Material essencial

sábado, 14 de abril de 2012

Constantino, o eugenista

 

CONDE LOPPEUX DE LA VILLANUEVA

sexta-feira, 13 de abril de 2012


A decisão do STF sobre a permissão legal do aborto a nascituros anencéfalos abriu um precedente para a eugenia pura e completa. Por mais que existam exemplos de anencéfalos que sobrevivam ao parto e por mais não haja nenhuma evidência de que estes seres vivam uma vida “vegetativa”, contudo, os juízes do Supremo optaram pela morte. E baseado em que? Em meras especulações pseudo-científicas sobre a vida. Por que diria pseudo-científicas? Porque a vida não se resume a um mero complexo biológico ou físico. Há coisas muito mais além. Na verdade, a ideologia materialista reinante nas mentalidades pró-aborto resume a humanidade a um mero composto celular. Questões como a dignidade intrínseca do ser humano foram relativizadas, a ponto de negar humanidade a uma fase da vida humana.

Vejo um embusteiro tagarela na internet: o economista Rodrigo Constantino. Em seu artigo, publicado no dia 12 de abril de 2012, chamado “Católicos, aborto e Hitler”, ele escreve com as seguintes tintas, já que não admite a relação entre aborto e eugenia:

“Em primeiro lugar, considero altamente ofensivo comparar fetos anencéfalos aos judeus. Que história é essa? Judeus são seres humanos, como quaisquer outros. Já esses fetos não possuem nada que remeta ao que chamamos de humano. Não é eugenia eliminar o sofrimento de uma mãe que carrega na barriga um feto condenado a não viver!”

Resta-nos entender essa lógica bovina no seguinte âmbito racional: o que define o ser humano, na cabecinha vazia de Rodrigo Constantino? Quer dizer que alguém que nasce sem parte do cérebro é menos humano do que aquele que nasce com um cérebro inteiro? Podemos aplicar essa lógica aos aleijados: os homens sem braço são menos humanos do que os homens com braços. Um ser humano seria menos ser humano no ventre da mulher, por não ser identificado completamente a sua forma humana? De uma coisa, nós podemos rir, já que Constantino fala da “Razão”, com letra maiúscula: os fetos não remetem nada a que seja humano, embora a partir dali esteja se formando um para nascer. Vai entender chorumela de abortista!
A melhor forma de matar alguém é desumanizar a vítima. Mas ele insiste em falar besteira:

“A morte cerebral, mesmo em adultos, é considerada morte, e os médicos ficam autorizados a extrair órgãos para doação, quando permitido. Acho que alguns católicos acabam traindo seu antissemitismo até quando tentam "defender" os judeus”.*

A morte cerebral não nega a natureza e a dignidade de homem morto. A correlação entre os anencéfalos, que têm vida e alguém que morre cerebralmente é arbitrária e sem o menor nexo. A evidência mostra que os anencéfalos podem viver além do nascimento, o que denota que o argumento da “falta de cérebro” para viver é furado. Aliás, é discutível se a morte cerebral define a morte do corpo. Há casos de morte cerebral em que a pessoa voltou à vida.

Por outro lado, a comparação entre aborto, eutanásia e eugenia é mais que justa: Hitler, em 1939, aplicou a política de eugenia aos débeis mentais, aleijados, paralíticos e outros indivíduos considerados “inaptos racialmente”. Constantino pensa a mesma coisa, em um vídeo no youtube, quando diz que os cristãos cultuam o sofrimento e que a melhor forma de fazer caridade aos incapazes é matá-los. A eugenia parte de uma crença falsa da perfeição humana. Eles querem determinar quem deve viver ou morrer, a partir de estereótipos ou modelos idealizados de um ser humano. Hitler não considerava os incapazes dignos de viver, porque não se adequavam à idealização da raça ariana. Os judeus, os eslavos e os ciganos entravam na lista de pessoas a serem eliminadas.
“Em segundo lugar, não venham jogar Hitler para o lado dos defensores de um estado laico, por favor! Dizem que quando se apela para Hitler em um debate de internet, é porque faltam argumentos. Pode ser. Mas se os católicos fanáticos se sentem no direito de acusar quem aceita o aborto, nesses casos extremos, de parecido com Hitler, então eu me sinto no direito de resgatar o que o próprio Lúcifer dizia. É injusto o ataque dos católicos, até porque Hitler tinha palavras elogiosas ao Cristianismo, justamente a este lado mais fanático que os carolas raivosos demonstram, na "certeza" de que lutam pela boa causa”.

Rodrigo Constantino apela à desonestidade intelectual mais grosseira. Qualquer pessoa bem estudada sabe que Hitler, intramuros, odiava o cristianismo e desprezava seus valores. O Estado nazista era visivelmente secularista e tinha como ideologias oficiais, o socialismo e o racialismo biológico (o último, fruto das teorias darwinistas tão em voga na Europa do final do século XIX e começo do século XX). Mas é claro que Constantino vai tergiversar e falsificar a história, envolvendo falsamente os católicos ao nazismo. Só faltou ressuscitar a grande mentira histórica do século, ou seja, a das relações de Hitler com o Papa Pio XII. A pregação “cristã” de Hitler era tão somente demagógica, para conquistar votos dos católicos alemães. Que grande “católico” era o tiranete austríaco! Tão católico que quando tomou o poder, não pensou duas vezes em confiscar os colégios católicos e proibir a formação de seminaristas! Ou mais, cogitou até sequestrar e deportar o Papa Pio XII!

“Não custa lembrar também que Hitler, que se dizia católico ("Sou e sempre fui um católico e sempre serei"), afirmava que estava seguindo os mandamentos do Senhor quando eliminava os judeus ("Acredito hoje que minha conduta está de acordo com a vontade do Criador Todo-Poderoso"), em boa parte com a omissão da Igreja Católica”.

Dizer-se católico faz de alguém católico? Percebe-se que Constantino é um ignorante na doutrina social da Igreja Católica, como também das relações conflituosas e difíceis que a Santa Sé teve com o nazismo. Bastava o liberal de meia pataca nos demonstrar qual a relação do pensamento tradicional da Igreja Católica com o nazismo, para nos evidenciar o “catolicismo” de Hitler. Contudo, Rodrigo Constantino não perde tempo nesses expedientes intelectuais sofisticados. Basta ele dar uma de ateuzinho de Wikipédia e site ATEA: lê uma orelhada de google e acha que já tirou conclusões sobre a história do nazismo e da Igreja Católica. Entretanto, a única coisa que Constantino nos evidencia é a sua completa ignorância sobre o assunto. É pura má fé.
“Aliás, no Index dos livros proibidos pela Inquisição (quem disse que os comunas que inventaram a censura?), Voltaire, Galileu, Victor Hugo e Kant estavam vetados (que perigosos!), mas "Mein Kampf", do nazista assassino, jamais constou na lista. Uma mancha e tanto para a Igreja...”

O argumento acima é um non sequitur. Curioso é pensar que Constantino defenda a censura do Mein Kampf, já que se diz liberal. Na verdade, é a falácia do espantalho: se a Igreja declarasse publicamente a censura do Mein Kampf, Constantino inventaria o argumento de que a Igreja censura qualquer idéia e no final, tudo ficaria como antes, no quartel de Abrantes!

Mas parece que o umbigocêntrico liberalóide da religiãozinha sectária da Ayn Rand se esqueceu de que a Igreja condenou publicamente o nazismo, em 1937, e que o preço a ser pago foi a prisão de milhares de católicos na Alemanha. Claro que isso não cai na agendinha liberal constantiniana. O negócio é a calúnia gratuita.
“Portanto, meus caros colegas católicos mais empedernidos, não tentem colar a imagem daqueles que aceitam o aborto em caso de feto anencéfalo ao nome de Hitler, porque isso é para lá de absurdo!”
Por que seria absurdo, se o próprio Constantino acha a mera vida de um aleijado algo indigno de se permitir, como disse no vídeo? Ao que parece, podemos tirar uma conclusão óbvia do liberal de meia pataca: Rodrigo Constantino não possui um espelho, já que tudo o que pregou se assemelha, e muito, à doutrina nazista de extermínio dos incapazes e inferiores. Entretanto, Constantino abusa do Wikipédia:


“O antissemitismo católico vem de longa data, como fica claro em "O Mercador de Veneza", de Shakespeare”.

Que eu saiba, Shakespeare vivia numa sociedade anglicana, elisabetana, do século XVI, e não católica. Será que Rodrigo Constantino vai censurar o grande teatrólogo inglês, porque ele acredita piamente que o autor fosse anti-semita? A figura do judeu agiota e explorador, que só pensa em dinheiro, não é um anedotário totalmente anti-semita. Até os judeus corroboram com esse estereótipo em piadas. Porque, de fato, existiam judeus que agiam assim. É normal que, numa época politicamente correta, qualquer crítica a grupos considerados “minorias” seja recebida com histeria.
“A "usura" sempre foi condenada pelos católicos. O pior caso foi na Espanha. Desde o momento de sua criação, a Inquisição espanhola lançara olhos cobiçosos sobre a riqueza judia. A Inquisição endossou com entusiasmo o virulento antissemitismo já promulgado por um notório pregador, Alonso de Espina, que odiava igualmente judeus e ‘conversos’. Alonso defendera a completa extirpação do judaísmo da Espanha - por expulsão ou extermínio. A 12 de maio de 1486, todos os judeus foram enxotados de grandes partes de Aragão. Torquemada parece ter aceitado o adiamento pela Coroa da expulsão de todos os judeus da Espanha até que o Reino muçulmano de Granada fosse final e definitivamente conquistado”.

Neste trecho, Constantino mescla um balaio de gatos, para destilar argumentos simplistas sobre os fatos extremamente complexos que ocorreram na Espanha do século XV, com o intuito bobo de caluniar o catolicismo. Eu não perderei tempo aqui rebatendo as argumentações históricas acima. Mas digamos que seja verdade que judeus e cristãos se odiassem durante uma boa parte da história: isso invalida o fato de que os cristãos estejam certos em defender a vida humana? Invalida o fato de que a perspectiva eugênica de Constantino serviu de justificativa para eliminar os judeus da Europa por Adolf Hitler?

“Sempre que católicos falam de uma cultura "judaica-cristã", vem à minha mente a imagem de água e óleo se misturando”.

Ao que parece, Constantino não sabe escrever: é cultura judaico-cristã! E a associação entre judaísmo e cristianismo é bastante factível: a fé judaica e a cristã possui na história bíblica hebréia a mesma origem. Isso não quer dizer que os católicos concordem com a visão religiosa judaica. Será que precisamos explicar o óbvio ao liberalóide?

“** Essa "certeza" de luta pela boa causa é que me assusta. É boa causa impor o sofrimento de 9 meses para uma mãe que vai parir um conjunto de tecido sem capacidade cerebral? É boa causa isso? Eu digo que NÃO! Eu digo que é uma CRUZADA MORAL que faz seus adeptos se sentirem pessoas melhores, superiores do ponto de vista moral, apenas isso”.

