Material essencial

sexta-feira, 7 de março de 2008

A Grande FARSA do Aquecimento Global

Desmontando a mentira do pseudocientílico (pseudo-cientista que na verdade é apenas um político) Al Gore e sua gangue. São nove vídeos no total, todos neste mesmo player, ok?

Cientistas reconstroem o clima do planeta e melam o esquema do Al Gore, o pseudocientílico (pseudo-cientista que na verdade é apenas um político)

Do site METSUL METEOROLOGIA
Porto Alegre, 07.03.2008

Comentário do Cavaleiro do Templo: a dica deste post veio do super blog do meu muito mais do que amigo Tarzan, o LOST IN THE E-JUNGLE.

Em recente artigo, o professor Robert E. Davis, catedrático de Ciências Ambientais na Universidade de Virgínia nos Estados Unidos, faz uma série de análises sobre o clima no planeta.

Conforme Davis, "à luz da recente histeria sobre aquecimento global, é interessante de vez em quando colocar as recentes alterações no clima sob uma pesperctiva mais ampla. Ficamos ouvindo sobre anos quentes, séculos quentes, secas devastadoras e históricas, fenômenos atribuídos à busca pela humanidade de melhor qualidade de vida". Acrescenta que "tragicamente, na maioria dos casos, temos poucos registros históricos de valor para determinar se realmente um recorde ou extremo foi batido", observa.

O professor norte-americano baseia a sua análise na PDO, sigla em inglês para Oscilação Decadal do Pacífico.

O Diretor-Geral da MetSul Meteorologia, Eugenio Hackbart, observa que a PDO é um padrão de temperatura da superfície do mar no Pacífico com variabilidade mais longa que os episódios de El Niño e La Niña (ENSO) com escalas temporais médias de 20 a 30 anos. Hackbart explica que o clima do planeta é cíclico, estando em permanente evolução. Há os ciclos curtos de anos como o El Niño e La Niña, os médios de décadas como a PDO e os muito longos de séculos provocados pela atividade solar.

A MetSul Meteorologia ressalta que o El Niño caracteriza-se por águas superficiais mais quentes que a média no Pacífico Equatorial enquanto o La Niña por águas mais frias que a normal histórica. O Niño traz chuva e temperatura acimas da média para o sul do Brasil e seca no Nordeste. Já o La Niña está associado a secas e anos mais frios no sul e chuva acima do normal no Nordeste. Por sua vez, a PDO (Oscilação Decadal do Pacífico) caracteriza-se por uma tendência do comportamento da temperatura das águas do Pacífico a cada 20, 30 anos. Está assim representado:

PDO Positiva => tendência de maior número de episódios de El Niños e mais intensos. Menor número de La Niñas e que são menos intensos.

PDO Negativa => maior número de episódios de La Niña que tendem a ser mais intensos. Menor frequência de El Niños que tendem a ser curtos e rápidos.

De acordo com Eugenio Hackbart, analisando-se o gráfico da PDO claramente se observa a tendência da temperatura do Oceano Pacífico (maior oceano da Terra e que influencia o clima no mundo inteiro) mudar de fase (inverter a tendência) a cada 20 ou 30 anos. Nos anos 40 estávamos sob PDO positiva (maior número de El Niños e mais intensos). De 50 a 76 vivemos sob PDO negativa, quando houve vários La Niñas e fortes, o que resultou em invernos muito rigorosos ou eventos extremos de frio no centro/sul do Brasil como os de 55, 65 e 75. Já nos anos 80 e 90 estivemos sob a PDO positiva novamente, quando ocorreram justamente os dois El Niños mais fortes do século passado (1983 e 1997/1998). Considerando o Rio Grande do Sul, a história climática do nosso estado mostra que eventos ainda mais devastadores do que a seca de 2005 e o tornado de Águas Claras de 2000 foram registrados no passado:

1819 - Seca dura quase o ano inteiro no Rio Grande do Sul.

Final do século 19 - Nevascas atingem o Rio Grande do Sul e trazem até meio metro de neve para a região de Bagé e 20 centímetros para os morros de Porto Alegre.

1941 - Enchente catastrófica no Rio Grande do Sul. Em um mês chove 600 milímetros em Porto Alegre e mil milímetros no centro do estado.

1943/1955 - Gravíssima seca afeta o Rio Grande do Sul.

1955 - Nevasca no Rio Grande do Sul

1957 - Forte nevasca no Rio Grande do Sul. Em São Joaquim (SC) cidade fica isolada por pelos dois metros de neve em algumas áreas.

1963/1965 - Grave estiagem castiga o estado.

1965 - Nevasca no RS e SC

1974 - Enchente mata centenas no sul de SC e região de Torres.

1975 - Fortíssima onda de frio traz nevasca e geada excpecional para o sul do Brasil.

1983/1984 - Graves enchentes afetam o sul do Brasil.

1984 - Neva em Porto Alegre e em grande parte do Rio Grande do Sul

1985 - Temperatura alcança quase 43 graus na Grande Porto Alegre, recorde até hoje.

1994 - Neva em Porto Alegre e metade do Rio Grande do Sul.

1997/1998 - Graves enchentes voltam a afetar o sul do Brasil

2000 - Onda de frio traz temperaturas mais baixas em quase meio século para o sul do Brasil.

2000 - Série de tornados arrasa áreas inteiras entre a zona sul de Porto Alegre e o litoral norte gaúcho.

2004 - Furacão atinge as costas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Estiagem afeta o estado de janeiro a abril.

2005 - Seca severa castiga o Rio Grande do sul no começo do ano.

Nesse sentido, a MetSul Meteorologia recorda trecho de artigo de Gilberto Cunha (Embrapa Trigo de Passo Fundo) com interessantes análises sob a "ilusão" dos extremos recentes:

"Há vários tipos de saudosismo. Um deles é o meteorológico. Quem nunca ouviu expressões desse tipo: Ah, no meu tempo o clima era mais regular e não havia seca assim em Passo Fundo, jamais choveu desse jeito em outubro, calor desse tipo em agosto, não me lembro de ter vivido, ventania como a de ontem, nunca aconteceu' e tantas outras do gênero. (...) Final de verão e outono seco, em particular março e abril, e primavera chuvosa, especificamente outubro e novembro, foram os principais destaques climáticos no Rio Grande do Sul, em 1997. E foram tão convincentes que suscitam dúvidas se algo parecido já havia ocorrido antes. Os saudosistas meteorológicos, evidentemente, nunca viram nada igual, pois, no seu tempo, o clima não era assim. Para não morrer com essa dúvida, o jeito é conferir. (...) Tampouco, março e outubro de 1997, com seus 33,2 e 550,4 mm de chuva, foram os meses mais seco e mais chuvoso, respectivamente, da história de Passo Fundo, como chegaram a cogitar algumas pessoas. Há registro de que no mês de janeiro de 1933 choveu apenas um dia e o total de chuvas no mês inteiro foi de 0,9 mm. Deve ter sido uma seca terrível, na época, pois no mês de fevereiros desse mesmo ano houve apenas quatro dias com chuva, totalizando no final do período 27,5 mm de água. Por outro lado, nunca houve tanta chuva em Passo Fundo como no distante mês de junho de 1916, quando em 16 dias com chuva foram registrados 853,8 mm. E olhe que esses extremos do nosso clima ocorreram em uma época que não havia Itaipu, não se falava em buraco na camada de ozônio e nem em efeito estufa e, com certeza, havia muita floresta em toda essa região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul. Isso serve para mostrar que o nosso clima possui uma variabilidade climática natural que vai além das mudanças causadas pelo homem no nosso território nesse final de século".

Muitos especialistas consideram as grandes variações climáticas do planeta como resultado do sol. O meteorologista Eugenio Hackbart disse não ter dúvida sobre a influência dos ciclos solares de 11 anos (sunspot cycles) e da atividade solar mais prolongada sobre a temperatura média do planeta e o regime de comportamento de temperatura dos oceanos. O coordenador da MetSul Meteorologia recorda que há aproximadamente mil anos a Terra teria vivido um período tão quente como agora. Hackbart ressalta a enorme semelhança entre a evolução da temperatura do planeta e o nível de atividade solar, destacando que a chamada "Pequena Era do Gelo" entre os anos 1600 e 1800 justamente esteve associada à menor atividade do sol e que o aquecimento notado no século XX esteve acompanhado do aumento da atividade solar. O coordenador da MetSul destaca ainda o fato de alguns dos invernos mais rigorosos nos últimos cem anos no Rio Grande do Sul (ver na matéria original) terem sido registrados justamente ao redor do período de mínima solar do ciclo de 11 anos. Hackbart pondera, entretanto, não ser possível desprezar a influência do homem no clima mas que tal impacto não deve ser levado aos extremos sem a consideração de outras variáveis. "Nas cidades é obvio que faz menos frio que antigamente devido à urbanização e as ilhas de calor dos dias atuais", aponta.

Mas há novidades muito recentes sobre a PDO e a evolução do clima no planeta nos últimos mil anos.

Novas análises dos pesquisadores Glen MacDonald e Roslyn Case da Universidade da Califórnia (UCLA), utilizando anéis de crecimento das árvores na California e região de Alberta, permitiram reconstruir a PDO desde 993 D.C.

Conforme o professor Davis da Universidade da Virgínia, a descoberta tem duas importantes implicações na compreensão do clima contemporâneo. Primeiro, pela PDO não há evidências de aquecimento global. Segundo, a oscilação do Pacífico não se fez presente nos séculos 13, 17 e 18. De posse da reconstrução da PDO dos últimos mil anos, os pesquisadores conseguiram entender os motivos para secas históricas que afetaram os Estados Unidos há centenas de anos atrás.

De acordo com o meteorologista da MetSul Eugenio Hackbart, se fôssemos levar em conta tão-somente a PDO seria possível sugerir que nos próximos anos a tendência é sofrermos mais com secas do que com enchentes no Rio Grande do Sul e que os invernos rigorosos não serão algo do passado.

"Nada é definitivo. Existe ainda muita controvérsia. Por isso gosto muito de uma frase que diz que o tempo é um drama em eterna representação, do qual somos o auditório fascinado", conclui Hackbart.

Comentário do Cavaleiro do Templo: mais matérias sobre a farsa do Sr. Al Gore (qual seja a AFIRMAÇÃO de que é o homem (nascido na América do Norte, mas especificamente nos EEUU) o culpado de um tal de aquecimento global inexistente) aqui, aqui e aqui. Delírios com o deste POLÍTICO (que não é cientista coisa nenhuma, mas faz uma força danada para parecer entendido no que diz) levam a outros ainda mais idiotas como este abaixo:

Sheryl Crow propõe limite no uso de papel higiênico
Do portal BBC BRASIL

Crow propõe uso de um quadrado de papel por ida ao banheiro

A cantora americana Sheryl Crow disse que o uso de papel higiênico em grandes quantidades deveria ser proibido para proteger o meio ambiente.

...

"Passei a maior parte da turnê procurando formas fáceis de nos tornarmos parte da solução para o aquecimento global", disse Crow.

C.T - e achou uma forma inteligente de "se tornar parte da solução para o aquecimento global". Olhem o resultado:

...

