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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Para EUA, governo pressionou por asilo a membro das Farc

FOLHA
04/01/2011 - 07h13

FLÁVIA MARREIRO DE BOGOTÁ


WikileaksPara a Embaixada dos EUA em Brasília, apenas "uma pressão política de alto nível" poderia explicar a decisão brasileira, em 2006, de conceder asilo político no Brasil a Oliverio Medina, considerado porta-voz informal das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Brasil.

Num documento enviado a Washington vazado pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch), a representação americana comenta a decisão que classifica como contraditória ante o compromisso do Brasil com o combate ao "terrorismo". A Folha é um dos sete veículos de imprensa que possuem acesso antecipado ao material.


O texto comenta ainda as suspeitas da Embaixada da Colômbia no Brasil de que a pressão de "alto nível" havia partido de Marco Aurélio Garcia, então assessor internacional da Presidência.

"Particularmente preocupantes são as alegações de que a Presidência [brasileira] subverteu o processo e pressionou o Comitê Nacional para os Refugiados para tomar uma decisão contrária a suas próprias diretrizes --alegações que pensamos ser críveis", diz o texto enviado a Washington em 2006.

Quatro anos antes, a Polícia Federal havia prendido Medina, a pedido da Colômbia. Em 2007, um ano após ele conseguir o status de refugiado, o Supremo Tribunal Federal negou a extradição.

Em julho de 2008, e-mails obtidos pela Folha do computador de Raúl Reyes, líder das Farc morto em março daquele ano, apontaram a tentativa da guerrilha de abrir espaços de interlocução no PT e no governo.

As mensagens não revelaram relação institucional do Planalto com o grupo.


Cavaleiro: Lula se encarregou de produzir provas suficientes da sua relação e de seu partido, o PT, com as FARC, antes e durante seus mandatos. E a INTERPOL assegurou a autenticidade dos dados dos computadores de Raúl Reyes. Vejam tudo isto aqui.

A representação americana se diz intrigada pela decisão brasileira, ponderando que o gesto a favor de Medina em pleno ano eleitoral poderia ter repercussão na campanha e reavivar as denúncias de que as Farc haviam enviado dinheiro à campanha de Lula em 2002.

Colaborou FERNANDO RODRIGUES, de Brasília

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