Pelo contrário, essa certeza de querer ditar para as pessoas quem deve viver e morrer é que preocupa qualquer pessoa com um mínimo de juízo. No começo, serão os anencéfalos. Depois, os portadores de síndrome de Down. E aí vêm os aleijados e portadores de outros tipos de retardamento. Até chegar a grupos considerados racial e mentalmente inferiores. E assim sucessivamente. A matança de seres humanos, no século XX, começa cheia de boas intenções. Isso porque Constantino, ao afirmar que uma pessoa aleijada ou anencéfala não deve viver, crê piamente que está fazendo caridade aos doentes!


“Essa gente ama a Humanidade, mas parece não se importar tanto com o próximo de carne e osso - e cérebro!”

Pior é Constantino, que além de não amar a humanidade em geral, despreza o ser de carne e osso que está no ventre da mãe para nascer.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O “penssamêntu du dya”

 

Constantino atacando a Igreja

Respondendo ao coitadinho que publicou o material de um jumento como seu “pensamêntu du dya”:

É verdade que a Igreja Católica nem sempre condenou o aborto?

Olá!
Sou religioso da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, estudante de teologia (4º ano) e uma matéria sobre aborto e história da Igreja me intrigou nessa semana. A reportagem é intitulada “Uma verdade inconveniente: a Igreja Católica já tolerou o aborto” traz a afirmação que já foi permitido o aborto na Igreja”. Acho que o assunto é por demais importante para ficar nos poucos parágrafos da revista. Gostaria de saber se a informação procede. Acredito que, independente da história, o que importa é o que fazemos hoje.
Abraços, e obrigado pelas matérias do site!
(o link da revista é: http://super.abril.com.br/blogs/superblog/uma-verdade-inconveniente-a-igreja-catolica-ja-tolerou-o-aborto/)
Ronaldo Neri, scj

Resumo do artigo no Blog da Revista Super Interessante

Você sabia que, ao contrário do que pensamos, a Igreja Católica nem sempre condenou o aborto? A interrupção da gravidez só se tornou pecado em 1869, por causa de um acordo entre o papa Pio 9º e o imperador francês Napoleão 3º.

E isso aconteceu porque a França passava por uma crise de baixa natalidade que incomodava os planos de industrialização do governante. Então, motivado por questões políticas, o papa disse para a população que a partir daquele momento o aborto – em qualquer fase da gravidez – era pecado.

Até aquele ano, a Igreja oscilava entre condenar ou admitir o aborto em certas fases da gravidez de acordo com o contexto histórico. No entanto, a discussão sobre qual é o momento em que o feto pode ser considerado um ser humano sempre existiu. Santo Agostinho, por exemplo, defendia no século 4 que só 40 dias após a fecundação o embrião se tornava uma pessoa.

Sem entrar aqui na questão da validade cultural – e muito menos científica – dessas revistas que buscam polemizar ao invés de informar, para essa questão convém fazer um breve recorrido histórico sobre o tema do aborto[1].

Começando pela fundamentação bíblica, a mentalidade cristã primitiva é derivada da mentalidade hebraica. De fato, além do mandato do Decálogo de “Não matar” (Ex 20, 13 e Dt 5,17), não existe um mandato específico de “Não abortar”. Isso se dá pela clara razão de que para as culturas hebraica e cristã primitiva (do tempo dos hagiógrafos) o aborto era algo impensável. Como diz Grisez – em um povo que considerava a vida como um valor paradigmático a todos os demais valores (…) considerada como um dom de Deus, que via os filhos como uma bendição e a esterilidade como uma maldição, que aceitava a noção do poder criador de Deus já no seio materno e que podia crer em uma relação pessoal entre Deus e a criança ainda não nascida (…) a prática do aborto provocado encontraria bem pouca acolhida. Por isso o silêncio do Antigo Testamento sobre o aborto provocado indica que uma legislação sobre o tema seria inútil e não que se aprovava tacitamente o aborto.

O problema surge logo após o cristianismo cruzar as fronteiras de Israel, pois para a cultura greco-românica, o aborto provocado era uma prática habitual[2]. A posição contrária ao aborto é imediatamente tomada assim que se entra em contato com o novo problema. Um exemplo claro disso é a Didaché – composta antes do final do primeiro século – que coloca o aborto como um dos pecados que afasta do caminho da vida[3], referindo-o também como parte do caminho da morte: Perseguidores dos bons (…) matam os filhos e fazem perecer com o aborto a uma criatura de Deus[4].

Após a Didaché se dá uma linha continua de testemunhos inequívocos dos Padres da Igreja e dos escritores eclesiásticos – de oriente e ocidente – sem nenhuma voz discordante, incluindo diversos argumentos. Tetuliano, Santo Agostinho[5] e Cesário de Arles são os autores deste período que possuem mais intervenções em relação ao aborto. Apenas como exemplo podemos citar essa passagem de Agostinho: Às vezes, chega a tanto esta libidinosa crueldade, ou melhor, libido cruel, que empregam drogas esterilizantes, e, se estas resultam ineficazes, matam no seio materno o feto concebido e o jogam fora, preferindo que sua prole se desvaneça antes de ter vida, ou, se já vivia no útero , matá-la antes que nasça. Repito: se ambos são assim, não são conjugues, e se tiveram esta intenção desde o princípio, não celebraram o matrimônio, mas apenas pactuaram um concubinato[6].

Aqui cabe ressaltar, porque também o faz o artigo da revista a que nos referimos, a dúvida de Santo Agostinho e de outros teólogos – dentre eles Santo Tomás – sobre o início da vida. É verdade que pela tradução grega da Bíblia foi criada uma distinção entre “feto formado” e “feto não formado” (distinção derivada do pensamento grego e não existente no texto hebraico original de Ex 21, 22-23). Porém, ainda que estes teólogos – pelas poucas ferramentas científicas que possuíam – tivessem realmente tal dúvida, jamais defenderam que o aborto seria lícito. Pelo contrário, Santo Agostinho afirma que ainda que não estivessem formados (segundo a sua concepção) mereciam todo o respeito de uma vida humana por aquilo que chegariam a ser.

Se na teologia houve dúvidas em relação ao início da vida, o Magistério da Igreja, ainda sem entrar nessa questão específica durante os primeiros séculos, sempre condena claramente o aborto. Nos primeiros séculos, pela evidência do crime cometido, não existem textos doutrinais do Magistério, porém existem penas concretas – sanções canônicas – que demonstram a gravidade do pecado. Os primeiros documentos em relação a isso são os Concílios de Elvira (305) e de Ancira (314). Este último excluía da comunhão, por toda a vida, à mulher que realizasse um aborto e estabelecia uma penitência de dez anos para que pudesse voltar à comunidade eclesial (ainda sem poder comungar). Essas penas eram locais e variavam de tempo de um país para outro – porém, de modo ininterrupto e universal, o aborto sempre foi colocado entre os pecados mais graves e, consequentemente, mais severamente punidos.

Para ilustrar ainda mais – em referência ao tema histórico e esclarecendo também a polêmica teológica sobre o começo da vida – cito o número 7 da Declaração sobre o aborto provocado da Congregação para a Doutrina da Fé (1974): “É certo que, na altura da Idade Média em que era opinião geral não estar a alma espiritual presente no corpo senão passadas as primeiras semanas, se fazia uma distinção quanto à espécie do pecado e à gravidade das sanções penais (…) Mas, jamais se negou, mesmo então, que o aborto provocado, mesmo nos primeiros dias da concepção fosse objetivamente falta grave. Uma tal condenação foi de fato unânime. De entre os muitos documentos, bastará recordar apenas alguns. Assim: o primeiro Concílio de Mogúncia, em 847, confirma as penas estabelecidas por Concílios precedentes contra o aborto; e determina que seja imposta a penitência mais rigorosa às mulheres ‘que matarem as suas crianças ou que provocarem a eliminação do fruto concebido no próprio seio.’ O Decreto de Graciano refere estas palavras do Papa Estêvão V: ‘É homicida aquele que fizer perecer, mediante o aborto, o que tinha sido concebido’. Santo Tomás, Doutor comum da Igreja, ensina que o aborto é um pecado grave contrário à lei natural. Nos tempos da Renascença, o Papa Sisto V condena o aborto com a maior severidade. Um século mais tarde, Inocêncio XI reprova as proposições de alguns canonistas ‘laxistas’, que pretendiam desculpar o aborto provocado antes do momento em que certos autores fixavam dar-se a animação espiritual do novo ser. Nos nossos dias, os últimos Pontífices Romanos proclamaram, com a maior clareza, a mesma doutrina. Assim: Pio XI respondeu explicitamente às mais graves objecções; Pio XII excluiu claramente todo e qualquer aborto direto, ou seja, aquele que é intentado como um fim ou como um meio para o fim; João XXIII recordou o ensinamento dos Padres sobre o carácter sagrado da vida, ‘a qual, desde o seu início, exige a ação de Deus criado’. E bem recentemente, ainda, o II Concílio do Vaticano, presidido pelo Santo Padre Paulo VI, condenou muito severamente o aborto: ‘A vida deve ser defendida com extremos cuidados, desde a concepção: o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis’. O mesmo Santo Padre Paulo VI, ao falar, por diversas vezes, deste assunto, não teve receio de declarar que a doutrina da Igreja ‘não mudou; e mais, que ela é imutável’.

Antes de terminar e para completar o pensamento histórico, em contraposição ao artigo sensacionalista da revista Super Interessante, seria oportuno aclarar que o fato de Pio IX, em 1869, ter regulamentado a legislação referente ao aborto – aplicando a pena de excomunhão a quem o realizasse – não significa que o aborto não fosse até então considerado pecado grave (como já foi visto nos parágrafos precedentes). Não se tratava de um acordo político com Napoleão III, mas de uma reação clara frente à secularização do direito penal – desde 1787, partindo da Áustria, começam a retirar as penas mais duras aplicadas às pessoas que realizavam o aborto. Além disso, como a publicação desta pena foi feita em Acta Apostolicae Sedis, pode ser considerada como uma das medidas mais claras que existiam, pois dito instrumento começou a ser publicado apenas em 1865, ou seja, somente quatro anos de que fosse publicada tal pena.

Em conclusão, podemos notar que a ilicitude do aborto provocado é uma das questões mais claras em toda a história da Igreja e que as tentativas de refutar este ensinamento universal e ininterrompido não são baseadas em argumentos históricos, mas sim ideológicos.


[1] Para um maior aprofundamento sobre o tema em questão, convém consultar uma das obras mais completas neste sentido (cito a obra original, a qual possui traduções a outros idiomas):

G.G. Grisez. Abortion: the myths, the realities, and the arguments. The World Publishing Company: Washington, 1970.