Ela criou uma linha de roupas com uma espécie de "manga-guardanapo". A manga pode ser destacada e substituída com outra após ser usada para limpar a boca (C.T. - e depois lava a manga suja gastando água potável que poderia ser enviada para lugares onde ela não existe ou joga fora contribuindo para a poluição do planeta? Não sei e confesso que não vou procurar saber esta resposta.)

Íntegra aqui.

Colômbia – a grande manobra

Do blog ALERTA TOTAL
Por Oliveiros S. Ferreira, Sexta-feira, 07 de março de 2008

Os tambores de guerra a que aludiu Fidel Castro, ao comentar a crise Equador-Venezuela-Colômbia, soaram. Soaram para mascarar a manobra principal. A crise é, na melhor linguagem militar, uma manobra de diversão, que tem como objetivo, como toda ação desse tipo, desviar a atenção para um teatro de operações secundário e fazer que o adversário não atente para o que se pretende seja o teatro principal.

Como toda manobra de diversão, a que Chávez e Correa estão conduzindo tende a fazer crer que o objetivo é diferente daquele que parece ser — ou seja, que a batalha se trava ali e não aqui. De fato, a Colômbia realizou uma operação armada em território equatoriano — operação de Estado, pois os invasores eram do Exército colombiano. Se fossem paramilitares colombianos, não teria havido tanto alarido. Afinal, os paramilitares são tão irregulares quanto as FARC.

A crise vai girar, pois, em torno de um fato insofismável — a violação de território soberano —, grave à luz do que dispõe o Direito Internacional e, mais que ele, a tradição do Direito Internacional Americano (se podemos dizer assim) que se foi consolidando a partir do fim do século XIX para refrear as ações intervencionistas dos Estados Unidos, e consagrou-se já em 1933 na conferência interamericana de Montevidéu.

A diversão é de amplo alcance. Os prisioneiros das FARC, especialmente a senhora Bittencourt, cidadã franco-colombiana, cuja imagem sofrida não deixa os noticiários de TV quando se fala do assunto “prisioneiros das FARC”, foi o elemento novo introduzido na discussão internacional, antes da operação militar colombiana — embora ainda não nos foros internacionais.


Não insistirei no mote de que a morte de um (ou de poucos) toca mais a opinião pública do que a de milhares. Mas direi, isto sim, que a sorte de algumas centenas de prisioneiros, especialmente a dessa senhora de dupla nacionalidade, toca almas sensíveis e, mais do que comovê-las, toldou o raciocínio do presidente Uribe, que aceitou o jogo no terreno em que seus adversários queriam travar, que é o da conquista de corações e mentes para a causa da guerrilha narcotraficante.

Quando Chávez decidiu patrocinar a libertação de alguns reféns, luzes amarelas deveriam ter aparecido nos painéis dos analistas e dos Estados-Maiores. Sem dúvida, o “bolivariano” é um show-man; exatamente por isso é que se deveria ter perguntado: a que público ele se dirige quando, Chefe de Estado, negocia com um grupo guerrilheiro que se coloca contra um Governo com o qual mantém relações diplomáticas normais? Com que objetivo encenou a operação da qual participaram representantes de terceiros Governos e da Cruz Vermelha Internacional e que resultou na libertação de reféns somente depois de adiada pelas FARC (como foi noticiado)?

A luz amarela deveria ter-se transformado em vermelha quando, semanas depois, as FARC anunciaram a soltura, sem nada exigir em troca, de outros reféns — comunicando, ao mesmo tempo, que suas ações humanitárias com isso terminariam e que, doravante, a sorte dos demais obedeceria a apenas vis padrões mercantis: tantos seqüestrados por tantos guerrilheiros presos.

O “humanitário” da primeira encenação fez que não pensássemos na meia-generosidade das FARC. No terreno humanitário em que Chávez havia colocado a operação desde o início, pareceu normal que Uribe, sem deixar de acusar as FARC daquilo que podem ser acusadas, estivesse em Paris para, entre coisas, discutir com Sarkozy as condições de libertação da Sra. Bittencourt. Ao ter essa iniciativa, permitiu que, sem falsos pudores diplomáticos, o governo francês negociasse com uma organização guerrilheira colombiana.

As condições para a operação de diversão foram assim preenchidas e o quadro estratégico passou a ser o seguinte:

1. Uribe, apontado por Deus e o mundo como tutelado dos Estados Unidos, não consegue, apesar de êxitos táticos, liquidar as FARC. A aceitação do plano Colômbia é apresentada como evidência da condição de “subordinação” aos Estados Unidos, e afeta negativamente sua imagem junto a alguns Governos e parte da opinião pública “esclarecida” das Américas;

2. ao concordar que a França se empenhasse na libertação de uma cidadã colombiano-francesa politicamente importante na Colômbia, realizando gestões junto às FARC, Uribe implicitamente admitiu que esse grupo não seria um bando de criminosos, mas uma organização que pode ser interlocutora de um governo sobre o qual não pairam suspeitas de ser benevolente com terroristas;

3. se Uribe cedeu aos apelos humanitários, com mais razão a opinião pública “esclarecida” formará ao lado dos que reclamam que ele ceda à única exigência das FARC, supostamente não militar, para iniciar (iniciar é o termo) negociações sobre a libertação de reféns, sobretudo da Sra. Bittencourt.

Estando as coisas neste pé, é possível ver que a manobra principal era o reconhecimento das FARC como grupo “insurgente”, como as qualificou Chávez. Se algum Governo reconhecesse essa condição à guerrilha, seria fácil a qualquer outro reconhecer um “governo provisório da Colômbia Livre”. E seria possível, então, iniciar o segundo e decisivo tempo da manobra principal, que é afastar Uribe, e os que pensam como ele, da cena política, eliminando a influência dos Estados Unidos na área.

O ataque colombiano à base das FARC no Equador serviu aos objetivos estratégicos do grupo que tem Chávez como seu porta-voz. Ao atacar, a Colômbia colocou-se em má posição. A projeção internacional da Colômbia não permite que Uribe possa invocar o “direito de perseguição” como fez o Comando francês ao atacar bases da FLN na Tunísia, durante a guerra da Argélia. Uribe colocou-se em má posição diante dos governos reunidos na OEA e teria sido sacrificado, para gáudio de muitos (e humilhado, para satisfação da diplomacia brasileira), não fosse a intervenção do “princípio do erro” na ação estratégica de “Chávez catervatim”. O erro foi o Coronel ter rufado os tambores de guerra, assustando todos, inclusive seus “companheiros de aventura” (numa tradução livre de compagnons de route como, na época do fastígio da III Internacional, eram chamados os que seguiam a orientação do Guia Genial de Todos os Povos, Stalin).

O relato da primeira reunião do Conselho Permanente da OEA trouxe revelações interessantes. Uma delas é que, apesar de sentir-se atacado militarmente, o Equador não invocou o TIAR, concebido exatamente para cuidar de situações desse tipo. Preferiu a reunião do Conselho Permanente, em que se representam Embaixadores e não Ministros das Relações Exteriores. É um foro menos solene e no qual se pode negociar, porque nada é definitivo, já que haverá a Conferência Extraordinária dos Ministros em caso de necessidade de recorrer — se a relação de forças for favorável a quem recorre. O que não parece ser o caso, pois os governos que não pertencem ao Estado-Maior “Chávez catervatim” seguramente meditaram sobre o fato de o Governo do Equador admitir ter mantido contatos com uma organização guerrilheira que fustiga um governo amigo.

A resolução da OEA não encerra o problema, embora tenha servido para que a grande manobra perdesse seu momentum. É preciso notar, diria mesmo anotar, que a situação de Uribe, apesar do apoio ostensivo dos Estados Unidos, terá dificuldades em consolidar-se, porque Paris transforma a morte de seu interlocutor nas FARC num caso diplomático/humanitário que enfraquece a posição colombiana.

Que o governo de Quito usasse a ruptura das negociações com as FARC — mantidas exatamente com Reyes — entende-se. Menos primorosa, digamos, é a posição de Paris, denunciando Uribe como sendo aquele que impediu que prosseguissem as negociações para a soltura de reféns — para a França, o efeito político interno da libertação da Sra. Bittencourt vale uma quebra dos padrões internacionais, e que se dane o prestígio internacional de um Presidente sul-americano. Já a tentativa de mostrar ao mundo que Uribe impediu que as negociações entre a guerrilha narcotraficante e governos de Estados não falidos pudessem chegar a bom termo dá às FARC uma dupla opção: soltar a Sra. Bittencourt e mostrar generosidade, ou deixar que ela, combalida como sabemos que está, morra — para desgraça, em ambos os casos, de Uribe.

Os estudiosos de relações internacionais devem atentar para esse fato: com o aval da França, está sendo montada uma grande ação internacional para acusar Uribe de colocar em risco a vida de quantos foram seqüestrados pelas FARC. Os seqüestros perdem importância moral e política, e o “humanitarismo” acrescenta pontos à insurgência, fazendo também esquecer o narcotráfico. Os atos criminosos do seqüestro e do narcotráfico, e o sedicioso da rebelião guerrilheira devem ser considerados menos relevantes porque está em jogo a vida de dezenas de pessoas, sobretudo a de uma cidadã francesa.

Os crimes previstos na Convenção de Roma (a tortura é um deles — e o cárcere privado nas selvas é uma tortura) prescrevem quando a Humanidade se ergue apoiada na força da França e na do conjunto daqueles países que, na reunião da OEA, foram os mais duros no ataque à Colômbia, de certa maneira evidenciando a que Estado-Maior seus governos pertencem: Brasil, Argentina, Bolívia, Nicarágua e Venezuela.

Cuba não está nesse grupo porque não pertence à organização interamericana. Mas Fidel dirá o que pensa sempre que julgar necessário. Não foi Raúl quem disse que ele seria sempre consultado?

É necessário dizer mais?

quinta-feira, 6 de março de 2008

Eles sempre dizem: o inimigo está lá fora (invariavelmente, como diz o post, os EEUU)

Do portal DIÁRIO DO COMÉRCIO
Por Arthur Chagas Diniz, quinta, 6 de Março de 2008

Comentário do Cavaleiro do Templo: acho que este post "fecha" com chave de ouro a série FORO DE SÃO PAULO dos últimos dias, visto que a ESQUERDOPATIA vende a décadas que o monstro são os EEUU. Os monstros, como estamos vendo, estão aqui e falam português e espanhol. Alguém AINDA duvida disto? Como Lênin dizia, "... amigos esquerdopatas, xingue-os do que você é, acuse-os de fazer o que é você que está fazendo (ou, pior, já fez) ...".

Reflitam sobre a "curtura" brasileira e sobre como aceitamos todo tipo de imbecilidade que nos dizem como se fossem verdades absolutas, como SEMPRE aconteceu com o Sr. LULA, "vendido" pela mídia como santo e que agora mostra sua verdadeira cara, este sim um "DEMÔNIO" que se junta com as FARC.

