Os neo também não falam mal DOS MUÇULMANOS, ou melhor, não dizem, por exemplo, que EM PLENO SÉCULO XX E XXI MUÇULMANOS AINDA CORTAVAM E CORTAM A CABEÇA DE PESSOAS NA FRENTE DE CÂMERAS DE VÍDEO, BEM COMO LEVAM CRIANÇAS A FAZEREM O MESMO EM NOME DE ALAH, entre outras atrocidades e aberrações. E, engraçado, eles também não dizem que ALAH está entre os piores seres da ficção científica como fala Dawkins sobre o "Deus do Antigo Testamento" em seu livro mais vendido. 

E porque não falam tão mal de ALAH se se dizem ateístas E em busca de um mundo sem religião? Morrem de medo de terem suas cabeças postas a prêmio, coisa normal quando se fala mal de ALAH? Ou seria por outro$  motivo$?

Calem a boca, neo!!! Vocês quatro só falam CONTRA o cristianismo por sermos os mais pacíficos, não mandamos matar quem fala mal da gente como fazem MUÇULMANOS E COMUNISTAS

Dizer que vocês são covardes é pouco, covardia é uma palavra doce para designar vocês. E piora ainda mais se os quatro papas forem VENDIDOS aos muçulmanos e/ou aos comunistas. Aí seriam COVARDES E VENDIDOS!!! 

Repito, ATEÍSTAS foram os MAIORES ASSASSINOS que já existiram no planeta. E entre estes os da antiga URSS e seus "amigos" mataram homossexuais por serem homossexuais, por exemplo. Muitos dos líderes comunistas eram pedófilos degenerados. Cubanas se prostituem por um sanduíche. Inválidos e doentes foram mortos aos milhares. Que tipo de gente é esta que, conivente por covardia e/ou vendida com isto tudo vem jogar pedra no telhado dos outros? É esta gente que acha hoje (neo) e achou ontem (old) que UM MUNDO SEM RELIGIÃO SERIA UM MUNDO MELHOR. Olavo de Carvalho já nos disse o que é esta visão de mundo mas mesmo se não tivesse dito, bastaria ler o livro indicado lá em cima.

Portanto, está limpo e claro o que são estes quatro sujeitos, os PAPAS do neo-ateísmo. Já o HOMEM que me serve de guia é JESUS CRISTO, mesmo que neos e olds digam que ele nunca tenha existido. Se JESUS CRISTO é um ser ficcional como eles dizem, infinitamente mais ficcional é a vida destes quatro idiotas e sem vergonha nas caras. Covardia é coisa de gente morta em vida. Os quatro papas CAGAM de medo de muçulmanos e/ou de comunistas. Ou, como demonstrado, são mais do que apenas covardes. 

A diferença de referência para uma vida é gritante. Não percebe quem não quer.

Por fim, TRABALHAR E GANHAR DINHEIRO por um desejo de um mundo sem religião é, POR DEFINIÇÃO, descer o pau EM TODAS AS RELIGIÕES COM IGUAL VIGOR. Então, não são DE FATO TÃO ATEUS ASSIM estes quatro idiotas, pois possuem um RESPEITO muito grande por ALAH. Não é, portanto, que não queiram um mundo SEM RELIGIÃO. 

QUEREM UM MUNDO SEM O CRISTIANISMO APENAS. 

ENTENDERAM PORQUE CHAMÁ-LOS DE COVARDES E VENDIDOS É MUITO POUCO PARA DEFINIR ESTA TURMA? ALGUÉM AÍ DISCORDA?

Bom, tá aí uma ANÁLISE dos quatro neo-papas. Se o de Papa de cá "fede" como eles dizem, os neo-papas são podres, covardes e vendidos aos INIMIGOS DO OCIDENTE. Portanto, fedem infinitamente mais pois com isto ajudam a destruir um dos pilares da nossa CIVILIZAÇÃO, deixando-a pronta para a invasão dos seus "dois amigos".

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mentiras e Distorções A Serviço Do Jornalismo (?)

DE OLHO NA MÍDIA



O jornal O Globo, contumaz crítico de Israel, volta a carga contra o país. Desta vez através de distorções e tirando informações de contexto, consegue transformar um roubo em um caso de censura, a fim de fazer comparações absolutamente desproporcionais (não é esta a palavra que a mídia tanto venera?) com nações ditatoriais como Cuba, China e Coréia do Norte.
Para enviar críticas e comentários ao Globo basta clicar nos e-mails que constam ao final da íntegra do texto.

No dia 07/04, o 
Globo em sua versão impressa, publicava o seguinte texto: "Imprensa Israelense dribla a censura para noticiar prisão de jornalista".

O caso segundo o primeiro parágrafo do Globo, é o seguinte: 
"O mais recente e polêmico caso de censura em Israel está levando alguns críticos a compararem o país a ditaduras como Cuba, China e Coréia do Norte. Há quatro meses, a mídia israelense não pode noticiar a prisão da jornalista Anat Kamm, de 23 anos, por supostamente ter copiado milhares de documentos secretos do Exército. Uma ordem judicial – impetrada a pedido dos serviços de segurança, sob a alegação de que o caso põe em risco a segurança nacional – impede que a imprensa toque no assunto".