[2] Não é necessário aprofundar neste ponto se consideramos que pelo direito romano quem tinha a pátria potestas possuía direito de decidir sobre a vida inclusive dos filhos já nascidos.

[3] Didaché II, 2 – não farás morrer a criança com o aborto, nem a matará depois de nascida.

[4] Ibid. V, 2.

[5] Santo Agostinho faz referencia ao tema nas obras De nuptiis et concupiscentia, De bono coniugali, Quaestiones in Heptateuchum, Enchiridion ad Laurentium de fide, spe et caritate e De civitate Dei.

[6] De nuptiis et concupiscentia. Livro 1, Capítulo 15)

Militares venezolanos se preparan para tomar el poder ante inminente muerte de Chávez

 

RADIO FANTA FE

abril 13, 2012 11:36 am

El ex secretario de Estados Unidos ante la Organización de Estados Americanos (OEA), Roger Noriega, afirmó que militares venezolanos se están preparando para tomar el poder ante la inminente muerte del presidente Hugo Chávez.

El ex diplomático advirtió que los militares involucrados en el plan, todos los cuales son acusados por la justicia de los Estados Unidos de tener vínculos con el narcotráfico, son “hombres despiadados” que “nunca entregarán el poder y la impunidad que éste les garantiza”.

En una columna de opinión en el Nuevo Herald de Miami, Noriega señaló que “estos militares vinculados al régimen, alarmados por el acelerado debilitamiento físico del presidente Chávez, han desarrollado un plan de emergencia –que involucra la suspensión de los derechos constitucionales– a ser ejecutado ante cualquier señal de agitación política.

Roger Noriega afirmó que a su entender, la muerte inminente de Chávez podría colocar a Venezuela en el sendero del colapso social y político y añadió que la cúpula militar instalada por Chávez en enero ya se está comportando como un régimen de facto determinado en preservar el poder a toda costa”.

Noriega, quien también fue subsecretario de asuntos hemisféricos del Departamento de Estado, citando fuentes facultativas cercanas a Chávez, dijo que el equipo médico del mandatario sólo ha estado tratando sus síntomas, haciendo énfasis en tratar de estabilizar al paciente y suministrándole dosis de radioterapia y quimioterapia de último recurso.

Señalo que Chávez, quien a lo largo de los últimos 10 meses ha tratado de ocultar que está perdiendo la batalla contra el cáncer, reveló –quizás inadvertidamente– la gravedad de la situación al orar por un milagro ante las cámaras de televisión durante una misa realizada en Semana Santa.

Según Noriega, la angustia y la desesperación expresada por Chávez durante el evento sorprendieron a su círculo íntimo, hasta el extremo de que algunos llegaron a cuestionar su salud mental, y llevó a los militares a acelerar la elaboración del Plan B, señaló.

En su columna, el diplomático aseveró que los lugartenientes y los aliados extranjeros de Chávez ya se están comportando como si “ya estuviese muerto”, tomando medidas para consolidar el poder y trazando planes para conformar “una junta revolucionaria” que tomaría “medidas represivas” para contener conatos de descontento.

Aseguró que estos esfuerzos estarían siendo liderados por Diosdado Cabello, un hábil operador político, designado por Chávez para llevar las riendas de la Asamblea Nacional y el partido de gobierno.

“El nombramiento de Cabello estaba destinado a tranquilizar a un grupo poderoso de narcomilitares: el general Rangel Silva; el general Clíver Alcalá, jefe de inteligencia; el general retirado Hugo Carvajal y media docena de altos oficiales que han sido clasificados como ‘capos de la droga’ por el gobierno de Estados Unidos”, puntualizó Noriega.

O DESCENSO DA NOVA REPUBLICA

 

NIVALDO CORDEIRO

29/03/2012

O artigo de Marco Antônio Villa publicado hoje na Folha de São Paulo (“O assunto é democracia brasileira”) está muito bom, por recordar os fatos políticos da nossa história recente, embora eu tenha severas objeções a alguns pontos de vista nele contidos. O prólogo do artigo não poderia ser mais sombrio: “Fracassamos. Há despolitização, corrupção nos três Poderes e oligarcas como Sarney. A Nova República fez aniversário, ninguém lembrou. Havia motivo?”

Recordemos que a chamada Nova República levou ao poder “tudo isso que está aí”,Fernando Henrique Cardoso, Lula e tutti quanti. Ela representou um mergulho em uma forma degenerada de democracia, movida a ódios e a maus instintos, com propósitos nitidamente revolucionários. Estamos vendo que décadas depois ainda temos comissões de verdade sendo formadas para a vingança dos vencidos pelas armas. Vemos também que os tentáculos externos dos guerrilheiros na OEA fazem reboliço com fatos antigos, como foi noticiado hoje o caso do Herzog, como se esses colegiados tivessem jurisdição sobre o Brasil.

Mas tem coisas piores, quando comparamos a Nova República com o regime militar. A corrupção é fato maiúsculo hoje em dia, que degenerou em todos os órgãos públicos. A propina sofreu franco processo de metástase e se “democratizou”. Qualquer barnabé agora se sente à vontade para achacar o distinto público. Desafio aqui quem possa proclamar que não pagou algum tipo de propina, que não paga. E não venham me falar de corruptores, porque não é o caso. É puro e simples achaque o que acontece e quem se recusa a pagar simplesmente tem a sua vida prática prejudicada.

No regime militar havia um elemento aristocrático, típico da hierarquia castrense, que dava à autoridade pública um senso de honra, que foi perdido. Um ministro daqueles tempos jamais diria que “fomos além do limite da irresponsabilidade”. Havia pudor e senso se dever.

Marco Antonio Villa pecou por malhar os oligarcas como Sarney, como se estes fossem os responsáveis maiores pela oclocracia instalada. É claro que eles também são responsáveis, na medida em que se tornaram sócios minoritários dos novos governantes e não serviram de anteparo em defesa da Nação. Mas é preciso dizer que os responsáveis maiores foram os agentes gramscianos, como Fernando Henrique Cardoso, que laboraram noite e dia para elevar a tributação e o arbítrio do Estado sobre a vida privada dos cidadãos. E para puxar para si o monopólio do poder de Estado.

Em defesa dos oligarcas é bom que se diga que são a única força que tem segurado o assalto final dos revolucionários ao poder total. Lembremos que foram eles que derrotaram a CPMF e impediram o terceiro mandato de Lula, que seria o ensaio no rumo do totalitarismo. Basta ver o que tem havido no Senado Federal: nas coisas capitais o PT ter perdido todas, fato que tem levado aquele partido a cogitar até na descuntinuidade do Senado.

É preciso responsabilizar os reais autores pela oclocracia instalada. A imprensa, infiltrada de agentes gramscianos, a classe letrada como um todo, especialmente as que compõem as universidades, e o acovardamento das lideranças empresariais, que mais e mais se tornaram clientes do poder de Estado. E os partidos políticos, todos eles socialistas em diferentes graus. Só por um milagre o totalitarismo aberto não tomou conta do país. E também é preciso responsabilizarr as novas gerações de comandantes militares, que fecharam os olhos às malfeitorias dos novos governantes. Omitiram-se.

O articulista esqueceu-se de ver que a grande tragédia do Brasil foi a vitória esmagadora da revolução gramsciana, que destruiu todas as forças da direita. A oligarquia que persistiu faz “oposição de resultados”, sempre na defensiva e sem respaldo na opinião pública qualificada. Reconstruir uma verdadeira força de oposição, fundada nas universidades e nas Igrejas, com presença marcante nos órgãos de imprensa, é o passo a ser feito imediatamente, sob pena de não haver mais tempo para resistir ao totalitarismo da democracia degenerada.

Marco Antonio Villa tem o mérito grande de levantar a questão e não deixar que o silêncio imperasse nessa ação insidiosa das forças deletérias. Infelizmente, sua crítica está incompleta, por não responsabilizar os autores da degeneração moral e política do Brasil.

Dirceu está hoje empenhado em contaminar, com a sua biografia pessoal, o governo Dilma, e Lula quer deixá-lo do tamanho do seu ódio. E uma exortação a Lewandowski

 

REINALDO AZEVEDO

13/04/2012 às 5:51

 

O lobo troca de pelo, mas não de vício. José Dirceu já mudou de cara, mas não de espírito. Quando na oposição, tentava inviabilizar governos eleitos democraticamente. Quando no governo, tentou — e tenta ainda — inviabilizar a democracia. Sob sua inspiração e com o apoio de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, a Executiva Nacional do PT aprovou ontem um documento em que acusa a associação de setores da imprensa com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e pede “marco regulatório” para a mídia — entenda-se: censura à imprensa.

Eles nunca desistiram desse propósito. A ameaça estava no Plano Nacional dos Direitos Humanos e jamais deixou de frequentar as ilusões dos petistas. Repudiada pela sociedade, a proposta é agora ressuscitada, com o apoio de Lula, o frenético trabalho daquele que o Procurador Geral da República chama “chefe de quadrilha” e a propaganda da rede na Internet financiada com dinheiro público. É a formação de quadrilha contra a liberdade de imprensa.

Podem espernear à vontade. Não deixaremos que cobrem propina por aquilo que a Constituição nos dá de graça: a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a liberdade de informação. De graça hoje! Mas essas conquistas custaram o esforço de gerações de brasileiros que lutaram pela democracia. Não é o caso de Dirceu! Não é o caso de alguns de seus companheiros. Sonhavam e sonham com a ditadura do partido único, com um país tutelado pelos companheiros, com um regime infenso aos controles que só a democracia proporciona, com uma Justiça independente e uma imprensa vigilante.

Pouco antes de deixar o poder, Lula anunciou que se dedicaria à tarefa de demonstrar que o mensalão tinha sido uma invenção da oposição para desestabilizar o seu governo — a velha tese do “golpe”, criada por intelectuais do PT, vigaristas em essência. Intelectual da academia que tem partido é como juiz de futebol que torce por um dos times em jogo; é um farsante. Adiante. Eis aí. O caso Cachoeira, tudo indica, estava sendo gestado de longa data — tanto é assim que o senador Demóstenes Torres vinha sendo monitorado havia muito tempo. Mas eis que surge um bom momento para detonar a crise.

Ocorre que ela pega em cheio algumas figuras graúdas do PT, como o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz — já defendido por Dirceu do modo como Dirceu sabe defender as suas causas: com unhas e dentes. Tenho pra mim que, a esta altura, Lula está disposto, se preciso, a entregar Agnelo na bandeja se achar que pode ganhar a guerra da opinião pública e fazer com que se volte contra o que resta de oposição no país. É parte, em suma, do trabalho de construção do Partido Único. Se tiver que ceder um peão, para usar a linguagem do Apedeuta (e de Hitler… Que coincidência!), tudo bem!