A moralidade do indivíduo deixou de ser importante. No começo desta degradação moral da sociedade brasileira era "ele rouba mas faz...". Como se isto não fosse já um absurdo, agora mudou para "ele é amigo de narcotraficantes que matam nossos filhos mas foi pobre (e agora é podre de rico)" e dá esmola para os necessitados (trabalho, educação, saúde não dá não).

Durante muitos anos, convivemos na América Latina com afirmações de políticos populistas de que "o inimigo está lá fora". Com isso, ou seja, acusando os Estados Unidos (sim, este era o inimigo), os políticos justificavam o baixo nível de desenvolvimento, o protecionismo, a presença excessiva do Estado, enfim, toda a série de eventos que nos transformaram em estatólatras.
É curioso observar que no momento atual Chávez, o venezuelano, atribui todas as mazelas aos Estados Unidos e ... à Colômbia, pois não é outra a razão que tem para imiscuir-se num conflito de fronteira entre a Colômbia e o Equador.

Como sua popularidade, apesar da abundante receita do petróleo, está em baixa em seu país, em função do desabastecimento por ele mesmo criado, Chávez tenta assumir as dores dos equatorianos, que tiveram suas fronteiras invadidas, por alguns quilômetros, pelo exército e a aviação da Colômbia atrás de bandidos, seqüestradores e narcotraficantes abrigados sob o manto das Farc.

O posicionamento de Chávez, como se a Venezuela fosse ela o objeto da incursão, tira ao caudilho qualquer possibilidade de participar de um grupo para evitar e prevenir conflitos que deve, necessariamente, cobrir os dois lados da questão, ou seja, tanto evitar novas invasões do pessoal de Uribe quanto evitar que o Equador e a Venezuela dêem abrigo aos bandidos das Farc e da ELN.

É difícil para o Brasil fingir uma neutralidade que não tem. A estreita relação entre as Farc e o PT, desenvolvida ao longo dos anos no Foro de São Paulo, deixou marcas visíveis e dela emergem Marco Aurélio Garcia e seus áulicos.

Infelizmente, o Brasil, que teria tudo para ser o protagonista da paz entre sul-americanos, conspurcou sua biografia com uma relação delituosa e longa com os narcotraficantes.

É uma pena para Lulla que sempre sonhou com essa posição dentro da América Latina. Quando condena a invasão e cobra desculpas de Uribe, está só repetindo o que vem fazendo há anos: apoiando a guerrilha.

Arthur Chagas Diniz é presidente do Instituto Liberal

Para quem não sabe - Farc divulgam carta em que saúdam Lula pela reeleição

Do portal TERRA
Quarta, 22 de novembro de 2006, 23h30

Comentário do Cavaleiro do Templo: para quem não sabia da longa parceria entre o PT/LULA e as Farc, leia abaixo esta matperia de 2006:

A principal guerrilha colombiana de esquerda, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), enviou na quarta-feira uma "saudação bolivariana" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o parabenizou pela sua recente vitória eleitoral, que lhe garantiu mais quatro anos de mandato, classificando-o como filho predileto do Brasil.

As Farc, uma força guerrilheira de 17.000 combatentes, costuma enviar saudações aos governos de esquerda da América Latina. (C.T. - leia-se a gangue do FORO DE SÃO PAULO, a reunião da ESQUERDOPATIA com o CRIME bem nos moldes das revoluções "mudernas" mundo afora.) "O mundo é testemunha de que o povo brasileiro fez das urnas eletrônicas o sacrário de sua vontade soberana, pois transformou a reeleição do presidente Lula em uma lição de soberania popular, em uma manifestação clara de rejeição às velhas formas de governo", disse a guerrilha em uma carta enviada por email.

As Farc anunciaram que respeitarão o território do Brasil (C.T. - o esquerdopata, como todos sabem, tem seu própio dicionário com edição única e personalizada (não a capa, mas o conteúdo do mesmo). O das FARC deve dizer que RESPEITAR é o mesmo que USAR DO JEITO QUE QUISER COM A ANUÊNCIA DO PRESIDENTE DE REPÚBLICA) e que estão dispostas a estabelecer relações políticas com os governos e populações de países vizinhos. O Brasil compartilha com a Colômbia uma fronteira terrestre de 1.645 quilômetros.

As Farc, que afirmam lutar pela implementação do socialismo (C.T. - Veja este vídeo do PT de agosto de 2007, o tal SOCIALISMO PETISTA. Junte as diversas peças deste quebra-cabeças e entenda a América LatRina "de hoje".) num país de mais de 41 milhões de pessoas com uma grande distância entre ricos e pobres, reiterou suas críticas aos Estados Unidos e ao governo do presidente colombiano, Alvaro Uribe, que promove uma agressiva campanha militar para combater a guerrilha com o apoio de Washington.

AMERICANO INSISTE: TAM LEVOU ARMAS (ILEGAIS) PARA A VENEZUELA

Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO
Quinta-feira, 6 de Março de 2008

O americano Kenneth Rijock, da consultoria World Check, ex-"lavador" de dinheiro e hoje consultor do FBI, reafirmou a esta coluna seu informe de 2 de março, alertando para o "perigo de guerra civil" com o envio de armas em "vôos secretos" da TAM para a Venezuela.

O senador tucano Arthur Virgílio (AM) fez a denúncia e o ministro Nelson Jobim (Defesa) desmentiu, mas Rijock diz que um "alto executivo" da TAM o informou. Kenneth Rijock diz que só "o primeiro de quatro vôos secretos" da TAM levou à Venezuela "armas de borracha" e "munição" citadas por Jobim.

TAM não informou o suposto importador de 1,33 toneladas de "pistolas Taurus" que admite haver levado, nem seus vôos dos últimos dez dias. A World Check diz basear seus relatórios em informações das "cinqüenta maiores instituições financeiras e de centenas de agências de governo".

O silêncio cúmplice em torno das FARC

Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO
Por Ruy Fabiano - Correio Braziliense em quinta-feira, 6 de Março de 2008

A censura que o bloco de governos sul-americanos — entre os quais o brasileiro — moveu contra o presidente colombiano, Álvaro Uribe, pela operação militar que matou o líder das Farc, Raúl Reyes, semana passada, em território equatoriano, faria sentido não fosse por um detalhe: trata-se de organização criminosa, que rouba, seqüestra, mata, tortura, trafica drogas e armas.

Não investe contra outras organizações políticas, num embate convencional, mas contra pessoas comuns, indefesas. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia definitivamente não são um grupo revolucionário político, detentor de uma ideologia, como o que Fidel e Che Guevara comandavam nos anos 50, em Sierra Maestra (C.T. - talvez um dia, depois que o romantismo ideológico desapareer da face da Terra, as pessoas entendam que por trás destes movimentos revolucionários da "muderna" esquerdopatia só existiu a busca pela glória e poder dos revolucionários e "iluminados" esquerdopatas. Pois vejamos: se aquele que manda em um país e mantém presos seus compatriotas através de muros (Cuba, China, etc) e ainda por cima MATA quem pensa diferente, devemos continuar achando que esta pessoa está defendendo uma IDEOLOGIA? Além de tudo, o cara não larga o poder, só depois de morto como fez a múmia do Fidel, que aliás passou o trono pro irmão). São coisa bem diferente: uma organização de narcotraficantes, que faz do crime comum e hediondo fonte de captação de recursos, que alega destinar à sustentação de seus objetivos revolucionários.

O tal princípio de que os fins justificam os meios.

Há, neste momento, cerca de 800 (!) reféns em seu poder, tratados animalescamente, segundo quem de lá escapou, mediante resgate. Não obstante, as Farcs recebem apoio explícito — logístico, político e financeiro — dos governos do Equador e da Venezuela, que, ao assim agir, violam não apenas normas morais elementares, mas princípios inalienáveis do Direito Internacional.

Não faz, pois, sentido tratar o episódio dentro dos padrões clássicos de diplomacia — e o espantoso é que assim está sendo.

O Equador, que reclama de invasão de seu território por parte do exército colombiano, investe de forma muito mais contundente contra a soberania de seu vizinho, ao abrigar e financiar a organização criminosa que conspira contra um governo democraticamente eleito. Idem (e com acréscimos) a Venezuela.

Goste-se ou não do presidente colombiano, ele foi eleito e desfruta de amplo apoio de opinião pública — bem mais expressivo que o hipotecado neste momento pela população venezuelana a Hugo Chávez. Mesmo que não desfrutasse, isso não lhe retiraria a legitimidade nem a transferiria para o outro lado.

O paralelo que cabe, para ilustrar a situação, é outro. Imagine-se se o Comando Vermelho, de Fernandinho Beira-Mar, movesse luta armada contra o governo brasileiro, ocupasse espaço considerável do território nacional e recebesse dinheiro e armas de um país vizinho, que, ainda por cima, cedesse seu território para movimentação e abrigo de tropas.

O governo brasileiro então, localizando em sua fronteira as tropas de Fernandinho Beira-Mar (aliás, discípulo e aliado das Farc), cometeria delito se a transpusesse e se antecipasse ao ataque?

É disso que se trata. No entanto, os governantes desse bloco — entre os quais o chanceler brasileiro — referem-se às Farc como uma organização política legítima (uma CNBB com pólvora) e à reação do governo colombiano como um despropósito geopolítico.

É espantoso que chefes de Estado, como Hugo Chávez e Rafael Correa, hipotequem solidariedade pública a criminosos que traficam drogas e matam por ofício, detendo neste momento centenas de reféns em condições abjetas. Não apenas se solidarizam: fortalecem seus efetivos, financiando a aquisição de armamentos pesados.

Apesar do indiscutível perfil criminoso, que as desqualifica de maneira inapelável para o embate político civilizado, as Farc integram há anos uma organização continental, fundada em 1990 pelo PT (então presidido por Lula) — o Foro de São Paulo. Essa organização congrega partidos e entidades de esquerda e debate ações estratégicas conjuntas para que assumam e exerçam o poder no continente. Até aí, nenhum problema.

Só que, ao admitir a presença de uma organização criminosa em seu âmbito, o Foro torna-se cúmplice moral dos delitos por ela praticados — e eis aí a fonte dos constrangimentos do governo brasileiro neste episódio. Como justificar a presença de tal bando numa organização que se pretende ideológica e civilizada?

Como ninguém toca no assunto, o que fica é a suspeita — sustentada por facções conservadoras do continente — de que as Farc cumprem missão de relevo no Foro. Atendem simultaneamente a duas demandas permanentes da ação revolucionária: captação de recursos (via ação criminosa) e treinamento militar de efetivos.

Nesses termos, a censura descontextualizada ao governo da Colômbia, sem nenhuma contraparte aos governos do Equador e da Venezuela, é um escândalo político. Mais um.

Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no ato político de celebração aos 15 anos do FORO DE SÃO PAULO

PASMEM!!!!

Do SITE DO PLANALTO FEDERAL

(Portanto uma prova de fonte primária do envolvimento do nosso Governo Federal em situações inexplicáveis, sequer justificáveis segundo a opinião deste que vos escreve. Vejam os destaques em vermelho e os comentários em verde).

