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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Lugo apela a “estado de exceção” para atacar Exército do Povo Paraguaio – comandado por Fernando Beira Mar

ALERTA TOTAL
Edição do Alerta Total - www.alertatotal.net
Leia também o Fique Alerta – www.fiquealerta.net (atualizado nesta sexta)

Sexta-feira, 23 de abril de 2010

Por Jorge Serrão


Embora pressionado pela esquerda para “pegar leve”, nem o presidente do Paraguai agüentou mais suportar as ameaças do grupo narcoguerrilheiro “Exército do Povo Paraguaio”. O bispo Fernando Lugo pediu e o Senado paraguaio aprovou ontem a lei que institui estado de exceção por 60 dias em 5 dos 7 departamentos (regiões) do país. A medida, que ainda deve ser aprovada pela Câmara dos Deputados, permite ao governo ordenar prisões. Também proíbe reuniões públicas e protestos nas províncias agrícolas de San Pedro, Concepción, Amambay, Alto Paraguai e Presidente Hayes, nas fronteiras com o Brasil e a Bolívia.

A repressão paraguaia ao EPP vai render problemas diplomáticos com o governo $talinácio. Pelo menos três integrantes do EPP estão no Brasil na condição de "refugiados políticos" desde 2004. O Paraguai pressiona o governo Lula para que extradite Anuncio Martí Mendez, Juan Arrom e Victor Colmán. Os três alegam que sofrem perseguição política. Reclamam que foram torturados pela polícia paraguaia. Daqui a uns anos, quem sabe, até ganham indenização por isso.

O Paraguai é hoje o maior produtor e exportador de maconha neste hemisfério. As plantações estão ao longo da fronteira com o Brasil. Com cerca de 100 integrantes, o EPP produz e trafica drogas, sob o comando de um brasileiro: Luiz Fernando da Costa. Mesmo estando hospedado no Regime Disciplinar Diferenciado do Presídio Federal de Segurança Máxima, em Campo Grande (MS), Fernandinho Beira Mar administra, à distância, os negócios do EPP – cuja principal meta é implementar o marxismo no Paraguai.

O EPP tem parceria com grupos narcoguerrilheiros brasileiros, como a Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Outro vínculo forte é com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O acordo prevê uma troca de drogas e armas das FARC por alimentos e materiais de carros roubados no Brasil. Ainda na “colaboração revolucionária”, o EPP também treinou gente do MST brasileiro. As informações são de serviços de inteligência das Forças Armadas brasileira e paraguaia.

Para entender o caos no Paraguai, releia o artigo de Arlindo Montenegro publicado na edição de 7 de janeiro deste ano: Operações Secretas

Pegou pesado
Fernando Lugo justificou a medida de força que acaba de adotar contra o EPP:

É possível garantir, com a declaração do estado de exceção, que as forças militares terão ampla liberdade para atuar para que a paz volte e esses delinquentes do EPP sejam capturados e postos à disposição da Justiça".

A declaração de estado de exceção era medida muito comum durante os 35 anos da ditadura do general Alfredo Stroessner, que terminou em 1989.

Pura barbárie
Nos últimos anos, o EPP esteve envolvido em crimes que causaram grande comoção no Paraguai.
Entre eles está o sequestro de Maria Edith de Debernardi, mulher de um dos empresários mais ricos do Paraguai - libertada em fevereiro de 2002 após 64 dias de cativeiro, em troca de um resgate de U$ 300 mil.

No sequestro do fazendeiro Fidel Zavala, que terminou em janeiro depois de 94 dias, foi pago um resgate de US$ 550 mil.

O governo paraguaio também responsabiliza o EPP pelo sequestro e assassinato, em 2005, de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas (1998-1999).

O Sequestro é nosso
O filme “Sequestro”, de Wolney Atalla, que abriu a 10ª edição do Festival de Beverly Hills no último dia 14, saiu da competição com dois prêmios.

O longa sobre a Divisão Anti-Sequestro de São Paulo venceu nas categorias Melhor Documentário e Melhor Diretor, disputando com outras 50 produções internacionais.

Sequestro” foi o primeiro filme brasileiro selecionado para abrir o festival, que tem 10 anos de existência.

Utopia e barbarie
Chega hoje aos cinemas de todo o país o filme “Utopia e Barbárie”.

É o mais novo trabalho do cineasta Silvio Tendler, que se debruçou nos últimos 20 anos sobre o projeto, fazendo um road movie histórico que percorreu ao todo 15 países.

Partindo da II Guerra Mundial, o filme faz uma revisão nos eventos políticos e econômicos, que desde a metade do século XX elevaram ao risco e até ao desaparecimento dos sonhos de igualdade, de justiça e harmonia, em busca de entender as questões que mobilizam esses dias tumultuados: a utopia e a barbárie. 

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