Na guerra suja, vale tudo. Não é por acaso que um dos alvos seja a imprensa. Não chega nem sequer a ser original. Neste momento, estão empenhados nessa mesma luta os governos da Venezuela, do Equador, da Bolívia, da Argentina, da Nicarágua… Todos eles, com mais ou menos ênfase orbitando em torno dos mesmos valores, cuja síntese pode ser esta: em vez de uma sociedade que controle o estado, como é próprio das democracias, um estado que controle a sociedade, como é próprio das ditaduras.

Mas, afinal de contas, o que quer essa gente? É simples! Roubar dinheiro público sem ser incomodada por ninguém. E só me resta assegurar: continuarão a ser incomodados enquanto o Brasil for uma democracia!

Foi Roberto Jefferson, então uma das cabeças coroadas da base governista, quem denunciou o mensalão, em junho de 2005. A partir de algumas informações que ele forneceu em entrevista à Folha, a imprensa deu início a um trabalho de investigação, também empreendido pela ala honesta da CPI. O que se revelou foi a maior teia criminosa jamais montada no país para assaltar os cofres, mas também, atenção!, para fraudar os fundamentos do estado de direito. Nem o dinheiro que pagou o marqueteiro de Lula era limpo, é bom lembrar!

Esses patriotas não se conformam que suas tramoias para fabricar dossiês sejam denunciadas; que o bunker montado por Erenice Guerra na Casa Civil tenha sido violado; que as consultorias de Antonio Palocci tenham sido trazidas à luz; que a roubalheira no Ministério dos Transportes tenha sido evidenciada; que as lambanças no Ministério do Esporte tenham sido detalhadas; que a rataiada entocada no Ministério da Agricultura tenha sido encontrada; que os descalabros no Ministério do Trabalho tenham sido escancarados; que a governo paralelo do “chefe de quadrilha” que se esgueira em hotéis, numa espécie de exploração do lenocínio político, tenha sido desmascarado.

Imaginem quanto dinheiro público a imprensa ajudou a preservar da fúria desses rapaces rapazes… O jornalismo independente prejudica seus negócios, cria óbices a suas vigarices, obriga-os a ter cuidados redobrados, deixa-os tensos! É preciso pôr um freio na liberdade de imprensa para que os larápios possam, então, roubar sem freios.

O “paradoxo” da popularidade de Dilma
O PT, é bem verdade, na “hora h”, sempre se junta. É perda de tempo apostar num racha importante do partido enquanto Lula estiver dando as cartas. Mas isso não quer dizer que não exista guerra interna, de posições; isso não quer dizer que os vários grupos abrigados no partido não tenham suas dissensões e não lutem para garantir seu espaço na legenda — e isso significa poder; poder de fato mesmo: grana!

Dilma não governa o país no melhor momento do crescimento econômico. Não se pode dizer, como cochicham os próprios petistas, que seja um governo realizador. Não obstante, a popularidade da presidente está em alta — PARA DESESPERO, ATENTEM PARA ISTO!, DE SETORES DO PRÓPRIO PETISMO, ESPECIALMENTE AQUELES QUE SONHAVAM COM A VOLTA DE LULA. A que se deve? As dificuldades da economia ainda não chegaram na ponta, nos mais pobres, e a presidente soube construir a imagem de austera, de intolerante com a corrupção — que ela chamou de “malfeito”. Já escrevi isto aqui e repito: quem lhe deu essa agenda (afinal, que outra?) foi a grande imprensa, esta que Lula e Dirceu querem censurar.

Tivesse a presidente seguido o conselho do Apedeuta e de alguns setores do PT, teria agasalhado todos os corruptos, acolhido publicamente o “malfeito” (como Lula fazia…) e visto, creio, a sua popularidade em curva descendente. Uma clareza ao menos Dilma sempre teve: ela não é ele. O trabalho da imprensa livre, para melancolia moral (não a do bolso, claro!) do JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista), fez mais bem do que mal à presidente. Ainda que ela reclame, por dever de ofício, da expressão “faxina ética”, sabe que  funcionou como marketing positivo.

Não que fosse este o propósito — porque a imprensa livre não tem propósito nenhum no que concerne à conquista ou manutenção do poder —, mas o fato é que essa imprensa que o PT quer, mais uma vez, censurar ajudou a plasmar a imagem de Dilma Rousseff. Tanto é assim, podem fazer uma pesquisa nos arquivos, que os lulistas foram os primeiros a reclamar da tal “faxina”. Dava a entender, alegavam, que havia sujeira no governo Lula. É mesmo, é?

Seria o ódio do PT o ódio do governo?
O ódio que esses setores do petismo devotam o jornalismo — de que foram as principais fontes quando o partido estava na oposição —, intuo, não é compartilhado pelo governo. Pela simples e óbvia razão, falo com base na lógica elementar, de que não há motivos para isso. Ao contrário: Dilma pode ser politicamente inexperiente, mas não é burra. No geral, as medidas adotadas pelo governo têm encontrado uma recepção positiva na imprensa.

Dirceu e sua turma não se conformam com isso. O “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) luta bravamente para sujar, com a sua biografia pessoal, o governo Dilma. É ele quem está em guerra com a imprensa. Lula, por sua vez, aposta todas as fichas num trabalho de, se me permitem, “inocentação” em massa no STF porque entende que uma condenação será uma mácula em seu governo.

Só por isso assoberbou-se e atropelou as próprias lideranças do governo, num esforço frenético para ver instalada a “CPI do Cachoeira”, com a qual, está certo, vai aniquilar a oposição, manchar a reputação da imprensa e tornar verossímil a mentira de que o mensalão nunca passou de uma tramoia da oposição. Comissões de inquérito costumam parar o Congresso. A realidade política passa a girar em torno de suas descobertas, de depoimentos, dos documentos que sempre acabam vazando, das chantagens trocadas…

Num conto do vigário — até agora ao menos! — a imprensa não caiu, e só por isso Rui Gobbels Falcão resolveu dar o seu grito de guerra: o caso Cachoeira não é um problema só da oposição. Por enquanto, Demóstenes à parte, Agnelo é o homem público que passou o maior vexame: em menos de 24 horas teve de se desmentir. Anteontem, anunciou no Jornal Nacional que jamais estivera com Carlinhos Cachoeira. Ontem, mandou um estafeta dizer que não era bem assim: havia se encontrado uma vez, uma vezinha só! Novas gravações vindas a público trazem membros da gangue do bicheiro tratando abertamente de contribuições ilegais de campanha que teriam sido feitas pela construtora Delta para a campanha de Agnelo.

Dirceu com sua biografia e Lula com seu ódio tentam arrastar o governo Dilma para uma briga na lama. Atenção! Poucas pessoas perceberam que isso a que assistimos é, sim, expressão da luta do PT para a aniquilar as oposições, mas é também um guerra interna. Lula e Dirceu tentam amarrar o governo a suas respectivas agendas — o que é, evidentemente, ruim para ela e bom para eles.

Encerrando com Lewandowski
Acredito haver, sim, motivos suficientes para uma CPI. Só que ela tem a obrigação de apurar o tamanho da rede de influências de Cachoeira no Congresso, no governo federal e em governos estaduais. Dirceu e Lula têm outra intenção: querem um atestado de inocência para os mensaleiros. O que uma coisa tem a ver com outra? Nada!

Quem pode contribuir para diminuir o vale-tudo é o ministro Ricardo Lewandowski, o relator do processo do mensalão. Ninguém hoje em dia vê motivos razoáveis para que ele não entregue o seu trabalho e permita, então, o início do julgamento. Se os juízes entenderem que o “formador de quadrilha” (segundo a PGR) José Dirceu e a sua, bem…, quadrilha são inocentes, muito bem! Se avaliarem que são culpados, que cumpram a pena que for estabelecida.

O esforço de defesa de José Dirceu não pode parar o pais nem criar obstáculos à punição de outros larápios.

O PT quer o controle da mídia porque quer controlar a sociedade. Chegou a hora de pôr esses aloprados sob o controle da democracia e do estado de direito.

Como posso encerrar? Assim: NÃO PASSARÃO!!!

Por Reinaldo Azevedo

O ÓDIO DE SAFATLE

 

NIVALDO CORDEIRO

10/04/2012

No habitual programa semanal, gravado no último dia 04 de abril, Olavo de Carvalho argumentou longamente sobre os acontecimentos da agressão aos velhos oficiais do Clube Militar, no Rio de Janeiro, por ocasião da comemoração do 31 de Março. Olavo disse que a decisão de ir à Justiça contra os agressores, em nome do Estatuto do Idoso, não é suficiente, em face dos crimes ali cometidos pelos lacaios a mando dos terroristas aposentados e das suas Ongs assalariadas. O filósofo alertou que não tem havido reação proporcional às agressões que os militares têm sofrido: “Ofendê-los e caluniá-los custa muito barato e dá prêmio”.

Os vencidos acham-se vitoriosos e parece que é necessário vencê-los novamente, agora no plano da propaganda política.

A propaganda dos que pegaram em armas e praticaram o terrorismo parece não cessar nunca. Uma peça indecorosa sobre o tema é o artigo de Vladimir Safatle publicado hoje na Folha de São Paulo (“Honrar o país”). É um requinte de mentira abjeta e de desinformação. Aqueles que mataram inocentes, que tentaram incendiar o Brasil e transformá-lo em uma Cuba tropical são tratados como heróis, quando não passam de traidores da pátria e de criminosos, devidamente vencidos por aqueles que lutaram em nome do povo brasileiro, a Nação em armas, que são as Forças Armadas.

Honrar o país é honrar seus verdadeiros heróis, aqueles que não fugiram à responsabilidade imposta pelos deveres. Vir agora, de novo e de novo, colocar o dedo em riste na cara desses grandes brasileiros é inaceitável para quem tem o mínimo de fibra moral. Não é possível deixar passar em branco essas páginas de propaganda enganosa que buscam desencaminhar a juventude com suas mentiras históricas.

É bom lembrar que os militares brasileiros, que detinham o poder, voluntariamente o devolveram aos civis, não sem antes pôr para correr os traidores da pátria. Em gesto de grandeza instituíram a Lei da Anistia, que a cambada terrorista agora quer anular para tornar réus aqueles generosos combatentes. Não se lembram do mal que praticaram. De tudo fazem peça de propaganda contra os militares vencedores.

Esses que foram agredir os anciãos não honram nada, muito ao contrário do que escreveu a pena alugada de Safatle. Denigrem. Praticam crimes ignominiosos contra velhos combatentes. A ação oprobriosa é elogiada como se fosse o seu contrário. Por mais que Safatle não queira, os derrotados eram terroristas, sim, assassinos frios que não se importavam em derramar o sangue inocente de brasileiros desavisados. Contra isso os nossos valentes militares lutaram e venceram. O resto é mentira, pura propaganda revolucionária. Honro-os!