São Paulo-SP, 02 de julho de 2005

Meus queridos companheiros e companheiras dirigentes do Foro de São Paulo que compõem a mesa,

Meus queridos companheiros e companheiras que nos estimulam com esta visita ao 12º Encontro do Foro de São Paulo,

Não preciso ler a nominata toda, porque os nomes já foram citados pelo menos três vezes. E se eu citar mais uma vez, daqui a pouco alguém vai querer se candidatar a vereador ou a prefeito, aqui, em São Paulo.

Primeiro, uma novidade: sabem por que a Nani está sentada lá atrás? Porque há poucos dias o Brasil ganhou da Argentina e ela não quer ficar aqui perto da mesa.

Meus companheiros, minhas companheiras,

Como sempre, eu tenho um discurso por escrito, como manda o bom protocolo da Presidência da República, mas, como sempre também, eu tenho uma vontade maluca de fazer o meu improviso.
E eu queria começar com uma visão que eu tenho do Foro de São Paulo. Eu que, junto com alguns companheiros e companheiras aqui, fundei esta instância de participação democrática da esquerda da América Latina, precisei chegar à Presidência da República para descobrir o quanto foi importante termos criado o Foro de São Paulo.

E digo isso porque, nesses 30 meses de governo, em função da existência do Foro de São Paulo, o companheiro Marco Aurélio tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990, quando éramos poucos, desacreditados e falávamos muito.

Foi assim que nós, em janeiro de 2003 (C.T. - portanto, LULA já era PRESIDENTE DO BRASIL e isto é muito importante, continuem lendo e verão...) , propusemos ao nosso companheiro, presidente Chávez, a criação do Grupo de Amigos para encontrar uma solução tranqüila que, graças a Deus, aconteceu na Venezuela.

E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente da Venezuela. (C.T. - em uma entidade de nome FORO DE SÃO PAULO, que tem até as FARC como "sócias", são discutidos situações de interesses nacionais de diversos países e nenhum repórter foi lá saber o que estão conversando??? Quais as bases destas conversas??? Sobre o que se falou e como??? O que o PRESIDENTE DO BRASIL estava fazendo lá??? Continuem lendo...)

Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política (C.T. - em outras palavras, no FORO DE SÃO PAULO, entidade que tem como "sócias" até as FARC o PRESIDENTE DO BRASIL fica com conversas políticas às escondidas ("...sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política...")??? O FORO DE SÃO PAULO é um entidade que serve para desviar a atenção dos cidadãos, que acham que lá é só um "clubinho de amigos" mas que na verdade delibera o destino das nações, junto com as FARC???). Foi assim que surgiu a nossa convicção de que era preciso fazer com que a integração da América Latina deixasse de ser um discurso feito por todos aqueles que, em algum momento, se candidataram a alguma coisa, para se tornar uma política concreta e real de ação dos governantes. Foi assim que nós assistimos a evolução política no nosso continente.

Certamente não é tudo que as pessoas desejam, se olharmos o ideal do futuro que queremos construir, mas foi muito, se nós olharmos o que éramos poucos anos atrás no nosso continente. Era um continente marcado por golpes militares, era um continente marcado por ausência de democracia. E hoje nós somos um continente em que a esquerda deu, definitivamente, um passo extraordinário para apostar que é plenamente possível, pela via democrática, chegar ao poder e exercer esse poder. Esse poder que é construído no dia-a-dia, esse poder que é construído a cada momento com muita dificuldade. Mas, quando exerce o cargo de presidente da República de um país, ele não será lembrado apenas pela quantidade de obras que conseguiu realizar ou apenas pela quantidade de políticas sociais que ele fez.

Eu tenho feito questão de afirmar, em quase todos os pronunciamentos, que a coisa mais importante que um governante pode fazer é estabelecer um novo padrão de relação entre o Estado e a sociedade, entre o governo e as entidades da sociedade civil organizada. E consolidar, de tal forma, que isso possa ser duradouro, independente de quem seja o governo do país.

E é por isso que eu, talvez mais do que muitos, valorize o Foro de São Paulo, porque tinha noção do que éramos antes, tinha noção do que foi a nossa primeira reunião e tenho noção do avanço que nós tivemos no nosso continente, sobretudo na nossa querida América do Sul.

Todas as vezes que um de nós quiser fazer críticas justas, e com todo direito, nós temos que olhar o que éramos há cinco anos atrás na América Latina, dez anos atrás, para a gente perceber a evolução que aconteceu em quase todos os países da nossa América.

E eu quero dizer para vocês que muito mais feliz eu fico quando tomo a informação, pelo Marco Aurélio ou pela imprensa, de que um companheiro do Foro de São Paulo foi eleito presidente da Assembléia, foi eleito prefeito de uma cidade, foi eleito deputado federal, senador, porque significa a aposta decisiva na consolidação da democracia no nosso país.

Se não fosse assim, o que teria acontecido no Equador com a saída do Lucio Gutiérrez? Embora o Presidente tenha saído, a verdade é que o processo democrático já está mais consolidado do que há dez anos atrás.

O que seria da Bolívia com a saída do Carlos Mesa, recentemente, se não houvesse uma consciência democrática mais forte no nosso continente entre todas as forças que compõem aquele país?

A vitória de Tabaré, no Uruguai: quantos anos de espera, quantas derrotas, tanto quanto as minhas. Ou seja, a paciência de esperar, de construir, de somar, de estabelecer políticas que pudessem consolidar, definitivamente, não apenas a vitória, mas tirar o medo de muita gente do povo, que se assustava quando imaginava que a esquerda pudesse ganhar uma eleição.

O que significa a passagem da Argentina? Num momento em que ninguém queria ser presidente, o Duhalde assume e consegue, em dois anos, não só começar a recuperar a economia da Argentina, como consegue eleger um sucessor com a personalidade do presidente Kirchner.

Os chilenos, depois de tantas e tantas amarguras, num período que muita gente não quer nem se lembrar, estão agora prestes a, pela quarta vez consecutiva, reeleger um presidente, eu espero que uma presidente, ou seja, uma mulher presidente daquele país. Isso não é pouco, isso é muito.

E o que nós precisamos é trabalhar para consolidar, para que a gente não permita que haja qualquer retrocesso nessas conquistas, que são que nem uma escada: a gente vai conquistando degrau por degrau. E, às vezes, até paramos um pouco num degrau para dar um passo um pouco maior, porque se tentarmos dar um passo muito grande poderemos cair, nos machucar e a caminhada retrocederá.

O Foro de São Paulo, na verdade, nos ensinou a agir como companheiros, mesmo na diversidade. A coordenação do Foro de São Paulo, que envolvia parte das pessoas que estão aqui, não pensava do mesmo jeito, não acreditava nas mesmas profecias, mas acreditava que o Foro de São Paulo poderia ser um caminho. E foram inúmeras daquelas reuniões que ninguém quer participar, às vezes, pegar um vôo, andar quatro, cinco horas de avião e parando três, quatro vezes para chegar num lugar e encontrar meia dúzia de companheiros para se reunir. E esses companheiros que tiveram a coragem de assumir essa tarefa, eu acho que hoje podem estar orgulhosos, porque valeu a pena a gente criar o Foro de São Paulo.

No começo, eu me lembro que alguns partidos nem queriam participar, porque acharam que nós éramos um bando de malucos. O que não faltava eram adjetivos. E quanto mais perto as pessoas iam chegando do poder, mais distantes iam ficando do Foro de São Paulo.

A minha vinda aqui, hoje, é para reafirmar uma coisa: a gente não precisa esquecer os nossos companheiros quando a gente ganha uma eleição para presidente da República. A gente precisa continuar tendo as nossas referências para que a gente possa fazer cada vez mais e cada vez melhor. E é isso que eu quero fazer como exemplo, ao sair de Brasília e vir aqui.

Vocês sabem que eu não posso brincar o tanto que eu já brinquei, as coisas que fazia nos outros, porque quando nós começamos o Foro de São Paulo, a gente ficava implorando para ter um jornalista e não tinha nenhum. E hoje tem muitos e eu já não posso fazer as brincadeiras, eu não posso fazer o que fazia antes e nem dizer tudo o que eu dizia antes.

Mas uma coisa eu quero que vocês saibam: valeu a pena acreditar em nós mesmos e saber que nós vamos levar muitos anos, muitos... Nós não conseguiremos fazer as transformações que acreditamos e por que brigamos tantos anos em pouco tempo. É um processo de consolidação.

Eu estava vendo as imagens do primeiro encontro e fico triste porque a velhice é implacável. A velhice parece que só não mexe com a Clara Charf, que é do mesmo jeito desde que começou o primeiro Foro, mas todos nós, da mesa, envelhecemos muito. Espero que tenha valido a pena envelhecer, Marco Aurélio. Eu me lembro que eu não tinha um fio de cabelo branco, um fio de barba branca e hoje estou aqui, todos estão, de barba branca.

Meus companheiros,

Eu estou feliz porque vocês acreditaram. Reuniões que não eram fáceis, difíceis, muitas vezes as divergências eram maiores que as concordâncias e sempre tinha a turma que fazia o meio de campo para contemporizar, procurar uma palavra adequada para que não houvesse nada que pudesse criar embaraço para o Foro de São Paulo.

Eu quero dizer uma coisa para vocês: não está longe o dia em que o Foro de São Paulo vai poder se reunir e ter, aqui, um grande número de presidentes da República que participaram do Foro de São Paulo.

As coisas caminham para isso. Nós aprendemos que a organização da sociedade é um instrumento excepcional e nós aprendemos que o processo democrático pode garantir que a gente concretize esses sonhos nossos.

No Brasil, eu espero que o PT tenha preparado para vocês os informes que vocês devem levar para os seus países, e é importante que o Foro de São Paulo consiga que os outros países apresentem também as coisas que estão acontecendo em cada país, para que a gente vá consolidando os avanços das políticas sociais que tanto nosso povo precisa.

Esses dias eu estava assinando, ou melhor, sancionando o Fundo de Habitação Popular, lá em Brasília, e não tinha me dado conta de que, quando foi falar o líder do povo, que luta por habitação no Brasil, ele não agradeceu a lei que vai criar o Fundo, ele não fez menção. A coisa mais importante para ele não era o fato de termos criado uma lei que criava um fundo de moradia; a coisa que mais o marcou no discurso é que era a segunda vez que ele tinha conseguido entrar no Palácio de governo do Brasil. E aí a minha memória voltou a 1994, o Marco Aurélio estava comigo, quando eu fui visitar o Mandela. Na porta do Palácio tinha um monte de pessoas, mulheres e homens, andando felizes. E eu perguntei para o Mandela: o que essa gente faz aqui, desfilando? Ele falou: “Lula, essa gente era proibida de passar na frente do palácio, portanto, hoje eles vêm aqui. Só o fato de eles entrarem no recinto do Palácio, tem muitos que choram, tem muitos que querem colocar a mão na parede. E se eu estiver perto para tirar fotografia”, me dizia o Mandela, “então, isso é a realização máxima.”

Além disso a nossa relação, e é o Dulci que cuida da relação com o movimento social, eu penso que não existe, na história republicana, ou não sei se não existe na história da América do Sul, algum momento em que o movimento social esteve tão próximo das relações mais saudáveis possíveis com o governo do que nós temos hoje.

