Fonte: Folha
Criado em 2001 como contraponto de esquerda à cúpula econômica de Davos, o Fórum Social Mundial encerra hoje sua 11ª edição esvaziado e com dúvidas sobre a própria capacidade de manter alguma relevância no cenário internacional.
O clima de crise existencial marcou o evento em Porto Alegre, que recebeu a primeira visita de Dilma Rousseff como presidente, mas foi ignorado por líderes estrangeiros e ganhou ares de congresso do PT.
Um dos idealizadores do fórum, o ativista Chico Whitaker expôs o desconforto na sexta-feira, em desabafo que surpreendeu a plateia acostumada com discursos empolgados sobre a derrocada iminente do capitalismo.
Ele disse que o encontro não conseguiu se conectar a novos fenômenos como os movimentos de “indignados”, que passaram a ocupar ruas na Europa e nos EUA.
“Temos que mudar de estratégia. Hoje concordamos em tudo e saímos daqui satisfeitos com nós mesmos. Precisamos inventar uma maneira de começar a falar com os 99% que estão insatisfeitos”, disse Whitaker.
Anunciado como evento preparatório para a Rio+20, o Fórum deste ano não conseguiu articular um consenso sobre a melhor forma de preservar o planeta.
Enquanto ambientalistas recitavam o discurso de defesa das florestas, intelectuais de esquerda alertavam que a causa seria usada pelo G8 para barrar o crescimento dos países emergentes.
“O capitalismo nunca será verde, exceto nas notas de dólar americano”, disse o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos.
ENCOLHEU
O fórum de 2012 teve números modestos mesmo para uma versão temática. A organização informou que 40 mil pessoas participaram do evento, e só 7.000 se inscreveram formalmente.
O acampamento para jovens não lotou, a marcha de abertura foi dominada por claques de centrais sindicais e as barraquinhas de livros marxistas e camisetas de Che Guevara praticamente sumiram da paisagem.
Até o discurso de Dilma sofreu com a falta de público, agravada pela decisão de espalhar atividades do Fórum por mais três municípios gaúchos administradas pelo PT: Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Em Porto Alegre, os debates na Assembleia Legislativa serviram para projetar a pré-candidatura a prefeito do presidente da Casa, o deputado petista Adão Villaverde.
O presidente uruguaio José Mujica, convidado para debater com Dilma, cancelou a viagem. O boliviano Evo Morales e o venezuelano Hugo Chávez, que bateram ponto em anos anteriores, também não apareceram.
Meus comentários
Não é de se estranhar esse fracasso monumental.
Antes, ficariam com lamúrias contra os países ricos. Só que hoje estes países estão em uma pindaíba de dar dó. Antes, ficariam com oposição ao governo. Mas hoje eles SÃO GOVERNO. Antes, poderiam ficar falando das maravilhas de Cuba. Mas o próprio Fidel Castro reconhece hoje que o marxismo é uma ilusão.
Tirando a obsessão pela aprovação do casamento gay e a pregação apocalíptica do aquecimento global, não há muito a ser discutido por lá.
Nem a presença do terrorista apadrinhado pelo PT, Cesare Battisti, no primeiro dia ajudou a livrar a coisa do marasmo.
É fato: o discurso fantasioso marxisa só faz sucesso quando eles estão na oposição. Agora, como vidraça, tornam-se cansativos até para os próprios adeptos.
Mais um motivo para tratá-los como realmente merecem: como adeptos de uma religião política que só serve para ser motivo de chacota.
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