O que está feito e o que está por se fazer

 

MÍDIA SEM MÁSCARA

ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 12 ABRIL 2012
ARTIGOS - ABORTO

De cada argumentação pretensamente apresentada como científica, o que se ouviu da boca dos doutos ministros do STF foi uma sequência de notáveis inconsistências, verificáveis por qualquer criança atenta.

Prezados leitores,

Venho aqui manifestar a minha comoção com a vigília que todos os cristãos, demais religiosos e mesmo os ateus defensores do princípio absoluto da defesa da vida têm realizado por ocasião do julgamento que está acontecendo no Supremo Tribunal Federal quanto à descriminalização do aborto de fetos anencefálicos.

Desde antes, eu já mantinha a expectativa realista de que o resultado seria uma lavagem em favor dos patrocinadores do aborto de anencéfalos, fato que jamais me demoveu da ideia de continuar a defender a vida com início e fim naturais.

Não me fez resignar e não o fará, porque a guerra mal começou. Se a legalidade do aborto de anencéfalos já é um fato por via de uma usurpadora tendência legiferante por parte do STF, não obstante a flagrante falta de previsão constitucional e legal, ainda temos pela frente a luta pelo impedimento de que em breve o mesmo suceda com o aborto e com a eutanásia, e até com a prostituição e a pedofilia, que vêm vindo a reboque.

Costumo sempre dizer à minha querida filha que, se quiser ter bom aproveitamento escolar, há de estudar diariamente, e não somente por ocasião das vésperas das provas.  Pois, assim mesmo eu digo aos cristãos: há de começarmos a trabalhar diariamente em defesa da vida e da legitimidade cidadã do pensamento religioso.

A verdade é que por mais tuítes e mensagens de toda sorte que tenham recebido os senhores Ministros, nada os faria mudar de convicção em cima da hora, uma vez consolidada a ideia generalizada de que a ciência materialista goza da prerrogativa da razão isenta conquanto o pensamento cristão mantenha-se agrilhoado às trevas dos dogmas e da superstição.

Uma vez afastada a compreensão transcendentalista da vida, esta perde o status de um fim em si, como emanação da graça de Deus, e passa inexoravelmente a ser valorada por sua utilidade. Quando os advogados do aborto falam em viabilidade do feto, o que eles questionam, no fundo, é a utilidade do ser em formação. Na psique destas pessoas, a famosa estátua Vênus de Milo deveria ser destruída ou na melhor das hipóteses, recolhida aos porões do Louvre.

Meus amigos, este articulista é assumidamente cristão, como vocês o sabem muito bem, mas afirma com plena convicção que sua fé não se deriva somente daquele inato sentimento que nos fala do fundo da alma. Pelo contrário, desde há muito tem buscado a racionalidade mais estrita para com ela esteiar suas convicções espirituais.

Uma evidência bastante eloquente é a de que jamais prosperou alguma sociedade ateísta. Na verdade, nem sequer temos notícia de que algum dia tivesse havido algum povo naturalmente ateu. O que sabemos é que no século XX ergueram-se alguns estados ateus, mas que não são nada abonadores seus respectivos legados, de dezenas de milhões de cadáveres.

Outra evidência bastante criteriosa é a do “princípio da ordem”, tal como apresentada pelo Dr. Thomas Woods Jr., segundo o qual presumimos a atuação de um princípio inteligente em toda a constituição do universo, que opera segundo magníficas e complexas leis, empiricamente verificáveis. Ora, será isto mais dogmático e supersticioso do que acreditar na “teoria do acaso”, tal como admitida pelos cientificistas, que têm por certo que a vida originou-se de uma ocasional e originalíssima colisão de átomos? Em outras palavras: será racional de minha parte que após alguns trilhões de tentativas de lançar um par de dados eu consiga uma sequência de cem duplos-seis e depois disso eu venha a esperar com acadêmica certeza que nas jogadas seguintes eu consiga manter indefinidamente o resultado de duplos-seis, tal como nos perpetuamos pela reprodução?

De cada argumentação pretensamente apresentada como científica, o que se ouviu da boca dos doutos ministros do STF foi uma sequência de notáveis inconsistências, verificáveis por qualquer criança atenta. Por exemplo, como pode alguém afirmar que um ser vivo já está morto?

Mas as contradições não pararam por aí. Apresentou-se o relato de uma mãe torturada de sofrimento pelo fato de manter em seu ventre um filho anencéfalo. De forma alguma vou menosprezar a dor daquela senhora, mas aqui ouso evidenciar que alguns membros do STF podem ter se deixado levar pela emoção em detrimento da razão, por mais científicos que alegam ter sido os seus argumentos. Porque, oras, não sofre também a mãe de uma criança em tenrinha idade que sofra de algum fatídico mal?

Especialmente aos católicos, eu digo: não há como passarmos ao combate nas trincheiras seguintes, isto é, contra a legalização do aborto, da eutanásia, e decerto, da prostituição e da pedofilia, se em suas próprias instalações a Igreja mantém notórios militantes destas causas, como é o caso de Leonardo Sakamoto, e sejamos justos, muitos mais do que somente ele, como por exemplo, Ana Maria da Conceição Veloso, que é professora de jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco e é associada ao centro Dom Helder Câmara.

Mesmo o aborto de anencéfalos ainda pode ser evitado, se cercarmos os pais e as mães com muito carinho e levarmos a eles a compreensão de que assistir à morte natural de seus queridos filhinhos é menos atroz e menos torturante do que o covarde assassínio.

O modelo brasileiro de Obama

 

MÍDIA SEM MÁSCARA

ESCRITO POR THE WASHINGTON TIMES | 12 ABRIL 2012
ARTIGOS - GOVERNO DO PT

kamaradadilma

Brasil fiasco: editorial do The Washington Times expõe os fracassos da gestão de Dilma Rousseff, seu passado vergonhoso de terrorista, seu antiamericanismo pueril e ressentido, bem como seu alinhamento com figuras como Fidel Castro, Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad.

O presidente Obama recebeu a presidente Dilma Rousseff na casa Branca na última segunda-feira. Uma reportagem publicada antes do encontro dos presidentes fez a seguinte pergunta: “O que poderia Obama aprender da presidente Dilma?” A resposta otimista era: espera-se que não muito. Essa relação não é do interesse dos EUA.

Dilma é um exemplar da esquerda linha dura antiamericana que está unindo os países em desenvolvimento para cercear o poder dos EUA. Um dos principais objetivos da missão da presidente a Washington é a de ganhar o apoio de Obama para a ambição de Brasília de adquirir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O apoio americano para esse esquema seria autodestrutivo, uma vez que o Brasil seria seguramente um voto contra os interesses americanos na ONU. Dilma Rousseff, ex-guerrilheira comunista, é uma firme defensora de ditaduras antiamericanas como a dos Castros em Cuba e a de Hugo Chavez na Venezuela. Ela apoiou os esforços dos mulás iranianos em adquirir capacidade nuclear ao mesmo tempo em que lidera um clube de nações que fazem pressão pelo desarmamento nuclear americano. Se o mundo fosse dividido entre os que estão conosco e os que estão contra nós, Dilma estaria do lado errado.

Obama também não tem nada a aprender do Brasil no campo econômico. Antes de Dilma assumir o poder no ano passado, o gigante país sul-americano parecia finalmente escalar para a sociedade dos países sérios. Lula, antecessor de Dilma, embora também fosse tradicionalmente um esquerdista, deu grandes passos no sentido de aprimorar o clima empresarial do Brasil e o prestígio entre os investidores, modernizando a infraestrutura, trabalhando em conjunto com organizações não governamentais e seguindo uma agenda econômica pró-crescimento moderada. A percepção de progresso ajudou o Brasil a ganhar a sede das Olimpíadas de 2016 e da Copa do Mundo de 2014, uma conquista suprema para uma população apaixonada por futebol.

Mas Dilma Rousseff reverteu completamente a política fiscal, criando restrições aos mercados, impondo consideravelmente mais burocracia e aumentando os gastos do governo. Assim como Obama nos EUA, o resultado tem sido um drástico declínio econômico. Durante o auge da administração de Lula, a confiança no comando do Brasil gerou previsões de crescimento econômico de longo prazo de 5% para cima. Mas sob a nova direção estatista da coalizão do governo liderada pelo PT, a economia fracassou, com um crescimento do PIB em 2011 de 2,7%, o menor da América do Sul.

Os prejuízos sofridos pelo país são de interesse dos americanos porque a opressão de Brasília sobre seu povo e sua economia serve como um alerta para a ameaça que um poder estatal desenfreado impõe sobre a democracia. O aumento da perseguição sobre o grupo conservador Tradição, Família e Propriedade (TFP) expõe os perigos da dissidência em um mundo que está rapidamente se secularizando. Fundada em 1960 para combater o comunismo e promover valores familiares, o TFP, que é bem conhecido em círculos de Washington por sua ativa filial nos EUA, é o principal oponente no Brasil das prioridades esquerdistas como aborto, a censura e as regulamentações que inibem os direitos de propriedade privada. Por se colocar no caminho do Grande Irmão, o governo foi atrás do TFP. Recentemente o Superior Tribunal de Justiça, um dos tribunais mais importantes do país, julgou em favor de um grupo dissidente, os Arautos do Evangelho. A decisão, que aconteceu sob grande pressão de autoridades da Igreja, incluindo um representante diplomático do Vaticano, está efetivamente amordaçando o TFP ao distribuir seus recursos entre dissidentes esquerdistas.

Essa história é importante porque o Brasil é agora a sexta maior economia do mundo e líder de uma coalizão de estados de segundo nível que busca vingança contra o que entendem como anos de imperialismo do “primeiro mundo” ocidental. A narrativa reflete visão espasmódica de “culpar primeiro os americanos” do presidente Obama. Brasília também mostra como as burocracias esquerdistas se movem para reprimir a dissidência por meio da censura e do confisco de bens ao deparar com a oposição pública. A confabulação desta semana entre Obama e Dilma foi mais para uma sessão de fotos entre dois esquerdistas que cochicham sobre como o mundo poderia ser se eles tivessem mais poder. É sobre o que já está acontecendo com o mundo.

Tradução: Luis Gustavo Gentil

Editorial do The Washington Times: Obama’s Brazilian model

www.juliosevero.com

Os fundamentalistas do Palácio

 

MÍDIA SEM MÁSCARA

ESCRITO POR MÁRCIO LUÍS CHILA FREYESLEBEN | 13 ABRIL 2012
ARTIGOS - ABORTO

Se nem a presença de uma menina anencéfala de dois anos de idade, levada pela mãe diante dos olhos dos Ministros do Supremo, foi suficiente para demonstrar a inconsistência de tudo que ali se afirmava, então definitivamente aquela corte é um hospício.