Vejam que os companheiros do Movimento Sem-Terra fizeram uma grande passeata em Brasília. Organizada, muito organizada. E todo mundo achava que era um grande protesto contra o governo. O que aconteceu? A passeata do Movimento Sem-Terra terminou em festa, porque nós fizemos um acordo entre o governo e o Movimento Sem-Terra, pela primeira vez na história, assinando um documento conjunto.

Alguns dias depois, foi a Confederação da Agricultura, milhares de trabalhadores. E quando chegaram no Palácio, já tinha um acordo firmado com os companheiros, que foram para as ruas fazer uma festa.

Esse tipo de comportamento, de mudança que houve no Brasil, demonstra que a democracia veio para ficar. A democracia veio, no nosso país, para se consolidar. E vocês, que são visitantes, companheiros que estão preocupados com as notícias que têm saído no Brasil, tenham consciência de uma coisa: seria impensável que eu fosse governar este país quatro anos e não tivesse problemas. Seria impensável, ou seja, nós já conseguimos o máximo, ou seja, nós já conseguimos fazer com que o FMI fosse embora sem precisar dar nenhum grito.

Eu dizia para o Palocci: Palocci, o que você vai fazer quando não precisar mais fazer acordo com o FMI? Porque alguns aqui passaram a vida inteira gritando, ou seja, de repente você construiu uma situação política em que não precisou fazer absolutamente nada a não ser dizer: não precisamos mais do acordo com o FMI.

Na política, o que está acontecendo eu encaro como uma certa turbulência, mas que só existe efetivamente num processo que vai se consolidando fortemente, da democracia.

Eu quero que vocês saibam e voltem para os seus países com a certeza de que eu entendo que a corrupção é uma das desgraças do nosso continente, e muitas vezes quando alguém falava que nós éramos pobres por conta do imperialismo, eu dizia: pode ser até meia-verdade, mas a outra verdade é que nesses países da América do Sul e da América Latina nem sempre nós tivemos dirigentes que fizessem as coisas corretas para o seu povo e com o dinheiro público.

É por isso que tenho afirmado, num pronunciamento, que seremos implacáveis com adversários e com aliados que acharem que podem continuar utilizando o dinheiro público para ficarem ricos, mas da mesma forma seremos também implacáveis no trabalho de consolidar o processo democrático brasileiro. Não permitiremos retrocesso. Alguns, antes de nós, morreram para que nós chegássemos onde nós chegamos, e nós temos consciência do sacrifício que se fez no Brasil, do sacrifício que se fez no Chile, do sacrifício que se fez na Argentina, do sacrifício que se fez no Uruguai, do sacrifício que se fez no Peru, do sacrifício que se fez na Colômbia, em todos os países, para que o povo pudesse sentir o gosto da coisa chamada democracia.

E, portanto, nós, estejam certos disso, o Lula que vocês conheceram há quinze anos atrás está mais velho, mas também muito mais experiente e muito mais consciente do papel que temos que jogar na política da América do Sul, da América Latina, da África e, eu diria, na nova concepção de política no mundo inteiro.

Não foi fácil criar o G-20, não. Não foi fácil convencer um grupo de países de que era possível mudar a geografia comercial do mundo se estabelecêssemos entre nós um grau de confiança e de relação em que pudéssemos, cada um de nós, entender que temos que nos ajudar muito mais. É por isso que hoje a gente pode olhar para vocês e dizer: a relação comercial Sul-Sul aumentou em mais de 50%. Nós estamos comprando mais e vendendo mais de nós mesmos. Nós estamos estabelecendo parcerias entre nossas empresas. Esses dias, fizemos não sei quantos acordos, 26 acordos, com a Venezuela. Agora foi feito um monte de acordos com a Colômbia. Estamos fazendo acordo com a Argentina, com o Chile, ou seja, os nossos empresários têm que se encontrar, estabelecer parceria. Os nossos sindicalistas têm que se encontrar e estabelecer formas conjuntas. Os partidos têm que se encontrar, os parlamentares têm que se encontrar, o Foro de São Paulo tem que exigir cada vez mais a criação de um parlamento do Mercosul para que a gente possa consolidar definitivamente o Mercosul, não como uma coisa comercial, mas como uma instância que leve em conta a política, o social, o comercial e o desenvolvimento.
Esses dias, nós fomos à Guiné-Bissau. Aliás nós já visitamos mais países da África, acho, do que todos os governantes da história do Brasil. E fomos à Guiné-Bissau e fizemos uma reunião. Guiné-Bissau é um país de língua portuguesa, pequeno, praticamente destruído. E eu dizia ao Presidente e aos parlamentares: para que guerra, para que uma guerra na Guiné-Bissau? É um país destruído. A única chance que aquele país tem é a construção da paz, eles têm que construir um país para depois brigar pelo poder, porque senão estão brigando em torno de nada. Nem o Palácio Presidencial está de pé. Eu fui ao banheiro do Presidente, não tinha água. E eu dizia: meu Deus do céu, vocês precisam encontrar um jeito de transformar a paz na mais importante bandeira de vocês, porque somente a partir dela é que vocês poderão construir o país.

Esse trabalho é um trabalho que leva anos e anos. E nós apenas estamos começando. Nós apenas estamos transitando pelo mundo tentando estabelecer uma nova ordem, em que a gente consiga as vitórias na Organização Mundial do Comércio, que precisamos. E foi assim que nós ganhamos a questão do açúcar, foi assim que nós ganhamos a questão do algodão, foi assim que nós ganhamos a questão do frango congelado. Parece pouco, mas era muito difícil ganhar uma coisa na Organização Mundial do Comércio. E por conta do G-20 já ganhamos três e poderemos ganhar muito mais, adotando o princípio que nós aprendemos desde que começamos a nossa militância política, de que se todos nós nos juntarmos, nós derrotaremos os outros.

Por isso, eu tenho viajado muito. Eu viajei, possivelmente, em dois anos, mais do que muitos presidentes viajaram e vou continuar viajando, porque as soluções para os problemas do Brasil não estão apenas dentro do Brasil, as soluções para os problemas de Cuba não estão só dentro de Cuba, não estão dentro da Argentina, não estão dentro da República Dominicana, não estão dentro do México, ou seja, é preciso que a gente resolva outros problemas externos para que a gente possa consolidar as soluções de alguns problemas internos.

Por isso, meus companheiros, minhas companheiras, saio daqui para Brasília com a consciência tranqüila de que esse filho nosso, de 15 anos de idade, chamado Foro de São Paulo, já adquiriu maturidade, já se transformou num adulto sábio. E eu estou certo de que nós poderemos continuar dando contribuição para outras forças políticas, em outros continentes, porque logo, logo, vamos ter que trazer os companheiros de países africanos para participarem do nosso movimento, para que a gente possa transformar as nossas convicções de relações Sul-Sul numa coisa muito verdadeira e não apenas numa coisa teórica.

E eu estou convencido de que o Foro de São Paulo continuará sendo essa ferramenta extraordinária que conseguiu fazer com que a América do Sul e a América Latina vivessem um dos melhores períodos de democracia de toda a existência do nosso continente.

Muito obrigado a vocês. Que Deus os abençoe e que eu possa continuar merecendo a confiança da Coordenação, que me convide a participar de outros foros. Até outro dia, companheiros.

O que se espera do Brasil - FORO DE SÃO PAULO no ESTADÃO

Do portal ESTADÃO
Quarta-Feira, 05 de Março de 2008

Todos os governos sul-americanos condenaram, com maior ou menor ênfase, a invasão do território equatoriano por forças militares colombianas. Não podia ser diferente, diante de uma clara violação do direito internacional. O presidente Rafael Correa já iniciou uma rodada de visitas a seus colegas latino-americanos - estará hoje em Brasília - para pedir-lhes apoio para a condenação da Colômbia na reunião de emergência convocada pela Organização dos Estados Americanos para examinar a crise. Também isso é procedimento de praxe nesses casos.

Mas o problema não é simples como pode parecer à primeira vista. A incursão colombiana não pode ser caracterizada como um ato gratuito e imotivado de agressão. Os governos do Equador e da Venezuela têm dado, abertamente, proteção a uma quadrilha de traficantes de cocaína e seqüestradores de vítimas inocentes, que pretende ser reconhecida como uma guerrilha ideológica que luta contra um regime político, por acaso democrático. Se os países da região decidirem isolar política e economicamente a Colômbia, terão dado uma inestimável ajuda aos inimigos da democracia naquele país - e no continente.

O chanceler Celso Amorim, em nome do governo brasileiro, considerou insuficiente o pedido de desculpas encaminhado pelo presidente Álvaro Uribe ao governo equatoriano e sugeriu que seja feito outro, acompanhado do compromisso formal de que não se repetirá a invasão do território do Equador. Hoje, o presidente brasileiro terá a oportunidade de fazer ao presidente Rafael Correa uma exigência igualmente enérgica e justa: a de que o governo equatoriano assuma o compromisso solene de não permitir a instalação de acampamentos e o trânsito de narcoguerrilheiros das Farc em seu território. Se esse tipo de exigência não for feito a Correa e estendido ao caudilho Hugo Chávez - que é quem está fazendo rufar os tambores da guerra -, estará configurada uma falta de isenção que certamente comprometerá os interesses brasileiros na região, no curto e no longo prazos.

Pois o fato é que as Farc têm usado o território do Equador e da Venezuela para seus negócios sinistros, sem que os governos desses países movam uma palha para coibir os narcoguerrilheiros. As Farc tentaram fazer o mesmo no Brasil e foram repelidas. E, no Equador, nem sempre elas tiveram trânsito livre. Em janeiro de 2004, por exemplo, o líder Simón Trinidad foi detido e deportado pelas autoridades equatorianas. Mas o governo era outro.

Rafael Correa e Hugo Chávez têm indisfarçáveis simpatias pelas Farc. Consideram esse grupo terrorista parte do projeto geopolítico "bolivariano". Chávez, segundo documentos apreendidos no computador de Raúl Reyes - morto na operação militar de sábado -, tem também outras razões para gostar das Farc. Numa mensagem enviada ao Secretariado da organização, Reyes relata que Chávez se mostrou agradecido pelos US$ 105 mil que recebeu das Farc quando estava preso em 1992, depois de uma fracassada e sangrenta tentativa de golpe de Estado na Venezuela. Outro documento revela que Chávez forneceu US$ 300 milhões às Farc. Hugo Chávez e Raúl Reyes, aliás, se conheceram pessoalmente numa reunião do Foro de São Paulo, a entidade organizada por Luiz Inácio Lula da Silva para o congraçamento dos movimentos esquerdistas do continente.

Outro documento encontrado com Reyes também deixa muito mal o governo de Rafael Correa. Descreve um encontro com o ministro da Segurança Interna do Equador, Gustavo Larrea - por alcunha, Juan. O ministro - entre outras coisas - manifestou o interesse de Rafael Correa em "oficializar as relações com a direção das Farc", a disposição de coordenar a ajuda aos moradores da zona fronteiriça e de mudar os comandantes das forças públicas que tivessem "comportamento hostil".

