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terça-feira, 11 de maio de 2010

Espírito Santo em apuros SIM - Uma pessoa é assassinada a cada quatro horas no Estado

GAZETA ON LINE

11/05/2010

Frederico Goulart 
fgoulart@redegazeta.com.br
Cavaleiro do Templo: ano passado estive em reunião com o Secretário Estadual de Segurança na época, RODNEY MIRANDA, que quer/vai se candidatar, e mostrei isto.
Ele diz que é contra a Prefeitura do PT de Vitória dar dinheiro para entidade que ensina pessoas a usar crack e cocaína. Mas fazer alguma coisa parece que não é de interesse do nosso Estado. Afinal, PMDB e PT andam de mãos dadas por aqui e, portanto, o produto das FARC, amigos do PT no FORO DE SÃO PAULO, não pode sofrer restrição comercial, né?

Quase oito anos se passaram, e a meta do governo do Estado em reduzir o número de homicídios não foi cumprida. Ao contrário: em vez de cair 10% - como se pretendia -, o índice subiu 10% na comparação entre os quatro primeiros meses deste ano ao mesmo período do ano passado. De janeiro a 30 de abril último, foram registrados 763 crimes, segundo o site da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). O número representa uma morte a cada quatro horas ou, para ser mais exato, 6,3 crimes por dia. Até o ano passado, a média diária era 5,5 de assassinatos. 

Em comparação aos quatro primeiros meses do ano passado, foram 70 assassinatos a mais neste ano. Entre 2008 e 2009, também houve aumento, de 2,9%. De volta a 2010, foi em janeiro a maior quantidade de assassinatos - 197 -, o que corresponde à tese do secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, de que o número de crimes sobe no verão, época em que aumenta a circulação de pessoas e, consequentemente, a incidência do tráfico de drogas.

No ranking de homicídios na Região Metropolitana neste ano, o município da Serra ocupa a liderança que ninguém deseja: foram 132 homicídios. Segundo o secretário, os dados referentes divulgados no próprio site da Sesp ainda são auditáveis. "Há ocorrências que são registradas como homicídio, mas, na verdade, são classificadas depois como outro tipo penal: latrocínio ou suicídio."

Segundo André Garcia, que assumiu a pasta no final de março, o grande desafio é construir uma estratégia que permita, a médio e a longo prazo, apresentar a redução desses números. "Em pouco tempo, esses números não vão cair. Pode haver uma variação para menos ou para mais. Mas o resultado das ações que tem sido feito e intensificado desde o final do ano passado só virá com o tempo."

O secretário de Segurança constatou que, na Grande Vitória, houve aumento nos números absolutos. Mas, de acordo com ele, o indicador que de fato interessa para a Sesp é o numero de homicídios por 100 mil habitantes, que leva em conta a variação populacional. 
"Nos últimos dez anos, esse indicador tem variado pouco. O Espírito Santo mantém o indicador estável, porém em um nível elevado", afirma Garcia. Em 2008, foram 56,7 mortes por 100 mil habitantes; e em 2009, 58,3. Em relação a 2010, o índice não foi informado pela Sesp.

Às avessas 
10% de aumento - Esse é o percentual de aumento no número de assassinatos no Estado quando se comparam os quatro primeiros meses deste ano e o mesmo período do ano passado. A meta do governo era reduzir o índice em 10%.

Uma dor que nenhuma mudança diminui 
No último dia 3 de março, o motorista Cleomar Oliveira da Silva, de 49 anos, viveu aquela que classifica como a maior dor de sua vida: encontrou seu filho Rodrigo Teles da Silva, de 20 anos, morto na porta da casa onde moravam havia 14 anos, em Jardim América, Cariacica. O rapaz, que trabalhava em uma rede de fast food e estudava para prestar concurso para a Polícia Militar, foi atingido por quatro tiros. "Ele foi morto, acusado de entregar os traficantes da região para a polícia. Dei a melhor criação possível para ele. Rodrigo nunca chegou perto das drogas e agora perde a vida, injustamente, dessa forma", desabafa, emocionado, o pai. A cozinheira Dioneide Rosa Souza, de 38 anos, madrasta do rapaz, também vive o luto: "Ele era um filho para mim.
Desde o assassinato, nossa vida não foi mais a mesma. Não tenho força nem mesmo para trabalhar". O caminho encontrado pelo casal para continuar a vida e não se prender às lembranças do rapaz foi mudar de residência. Agora, eles vivem num bairro da Capital. "Não dava mais para continuar ali", destaca Cleomar. E sua dor aumenta quando ele pensa na impunidade. "Como quem o matou foi um menor de 18 anos, em breve essa pessoa estará livre. Esse é um problema grave", frisa.

Secretário: cenário melhor só em 3 anos 
Com o elevado índice de homicídios registrados no começo de 2010, cai por terra, novamente, a meta estabelecida pelo ex-secretário de Segurança Rodney Miranda, no início da administração Paulo Hartung, de que o número de homicídios fosse reduzido em aproximadamente 10% no Estado. 