Eric Voegelin chama de fundamentalista a pessoa que acredita em frases independentemente de seu significado. Quem acompanhou o debate no Supremo Tribunal Federal a respeito do aborto de bebês anencéfalos assistiu a um verdadeiro conclave de fundamentalistas. Era visível – irritante, eu diria – o esforço para criar uma realidade jurídica que, à evidência, era ficta, ou, valendo-me de outra expressão de Eric Voeglin, era uma “segunda realidade” (um “mundo como ideia”, diria o poeta Bruno Tolentino).

Tome-se a palavra feto, por exemplo. No vocabulário dos fundamentalistas do Palácio, essa palavra designa algo que se desenvolve no ventre de uma mulher e que, a depender da lúcida compreensão de conspícuos magistrados, será chamado de “pessoa” quando vier à luz, especialmente se o for de modo saudável. Nessa perspectiva, a palavra aborto ganha especial significado no vocabulário fundamentalista. A interrupção da gestação de um feto, que, por qualquer razão, os fundamentalistas do Palácio consideram não merecer a designação de pessoa, chama-se “antecipação terapêutica do parto”. Sobre o ser pessoa, então, os fundamentalistas dispõem de um arsenal de definições, todas muito bem exemplificadas do ponto de vista do direito patrimonial; sempre, porém, com aquela ressalva expressa de que o nascituro, para ser pessoa, precisa vir à luz com “vida”: precisa deixar de ser alguma coisa no ventre da mãe.

Mas nem só de desconstruir o sentido das palavras vivem os fundamentalistas do Palácio. Eles cultivam, com igual afã, a nobre arte de esvaziar o sentido das palavras, relativizando-as a ponto de já não significarem nada; ali permanecem moribundas, um flatus vocis. Refiro-me, especialmente, ao vocábulo composto “ser humano”, praticamente caído em desuso, feito arcaísmo. Modernamente, o vocábulo correto seria pessoa, ou seja, coisa que, saída do útero de mulher de modo saudável, tornou-se “alguém”.

E nem se diga sobre o destino de palavras como “fé”, “Deus”, “Cristo”, “caridade”, “vida”... Ah, sim!, os fundamentalistas são kantianos: de um lado a razão (a ciência, o racional, a objetividade), de outro a fé (a superstição, o irracional, o puramente subjetivo). Não é preciso dizer que, nesse particular, o argumento dos fundamentalistas beira ao deboche: “O Estado é laico!”, bradou aquele relator de pronúncia amaneirada. Por Deus! Do que esse homem estava falando? Quem é esse Estado que é laico? Quem é esse Estado senão o conjunto de seres humanos nascidos de mulher, feitos à imagem do Criador? Que é a vida humana senão o sopro do Criador?

O sopro do Criador é a centelha divina sem a qual somos apenas pó, sopro esse que se renova todas as vezes que o milagre da vida acontece, exatamente no instante em que, no ventre da mulher, o espermatozoide fecunda o óvulo. Isso é a realidade. Isso era o único fato objetivo sobre o qual deveriam decidir, mas que os fundamentalistas, porque habitam uma segunda realidade, desprezaram: os fundamentalistas são cegos por opção.

E quando o debate público já não encontra fundamento na realidade, quando a discussão não passa de mero produto verbal sem contato com o chão duro da experiência concreta, entramos no reino da loucura, onde tudo conta, menos o real. Se nem a presença de uma menina anencéfala de dois anos de idade, levada pela mãe diante dos olhos dos Ministros do Supremo, foi suficiente para demonstrar a inconsistência de tudo que ali se afirmava, então definitivamente aquela corte é um hospício.


Márcio Luís Chila Freyesleben
é procurador de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais.

STF aprova aborto de anencéfalo; Pr. Silas Malafaia comenta

 

VERDADE GOSPEL

13/04/12 - 03:16

Por 8 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu autorizar a mulher a interromper a gravidez em casos de fetos anencéfalos, sem que a prática configure aborto criminoso. Durante dois dias de julgamento, a maioria dos ministros do STF considerou procedente ação movida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que tramita na Corte desde 2004.

Pr. Silas Malafaia comenta:

O meu comentário terá viés teológico, científico e jurídico. Teologicamente falando, a Bíblia, que é o livro de regra e fé do cristão, não abre mão nem no antigo, nem no novo testamento, para nenhum tipo de aborto. A Bíblia trata o feto como uma pessoa. Deus se fez homem na concepção (Lucas 1:31). O Salmo 139 mostra, de maneira espetacular, que antes da concepção Deus já tinha anotado tudo em seu livro, antes da existência de qualquer parte do nosso corpo (versículo 16b). Deus participou no ato da concepção (versículo 13); Deus me viu na fase embrionária (versículo 16a); Deus participou de todo o desenvolvimento da vida fetal. Dar a vida e tirá-la pertence a soberania de Deus. E como já falamos, todo indivíduo nasce para morrer, seja a um segundo após o parto ou com noventa anos de idade.

Na questão científica, o que precisamos entender é que o bebê no ventre da mãe é um ser independente, está em simbiose com a mãe por questões de nutrientes para o seu desenvolvimento. Na gestação o agente passivo é a mãe, o ativo é o bebê que está dentro dela. É ele que faz cessar os ciclos da mãe, que regula o líquido amniótico, em ultima instância determina a hora de vir ao mundo e está protegido por uma capsula para não ser expulso como corpo estranho. Por outro lado, na análise científica, o que ninguém quer ver e saber – porque isto faz parte de um jogo para aprovar qualquer tipo de aborto no futuro – é que o sofrimento da mulher que carrega por nove meses um bebê anencéfalo não dá para se comparar com o trauma pós aborto que essas mulheres carregam. Podem marcar toda a sua vida por questões gravíssimas na área psicológica e emocional.

Incentivo você a ler a matéria da psicóloga Marisa Lobo aqui no Verdade Gospel.

O sofrimento de uma mulher que dá a luz a uma criança anencéfala pode ser, no máximo, nove meses. Mas o sofrimento de uma mulher que faz qualquer tipo de aborto, pode ser por toda a vida.

Na questão jurídica, aborto no Brasil é crime. Jamais o STF poderia aprová-lo. É o congresso nacional que tem autoridade para legislar. Por fim, na China já se faz aborto para bebês com Síndrome de Down e uma campanha surda para abortar meninas. Daqui a pouco vamos fazer seleção de raça e abortar bebês com qualquer tipo de defeito. Como disse, o espírito de Hitler está no mundo da pós-modernidade. O ser humano está sendo coisificado. É uma “coisa” como qualquer outra coisa que possa ser descartada. Assista o vídeo do voto contrário do presidente do STF , ministro Cezar Peluso. Simplesmente irretocável e sensacional. Convido você também a ler os artigos de Reinaldo Azevedo (colunista do site da Veja) sobre o assunto. É uma paulada nos que defendem o aborto.

Vídeo:: O emocionante discurso de Cezar Peluso

 

DOMINUS VOBISCUM

13042012

Quem dera se cada vez que este belíssimo discursos valesse por mais votos. Infelizmente não. Porém assistir este vídeo novamente ao menos causa um alento: Existe vida acéfala pelas bandas de Brasília. O presidente do STF Cezar Peluso vai se aposentar em breve. Rezemos para que o seu sucessor siga suas convicções. Mas como a indicação vem do Governo Dilma, creio que isso será muito difícil!

O ministro foi o último a votar.  Porém seu discurso foi firme e lindo ao mesmo tempo. Segundo ele:

“O procedimento é cruel e comparável ao racismo. Todos esses casos retratam a absurda defesa da superioridade de alguns, de raça branca, ariana sobre outros, negros, judeus… Encena-se a atuação avassaladora do ser poderoso e superior e detentor de toda a força infringe a pena de morte ao incapaz de pressentir a agressão e de esboçar qualquer defesa.”  (Cezar Peluso, presidente do STF)

Ao Rodrigo Constaino, Rodrigo Constantino

 

O nosso “querido” Rodrigo Constantino escreveu um artigo de nome “Aos carolas, Nietzsche” , em http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2012/04/aos-carolas-nietzsche.html.

Para a gente entender bem a criatura, ninguém melhor que o próprio, tudo no mesmo artigo para a gente não ter que procurar muito, sabe?

Vejam este trecho:

“…Aqui não tenho como discordar de Nietszche! Vejo esta vaidade estampada em cada rosto daqueles que se julgam acima dos demais, que embarcam nesta cruzada moral para se sentirem melhores que os outros, monopolizando as "virtudes"…

Daí ele, nos comentários, manda esta:

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Viram bem que ele acredita estar acima do PT e dos “olavetes”, para se sentir melhor que estes, como ele explica. Então, um destes olavetes – eu mesmo - pego o programa do professor Olavo de Carvalho que, logo de cara, classifica muito bem nosso RC. Certo, o professor está falando do outro “constantinete”, de outra criatura como nosso “querido”, mas lendo o artigo do cidadão a gente vê claramente que basta trocar os nomes. Depois o professor o cita, inclusive, sugerindo que sua obra deveria ser vendida impressa em outro tipo de papel.

Ouçam aí

Ajuda Europeia de Desenvolvimento e o Financiamento de Abortos

 

C-FAM

Apr 13, 2012

Stefano Gennarini, J.D.

NOVA IORQUE, 13 de abril (C-FAM) A Comissão Europeia está usando verbas de desenvolvimento para pagar abortos em países que restringem o procedimento e financiando os dois maiores fornecedores de aborto do mundo, a Federação Internacional de Planejamento Familiar e Marie Stopes International, de acordo com um recente relatório da organização European Dignity Watch.

O relatório The Funding of Abortion through EU Development Aid (O Financiamento do Aborto por meio da Assistência de Desenvolvimento Vindo da Europa) revela que Marie Stopes International recebeu mais de 30 milhões de dólares da União Europeia. A Coalizão de Suprimentos de Saúde Reprodutiva, uma parceria global de elevado nível que inclui o FNUAP e fornece kits de aborto para os países em desenvolvimento, recebeu cerca de 32 milhões de dólares durante um período de 30 meses que terminou em junho de 2011.

O relatório revela que dinheiro da UE foi gasto para financiar abortos em países em desenvolvimento com estritas leis de aborto por meio de orçamentos de Saúde Pública e Ajuda de Desenvolvimento da UE para projetos relacionados à “saúde sexual e reprodutiva”. Mas European Dignity Watch (EDW) diz que o “termo ‘saúde sexual e reprodutiva’, conforme a UE o define, exclui explicitamente o aborto”.

A Federação Internacional de Planejamento Familiar e Marie Stopes International pediram e receberam projetos de financiamento que incluíam “aborto seguro”, “contracepção de emergência”, “treinamento em aspiração manual a vácuo” e “regulação menstrual” para confessadamente burlar restrições legais com relação ao aborto em países como Bangladesh, Bolívia, Guatemala e Peru.