Essas atividades configuram uma violação da lei internacional, tão ou mais grave que a invasão do Equador. Em países com tradição de asilo a perseguidos políticos, o abrigo a terroristas não é admitido. A França, por exemplo, deporta para a Espanha os militantes da ETA que encontra em seu território. E existem pelo menos três resoluções da ONU que caracterizam como ato de agressão o abrigo, a instigação, a ajuda e o consentimento de um Estado, dentro de seu território, de forças irregulares que praticam ações terroristas em território alheio.

O Brasil e a Grã-Colômbia

Do portal DEM
Demétrio Magnoli

O bombardeio aéreo que devastou um acampamento guerrilheiro no lado equatoriano da faixa de fronteiras e matou Raúl Reyes, o número dois das Farc, não é um incidente isolado, mas um elemento na teia da internacionalização do conflito interno colombiano

O bombardeio aéreo que devastou um acampamento guerrilheiro no lado equatoriano da faixa de fronteiras e matou Raúl Reyes, o número dois das Farc, não é um incidente isolado, mas um elemento na teia da internacionalização do conflito interno colombiano deflagrada pela política ’bolivariana’ de Hugo Chávez. Esse é o pano de fundo no qual se move uma política externa brasileira desfigurada por uma fatal duplicidade de orientações.

A supressão das Farc é um objetivo nacional da Colômbia. O fracasso das negociações de paz conduzidas pelo ex-presidente Andrés Pastrana e a degeneração política e moral da antiga guerrilha comunista, convertida num bando financiado pelo narcotráfico, estabeleceram o marco no qual foi eleito e reeleito o conservador Álvaro Uribe. A sua promessa de derrotar a guerrilha por meios militares conta com o apoio ativo da esmagadora maioria dos colombianos.

Há alguns anos, fustigadas incessantemente pelas forças armadas, as Farc perderam quase toda a sua capacidade de combate e retrocederam para as faixas de fronteira. Hoje, a guerrilha procura uma trégua estratégica, que seria possível apenas com a criação de uma zona desmilitarizada, nos moldes do precedente estabelecido por Pastrana. Os reféns, de um lado, e Hugo Chávez, de outro, são os instrumentos disponíveis para a execução dessa política.

Quando Chávez deu um passo à frente e se apresentou como mediador para a libertação dos reféns, a iniciativa foi descrita como um empreendimento humanitário. Logo depois do primeiro sucesso, porém, o presidente da Venezuela declarou sua solidariedade com as Farc, definiu a guerrilha celerada como um ’movimento bolivariano com um projeto político respeitável’ e clamou por seu reconhecimento internacional como parte beligerante. Dias atrás, na mesma linha, o caudilho prestou homenagem a Raúl Reyes, enquanto anunciava o deslocamento de tropas para a fronteira com a Colômbia.

Convencionalmente, os analistas interpretaram a operação como um componente da política interna venezuelana, na qual Chávez busca reconquistar um respaldo popular que se evapora, tocando os tambores da guerra e clamando contra o espectro do inimigo externo. Isso existe, é claro, mas representa apenas a superfície conjuntural de um movimento geopolítico de fundo. O chavismo não é um caudilhismo tradicional, mas um movimento internacionalista articulado em torno da ideologia bolivariana. A decisão de financiar as Farc e de resgatar a guerrilha da beira do precipício se inscreve na lógica de um projeto revolucionário latino-americano. Na visão de Chávez, Venezuela e Colômbia são entidades geopolíticas artificiais, oriundas da fragmentação da Grã-Colômbia. O projeto do caudilho é a restauração do efêmero Estado presidido por Simón Bolívar entre 1819 e 1830. Nesse projeto, as Farc figuram como exércitos libertadores bolivarianos atuando em território ocupado.

A Venezuela chavista não pratica uma política externa realista e não reconhece o princípio da soberania nacional, que invoca aos brados quando a Colômbia bombardeia um santuário das Farc em terras do Equador. O evento que se desenvolve na América Latina, e do qual faz parte o giro diplomático do equatoriano Rafael Correa, só pode ser compreendido à luz da política externa revolucionária de Chávez (C.T. - acho que vai ainda além, na direção da URSAL - União das Repúblicas Socialistas da América Latina, objetivo do FORO DE SÃO PAULO, criado por LULA). A intromissão permanente nos assuntos dos países latino-americanos é um traço estrutural do chavismo.

A reação brasileira ao incidente no Equador envolve um tripé de iniciativas. A designação do ministro Celso Amorim para conduzir a crise, no lugar de Marco Aurélio Garcia, geralmente encarregado das relações regionais, obedece ao imperativo de reduzir a influência do PT, que tende ao alinhamento com Chávez. A condenação do bombardeio colombiano e a insistência de um pedido incondicional de desculpas procuram introduzir uma cunha entre Rafael Correa e Chávez. A definição do incidente como um evento bilateral é uma tentativa de afastar a Venezuela do foco da crise.

O governo Lula opera no sentido de erguer um dique de contenção e evidencia conhecer perfeitamente o cenário geopolítico mais amplo. Contudo, Lula exige desculpas sem condições da Colômbia, mas não condena incondicionalmente a guerrilha colombiana - e, sobretudo, não levanta a voz do Brasil para cobrar a cooperação logística da Venezuela e da Colômbia contra o uso das faixas de fronteiras pelas Farc. No plano político e moral, essas omissões configuram uma intolerável neutralidade diante do conflito entre o Estado colombiano e o bando de guerrilheiros que mata inocentes e seqüestra civis. No plano estratégico, elas abrem as comportas para a passagem da enchente chavista.

No fim das contas, a política externa brasileira não se desfigura por uma incapacidade de análise do quadro externo, mas por algo mais grave, que adquire contornos trágicos. No governo Lula, o conceito de interesse nacional foi submetido a uma persistente erosão ideológica, que o torna inoperante. No PT, na CUT e no PC do B vicejam a nostalgia do stalinismo, um nacionalismo anacrônico de perfil autoritário e a incontida admiração pela Cuba castrista e pela Venezuela chavista. Nesse meio político, as Farc não são uma guerrilha que tortura, mas um exército antiimperialista.

Esse caldo ideológico faz seu caminho até os centros de decisão de nossa política externa, desfigurando-a quase por completo. Usualmente, essa desfiguração se manifesta em episódios vexaminosos, mas de escassas repercussões estratégicas imediatas, como a indiferença diante das violações de direitos humanos e a solidariedade à ditadura castrista cubana. A Venezuela, porém, constitui um teste de fogo. A omissão e a duplicidade diante da política internacional chavista não provocam apenas vergonha, mas ameaçam a estabilidade do entorno regional e a segurança de nossas fronteiras.

quarta-feira, 5 de março de 2008

“70% dos Comandantes de Batalhão VENEZUELANOS estâo dispostos a pedir a RENÚNCIA DE CHÁVEZ

Do portal (em espanhol) NOTICIAS 24 HORAS

“En una reunión de altos oficiales, fuera de los recintos militares, se determinó que 70% de los comandantes de batallones están dispuestos a pedirle la renuncia al presidente Chávez, quien estaría advertido de que por los momentos no puede hacer cambios militares.” Lo dice hoy Marianella Salazar, en su columna de El Nacional.

Comentário do Cavaleiro do Templo: FIDEL, RAÚL REYES e CHÁVEZ, tudo de uma vez só. Que coisa boa, não?

O QUE SIGNIFICA SER CONSERVADOR NO BRASIL?

Do portal FAROL DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
Luis Afonso Assumpção, fundador e representante do FDR para a Comunidade Européia e editor do blog "Nadando contra a Maré... Vermelha"

Criei o meu blogue ao final de 2002. Estávamos em plena campanha presidencial e parecia que a vitória de Lula da Silva já configurava-se irreversível no horizonte. O título " nadando contra a maré .. vermelha" (ou a sua adaptação em inglês " swimming against the red tide") tinha a ver com o que estávamos prestes a enfrentar.

Não que a "maré" tenha começado com a eleição de Lula, mas este fato traria um componente catalisador à mistura – a esta altura em ponto de fusão – do esquerdismo cultural que empapuçava a cultura brasileira. O assalto cultural à esquerda já fazia-se sentir desde os anos 60, quando a ditadura militar preferiu combater somente a esquerda revolucionária armada, deixando os revolucionários de papel agir livremente no meio universitário. Os resultados tardaram mas apareceram. Ao final da ditadura, em 1985, o termo "acabar com o ´entulho´ autoritário" era a senha para a "vingança" da esquerda. Não havia projeto " democrático" algum já naquela época. Era a simples reedição (em DVD de luxo) da "luta" abortada pelo movimento de 1964.

Os ataques, a princípio saudados como a "volta à normalidade democrática" (inclusive eu, pois achava que o feitos do regime militar resumiam-se à inflação e à censura moralizadora dos meios de comunicação), foram revelando aos poucos a sua verdadeira face, o "Retrato de Dorian Gray" em toda a sua fealdade revelou-se, afinal. Mas não a todos. A maior parte da nação continuou imersa no mantra politicamente correto da "inclusão" contra a cultura tradicional "excludente".

Estes poucos, ao revoltar-se contra o "status quo" vigente, começaram a fazer suas vozes ouvidas, ou melhor, lidas, pois este movimento emergiu principalmente pela internet. A inspiração veio do movimento conservador norte-americano. Mas havia uma grande diferença: enquanto os conservadores do norte sabem exatamente (ou nem tanto, visto o processo eleitoral deste ano nos EUA), os conservadores brasileiros não tem o que "conservar", pois no Brasil há tudo ainda por fazer.

Este é o ponto: O quê os conservadores brasileiros defendem?

Recuperando uma recente entrevista do filósofo brasileiro - e também "patrono" não-oficial do despertar conservador no país- Olavo de Carvalho para a revista portuguesa " Atlântico", na qual ele distancia-se de duas vertentes opostas: a do " progressismo", que tenta fazer a sociedade "avançar" a um destino só uns poucos iluminados conhecem (o tal "socialismo real") ou do conservadorismo radical, que tenta fazer a sociedade congelar em valores previamente estabelecidos. Para o filósofo, ambas as visões são revolucionárias à seu modo, pois tentam submeter a sociedade aos seus valores.

O verdadeiro conservadorismo é aquele que tenta auscultar a dinâmica natural daquela sociedade e definir os seus valores a partir disso. O conservadorismo tenta defender a sociedade da dominação por grupos intelectualóides que tentam conduzí-la.

A avaliação é válida. Mas tem as suas dificuldades num ambiente como o brasileiro, onde a dualidade dever-prazer nunca foi resolvida como deveria. Tudo ficou para depois.

Só num país como o Brasil pode acontecer coisas como, durante o carnaval, ser permitido às mulheres andarem nuas enquanto que se alguma tenta praticar topless em Copacabana (Rio de Janeiro), por exemplo, ser detida por "atentado ao pudor".

A maior parte dos brasileiros acha a nudez carnavalesca "natural", enquanto a outra, uma "pouca vergonha".