Comecemos pelo príncipio. Formidável que quando supostamente se acusa o Mossad de ter matado um terrorista em Dubai, está foi a 
única vez em que o termo "supostos" não foi usado na manchete e no texto do jornal. Quando palestinos atiram mísseis são supostos. Quando algum terrorista se explode é um "suposto terrorista". Somente ações do exército israelense e afins não merecem o tal e estranho benefício da dúvida. Aqui quando a própria ladra já assumiu o crime e inclusive parte dos documentos foi retornado ao exército, aparece a palavra SUPOSTAMENTE. Supostamente o que, cara pálidas? Alguém pode me explicar se não for pedir muito?

Segundo: seria Kamm realmente uma 
"jornalista"? Não existem cursos universitários de jornalismo em Israel (há, isso sim, cursos de comunicação, mas eles não são exigência para quem quer trabalhar como jornalista). Jornalista lá não é profissão regulamentada. É o que a pessoa faz. E pode ser que ela seja PhD em história ou pode ser que ela tenha saído anteontem do Exército. O ser ou não ser jornalista, é arbitrário, e vai muito de considerar no que ela realmente está atuando. Além disso, o fato de ser jornalista, significa que vale tudo, inclusive furtar documentos? Ser ladra? Cade a ética? Tudo é justificável, inclusive por a vida de concidadãos em perigo em troca da fama?

Mas o fato é que Kamm, além de meia dúzia de artigos menores para um portal israelense, 
nunca escreveu nada de relevância, e seu roubo foi realizado não quando ela atuava como jornalista, mas sim traindo as funções a que foi designada no exército, que eram todas, menos de ser jornalista e - obviamente - ladra.

Vejamos o que o próprio 
Globo relata de forma discreta, mais abaixo da matéria:
"Anat Kamm foi detida em dezembro, acusada de espionagem. Ela teria copiado documentos quando cumpria os dois anos de serviço militar obrigatório, em 2007 e 2008. Kamm fora secretária no quartel-general do Exército. A papelada teria sido “vazada” ao jornalista Uri Blau do “Haaretz”, que fugiu para Londres".
Kamm era secretária no quartel general do exército e surrupiou documentos. Ela não era jornalista. Não estava atuando como uma. Não está sendo perseguida pelo país ou pelo exército pela liberdade de expressão, mas sim por espionagem, por ter vazado documentos e por ter posto a segurança do país em risco.

É o absurdo dos absurdos comparar tal situação com a de regimes ditatorais acima citados, onde a supressão de informações é para esconder torturas e violações de direitos humanos. Aqui, o caso foi posto em segredo o tempo suficiente para 
tentar se recuperar os dados e impedir que com a divulgação, grupos hostis a Israel, chegassem a Uri Blau na Inglaterra e roubassem ou negociassem tais documentos.

Se Israel realmente agisse como tais nações, um roubo destes não sairia tão barato. Possivelmente a esta altura, 
tanto Kamm como Blau já não pertenceriam mais a este mundo, e muito provavelmente jamais a imprensa sequer tomaria nota de um caso desses. Vou além: em muitas democracias do mundo (não ditaduras), em nome da segurança nacional, a "queima de arquivo"seria feita no silêncio. É a distorção de sempre. Israel age dentro do limite da ética que lhe é possível, tenta negociar o retorno de mais de dois mil documentos furtados que mostram posicionamento de tropas na região de Judéia e Samária, além de outras informações vitais, e o país é comparado a Cuba, Córeia do Norte, etc...

Óbvio que o 
Globo apóia sua opinião em "alguns especialistas" como fala no corpo do texto: "O mais recente e polêmico caso de censura em Israel está levando alguns críticos a compararem o país a ditaduras como Cuba, China e Coréia do Norte".

Quem é o crítico? 
UM ilustre desconhecido, como mostra a sequência da matéria: "“Que tipo de país aceita que seus serviços de inteligência domésticos detenham uma jornalista e a mantenham presa secretamente?”, escreveu o blogger americano Richard Silverstein, em Seattle. “China? Cuba? Coréia do Norte? É isso que Israel almeja? Ser igual a países governados por déspotas?”

Patente também que a escolha de um 
blogger com sobrenome tipicamente judaico não foi por acaso. É a opinião do Globo vendida como informação. Até onde vai a manipulação?

Com a palavra a editoria de internacional do 
Globo:

Para enviar críticas:
Sandra Cohen - Editora de Mundo do Globo
Fernando Moreira - Responsável de Mundo na Internet 
Rodolfo Fernandes - Diretor de Redação e Editor Responsavel 
Plantão O Globo

Tornando global a primeira emenda

DIÁRIO DO COMÉRCIO


O livre fluxo de informações se tornou uma variável estratégica decisiva.