O termo “regulação menstrual”, explica o relatório, é um termo menos explícito para abortos cirúrgicos. A Federação Internacional de Planejamento Familiar o descreve como o processo de esvaziar o útero por meio de sucção muito forte criada por um aspirador manual a vácuo. O aparelho é introduzido no colo do útero dilatado de uma mulher que “suspeita” estar grávida ao invés da mulher que “sabe” que está grávida. Depois do procedimento, é impossível dizer se uma mulher estava grávida, a menos que o tecido extraído, que pode incluir um embrião implantado, seja examinado microscopicamente.

O relatório denuncia a Comissão Europeia, que administra o orçamento da União Europeia, por agir ilegalmente. O relatório afirma que a Comissão não tem autoridade para financiar abortos por causa da autoridade limitada da Comissão, as próprias declarações da Comissão e a necessidade de consenso para agir com relação à política externa. Cada país membro da UE tem um assento na Comissão e vários países da UE têm leis estritas de aborto.

European Dignity Watch baseou o relatório em revelações de um pedido de documento para todos os jornais e correspondência entre a Comissão da UE, as duas gigantescas empresas de aborto e o Centro de Direitos Reprodutivos durante o período de 2005 a 2010. Nem todas as informações solicitadas da Comissão da UE foram entregues. O relatório chama as revelações até o momento de “superficiais” e pede que os parlamentares da UE investiguem mais e ajam.

O relatório foi apresentado no Parlamento Europeu em Bruxelas durante um evento que foi parte da “Semana da Vida”, iniciativa organizada por parlamentares da UE e realizado em março.

Durante décadas, o financiamento público ao aborto na Europa não teria sido considerado polêmico. European Dignity Watch, que foi formada em 2010, é apenas uma das muitas organizações pró-vida formadas recentemente e politicamente ativas na Europa. Os últimos acontecimentos mostram como o movimento pró-vida está ganhando força na Europa.

Tradução: Julio Severo

Líder homossexual e o respeito. Mas vejam o "probleminha" do cidadão no rodapé do artigo

TIMBRE VIVO

quarta-feira, 11 de abril de 2012


Em publicação no seu mural do facebook, o então líder do grupo gay da Bahia e um dos líderes máximos do movimento homossexual brasileiro, Luiz Mott, deferiu mais uma de suas garras contra o cristianismo. Interessante notar, entre os erros, um desconhecimento e reprodução de falácias de natureza própria:

Luiz Mott e um adolescente (*)
"5ª FEIRA SANTA O DIA MAIS GAY NA VIDA DE CRISTO
Segundo o mito da Paixão de Cristo, na “5ª feira maior”, Jesus e seus discípulos participaram da Última Ceia. Antes, Jesus lavou os pés dos presentes, gesto essencialmente feminino, dando belo exemplo de transexualidade social, bem ao gosto queer.

Erro: Jesus fez isso porque simbolizava um gesto dos escravos, não de mulheres. Difundida a falácia, o sr. Luiz Mott desconhece a região, condições climáticas e sociais da época.

E foi além: mandou que os apóstolos o imitassem, ou seja, arrombou as barreiras da heteronormatividade. Comeram o cordeiro pascal não sentadinhos na mesa, como popularizou Leonardo da Vinci, mas sentados e semi-deitados no chão, sobre tapetes e almofadas, como eram as ceias orientais antigamente. E segundo os evangelhos, “João, o discípulo que Jesus amava, estava recostado sobre o peito do mestre durante a ceia.”

Erro: A palavra "amor" escrita esta na forma grega de amor "amigo (fileos)" - não o amor sexual. Desconhecendo também a tradução, reproduz com ignorância e irracionalidade outra falácia. Não eram  "tapetes e almofadas" - até porque  os judeus não seguiam o padrão persa de vários tapetes em casa, principalmente nessa época

E fecha o texto, desferindo palavras desrespeitosas:

Que cena tão bela e explícita de homossociabilidade entre o Mestre de 33 anos e seu amado discípulo de 18 (começaram a namorar aos 15). Muitas pinturas e esculturas mostram Joãozinho corpo a corpo com Jesus. 5a Feira Santa é também o dia da instituição do sacerdócio. E tem instituição e grupo social mais gay na história do que os sacerdotes católicos? Os católicos deviam comemorar hoje o "dia do orgulho gay católico"!

De: Luiz Mott - publicado em seu mural no facebook.

(*) Luiz Mott havia escrito um texto chamado "meu moleque ideal" - onde descreveria um adolescente como objeto sexual, com conteúdo de pedofilia. Suas postagens, feitas em 2007, foram retiradas por motivos desconhecidos.

Mais informações sobre o texto: JulioSevero.com

Eliézer de Mello Silveira denunciou Luiz Mott ao Ministério Público Federal da Bahia

Ativistas do Controle Populacional e Direitos Reprodutivos Marginalizados no Debate Rio+

 

JULIO SEVERO

13 de abril de 2012

Timothy Herrmann

Nova Iorque, EUA, 3 de fevereiro (C-FAM) Em preparação para o que discutivelmente é a conferência intergovernamental mais influente sobre desenvolvimento sustentável internacionalmente, representantes de estados membros, agências da ONU e sociedade civil concluíram três dias de debate acalorado sobre a mais recente versão preliminar de um documento que servirá como guia para as iniciativas de desenvolvimento sustentável no mundo inteiro. Do jeito que está, o documento não faz nenhuma referência ao controle populacional ou a direitos reprodutivos como componentes necessários do desenvolvimento sustentável no mundo todo. O documento será finalizado na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que se realizará no Rio de Janeiro, Brasil, em junho (Rio +20).

A ausência de referências a controle populacional e direitos reprodutivos levou órgãos da ONU como o Fundo de População da ONU (FNUAP) e organizações ativistas como a Coalizão Internacional de Saúde das Mulheres (CISM) a fazer fortes intervenções propondo sua inclusão na futura elaboração de documentos. Embora essas organizações tivessem mostrado voz ativa durante as consultas, a tribuna da ONU deixou claro que essas referências não foram incluídas na versão preliminar por causa da falta de consenso entre os países e a sociedade civil sobre o relacionamento entre desenvolvimento e crescimento populacional.

Buscando outros fóruns para expressar sua polêmica agenda fora do Rio +20, o FNUPA foi convidado durante a mesma semana para estar presente no Fórum Econômico Mundial (FEM) em Davos, um cúpula anual exclusiva frequentada por alguns dos mais influentes políticos, organizações e especialistas do mundo. Enquanto estava no FEM, o Dr. Babatunde Osotimehin, presidente do FNUAP, falou num painel com o título “7 Bilhões e Contando: Dividendo ou Desastre”. Embora a discussão tivesse sido conduzida em particular, tanto o FNUAP quanto o FEM lançaram relatórios e declarações oficiais que descrevem o crescimento populacional como insustentável e uma ameaça ao desenvolvimento.

Para muitos países que receberam grandes investimentos para a conferência que está para ocorrer, como o Brasil, o perigo de rotular o crescimento populacional como uma ameaça ao desenvolvimento coloca o mundo numa encruzilhada. Numa declaração oficial, o Brasil afirmou que na conferência que ocorrerá os países “poderão escolher repetir argumentos neomalthusianos ou decidir restabelecer a necessidade de solidariedade, e os padrões sustentáveis de produção e consumo com os países desenvolvidos assumindo a liderança”.

Em contraste, a declaração oficial do FNUPA com relação à versão preliminar do documento sobre desenvolvimento sustentável coloca o crescimento populacional numa perspectiva negativa e recomendou que os governos garantissem “que todas as mulheres, homens e jovens tenham informações sobre, acesso à e escolha da variedade mais ampla possível de métodos eficazes, econômicos e aceitáveis de planejamento familiar” que na prática inclua os serviços de aborto e métodos abortivos. Embora o FNUAP afirme em seu documento que apoia o princípio de que “os seres humanos estão no centro das preocupações do desenvolvimento sustentável”, suas políticas de controle populacional rotulam a pessoa humana como o principal problema, em vez de solução, que está se defrontando com o desenvolvimento sustentável.

Uma recente declaração da Santa Sé sobre a conferência vindoura frisou não só que o documento final inclua uma “abordagem centrada nos seres humanos”, mas que a fim de que tal abordagem seja realmente humana, tem de “evitar uma abordagem reducionista que vê o ser humano como um obstáculo ao desenvolvimento”.

Tradução: Julio Severo

Fonte: Friday Fax

Salve o planeta rechaçando bebês?

Rios de sangue: A cultura contraceptiva e as profecias do Apocalipse

Anthony Comstock: o primeiro ativista pró-vida da história moderna. Ele era evangélico e lutava contra a pornografia e a propaganda de controle da natalidade

Assine pelo arquivamento do PLC 122/2006 "Lei da Homofobia”. Já são mais de 3 MILHÕES de assinaturas

 

IPCO

Já foram enviados 3.172.428 emails aos senadores pedindo o arquivamento do PLC 122/2006 "Lei da Homofobia".

Clique aqui para enviar o seu.

José Octavio Dettmann detona Rodrigo Constantino. PARABÉNS, DETTMANN!!!

Comentário antes do artigo:

José Octavio Dettmann  disse:

Dizer que a piedade é uma coisa deprimente é justificar o injustificável. Por isso que bloqueei Thiago Nogueira e Vanessa Ferreira. Liberal só fala asnice. E o pior é que mané estudou no Santo Inácio, o melhor colégio do Rio de Janeiro.

rodrigoconstantino.blogspot.com

Absurdo: contrariando desejo da maioria dos brasileiros e sobretudo a Lei de Deus, ministros do STF legalizam aborto para bebês anencéfalos

 

IPCO

12, abril, 2012

A Lei de Deus e a Lei Natural não estão submissas a qualquer opinião de qualquer Juiz, seja ele do nível que for.

Veja por exemplo o que aconteceu no julgamento de Nosso Senhor Jesus Cristo, o maior injustiçado da História.

Mas deixando esse aspecto de lado, a vontade da população brasileira não foi respeitada e o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (12) que o aborto de bebês portadores de anencefalia passará a ser legal no Brasil, colocando em risco milhares de vidas inocentes, que não poderão sequer ter a chance de receber o sacramento do Batismo.

A absurda decisão – repleta de argumentos que nos dão saudades do tempo em que a Justiça julgava com as leis e não com a ideologia – contraria o desejo da maioria, aterrorizada com a condição de se transformar um indefeso ser humano em objeto descartável. Pois isso não para por aí.

Depois de votar favoravelmente a legalidade da interrupção forçada da gravidez, o ministro do STF Marco Aurélio de Mello afirmou que “bebês com ausência parcial ou total de cérebro não têm vida”, tentando justificar sua escolha e assumindo um atributo divino que não lhe competia, ainda mais em se tratando de um julgamento jurídico e não religioso ou mesmo científico.

Marcela de Jesus Ferreira foi batizada, viveu um ano e oito meses e pôde ir para o Céu

A anencefalia, na verdade, admite vários graus e em alguns casos os bebês podem reagir a estímulos nervosos. Um belo exemplo foi dado por Marcela de Jesus Ferreira, que viveu por um ano e oito meses e foi muito amada neste período.