Em resumo, os conservadores brasileiros têm a seguinte receita ideológica:

a) Defendem o sistema democrático, mas também sabem que a "ditadura" serviu para brecar um processo revolucionário radical nos anos 60.

b) Defendem o liberalismo econômico clássico, de Smith a Mises & Hayek.

c) Politicamente, têm seus ídolos no conservadorismo americano e inglês, com Reagan e Thatcher.

d) Culturamente, defendem as "tradições", traduzindo-se por isso a defesa das religiões que são a base desta tradição: o cristianismo e o judaísmo.

Isto os leva enfrentar uma série de "brigas" :

À esquerda, com os defensores a "democracia popular" que os definem como "nazistas", "fascistas" ou os dois, dependendo do caso, em função de seu desapego às mentiras de que os revolucionários dos anos 60 lutavam para restabelecer uma " democracia" no país.

Ao centro, com o libertários nacionais que defendem o livre-mercado, mas também uma coisa indefinida chamada " Estado Laico", na verdade um bogus criado pela esquerda para dar a sensação de que a sociedade é "dominada" por radicais religiosos (mesmo que a definição de radicalismo seja a simples visão de um crucifixo).

No campo religioso, com a plêiade de religiões cristãs que combatem umas às outras (e todas contra os judeus) no frenesi de "provar" que uma é mais "verdadeira" que a outra.

Os conservadores brasileiros têm uma dificílima tarefa à frente. E não pode ser deixada para "depois".

Pois o "depois" é agora.

(Originalmente produzido para a edição bi-semanal do Cubanology, de José Reyes)

A “Dipromacia” brasileira

Do blog MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA A CORRUPÇÃO
Quarta-feira, 5 de Março de 2008

"Acho que isso aqui é um problema sul-americano e latino americano". O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta tarde que o conflito entre Colômbia e Equador está circunscrito à região e não deve ter dimensões maiores, envolvendo os Estados Unidos, por exemplo. Mas (...) ele não disse uma só palavra sobre a intromissão do Chávez num assunto que era restrito entre o Equador e a Colômbia.

Esta é a “dipromacia” tupiniquim petista.

O desmascaramento

Do portal DIÁRIO DO COMÉRCIO
Por Denis Rosenfield, quarta-feira, 05 de março de 2008

A operação militar colombiana, em território equatoriano, a poucos metros de sua fronteira, permite ver o que os olhos espessos da ideologia esquerdizante reinante impedem de enxergar: a colaboração estreita entre as FARC e os governos de Chávez (Venezuela) e de Rafael Corrêa (Equador).

Mais do que a violação de um país vizinho pelas Forças Armadas colombianas, trata-se de uma ingerência da Venezuela e do Equador nos assuntos internos da Colômbia, por intermédio de apoio financeiro, logístico, territorial e armamentista às FARC.

Neste contexto, coloca-se a questão: quem deve pedir desculpas a quem? Será que o ministro Amorim, de Relações Exteriores, não estaria rompendo o equilíbrio diplomático que diz defender?

Vejamos os fatos. Numa operação combinada da aviação, da inteligência militar e de comandos, a Colômbia conseguiu eliminar um grupo de narcoguerrilheiros, dentre os quais se sobressaia o número dois das FARC, Raúl Reyes.

A recente libertação de reféns mostra a criminalidade, particularmente bárbara, deste grupo, hoje especializado no narcotráfico e nos seqüestros, mantendo os seus reféns sob condições subhumanas. Pessoas são lá fuziladas ou morrem lentamente pelos mais variados tipos de doenças tropicais, além de serem obrigadas a dormir acorrentadas em árvores. Nem bichos são hoje tratados desta maneira. É um evidente contra senso, como alguns ensaiaram, apoiar a "causa social" dos narco-guerrilheiros, como se se inscrevesse numa doutrina dos direitos humanos.

Neste caso, caberia a pergunta: e a humanidade dos seqüestrados? Não esqueçamos que até recentemente as FARC eram apoiadas pelo PT e pelos movimentos sociais. Chávez e Fidel Castro são ainda considerados ídolos, "companheiros" da melhor estirpe.

Quando da localização destes narco-guerrilheiros, o governo colombiano se viu diante de um dilema. Invadir o território equatoriano, num ato de legítima defesa, ou simplesmente deixar esse grupo à vontade, no usufruto de sua impunidade? A invasão, embora de poucos metros, configuraria a infração de um princípio internacional de soberania territorial dos países. Deixar esse grupo fugir mais uma vez, significaria, por sua vez, consolidar uma situação de fato: o uso do território equatoriano e venezuelano por esse grupo armado.

Neste caso, poder-se-ia dizer que uma outra forma de ingerência estaria em questão, a da Venezuela e do Equador nos assuntos colombianos, via a aliança estabelecida com as FARC. O governo colombiano não hesitou e optou por criar uma nova situação, a do enfraquecimento da narcoguerrilha e a de busca de elementos que demonstrariam a ingerência interna desses países em seu próprio território.

Eis por que o exército colombiano, não satisfeito com a operação área, efetuou uma operação terrestre, visando à apreensão de computadores pessoais e de outros documentos do líder morto. Esse material, da maior importância, começa a ser agora revelado. Segundo as últimas informações, ele é rico ao mostrar os contatos estreitos entre os governos equatorianos e venezuelanos com os narcotraficantes, travestidos de guerrilheiros.

Na verdade, os territórios desses países são usados, com beneplácito oficial, como santuários das FARC, que traficam, seqüestram e matam em território colombiano, refugiando-se depois, na perseguição, nestes países. Fica também claro o apoio financeiro emprestado por Chávez a esses "guerrilheiros", especializados no narcotráfico e nos seqüestros, além das armas fornecidas. A ingerência nos assuntos colombianos é total.

Acontece, porém, que essa ingerência nos assuntos colombianos é apresentada como um ato de "solidariedade" internacional entre "companheiros". O seu nome muda como se, assim, ela fosse justificada. Chávez tem o grande mérito de dizer as coisas por seu verdadeiro nome, pelo menos quando defende os seus. Aliás, a Venezuela não foi objeto desta incursão militar colombiana e ela já deslocou 10 batalhões para a fronteira, seguindo o seu mentor Fidel Castro, apostando nas "trombetas das armas".

Os ditadores lamentaram o ocorrido com o "companheiro" Raúl Reyes, um "bom revolucionário", certamente preocupado com a "libertação dos povos". Quase um santo. Sua morte pode mesmo transformá-lo em um mártir! Para essa nova Igreja, tudo vale!

Dizem aqui o que pensam, a saber, que qualquer tipo de violência e de ingerência são justificados para a instauração na América Latina de regimes baseados na democracia totalitária.

Nesta perspectiva, não haveria por que estranhar o modo de tratamento que eles conferem ao presidente constitucional da Colômbia: "narcotraficante", "violador dos direitos humanos", "lacaio do imperialismo". As palavras perdem totalmente o seu sentido, inscritas que estão no contexto dos que, em nome de uma suposta "justiça social", tudo fazem para justificar a violência, o narcotráfico e os seqüestros. Na verdade, estamos diante de uma degenerescência desta forma de esquerda, que parece desconhecer quaisquer limites. Entretanto, ela continua tendo admiradores entre nós!

Há uma evidente articulação latino-americana desta esquerda degenerada. Chávez, Rafael Correa, Evo Morales, Daniel Ortega e Fidel Castro já não escondem as suas garras. A operação conduzida por Álvaro Uribe os desmascarou. Eis o seu grande mérito. Devem agora reconhecer à luz do dia o que procuraram ocultar, como se tudo nascesse de atos espontâneos de partidos e organizações preocupados com uma suposta justiça social, com a "causa". Só que se trata da "narcojustiça" ou de "seqüestros sociais". Foram surpreendidos em pleno ato de delinqüência.

O estardalhaço que estão exibindo nada mais é do que a reação de pessoas que perderam a face, procurando atabalhoadamente novas máscaras.

Talvez seria o caso da diplomacia brasileira exigir, por uma questão básica de equanimidade, que a Venezuela e o Equador peçam eles desculpas à Colômbia por se imiscuírem em seus assuntos internos, com a promessa de não mais fazê-lo no futuro. Seria uma contribuição à paz!

Relatório da ONU sobre drogas irrita Lula, mesmo sem falar na relação das FARC com o tráfico e a política no Brasil

Do blog ALERTA TOTAL
Por Jorge Serrão, quarta-feira, 05 de Março de 2008

O chefão Lula ficou irritado com a divulgação de um relatório da ONU que indica um aumento do tráfico de drogas no Brasil, JUNTO com o crescente consumo de ecstasy e cocaína (C.T. - como vem dizendo o OLAVO DE CARVALHO a anos, isto é fruto desta parceria LULA/FARC via FORO DE SÃO PAULO). Também não gostou de saber que representantes das Nações Unidas criticaram a corrupção em setores das polícias e do Judiciário que prejudica a punição de narcotraficantes em território brasileiro. A insatisfação de Lula seria maior se a ONU relacionasse tudo isso com o Foro de São Paulo e a parceria operacional de sucesso entre as FARC e os narcovarejistas brasileiros para o fornecimento das drogas.

O estudo da ONU nem chegou perto dessa verdade sempre omitida pela mídia. O documento da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), órgão ligado à ONU, foi lido ontem pelo representante do Escritório da ONU contra Drogas e Crime para Brasil e Cone Sul, Giovanni Quaglia, no auditório da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). O secretário nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchôa, e o diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Roberto Troncon, contestaram as declarações de Quaglia e a solenidade terminou em clima de constrangimento. E o dirigente da Jife nem tocou nas (C.T. - narcoguerrilheiras) FARC – o assunto do momento.

O relatório da ONU ataca a nova lei sobre drogas por estabelecer tratamento diferenciado entre usuário e traficante. Pela lei, o usuário pode ser condenado à prisão, mas punição é sempre convertida em pena alternativa, como prestação de serviços. O texto pega pesado em seu parágrafo 483: "A nova lei pode até prejudicar a investigação e o julgamento das atividades ilícitas relacionadas a drogas, e pode dar a entender à opinião pública que o governo está tratando o narcotráfico com mais indulgência". Segundo Quaglia, a condescendência com o usuário enfraquece a capacidade de investigação das polícias sobre o narcotráfico. Sem punição severa, o usuário nunca colabora com a polícia.

Comentário do Cavaleiro do Templo: Leia aqui , aqui e, principalmente, aqui (pois o PT e o LULA se dizem revolucionários) para entender porque o crime no Brasil só faz crescer.

Vamos ver o apoio de Chávez dentro da Venezuela agora

Relembrando um post anterior: "Descarto uma guerra entre a Venezuela e a Colômbia. Se o presidente Hugo Chávez quisesse empreender uma intervenção armada contra a Colômbia, o exército não apoiaria uma aventura dessa natureza e desobedeceria a uma ordem contrária à vocação pacifista de nosso povo", afirma o general Raúl Baduel, militar que foi decisivo para que Chávez aceitasse sua derrota no referendo de 2 de dezembro passado."

Leia a íntegra aqui

A internacionalização do engodo I

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 03 de março de 2008

Reconhecendo que Tropa de Elite é “ o filme brasileiro mais popular de todos os tempos” e que “o capitão Nascimento foi amplamente aclamado como um herói nacional”, o correspondente do jornal britânico The Guardian , sr. Conor Foley, em artigo publicado no último dia 18 de fevereiro, não hesita em se opor ao sentimento da quase totalidade dos nossos concidadãos, proclamando que, em vez disso, “o país deveria baixar sua cabeça de vergonha”.