David Ignatius
 - 19/4/2010 - 21h51

Enquanto o governo Obama procura grandes ideias para moldar sua política externa, as autoridades deveriam consultar um  livro recentemente lançado, no qual se defende que, de fato, o "Destino Manifesto" dos Estados Unidos do século 21 é estender para o mundo os padrões de nossa Primeira Emenda.


Esse manifesto pela liberdade de imprensa, com o atraente título Uninhibited, Robust and Wide-Open (Desinibida, Robusta e Transparente) foi escrito por Lee Bollinger, o presidente da Universidade de Columbia. Brinquei com ele num simpósio, há alguns dias, dizendo que se os jornalistas tivessem de fazer sua própria descrição do cenário da mídia, ela teria um nome mais sombrio, comoNervosa, Quebrada e de Cócoras.


O ponto de Bollinger é que numa economia globalizada precisamos de regras que garantam o livre acesso à informação. Em vez disso, o que estamos vendo, da China ao Irã, é uma investida dos governos autoritários para manipular esses fluxos de informações. Essa restrição afeta empresas privadas como o Google, e organizações jornalísticas como The Washington Post. Mas, como Bollinger diz, há um interesse público irresistível para que o governo dos Estados Unidos mantenha os fluxos de informação tão livres quanto possível.


"A projeção dos princípios da liberdade de imprensa para o cenário internacional deveria se tornar um objetivo básico enquanto construímos os rudimentos de uma sociedade global", escreve Bollinger. Ele argumenta que os tijolos para essa ordem global já existem, nas convenções internacionais sobre direitos humanos, nos acordos de livre comércio e em outros tratados. Mas os EUA rechaçaram alguns desses fóruns que poderiam garantir uma abertura maior, temendo que outros governos os usassem contra nós.


(Como este é um texto que defende a transparência, devo revelar aqui que Bollinger é diretor da The Washington Post Company e que ele me enviou um rescunho do livro há alguns meses para comentários.)


O livre fluxo de informações se tornou uma variável estratégica decisiva. Essa é a razão pela qual os ditadores ficam aterrorizados com as transmissões ao vivo das chamadas "revoluções em cores" pela CNN. Os líderes do Irã sabem que se o mundo está conectado via internet, eles não podem reprimir implacavelmente os manifestantes nas ruas. Os líderes chineses temem, por exemplo, que, se o povo pesquisar livremente na internet com o Google, o Partido Comunista  venha a perder um instrumento de controle essencial.


Mas o paradoxo é que os esforços para controlar a informação na era da internet são inerentemente autodestrutivos. Eles exigem mecanismos de censura cada vez mais elaborados, que têm o efeito de isolar um país da economia global. Isso pode funcionar para a Coreia do Norte, onde as pessoas estão isoladas há tanto tempo que povo não sabe como está o mundo. Mas não vai dar certo com os iranianos  ou com os chineses, que gostam de estar conectados e que querem mais interação,  e não menos.


Os inimigos da liberdade de imprensa insistem, embora saibam que estão jogando um jogo perdido. Em 2001, perguntei a Lee Kuan Yew, o ex-líder de Cingapura, negativamente admirado, por que ele tinha o costume de emitir leis e outros instrumentos para sufocar críticas. Ele admitiu que a censura era contraproducente na era da internet. "Ou se usa a internet ou se fica para trás", afirmou. Entretanto as autoridades de Cingapura continuam emitindo decretos contra reportagens de que os líderes não gostam.


Os pedidos de Bollinger de apoio estatal para as organizações jornalísticas dos EUA, nesta época de problemas financeiros, me deixam receoso. Temo que  signifique mais "relacionamentos" entre o governo e a imprensa,  quando precisamos de menos.


Os jornalistas norte-americanos precisam proteger sua imagem de independência em casa e no exterior; precisam tranquilizar as pessoas de que eles checaram sua bagagem pessoal – nacional, ideológica, cultural e religiosa – quando se tornaram jornalistas. Subsídios públicos tornariam isso mais difícil.


Fico nervoso também com a regulamentação internacional sobre informação ou edição, mesmo em nome da transparência. Por isso gostaria de ver jornalistas participando mais dessa luta por nós mesmos –  atuando, contudo, com colegas na China e no Irã, e mais uma centena de países – para garantir  acesso maior e mais abertura.


Mas, como Bollinger diz, o governo dos EUA tem hoje a responsabilidade de proteger os fluxos livres de informação eletrônica tanto quanto a Marinha dos EUA garante a liberdade de navegação em alto mar. O Google não deveria lutar sozinho em suas batalhas digitais ou se preocupar sobre o fato de que , se  se levantar contra a censura, a Microsoft agarre o negócio.


A conclamação de Bollinger por uma Primeira Emenda global tem sido criticada como chauvinista demais. Mas a aceitação da internet pelo mundo me diz que estamos do lado certo da História. A internet nasceu livre e nós devemos garantir, parafraseando os Fundadores da Pátria, que nenhum governo faça alguma lei que venha a limitar essa liberdade.


David Ignatius é colunista do Washington Post (c) Washington Post Writers Group

Tradução:
Rodrigo Garcia