Melhor que tudo: ela pôde ser batizada! E ir para o céu após seu falecimento.

Não há justificativa plausível para a interrupção da gravidez de fetos anencéfalos. A criança anencefálica não nasce em situação de morte encefálica, como foi comprovado pelo governo dos EUA e pelo comitê de bioética da Itália recentemente.

Irresponsavelmente, o maior órgão judiciário brasileiro está abrindo uma perigosa prerrogativa para que outras permissões de abortos sejam dadas para fetos com outras patologias e anomalias. Estaremos revivendo a Alemanha nazista que realizava o aborto eugênico para “melhorar a raça”?

Como afirmou o Padre Anderson Alves (veja aqui) “o aborto não resolve nada, pois mata a pessoa enferma e destrói moralmente a mãe e, na maioria das vezes, toda a estrutura familiar”. O aborto não é livre de riscos para a mulher que o pratica e, em algumas vezes, a anencefalia pode ser mal diagnosticada.

Rezemos para que esta realidade seja modificada.

O que está feito e o que está por se fazer

 

MÍDIA SEM MÁSCARA

ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 12 ABRIL 2012
ARTIGOS - ABORTO

De cada argumentação pretensamente apresentada como científica, o que se ouviu da boca dos doutos ministros do STF foi uma sequência de notáveis inconsistências, verificáveis por qualquer criança atenta.

Prezados leitores,

Venho aqui manifestar a minha comoção com a vigília que todos os cristãos, demais religiosos e mesmo os ateus defensores do princípio absoluto da defesa da vida têm realizado por ocasião do julgamento que está acontecendo no Supremo Tribunal Federal quanto à descriminalização do aborto de fetos anencefálicos.

Desde antes, eu já mantinha a expectativa realista de que o resultado seria uma lavagem em favor dos patrocinadores do aborto de anencéfalos, fato que jamais me demoveu da ideia de continuar a defender a vida com início e fim naturais.

Não me fez resignar e não o fará, porque a guerra mal começou. Se a legalidade do aborto de anencéfalos já é um fato por via de uma usurpadora tendência legiferante por parte do STF, não obstante a flagrante falta de previsão constitucional e legal, ainda temos pela frente a luta pelo impedimento de que em breve o mesmo suceda com o aborto e com a eutanásia, e até com a prostituição e a pedofilia, que vêm vindo a reboque.

Costumo sempre dizer à minha querida filha que, se quiser ter bom aproveitamento escolar, há de estudar diariamente, e não somente por ocasião das vésperas das provas.  Pois, assim mesmo eu digo aos cristãos: há de começarmos a trabalhar diariamente em defesa da vida e da legitimidade cidadã do pensamento religioso.

A verdade é que por mais tuítes e mensagens de toda sorte que tenham recebido os senhores Ministros, nada os faria mudar de convicção em cima da hora, uma vez consolidada a ideia generalizada de que a ciência materialista goza da prerrogativa da razão isenta conquanto o pensamento cristão mantenha-se agrilhoado às trevas dos dogmas e da superstição.

Uma vez afastada a compreensão transcendentalista da vida, esta perde o status de um fim em si, como emanação da graça de Deus, e passa inexoravelmente a ser valorada por sua utilidade. Quando os advogados do aborto falam em viabilidade do feto, o que eles questionam, no fundo, é a utilidade do ser em formação. Na psique destas pessoas, a famosa estátua Vênus de Milo deveria ser destruída ou na melhor das hipóteses, recolhida aos porões do Louvre.

Meus amigos, este articulista é assumidamente cristão, como vocês o sabem muito bem, mas afirma com plena convicção que sua fé não se deriva somente daquele inato sentimento que nos fala do fundo da alma. Pelo contrário, desde há muito tem buscado a racionalidade mais estrita para com ela esteiar suas convicções espirituais.

Uma evidência bastante eloquente é a de que jamais prosperou alguma sociedade ateísta. Na verdade, nem sequer temos notícia de que algum dia tivesse havido algum povo naturalmente ateu. O que sabemos é que no século XX ergueram-se alguns estados ateus, mas que não são nada abonadores seus respectivos legados, de dezenas de milhões de cadáveres.

Outra evidência bastante criteriosa é a do “princípio da ordem”, tal como apresentada pelo Dr. Thomas Woods Jr., segundo o qual presumimos a atuação de um princípio inteligente em toda a constituição do universo, que opera segundo magníficas e complexas leis, empiricamente verificáveis. Ora, será isto mais dogmático e supersticioso do que acreditar na “teoria do acaso”, tal como admitida pelos cientificistas, que têm por certo que a vida originou-se de uma ocasional e originalíssima colisão de átomos? Em outras palavras: será racional de minha parte que após alguns trilhões de tentativas de lançar um par de dados eu consiga uma sequência de cem duplos-seis e depois disso eu venha a esperar com acadêmica certeza que nas jogadas seguintes eu consiga manter indefinidamente o resultado de duplos-seis, tal como nos perpetuamos pela reprodução?

De cada argumentação pretensamente apresentada como científica, o que se ouviu da boca dos doutos ministros do STF foi uma sequência de notáveis inconsistências, verificáveis por qualquer criança atenta. Por exemplo, como pode alguém afirmar que um ser vivo já está morto?

Mas as contradições não pararam por aí. Apresentou-se o relato de uma mãe torturada de sofrimento pelo fato de manter em seu ventre um filho anencéfalo. De forma alguma vou menosprezar a dor daquela senhora, mas aqui ouso evidenciar que alguns membros do STF podem ter se deixado levar pela emoção em detrimento da razão, por mais científicos que alegam ter sido os seus argumentos. Porque, oras, não sofre também a mãe de uma criança em tenrinha idade que sofra de algum fatídico mal?

Especialmente aos católicos, eu digo: não há como passarmos ao combate nas trincheiras seguintes, isto é, contra a legalização do aborto, da eutanásia, e decerto, da prostituição e da pedofilia, se em suas próprias instalações a Igreja mantém notórios militantes destas causas, como é o caso de Leonardo Sakamoto, e sejamos justos, muitos mais do que somente ele, como por exemplo, Ana Maria da Conceição Veloso, que é professora de jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco e é associada ao centro Dom Helder Câmara.

Mesmo o aborto de anencéfalos ainda pode ser evitado, se cercarmos os pais e as mães com muito carinho e levarmos a eles a compreensão de que assistir à morte natural de seus queridos filhinhos é menos atroz e menos torturante do que o covarde assassínio.

Órgãos de tratados da ONU querem mais poder - governos rebatem

 

MÍDIA SEM MÁSCARA

ESCRITO POR STEFANO GENNARINI | 11 ABRIL 2012
ARTIGOS - GLOBALISMO

Governos propuseram um código de conduta para os membros dos órgãos de tratados. Os tratados que estabelecem comitês não entram em detalhes sobre como os órgãos de tratados devem conduzir seus diálogos com os estados.

NOVA IORQUE, EUA, 6 de abril (C-FAM) - O sistema de órgãos de tratados da ONU pode estar à beira de um colapso devido ao imenso acúmulo de relatórios governamentais e recursos insuficientes. Além do problema de acúmulo, os comitês estão sendo criticados por irem além do mandato dos tratados que eles monitoram e impondo suas próprias interpretações, que incluem aborto irrestrito e direitos homossexuais.

O Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos (ACDH) realizou uma reunião nesta semana para falar sobre as discordâncias. Por um lado, os membros dos órgãos de tratados querem mais funcionários e tempo para lidar com os volumosos relatórios dos governos. Por outro lado, os governos estão aborrecidos com o fato de que a maioria dos órgãos de tratados está indo longe demais ao se acharem no direito de reinterpretar o conteúdo dos tratados e intimidar governos por causa de questões que não estão presentes neles em primeiro lugar.

Durante a reunião desta semana um quadro verdadeiramente lúgubre emergiu. Os órgãos de tratados parecem estar simplesmente sem condições de se manter em dia com seu trabalho. Anualmente, eles deveriam tratar de 320 relatórios, mas no final, só 120 relatórios são examinados. O problema é aumentado com as demoras dos governos na elaboração e envio de seus relatórios aos órgãos.

Nos relatórios iniciais acumulados que deveriam ter sido tratados, 307 nunca foram apresentados. Só 33% dos relatórios são apresentados aos órgãos de tratados a tempo. Parte do problema é o número imenso de relatórios que os governos ficam obrigados a apresentar. Pequenos governos tendem a ter graves problemas em atender às exigências para fazer relatórios.

Os especialistas de órgãos de tratados que falaram durante a reunião insistiram em mais verbas e reforma que não colocariam em risco sua independência. Eles veem o acúmulo de relatórios como evidência do sucesso do sistema dos órgãos de tratados.

Governos propuseram um código de conduta para os membros dos órgãos de tratados. Os tratados que estabelecem comitês não entram em detalhes sobre como os órgãos de tratados devem conduzir seus diálogos com os estados. Os órgãos de tratados têm usado essa liberdade de ação para pedir aos países que mudem suas leis em questões que não são reconhecidas em nenhum tratado da ONU, como o aborto e a homossexualidade.

O Paquistão declarou: “Os estados membros precisam que os órgãos de tratados prestem contas, sejam confiáveis e previsíveis, apesar de sua independência”. O delegado paquistanês ficou de forma especial preocupado que qualquer reforma precise estar em conformidade com os tratados: “Os tratados são documentos legais sérios que são o resultado de anos de negociações”.

As propostas polêmicas incluíam rigorosos limites de páginas dos relatórios dos países, procedimentos de acompanhamento às recomendações dos órgãos de tratados, mecanismos opcionais de elaboração de relatórios como visitas dos países e critérios para selecionar candidatos para serem membros dos órgãos de tratados.

Muitas dessas propostas vêm do Documento de Resultado de Dublin. Lançado em novembro passado e assinado por membros de vários órgãos de tratados, o documento apresenta muitas propostas para reforma. Muitos governos creem que muitas dessas propostas exigiriam um novo tratado internacional antes que pudessem ser adotados.

A delegação da China, refletindo preocupações compartilhadas por países pequenos e pobres, declarou: “Procedimentos de acompanhamento não deveriam trazer mais peso nos Estados para elaborar relatórios”. A China também expressou preocupação com a opinião apresentada por membros dos órgãos de tratados de que suas opiniões são oficiais: “As conclusões (dos órgãos de tratados) não têm validade legal”.

A delegação da Rússia está liderando o processo intergovernamental que culminará na Assembleia Geral da ONU. Eles têm buscado afastar a conversação do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos e dos próprios órgãos de tratados, para garantir que os estados soberanos decidam como deve ocorrer a reforma destes órgãos.

Tradução: Julio Severo

Publicado no ‘Friday Fax’ do C-FAM.