Os motivos que levam o jornalista a essa conclusão são, em essência, dois:

(1) O filme difama as ONGs dedicadas a “programas sociais”, ao mostrá-las repletas de jovens de classe média e alta que, como consumidores de drogas, alimentam o narcotráfico ao mesmo tempo que da boca para fora professam combatê-lo. “Uma série de estudos – alega Foley -- tem demonstrado que estes programas... têm obtido sucesso na redução dos crimes.”

(2) O entusiasmo da multidão pelos métodos brutais do capitão Nascimento nasce da alienação e da ignorância: “A violência no Brasil é um sintoma de um largo conjunto de problemas sociais... A maioria da classe média brasileira nunca pôs o pé numa favela e fala sobre elas como se fossem outro país.”

Com relação ao primeiro item, seria da mais alta conveniência jornalística que Foley citasse os tais “estudos” em vez de apenas aludir vagamente a eles, mas nenhuma quantidade de “estudos”, mesmo citados um por um, poderá nada contra o fato de que a única cidade brasileira na qual houve uma redução significativa da criminalidade nos anos recentes foi São Paulo, onde o fator decisivo para isso não veio de nenhuma ONG, mas da ação policial direta.

A cena dos ongueiros fumando maconha enquanto discutem Michel Foucault não é difamatória de maneira alguma. O círculo dos estudantes universitários e do show business , onde as ONGs recrutam a quase totalidade dos seus militantes e garotos-propaganda, ainda é o mercado principal para a venda de drogas no país. E a menção ao filósofo francês também não é gratuita, já que ele consumia drogas abertamente durante suas visitas ao Brasil, ajudando a legitimá-las como um vício elegante, sobretudo nas universidades. Foi partindo das classes letradas, e sobretudo dos meios intelectuais esquerdistas, que o uso das drogas se disseminou entre a população em geral. A elite esquerdista também colaborou nessa transformação fazendo campanha para eleger governadores e parlamentares que favoreciam uma política de tolerância – se não de cumplicidade – para com os narcotraficantes. Isso é uma história bem conhecida de todos os brasileiros, e o sr. Foley não tem nada a alegar contra ela senão a sua própria ignorância do assunto.

Quanto à “alienação”, a maioria dos nossos compatriotas não põe os pés nas favelas porque ou você entra ali com salvo-conduto dos traficantes – como o faz o pessoal das ONGs e, junto com ele, o próprio sr. Foley --, ou entra para comprar drogas, ou, se entra por outro motivo qualquer, sabe que vai sair embrulhado em plástico ou desaparecer para sempre, queimado junto com um pneu para que seu cadáver se torne irreconhecível. As favelas são efetivamente “outro país”, mas não porque o povo brasileiro não se interesse em saber o que nelas se passa, e sim porque constituem um território independente, onde as leis do país não vigoram, onde até mesmo as Forças Armadas temem entrar e onde a única autoridade é a dos potentados do comércio de entorpecentes, os quais só se distinguem dos antigos senhores feudais porque não estão atados por juramento de fidelidade a um rei e sim às Farc, a fornecedora principal de cocaína ao mercado brasileiro. Ninguém no Brasil ignora que os traficantes são um poder armado e que eles não vão ceder um milímetro desse poder se não forem obrigados a isso pela força, não por “programas sociais” que, na mais rósea das hipóteses, só servem para tornar a situação nas favelas materialmente mais tolerável para as pessoas honestas que ali vivem, sem libertá-las do jugo tirânico dos narcotraficantes. Para completar, o país inteiro sabe que muitas ONGs estão intimamente associadas ao esquema político esquerdista que apóia e protege as Farc. O aplauso das platéias brasileiras ao capitão Nascimento não reflete alienação, nem muito menos mentalidade fascista, mas o cansaço geral ante um discurso social hipócrita que, sob o pretexto de zelar pelos direitos humanos, faz do governo o padrinho dos delinqüentes e o carrasco da população. Esse cansaço, aliás, não expressa apenas um sentimento popular baseado em impressões vagas: ele reflete o conhecimento exato da situação, pois a violência criminal no Brasil começou a crescer sem limites justamente a partir da década de 80, quando as novas políticas adotadas pelo governo amarraram as mãos da polícia e deram rédea solta aos delinqüentes. O gráfico anexo número 1 – dados da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo -- mostra isso claramente. O capitão Nascimento pode impressionar os espectadores britânicos pela violência das suas ações, mas no Brasil não é isso o que o diferencia de outros policiais: ele é diferente porque não rouba, não aceita suborno e usa a violência para matar criminosos, não para extorquir dinheiro de cidadãos inocentes. Ele põe sua truculência a serviço do povo, não do gangsterismo corporativo ou da santa aliança entre esquerdistas e narcotraficantes. É isto – e não a violência em si -- o que o público brasileiro aplaude nele. Se o sr. Foley tivesse entrevistado um único espectador de Tropa de Elite , perceberia isso imediatamente. Mas para tanto seria preciso que ele se dispusesse a fazer algum esforço para compreender o povo que o hospeda, em vez de julgá-lo sumariamente desde o alto das virtudes humanitárias das quais se imagina portador.

“A violência no Brasil é um sintoma de um largo conjunto de problemas sociais” é o tipo da afirmação que não significa nada, com a ressalva de que o apelo às causas sociais remotas tem sido o mais constante pretexto para desestimular a ação policial contra o problema imediato, que é o fato de criminosos estarem vendendo drogas para as crianças nas escolas e matando a tiros cinqüenta mil brasileiros por ano.

Entre a pobreza e o crime, o vínculo não é direto nem logicamente necessário. O gráfico número 2, da mesma fonte, mostra que as áreas mais perigosas do Brasil são as mais prósperas, não as mais atrasadas. Ninguém sai por aí matando pessoas ou vendendo drogas simplesmente porque é pobre. Uma coisa não produz a outra sem a interferência de um terceiro elemento, este sim decisivo, tão decisivo que pode produzir o crime sem o auxílio da pobreza. Esse elemento chama-se ação humana , entendendo-se por este termo sobretudo a ação deliberada e organizada dos indivíduos e grupos que têm meios de influenciar a vida social como um conjunto, isto é, os intelectuais e os políticos. O primeiro desses grupos, como já venho demonstrando desde 1994 (v. Bandidos & Letrados), ocupa-se, há décadas, em disseminar nas classes letradas o ódio à polícia e a simpatia cúmplice para com os bandidos. No Brasil não existe literatura policial como nos EUA, na Inglaterra ou na França. Existe, sim, literatura de apologia do crime. A ela dedicam-se os melhores escritores do país e a multidão de seus imitadores medíocres. Durante muito tempo, esse estado de espírito vigorou apenas no restrito grêmio dos intelectuais esquerdistas, que se queixavam, com razão, de estar isolados da massa popular. A partir dos anos 70- 80, a TV e o cinema passaram a servir de megafone para esse grupo, fazendo com que seus cacoetes mentais se disseminassem pela população em geral e acabassem se traduzindo em políticas públicas que ofereciam todas as facilidades para os delinqüentes, praticamente convidando os policiais a transformar-se em servidores do narcotráfico em vez de arriscar a vida num trabalho perigoso que só lhes rendia o ódio organizado dos bem-pensantes.

A ação política inspirada nesses contravalores foi inaugurada no Estado do Rio de Janeiro pelo governador Leonel Brizola, um velho amigo e colaborador de Fidel Castro. Brizola foi eleito com o apoio financeiro dos chefes do jogo ilegal, e depois os recompensou generosamente bloqueando qualquer ação policial nas favelas justamente a partir do momento em que eles entravam em peso no mercado das drogas. Naquela época, o Brasil ainda era um país ordeiro, no qual a violência carioca formava um contraste chocante. À medida que os similares de Brizola foram tomando o poder em vários estados do país e chegaram por fim a dominar o governo federal, aquilo que era um fenômeno local carioca espalhou-se pelo território nacional inteiro, sempre sob a proteção dos políticos esquerdistas e de uma legião de ONGs sustentadas por verbas públicas.

A reação do sr. Foley ao filme de José Padilha é tão extravagante e despropositada que, não vendo motivos racionais que a justifiquem, sai em busca de outras hipóteses. Não tive de procurar muito. Num artigo publicado dois dias depois no mesmo jornal, sob o título “Viva Lula”, o correspondente do Guardian revela seu entusiasmo pela pessoa do presidente brasileiro, um entusiasmo tão cego e fanático que o leva a negar peremptoriamente os fatos mais óbvios e bem provados:

“ Veja , a bíblia da classe média brasileira, tem derramado um fluxo constante de bile e invectivas sobre o governo Lula. Este é repetidamente, e espuriamente, associado a Castro, a Chhávez e aos guerrilheiros das Farc, e acusado de tentar subverter o Estado brasileiro.”

Ora, quem associa Lula às Farc e ao eixo Castro-Chavez não é Veja : são as atas que ele mesmo assinou como fundador e – por doze anos – presidente do Foro de São Paulo, o comando estratégico do movimento comunista na América Latina; e é também a palavra dele próprio, como se vê não apenas em um, mas em dois discursos que ele pronunciou já como presidente da República, nos quais confessa meticulosamente as atividades clandestinas que desenvolveu, com aqueles e com outros parceiros esquerdistas, no quadro do Foro de São Paulo (v. Digitais do Foro de São Paulo (C.T. - leia este também). Já escrevi tanto sobre isso, e já dei tantas provas documentais, que nem agüento mais falar do assunto. E se Veja decidiu finalmente romper seu longo silêncio – contrastando, nisso, com o restante da grande mídia brasileira --, foi porque o acúmulo de provas que forneci a seu colunista Reinaldo Azevedo, homem sério e aberto à verdade, acabou por despertar nos donos da publicação alguns resíduos de escrupulosidade jornalística.

Todos os assessores de Lula sabem que ele não é bom em guardar segredos. O homem fala demais e por isso tem de viver cercado de amortecedores incumbidos de camuflar retroativamente o sentido de suas palavras. Que seus ajudantes diretos se ocupem desse serviço sujo, é deprimente mas é natural. O que singulariza o caso brasileiro é que toda a grande mídia, até mesmo a “de oposição”, consentiu voluntariamente em colaborar no mesmo empreendimento: não contente em ocultar por dezesseis anos a existência da mais poderosa organização política e revolucionária que já existiu na América Latina, encobriu até a confissão saída da própria boca do fundador e comandante da entidade. Autoconstituídos em serviço proteção à imagem presidencial, os maiores jornais e canais de TV do Brasil se tornaram ainda mais lulistas do que o próprio Lula.

O fenômeno, em si, já era espantoso. Nada de semelhante se observou jamais na história da mídia mundial. Com a entrada em cena do sr. Foley, o maior engodo jornalístico de todos os tempos conquistou um merecido upgrade , subindo à escala internacional. Afinal, por que só os brasileiros teriam o direito de ser ludibrados?