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terça-feira, 1 de abril de 2008

Má notícia para os urubus: o “Império” sobreviverá - Final

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por João Luiz Mauad em 01 de abril de 2008

Resumo: Inversamente ao que prevê o wishful thinking antiamericanista, portanto, será preciso muito mais do que uma crise de hipotecas para colocar uma economia daquele tamanho e complexidade de joelhos.

© 2008 MidiaSemMascara.org

Falemos um pouco de desemprego. O quadro abaixo mostra os volumes de pedidos de seguro-desemprego – média móvel de 4 semanas – desde 2001 até hoje. A análise deste quadro mostra claramente que, ainda que os pedidos tenham aumentado durante 2008, eles ainda estão em níveis muito inferiores àqueles de períodos recessivos. Segundo os padrões estatísticos dos EUA, não se poderia falar em recessão enquanto o volume semanal de novos pedidos não alcançar a marca de 400.000.

Peguem agora os dois gráficos abaixo, que mostram o volume de empréstimos do setor bancário, desde 2005 até agora, tanto para os setores comercial e industrial, como para o consumidor. Reparem que a tendência é de crescimento quase ininterrupto durante todo o período analisado.

Ora, considerando que o crédito à produção e ao consumo é o combustível da economia e, por conseguinte, da geração de riqueza, seria prudente falar em recessão, pelo menos num horizonte de curto prazo?

Se todos os dados acima mencionados parecem indicar que a economia americana ainda não está em recessão, o histórico dos ciclos econômicos nos mostra que ela virá, alguma hora, no futuro. Quando isso ocorrer, no entanto, ao contrário do que gostam de pregar os adeptos da escatologia econômica, que – como o ministro Mantega e o presidente Lula da Silva – já falam numa crise semelhante à de 1929, não se prevê nada muito duradouro.

Como mostram os quadros abaixo, a duração dos períodos recessivos da economia norte-americana vem caindo regularmente, desde o início do século XX. Vejam que, de 1900 a 1926, os americanos permaneceram 44,4% do tempo sob recessão. De 1927 a 1954, a prevalência de períodos recessivos caiu para 28,6% do tempo, chegando a 20% entre 1955 e 1982. Nos últimos 25 anos, apenas 5,3% do tempo a economia mais próspera do planeta esteve em recessão.

De fato, a economia americana tornou-se sempre mais estável ao longo do tempo (veja gráfico abaixo). Reparem que, a partir da década de 1950, as flutuações de crescimento e declínio do produto interno bruto daquele país se deram de forma bem mais suave que na primeira metade do século e, mesmo nos períodos considerados recessivos, as flutuações negativas foram muito menos abruptas.

Só o tamanho e a pujança da economia americana, com seu PIB hoje próximo dos 14 trilhões de dólares, distribuídos de forma amplamente diversificada pelos setores agrário, industrial, de serviços, financeiro e de tecnologia, dentre outros, proporcionam um elevado grau de estabilidade, como que vacinando-a contra as pressões recessivas.

Inversamente ao que prevê o wishful thinking antiamericanista, portanto, será preciso muito mais do que uma crise de hipotecas para colocar uma economia daquele tamanho e complexidade de joelhos. Ainda que Perry e outros estejam errados, e tenhamos realmente uma recessão em 2008, no longo prazo a economia dos EUA continuará em sua trajetória de prosperidade, pois, com recessão ou não, ela ainda será a maior geradora de riquezas, prosperidade e trabalho da História.

Leia também Má notícia para os urubus: o “Império” sobreviverá - I

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