Rodney deixou o cargo no final do mês de março. Em seu lugar desde o fim de março, André Garcia acredita que mudanças profundas só poderão ser percebidas de médio a longo prazo. "A Segurança Pública é um tipo de assunto que não se resolve com uma canetada com bravata ou com discurso fácil. Infelizmente, as pessoas tendem a simplificar as soluções diante de um contexto tão complexo", relata. 

Sobre a dificuldade para a implantação de medidas que possam melhorar a situação, o secretário esclarece: "A gente precisa ter a compreensão da dificuldade que é fazer e implantar as soluções e dos fatores que contribuem para isso". 

Ao ser questionado a respeito de um prazo para que os números de homicídio comecem a cair, Garcia diz que um resultado claro não aparece rapidamente. "Temos certeza de que, se fizermos a defesa intransigente da atual estratégia, em torno de três a quatro anos deveremos ter um cenário melhor. Em São Paulo, a mudança só ocorreu após mais de uma década", relata.

Governo diz que tem investido em aumento do efetivo 
"Aumentar o efetivo de forma consistente e distribuí-lo melhor." Essa é a principal medida apontada pelo secretário estadual de Segurança, André Garcia, para tentar reduzir os índices de homicídio no Estado. "Por isso estamos realizando uma recomposição gradual e consistente de efetivos tanto da Policia Civil quanto da Militar", garante o secretário.

Segundo Garcia, desde o final do ano passado foi feita uma reestruturação na Polícia Militar. "Criamos novos batalhões em Ibatiba, São Mateus e Linhares. O objetivo é justamente tentar aumentar nossa presença no interior", relata. Os batalhões deverão ser inaugurados no começo do segundo semestre. 

A reestruturação de unidades da Polícia Civil que atuam na repressão aos homicídios como Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e Delegacia Patrimonial também foi apontada pelo secretário. "Elas tiveram a estrutura aumentada em número de policiais e delegados e hoje atuam de forma integrada. Esse foi um processo gradativo desde o início do governo e intensificado no final do ano passado", diz.

Novos policiais foram incorporados à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) recentemente. Foram contratados mais 730 policiais militares e 200 agentes da Polícia Civil, todos já nas ruas. Também foi aberto um concurso para a contratação de mais de mil PMs. "Nossa lógica para a atuação desse efetivo é priorizar o policiamento de proximidade, que é feito a pé e de bicicleta mais próximos das comunidades", diz Garcia. 

Contingente 
Segundo estimativa da Sesp, o contingente de policiais militares no Estado é formado por cerca de 10 mil servidores. Com os novos contratados, esse número deverá passar para 12 mil em 2012, o que vai permitir atender à demanda da população, segundo a Sesp.

Chegada do crack faz índice subir no interior 
Depois de ter feito várias vítimas na Grande Vitória, a chegada do crack também está fazendo seu estrago no interior do Estado. No início do ano, o ex-secretário de Segurança Pública Rodney Miranda declarou que a pulverização do crime devia-se à chegada do crack a essas regiões. Em 2009, o interior foi palco de 723 assassinatos de janeiro até dezembro, número 12% maior do que o registrado em 2008.

Em janeiro, o governo inaugurou um novo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), com base em Cachoeiro de Itapemirim, beneficiando 30 municípios da Região Sul. A meta é instalar outro Ciodes no Norte neste ano. 

O atual secretário de Segurança, André Garcia, alega que, em relação a 2010, houve uma estabilização dos números de homicídios no interior. "A diferença foi Linhares, que teve uma subida muito elevada no ano passado, e neste ano sofreu uma redução significativa, de 45% de queda no número de homicídios."

Para combater esse avanço de crimes no interior, Garcia esclareceu que as principais medidas são a criação dos novos batalhões da PM e o deslocamento de novos policiais para essas regiões.

De olho nas estatísticas 

Em 2008 
Número de crimes nos quatro primeiros meses: 673 
Média de crimes por dia no período: 5,6

Em 2009 
Número de crimes nos quatro primeiros meses: 693
Média de crimes por dia no período: 5,7

Em 2010 
Número de crimes nos quatro primeiros meses: 763
Média de crimes por dia no período: 6,3

Mês a mês, neste ano
Janeiro: 197, média de 6,3 crimes por dia 
Fevereiro: 182, média de 6,5
Março: 189, média de 5,9
Abril: 195, média de 6,5
Maio: já são 52 homicídios, uma média de 5,2 * 

Ranking de homicídios na Grande Vitória de 1º de janeiro a 30 de abril de 2010 

1º: Serra (132 crimes)
2º: Cariacica (124)
3º: Vila Velha (113)
4º: Vitória (72)
5º: Guarapari (27)
6º: Viana (18)
7º: Fundão (6)

* Dados retirados ontem, tendo sido a última atualização referente a homicídio registrado às 21h de domingo, dia 9. 

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